Mulheres no poder mostram a força feminina na sociedade e no mercado

Ter mulheres no poder é uma questão de contar com representatividade de uma parcela da população marcada por um passado de discriminações, lutas e dificuldades. Existem muitas conquistas, mas ainda é preciso mais equidade.

mulheres no poder

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Nesse Dia Internacional da Mulher, em 2021, é essencialmente importante falarmos sobre as mulheres no poder. Isso porque vivenciamos um momento atípico, com retrocessos que comprometem mudanças culturais conquistadas até aqui, reverberam discursos contrários à equidade de gêneros e anulam aspectos que destacam a nossa transformação como sociedade.

Não faz tanto tempo, vivíamos em um universo dominado praticamente por homens. Qualquer referência à figura feminina era algo impensável. Direito ao voto, ao divórcio e ao trabalho, sem a permissão masculina, também não faziam parte da realidade da mulher. Contudo, mudanças discretas permitiram que algumas alcançassem posições de destaque no mercado de trabalho e na sociedade.

Enquanto isso, mulheres anônimas também lutavam, mas em suas rotinas, para vislumbrar pequenas conquistas, que muito representavam para a nossa liberdade e evolução profissional: a divisão de tarefas domésticas, dos cuidados com os filhos e a tão desejada individualidade, por exemplo.

Foram séculos de lutas e persistência para chegarmos ao patamar de hoje. Apesar de serem grandes mudanças, ainda precisamos lutar muito para conquistar os mesmos privilégios que os homens.

Reunimos, neste artigo, algumas informações sobre as conquistas históricas femininas, além de alguns exemplos de liderança que inspiram pelo sucesso e determinação. Confira!

    Por que é importante haver mais mulheres no poder?

    Ter mulheres no poder é pagar uma dívida histórica para evoluirmos como sociedade. Fomos caladas e sofremos inúmeras formas de discriminação que nos fazem sentir, até hoje, o reflexo da injustiça.

    A história do feminismo é marcada por lutas e dores, que trouxeram ganhos modestos, se considerarmos a nossa elevada contribuição para a humanidade:

    • 1879: as mulheres ganharam o direito de cursar faculdade no Brasil. Contudo, as que seguiam o caminho eram muito criticadas;
    • 1932: a Constituição Federal da época trouxe a elas o direito ao voto;
    • 1960: a primeira pílula anticoncepcional foi comercializada;
    • 1962: com o Estatuto da Mulher Casada, as mulheres não precisavam mais de autorização do homem para trabalhar;
    • 1977: com a Lei do Divórcio, a mulher passou a ter direito a pedir a separação, caso estivesse infeliz no casamento;
    • 1988: foi estabelecido o direito à licença maternidade, por 120 dias. Um grande avanço para a sociedade, pois até 1934 esse direito não existia;
    • 1996: foi criado, no Congresso Nacional, um sistema de cotas, impondo aos partidos a inscrição de, ao menos, 20% de mulheres nas chapas eleitorais;
    • 2002: só nesse ano foi retirado do Código Civil um artigo que permitia aos homens a anulação do casamento, caso descobrissem que a esposa não era mais virgem;
    • 2006: criação da Lei Maria da Penha, dando às mulheres mais força para combater a violência doméstica;
    • 2015: a Lei do Feminicídio foi aprovada, salvaguardando ainda mais a liberdade da mulher.

    A presença feminina em cargos de destaque reforça a representatividade que deve ser vislumbrada por meninas e meninos em suas infâncias. Desde pequenas, precisamos compreender que podemos ser o que quisermos, e isso começa pelo exemplo.

    Embora nossas mães e avós tenham se esforçado para nos ensinar a importância da liberdade e da individualidade, durante toda a nossa vida, convivemos com nossas referências femininas atuando exclusivamente em ambientes domésticos, sem nenhuma oportunidade de ascensão profissional. Como poderíamos ter esse sonho, se sempre nos disseram que isso não seria possível?

    Com as referências femininas e as mulheres no poder, cresceremos com a certeza de que podemos ter o cargo ou função que quisermos. Precisamos nos reconhecer em cargos públicos, na gestão de empresas, em canais de comunicação, como líderes religiosas, líderes comunitárias e o que mais quisermos ser.

    Além disso, um ambiente com diferentes perspectivas vislumbra mais eficiência e inovação, oportuniza mais direitos e tem determinações mais justas. Quadros gerenciais em que as mulheres são excluídas são caracterizados por processos engessados e com resultados menos significativos. Segundo o relatório “Women in Business and Management: the business case for change“, empresas com diversidade de gênero obtêm lucros maiores, entre 5 e 20%.

    Por que as mulheres em cargos de poder obtêm melhores resultados?

    Não podemos criar estereótipos de liderança que aumentam a segregação entre os gêneros. Entretanto, é inegável que líderes mulheres têm habilidades e competências que apoiam o seu alto desempenho em cargos de poder. Isso acontece, principalmente, porque as mulheres precisam atuar em duplas — e até triplas jornadas —, com múltiplas tarefas e funções, tanto em casa quanto nas empresas.

    Segundo os dados da pesquisa “Outras formas de trabalho”, realizada pelo IBGE, em 2019, enquanto as mulheres dedicam 21,4 horas do seu trabalho semanal às atividades domésticas, os homens passam apenas 11 horas. Quando abordamos mulheres com dupla jornada, essa diferença fica ainda mais evidente.

    Logo, é inegável que as mulheres em cargos de liderança precisam se adaptar continuamente às diferentes situações, lidar com frustrações e atuar com superioridade em muitos ambientes, o que apoia o incremento de habilidades, como:

    • disposição para assumir riscos e responsabilidades;
    • otimismo;
    • capacidade de trabalhar de forma colaborativa;
    • facilidade para negociação;
    • empatia;
    • conciliação entre múltiplas funções e tarefas;
    • facilidade para a resolução de problemas;
    • comunicabilidade;
    • senso de igualdade;
    • coerência entre pensamentos e ações;
    • facilidade para a delegação de tarefas;
    • autoridade;
    • autodisciplina;
    • organização;
    • intuitividade;
    • facilidade para a tomada de decisão;
    • flexibilidade;
    • percepção aguçada de aspectos estratégicos e riscos inerentes ao ambiente;
    • visão de longo prazo.

    Então, apesar de características como objetividade, independência e ambição serem atribuídas exclusivamente ao universo masculino, aos poucos, as mulheres provam que também podem ocupar posições estratégicas e de liderança. Isso porque têm, principalmente, a capacidade de adaptabilidade.

    Apesar de evoluirmos em âmbito profissional e sermos mais bem capacitadas que eles — segundo dados do estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil“, do IBGE, as mulheres são mais instruídas em 4,3% do que os homens —, ainda precisamos ter tempo para estar com a família e cuidar da casa.

    O que é preciso para as mulheres ingressarem em maior volume no mercado de trabalho para ocupar mais cargos de poder?

    É evidente que a dedicação à família e aos afazeres domésticos seja o maior empecilho para o desenvolvimento de carreiras femininas. O que fazer para que mudarmos essa realidade?

    Atualmente, a sociedade parece compreender muito mais sobre a importância das mulheres no mercado de trabalho, seja para aumentar a eficiência das empresas, seja para reduzir a dependência financeira em relação aos seus parceiros. Mesmo assim, não podemos atribuir o sucesso profissional delas à abdicação de sua função como mães.

    Para que isso aconteça, é preciso haver maior equidade na realização de atividades domésticas e de cuidados com pessoas em geral entre homens e mulheres — nós precisamos nos dedicar a essas atividades da mesma forma e pela mesma quantidade de horas.

    Em uma situação ideal, os homens compreenderiam a importância da libertação das mulheres quanto a essas rotinas de trabalho não remuneradas. A taxa de ocupação de cargos no mercado de trabalho por mulheres com filhos de até 3 anos é 54,6%, enquanto a dos homens é de 89,2%.

    Casais com filhos recém-nascidos teriam um período de licença maternidade e de paternidade proporcional. Isso permitiria que as mulheres pudessem voltar ao trabalho e para que os cuidados com os filhos fossem igualmente revezados entre os genitores.

    Também seria preciso aumentar as políticas públicas que apoiam a equidade de gêneros. Isso ocorreria, por exemplo, por meio da disponibilização de vagas em creches e instituições para o cuidado de idosos. Além disso, seria imprescindível melhorar a qualidade do ensino público e disponibilizar atividades extracurriculares nas escolas.

    Ainda segundo os dados do IBGE, as mulheres que podem pagar pelos serviços de cuidadores ou por creches privadas para os seus filhos realizam seis horas de trabalho doméstico a menos por semana, se comparadas a mulheres sem recursos para esse tipo de terceirização.

    Para não deixar de atuar no mercado, muitas mulheres (29,6%) optam por serviços mais precários e com ocupação parcial do tempo de trabalho — até 30 horas semanais. Isso reduz o acesso a patamares mais elevados de renda e minimiza as chances de uma mulher ocupar cargos de destaque no mercado.

    Outro problema evidenciado por essa situação é a limitação aos direitos previdenciários, que apoiam a proteção social das pessoas. Em âmbito profissional, ainda há a probabilidade de que mães que retornam da licença maternidade sejam demitidas.

    De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), metade das mulheres perdem seus empregos em até dois anos depois do cumprimento da licença. Além de elas ocuparem apenas 37,4% dos cargos de gerência nos setores público e privado, também ganham cerca de 22% menos que os homens.

    Essa diferença pode chegar a 77,7%, se considerarmos outros tipos de cargo. Para se ter uma ideia do quanto a evolução na equidade salarial foi irrisória com o passar dos anos, a razão entre o salário de mulheres e homens, em 2012, era de 73,6%, ou seja, melhoramos um percentual de 4,1% em sete anos!

    Essa diferença de salários é reforçada em situações de crise, como a que vivenciamos de 2020 em diante. Com a pandemia e o distanciamento social, em que as escolas foram fechadas, as mulheres tiveram que deixar seus empregos, uma vez que a faixa salarial delas é menor.

    O IBGE também apurou diferenças consideráveis quanto à ocupação feminina em cargos políticos. Atualmente, no Brasil, as mulheres têm 14,8% dos cargos na Câmara dos Deputados, a menor proporção dos países da América Latina.

    Quais os maiores exemplos de mulheres no poder para o Brasil?

    Embora as estatísticas demonstrem um cenário desolador, muitas mulheres conquistaram seu lugar no poder com graça, elegância e determinação. Elas se tornaram ótimos exemplos para a sociedade e realizam ações extraordinárias no Brasil.

    Aqui, as mulheres são a maioria quando o assunto é empreendedorismo. Segundo o “Relatório Executivo Empreendedorismo no Brasil“, do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), publicado pelo Sebrae, a taxa de empreendedorismo inicial feminino é igual à do masculino (23%). Veja, abaixo, algumas das empreendedoras mais inspiradoras que atuam no país.

    Luiza Helena Trajano

    A Magazine Luiza, no início, era de um tio de Luiza Helena Trajano, e atuava em uma cidade pequena de São Paulo, atendendo apenas aos moradores locais.

    Mulheres no poder
    Fonte: Wikipedia

    Depois de passar por diversos cargos na empresa, com garra e um espírito empreendedor, ela transformou a Magazine Luiza em uma marca de sucesso e um dos maiores e-commerces do Brasil. Veja como ela ainda apoia um ecossistema liderado por mulheres para fomentar a equidade de gêneros em cargos de poder no país.

    mulheres no poder
    Fonte: Endeavor

    Cristina Junqueira

    Fundou a fintech Nubank, em 2013, ao lado de David Vélez e Edward Wible. Inovou a relação dos consumidores com os serviços bancários, sendo a primeira empresa a fornecer um cartão de crédito gratuito e digital.

    mulheres no poder
    Fonte: Exame

    Fiamma Zarife

    Chegou ao Twitter em 2015, como diretora de desenvolvimento da agência brasileira, e ganhou visibilidade pelos seus projetos inovadores. Depois, em 2017, foi nomeada diretora-geral da empresa no país. A partir daí, deu início a estratégias para maior fortalecimento da marca.

    mulheres no poder
    Fonte: Claudia

    Leila Velez e Zica Assis

    As sócias fundaram o Beleza Natural, primeiro instituto especializado em cabelos cacheados e crespos do Brasil. Com uma excelente visão de mercado, ainda ajudam no empoderamento de meninas e mulheres negras, que buscam o cuidado e a aceitação de seus cabelos naturais.

    mulheres no poder
    Fonte: Glamurama

    Karina Gallon

    Criadora da marca Peita, Karina Gallon começou com a produção de camisetas com frases que enalteciam a condição das mulheres na sociedade. Hoje, baseada no sucesso da sua marca, ela aumentou o portfólio de produtos que são criados em uma linha produtiva exclusivamente formada por mulheres!

    Fonte: Glbimg

    Sônia Hess

    Sônia Hess é a única filha mulher dos fundadores da Dudalina. Assumiu a presidência da camisaria para transformá-la na maior exportadora de camisas do país.

    Nina Silva

    Ela lidera o Movimento Black Money & D’Black Bank e, além de se tornar uma referência do movimento negro do país, também se transformou em um exemplo de mulher visionária e empreendedora.

    Chieko Aoki

    Chieko Aoki é dona de uma rede hotéis com 22 unidades em operação — a Blue Tree Hotels. Ela atua no mercado desde 1992 e se tornou referência quando o assunto é gestão e benchmark.

    mulheres no poder
    Fonte: Glbimg

    E as mulheres que exercem cargos de poder, grande influência e exemplo para mundo?

    Também temos bons exemplos de mulheres que ocupam cargos de poder e exercem a sua influência no mundo. Veja algumas delas, a seguir.

    Oprah Winfrey

    De origem humilde e com uma história de muitas dificuldades, graduou-se em Comunicações e Artes Cênicas. Iniciou a carreira como âncora de um telejornal em uma emissora de TV local.

    Na década de 80, fundou sua produtora e produziu seu próprio talk show. Foi a primeira mulher negra incluída na lista de bilionários.

    Corazón Aquino

    mulheres no poder
    Fonte: Wikipedia

    Primeira mulher a liderar o governo filipino, eleita de forma democrática. Assumiu o poder após o exílio e a execução do marido, que lutava contra o governo ditatorial. Aquino revolucionou o governo ao criar os termos provisórios da “Constituição da Liberdade”.

    Coco Chanel

    mulheres no poder

    Em uma época em que mulheres ainda não tinham tanta liberdade, Gabrielle (nome original de Coco) filha de mãe solteira e lavadeira, inovou o mercado da moda. Aboliu os vestidos armados e incômodos ao criar roupas mais práticas e confortáveis.

    Aos 70 anos, ainda trabalhava, diariamente, inclusive aos sábados, em seu ateliê. Montou um império de reconhecimento e bilhões de dólares.

    Angela Merkel

    Não podemos negar que Angela Merkel é uma das mulheres mais poderosas do mundo, um exemplo de liderança e de gestão pública. Ela é a primeira mulher a governar a Alemanha e também tem um dos governos mais longevos: é chanceler alemã desde 2005.

    Fonte: InfoEscola

    Jacinda Ardern

    Não poderíamos criar uma lista de mulheres inspiradoras sem incluir o maior destaque de 2020: a premiê da Nova Zelândia, Jacinda Ardern. Ela foi um exemplo pela condução de ações bem-sucedidas de combate à pandemia causada pela Covid-19 e demonstra que é preciso inteligência e serenidade para o gerenciamento de crises.

    mulheres no poder
    Fonte: Wikipedia

    São inúmeros os exemplos que podemos relatar de mulheres no poder. Contudo, tanto no Brasil quando no mundo, mesmo com tantos avanços, ainda é preciso continuar a luta por mais equidade dos direitos e participação feminina no mercado de trabalho e no exercício da cidadania.

    Agora que você leu este artigo e compreendeu que há uma longa trajetória para essa conquista social, mas também bons exemplos para se inspirar, que tal aprender a exercer a liderança e começar a mudar essa tímida estatística das mulheres no poder?

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