Você provavelmente sente um calafrio quando ouve o nome “Excel”, certo? Tudo bem, fique tranquilo. Aqui é um lugar seguro! O tutorial de Excel que você sempre sonhou, já é uma realidade!
Nós entendemos que a maior parte dos profissionais tem receio quanto ao uso de planilhas. Elas parecem mesmo complicadas, tem formulas indecifráveis e funções complexas.
Especialmente profissionais de Marketing, que não tem muita familiaridade com a ferramenta.
Mas não precisa ser assim!
O Excel — e, mais recentemente, o Google Spreadsheets — são ferramentas fantásticas. Vou te mostrar como usá-las e levar sua capacidade de análise ao próximo nível.
Veja tudo o que você precisa para saber como usar Excel:
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Tudo isso você confere agora:
Tutorial de Excel: a lógica de uma planilha
Ao abrir o Excel você já é jogado de cara em uma interface que não é muito amigável.
Afinal, ela é bem diferente da interface mais comum do nosso dia a dia, de páginas de texto, como esta de blog que você está lendo agora, e também no Word.
Mas não se preocupe, mexer no Excel é muito mais simples do que parece.
Em uma planilha de Excel, o bloco básico de informação é uma célula. Cada célula contém uma informação.
Ela pode ser uma data, um número, um bloco de texto, porcentagem ou fórmula, dentre outros. Esta célula faz parte de uma folha.
Cada planilha pode ser composta de várias folhas, cada uma delas com seu próprio conjunto de células. Assim, a nossa hierarquia é:
Arquivo (nome.xls ou nome.xlsx) > Folha (sheet) > Célula (cell).
* Observação: no Calc (do OpenOffice e BrOffice) a extensão de planilha é .ods. No Google Spreadsheets, ela é identificada por um endereço de internet, como “docs.google.com/xxxxxxxxxxxx”
Voltando: dentro de uma planilha, você pode ter várias folhas, em dentro de cada folha, várias células. É uma hierarquia bem simples, que rege qualquer conjunto de dados que você está planilhando.
Um exemplo prático seria:
- Planilha: Investimentos em Marketing
- Folha: agosto
- Célula: Investimento em Adwords.
Bem mais simples, certo?
Como navegar uma planilha
Trabalhando com planilhas, você pode referenciar (ou buscar) informações de células em outros locais para executar cálculos, comparações e outras operações. Assim, cada célula possui um “endereço” único dentro da sua própria folha.
Este endereço é composto de uma coordenada, que contém sua linha (a dimensão vertical) e coluna (sua orientação horizontal).
As linhas são identificadas por números inteiros, em ordem crescente.
Já as colunas, por letras, em ordem alfabética.
Este sistema extremamente versátil permite que você organize as suas informações e busque os seus dados de um lugar para outro de forma muito ágil e prática.
Este sistema é consistente no Excel, Google Drive, Calc e em qualquer outro software de planilhas.
Veja no exemplo abaixo:
Na “coluna A” estão listados os posts e na “linha 1” as interações que cada um deles teve. Veja como é fácil navegar esta informação:
- A “linha 3”, dá as interações do “Post 2”. O título do post, tem o endereço “A3”. O número de pageviews deste post está em “B3”. O número de FB Likes deste post está em “C3”. E assim por diante…
Desta maneira, eu sei que todas as informações relacionadas à “coluna D” são “Tweets” e, na medida que eu desço para D2, D3, D4 e D5, eu vejo a dimensão “Tweets” de propriedades diferentes, identificadas na “coluna A”.
Você também pode referenciar um intervalo inteiro de uma só vez, usando “:” (dois pontos) como separador entre o começo e o fim do intervalo, assim ficamos com estes exemplos:
- A2:A5 – O intervalo vertical que compreende A2, A3, A3, A4 e A5.
- A2:E2 – O intervalo horizontal que compreende A2, B2, C2, D2 e E2.
- A2:E5 – O quadrado que tem um vértice em A2 e outro em E5.
- A2:A – O intervalo vertical que começa em A2 e vai até o final da coluna A.
- A2:2 – O intervalo horizontal que vai de A2 até o final da linha 2.
Agora que você já consegue identificar qualquer célula em uma folha, vamos dar o próximo passo:
Como trabalhar em múltiplas folhas nas planilhas
Veja a visão do print screen acima, de forma um pouco mais aberta:
Agora, além de ver as informações de célula, você vê também o nome do arquivo (spreadsheet) “Post Excel – Keyword research”. Olhando na parte de baixo do print, você também vê que estou trabalhando com várias folhas. Estão visíveis “Exemplos para o post” e também “keyword.io”.
É muito comum usar folhas diferentes para agregar dados em comum, como os números de um mês, departamento ou ação específicas.
O bacana é que você pode referenciá-los de um lugar para outro.
Então é possível ter uma folha “números do ano”, por exemplo, que reúne a somatória de cada mês em um resumo.
A sintaxe para isto é (sem aspas) “Nome_da_folha!EndereçoDaCélula”. Uma exclamação separa o nome da folha do endereço da célula.
Então, o endereço completo dos pageviews do “Post 1” citado acima é Exemplos para o post!B3.
Jóia! Agora você já sabe como identificar todas as células, em todas as folhas, de qualquer planilha que fizer. Vamos dar então uma olhada em como fazer coisas úteis com isto:
Como usar corretamente uma célula
Agora que você já sabe identificar uma célula dentro da sua planilha, é hora de entender como trabalhar corretamente com ela. A maior parte das pessoas não entende o trecho abaixo, e fracassa por isto!
Uma célula pode conter informações de três naturezas diferentes:
- Texto (labels): Um conjunto de letras e números (string) que serve apenas para identificar ou organizar um conjunto. No exemplo acima, B1, C1, D1 e E1 são células de texto, assim como A2, A3. A4 e A5.
- Números (values): Composto apenas por números, um “value” contém um dado que pode ser entendido de várias maneiras, como número, percentual, data, duração, entre outros. A natureza de um value precisa ser declarada para evitar que o Excel faça interpretações incorretas! Para entender isto, pense no número “100586”. Este número, puro, pode ser entendido como:
- Moeda: 100586 é R$100.586,00
- Data: 10/maio/1986
- Data: 05/outubro/0086
- Perceba que todas as interpretações estão corretas. O que falta é contexto!
- Fórmula: É uma instrução, que diz ao Excel ou Spreadsheet o que fazer para ocupar aquele lugar. Todas as fórmulas começam com o sinal “=” (igual) e transformam, de alguma maneira, o conteúdo de outras células.
- Uma fórmula pode contar várias funções, em conjunto. Dentro de uma função, os parâmetros para seu uso são colocados em parênteses, com uma vírgula ou ponto e vírgula os separando, dependendo da linguagem do seu Excel.
[Indicador de função (fórmula) no Excel e Spreadsheets]
Registrando números corretamente em células
Como já vimos, muitas vezes é necessário dizer ao Excel que tipo de número estamos entregando a ele. Para isto, basta selecionar as células, clicar em “Format” e depois em “Number”.
[Escolha de formato, no Spreadsheets]
[Escolha de formato, no Excel]
“Automatic” é o padrão, e vai tentar adivinhar qual o tipo de informação ali. Eu particularmente não recomendo usar este modo, pois ele é bem propenso a falhas.
“Plain text” ignora o número, e o trata como uma informação neutra, parte de um texto, mas desprovido de significado matemático qualquer.
Um código de barras é um bom exemplo de número “plain text”. É apenas uma sequência de dígitos.
De novo no nosso exemplo:
Aqui, cliquei para que cada célula fosse vista com as idenficações:
- B2: “Number”. O número 400 ganhou duas casas decimais. (O número de casas decimais pode ser configurado)
- B3: “Currency”: O número 1000 ganhou um sinal de dólar e também um marcador para centavos
- B4: “Date” O número “250” foi convertido em 6 de setembro de 1900. (250 dias após o 01/01/1900.)
- B5:” Scientific” O número 5600 em notação científica. Ou seja 5.6*10^3 (5.6 vezes 10 elevado ao cubo)
Você não precisa se preocupar demais em entender cada uma destas identificações agora!
O mais importante é que você saiba que, dependendo da notação entregue ao programa, o seu número será tratado de maneira diferente.
Sabendo disto, certamente você poderá escolher a notação correta na medida em que estiver trabalhando.
Como usar Excel para facilitar seu trabalho
Se você chegou até aqui, meus parabéns! Você já entende mais sobre o funcionamento do Excel (e Google Spreadsheets, Calc e outras planilhas) do que a maior parte das pessoas!
É hora de trazer então a ferramenta mais legal para a conversa: fórmulas.
Como já vimos, uma fórmula é armazenada sempre dentro de uma célula. Ela rege o valor que será mostrado naquele endereço (e, em alguns casos, em endereços adjacentes também) e pode usar informações de vários lugares para isto.
Existem centenas de funções possíveis, que podem ser combinadas de infinitas maneiras, de modo a automatizar —ou pelo menos simplificar— praticamente qualquer tarefa. Para entendermos a variedade de operações disponíveis, vamos ver as suas categorias principais:
String / Texto: Para unir, separar, combinar ou manipular blocos de texto ou suas letras separadamente.
Data / Hora: Operações relacionadas ao cálculo do tempo, intervalo entre datas , dias úteis e a identificação dos dias, semanas e meses.
Matemática / Trigonometria: Além das operações aritméticas, permite calcular equações complexas, constantes (como Pi), gerar números aleatórios e alterar números com arredondamento, conversão de unidades e operações com ângulos.
Estatística: Para análise de conjuntos. Identifica automaticamente percentis, médias, medianas, distribuições, contagens, permutações, variância, entre outras.
Funções lógicas: Permite que outras funções sejam combinadas e analisadas em função de uma regra descrita pelo usuário. Retorna “TRUE” ou “FALSE” para funções que checam por uma determinada condição e tomam uma ação de acordo com o resultado.
Funções de informação: São usadas basicamente para avaliar o resultado de outras funções. Podem responder se uma determinada célula está em branco, é um erro, uma data ou um texto, por exemplo. Também identificam e manipulam os identificadores de formato (data, hora, percentual, moeda, etc.) que falamos acima.
Database: Entregam valores relacionados à um grupo de células (range). Podem ser usadas para contas o número de elementos, apontar o seu maior (ou menor) membro, a variância dentro do grupo, entre outros.
Financeiras: O nome diz tudo! São usadas para simplificar o cálculo de juros, depreciação, períodos de investimento e número de pagamentos, por exemplo.
Engenharia: Basicamente usada para converter números entre suas diversas formas de representação, como binários, hexa, octal e algumas unidades de medida.
Referência / Lookup: Varrem um determinado espaço em busca de um valor dado pelos usuários. Ideais para encontrar correspondências entre fontes de dados diferentes, assim como relações entre índices diversos que possuem elementos em comum.
Quero deixar algo claro. Tenho plena certeza que a listagem acima, em um primeiro momento, pode ter de deixado um pouco confuso.
Afinal, com tantas possibilidades, fica complicado saber: por onde começar? Com tantas opções em mãos, quais delas eu devo usar para facilitar o meu trabalho?
Fique tranquilo. Selecionei algumas das fórmulas mais comumente usadas e vamos passar por elas juntos agora.
Vamos lá?
Para isto, vamos lembrar o nosso conjunto de dados de exemplo:
Fórmulas básicas de Excel
Para aprender como usar Excel é fundamental entender a saber utilizar as suas fórmulas.
Aqui vamos apresentar algumas das fórmulas básicas mais utilizadas na ferramenta.
Confira!
SUM (ou SOMA)
A função SUM faz a adição de um grupo de valores determinados pelo usuário. Para somar o número total de pageviews nos quatro posts do nosso exemplo, a função seria escrita assim:
=SUM(B2; B3; B4;B5).
De forma resumida: =SUM(B2:B5)
Neste caso, o resultado seria “7250”, a somatória de todos os termos indicados.
O mesmo resultado seria obtido escrevendo:
=B2+B3+B4+B5
Entretanto, em um conjunto maior de dados, esta notação seria muito mais trabalhosa e susceptível a erros.
AVERAGE (ou MÉDIA)
Retorna a média numérica de um conjunto. Aplicando esta função ao mesmo intervalo anterior, temos:
=AVERAGE(B2:B5) ou
=AVERAGE(B2;B3;B4;B5)
O resultado aqui seria 1812,50, que é a soma dos 4 termos divididos pelo número de termos do conjunto, que é 4. 7250/4 = 1812,50.
MEDIAN (ou MEDIANA)
Média e mediana são rotineiramente confundidas, mas elas têm funções diferentes. Como vimos, a média é a soma dos valores dividida pelo número de termos. Já a mediana é o valor central de um conjunto.
Quer dizer, é o ponto onde metade dos valores estão acima dele e metade estão abaixo.
No nosso exemplo (que tem um número par de termos), encontraríamos a média somando os dois valores centrais (400 e 1000) e dividindo por 2, com resultado 700.
Em um conjunto ímpar, o valor mediano é listado diretamente. Para executar esta função, basta usar:
=MEDIAN(A2:A5)
COUNT, COUNTA, COUNTUNIQUE e COUNTBLANK
Estas duas funções servem para contar quantos elementos existem em um conjunto. COUNT vai buscar apenas as células que tem números dentro do intervalo dado, e retornar quantas entradas existem.
Já COUNTA retorna à quantidade de elementos de qualquer natureza. Pode ser usado para saber quantas URLs estão contidas em uma lista, por exemplo.
COUNTUNIQUE também faz uma contagem de lista, mas ignora itens repetidos. Então se você busca entradas únicas num conjunto onde há duplicatas, esta é sua escolha.
Por último, COUNTBLANK lista apenas as células em branco de um intervalo. Use-a para identificar falhas em grandes conjuntos ou erros no preenchimento.
A sintaxe de todas elas é semelhante:
=COUNT(intervalo a ser pesquisado)
DATEDIF
Esta função calcula quanto tempo existe entre duas datas. Funciona assim:
=DATEDIF(data de início; data final, unidade de tempo)
A data de início ou final podem ser digitadas direto dentro da função ou referenciada de outros lugares, como vimos acima.
Já a unidade de tempo precisa ser escolhida dentre algumas opções. Para listar em anos, é “Y;. Meses inteiros “M” e, dias é “D”.
Estas são apenas algumas das operações básicas do Excel. Seguindo em frente, podemos usar este conhecimento para construir fórmulas mais sofisticadas.
Fórmulas de Excel: intermediárias
Agora que você já aprendeu as fórmulas básicas é hora de avançarmos mais um pouco!
VLOOKUP, ou PROCV
Esta fórmula vai ser uma grande aliada quando você precisar comparar dados de duas fontes diferentes. Por exemplo, em uma folha você tem os nomes e emails de um grupo de pessoas, e no outro você tem os nomes e data de aniversário.
Agora, se você quer mandar um email de aniversário para cada uma delas, como você pode reunir estas informações?
O VLOOKUP vai varrer um intervalo de cima abaixo, na horizontal, em busca de um valor que você determinou.
Uma vez que este valor é encontrado, ele retorna o conteúdo de qualquer célula que esteja à frente daquele valor.
Veja uma folha com um exemplo semelhante ao nosso:
Imagine que estas duas listas (A:B e D:E) têm, na verdade, centenas de nomes. Seria um pesadelo trazer o email de cada aniversariante, certo? Veja como o VLOOKUP resolve.
=VLOOKUP(valor a pesquisar, intervalo onde pesquisar, coluna de retorno, [tipo de busca])
Calma que não é complicado! Vamos ver cada termo:
- Valor a pesquisar (lookup value): No nosso caso, seria o nome. Assim, se queremos achar o email do Luis, este termo é D2.
- Intervalo a pesquisar (table array): Onde a pesquisa deve ser feita, incluindo as células onde está a informação buscada. Aqui é A2:B4.
- Coluna de retorno (index): Qual a distância horizontal entre a busca e o valor que queremos retornar, onde “1” é a própria coluna. Aqui, como o email de Luis está logo à direita, este valor é 2. Este valor só aceita números positivos, então não consegue fazer buscas à esquerda, apenas à direita do termo buscado.
- Tipo de busca (is_sorted): Se este parâmetro for 0 (zero) ou “FALSE”, ele traz resultado apenas se a identificação for exata. “Luís” não seria retornado no lugar de “Luis”, por exemplo. Se for TRUE, o Excel parte do princípio que a lista está em ordem alfabética, e vai tratar equivalências incompletas como verdadeiras.
Substituindo na nossa fórmula, temos:
=VLOOKUP(D2, A2:B4; 2; TRUE)
Esta fórmula retorna, sem dúvidas, “[email protected]” como resultado!
Dica: existe uma função HLOOKUP (ou PROCH) que funciona exatamente da mesma maneira, mas realiza a busca na horizontal, em vez de vertical. Use a variação adequada em função dos seus dados! 🙂
IF Statements
Uma fórmula “IF” nos permite testar como uma célula ou intervalo respondem a um teste lógico. Um teste lógico só pode trazer duas repostas: TRUE ou FALSE. Ou seja, ele verifica se uma condição é, ou não verdadeira.
Apesar da aparente simplicidade, esta fórmula é uma das mais versáteis, uma vez que existem uma infinidade de testes que podem ser feitos dessa maneira.
Vejamos antes a sintaxe da fórmula:
IF(teste lógico, O que fazer se TRUE; O que fazer se FALSE)
Vamos usar um IF para saber se o email de Hugo é [email protected]. Ficaria assim:
IF(B2=”[email protected]”, “Este é o email de Hugo”, “Este não é o email de Hugo”)
O resultado:
Num teste lógico não precisamos verificar apenas igualdade. Os símbolos de maior e menor (< e >) também são muito úteis para fazer comparações lógicas. Para usar “igual ou maior” e “igual ou menor”, basta colocar o sinal “=” na frente, como em “>=” e “<=”.
Acompanhe um exemplo mais avançado comigo: quero saber em um grupo de pessoas, quem tem mais de 30 anos de idade.
Então vou comparar as datas de aniversário (usando o DATEDIF para saber quais resultados são maiores que 30. Também vou usar uma função nova, o TODAY(), que apenas retorna a data de hoje.
Veja só:
Nestes exemplos, o meu resultado para o teste lógico trouxe apenas como resultado um texto. Mas também é possível usar qualquer fórmula para realizar uma ação tanto em caso negativo, quanto positivo.
COUNTIF, SUMIF e AVERAGEIF
Agora que você já sabe usar as COUNT, SUM, AVERAGE e IF, você pode combiná-las em três novas funções. Em todas elas, a lógica é a mesma.
A função só é executada quando um teste lógico retorna “TRUE” para uma condição.
A sintaxe de todas elas é a mesma.
Por exemplo, se eu quiser saber quantas pessoas de um grupo tem menos de 30 anos, eu posso usar:
=COUNTIF(Intervalo a ser verificado, condição para verificar no intervalo)
No nosso exemplo, usando as mesmas funções de antes, ficaria assim:
Truques avançados de Excel
Quando temos apenas duas grandezas organizadas em uma planilha, a sua própria worksheet (ou folha de trabalho) organiza todas as informações que você precisa.
Afinal, toda planilha tem duas dimensões: linhas e colunas. Mas muitas vezes é preciso ir além disto. Por isto, existem alguns truques para lidar com um número maior de variáveis sem perder o controle.
Na verdade, estas funções vão além!
Com os recursos abaixo você consegue ordenar seus dados em diferentes maneiras, e pode tirar insights das novas visualizações que seriam um tormento com os dados desorganizados.
Vamos a elas:
SORT (ou ORDENAR)
A função sort organiza, em ordem crescente ou decrescente, uma coluna ou intervalo de dados. Para dados em números, datas, porcentagens e moeda, a ordem será …. Bem… numérica!
Em caso de dados alfanuméricos, contendo qualquer combinação de letras e números, a ordenação alfabética será usada.
É possível acionar o SORT através de uma célula de fórmula. Neste caso, você usa a sintaxe:
=SORT(intervalo, ordenação)
Este acionamento é útil para quando você não quer mexer nos dados originais, pois ela traz o intervalo ordenado para outra parte da folha, ou mesmo para uma folha diferente no seu arquivo, preservando o conjunto inicial intacto.
Para quando você quer ordenar os dados originais, você pode acionar o SORT no menu, clicando em:
Note que sempre que você utilizar um intervalo para seu SORT, precisa de uma coluna de referência. Assim, as relações entre colunas são mantidas sempre com suas associações corretas. Uma baita mão na roda!
Como fazer TABELA DINÂMICA (ou PIVOT TABLE)
Uma tabela dinâmica permite que você agrupe e analise dados de forma inteligente com poucos cliques. É ideal para quando existem variáveis diferentes em um mesmo conjunto de dados.
Na prática, ela facilita que você separe e agrupe seus números em segmentos específicos, contabilizando apenas os valores relevantes por soma, média, contagem e outras funções matemáticas.
Calma! Não é tão complicado quanto parece.
Veja o conjunto de dados abaixo:
Agora, além dos posts e dados sobre eles, temos uma dimensão adicional, que é o autor de cada post. Aqui só temos 4 linhas de exemplo.
Mas já imaginou como seria para computar os resultados de dezenas de autores diferentes, em centenas de posts? Uma trabalheira sem tamanho, susceptível a erros e chata de fazer.
É para este tipo de análise que as tabelas dinâmicas vão salvar sua vida!
1- Escolha quais dados serão tabulados
O primeiro passo é definir qual o intervalo será considerado na tabela. No nosso caso, a A1 a F5, ou “$A$1:$F$5”, para garantir que o intervalo é fixo. Confira sempre se a primeira linha do intervalo possui os rótulos de cada coluna! Isto ajuda muito nos próximos passos.
2- Escolha quais campos serão contabilizados
Imagine que eu quero saber o total e a média de acessos que cada autor teve em seus posts. Assim, o primeiro campo que vou escolher para as minhas linhas (rows) é “Autor”. Isto diz ao Excel que eu vou agrupar os meus valores em função daqueles que já existem nesta linha. Neste exemplo “Renato” e “Jeremias”.
Sabendo disso, eu já posso escolher quais valores serão contados para estas linhas. Aqui são “Pageviews”.
Perceba que os pageviews foram automaticamente contabilizados como somas. (SUM), por serem números. Para mudar isto, você pode clicar com o botão direito sobre o valor “Sum of Pageviews” e escolher “Value Field Settings”. Então é possível trocar a soma por contagem, média, máxima, mínima, variância, entre outros.
No Spreadsheets, é só clicar em “Summarize by:”, também no campo value:
3- Indo além
Fizemos um exemplo muito simples para ilustrar. As tabelas dinâmicas podem te ajudar a resolver problemas muito mais complexos! Você pode empilhar múltiplas linhas e também acrescentar uma segunda variável em colunas para plotar seus valores.
Quer mais? Você também pode usar qualquer uma das suas colunas para filtrar o conjunto inteiro, “cortando” seu conjunto de dados em qualquer segmentação que faça sentido para você.
Não importa o quão grande seu dataset seja, fazer cortes e segmentos com planilhas dinâmicas é uma das habilidades mais úteis que você pode adquirir!
Visualize seus números: como fazer gráficos no Excel
Seres humanos não são muito bons relacionando números. Afinal, a habilidade de dimensionar e comparar um monte de valores é algo muito novo, que nossos ancestrais nunca tiveram o tempo (ou necessidade) para evoluir.
Quer dizer, essa análise abstrata precisa ser treinada conscientemente. Não faz parte das nossas habilidades inatas.
Mas por que mencionar a evolução do cérebro em um artigo sobre Excel? Ainda mais depois de você ter lido mais de 3000 palavras sobre como organizar seus números aqui?
Oras, por que há uma maneira de tornar conjuntos gigantescos de dados muito mais compreensíveis para os nossos cérebros primatas! Conheçam os gráficos!
Um gráfico é uma representação visual de um conjunto numérico. Eles relacionam diferentes grandezas a um eixo numerado (em geral X e Y, horizontal e vertical) e mostram através de uma imagem, como um valor em X se relaciona a um valor em Y.
Vamos começar com um exemplo matemático para deixar este conceito bem claro.
Na linha 1 temos valores para os ângulos, e na linha 2 uma fórmula para calcular o seno do ângulo acima (alô, trigonometria!). Assim, quando eu seleciono este conjunto e clico em “Insert Graph”, isto acontece:
Cada valor da nossa linha 1 foi marcado no eixo X (horizontal) e um valor correspondente a eles foi calculado no eixo Y (vertical). O resultado neste exemplo é uma onda senoidal, do jeito que sua professora disse que seria na oitava série.
Mas como isso se aplica à minha vida?
Uma coisa é mostrar ao seu gerente que seu número de pedidos aumentou de 331 para 503 de um trimestre para outro, finalmente alcançando 765 no trimestre seguinte. Você pode dizer esta frase com toda a empolgação do mundo, mas provavelmente não vai passar sua mensagem com a ênfase que gostaria.
Agora olhe para isto:
MUITO melhor, certo?
Agora, para fechar, vou fazer algo que não deveria.
Vou mudar a escala do eixo Y direito, do faturamento, e veja o que acontece:
Percebeu a diferença?
Com o mesmíssimo conjunto de dados, eu consegui a aparência de um resultado muito diferente. Como a escala de faturamento, que antes ia até R$200.000,00 agora vai até R$750.000,00, o crescimento da curva de faturamento quase desaparece. O número de pedidos, que não foi alterado, parece ter crescido em uma proporção superior!
Mas você pode ver nos números que ambos obedeceram a mesma taxa de 10% mês a mês.
O que guardar disto?
Números não mentem. Mas as pessoas que trabalham com números podem mentir!
Você é potencial vítima deste efeito o tempo todo. Em jornais, revistas, blogs e toda outra mídia, todo dado que é apresentado ao público passa pelo filtro de alguém que sabe fazer isto aí, se quiser. Conjuntos de dados em si são desinteressantes para o grande público, mas um recorte adequado pode tirar deles grandes histórias.
Só me prometa que você vai escolher com cuidado as histórias que vai contar usando tudo isto que te ensinei, combinado?
Tem algum truque que você quer compartilhar? Contar uma história de como resolveu um problema resolvendo planilhas? De como você otimizou sua rotina no Marketing Digital?
Ficou alguma dúvida?
Fala comigo, aqui nos comentários!
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