Coluna dos Embaixadores: 11 habilidades comportamentais para o trabalho remoto

Muitas empresas já adotam o trabalho remoto. Para se dar bem nele, é fundamental ter algumas habilidades comportamentais. Conheça as principais!

habilidades comportamentais para o trabalho remoto

Mesmo antes da pandemia, o mundo já caminhava para a adoção do trabalho remoto. O que vemos agora é que muitas empresas entenderam as vantagens dele, e a tendência é se tornar cada vez mais comum. 

Sabe o que isso significa? Muitos profissionais precisarão se adaptar. Mesmo quem nunca havia planejado trabalhar à distância pode se ver obrigado a se adequar a essa modalidade. E quanto mais cedo acontecer essa percepção, mais rápido será o encaixe às novas necessidades do mercado. 

As chamadas habilidades comportamentais, ou soft skills, não são apenas um novo buzz na internet. Elas são características indispensáveis para essa realidade, sendo você freelancer ou CLT.

Pensando nisso, separei 11 habilidades comportamentais importantes que podem ajudar você a se dar bem no seu trabalho remoto!

1. Independência 

Não ter um chefe ao lado dizendo o tempo todo o que precisa ser feito é um sonho para muitas pessoas. No entanto, sabe o que vemos na prática? Algumas sentem dificuldade em dar início às atividades quando não há orientações bem direcionadas, dizendo todos os detalhes a serem feitos.

Por isso, nesse trabalho, a independência é uma das habilidades comportamentais necessárias. As tarefas exigem um pouco de autossuficiência da nossa parte, pois não é incomum precisarmos nos arriscar, tomar decisões em cima da hora ou buscar uma resposta por conta própria. Na maioria das vezes, existe um prazo a ser cumprido, então nem sempre dá para aguardar ordens de outra pessoa.

Com chefe ou sem, uma coisa é certa: haverá alguém com expectativas sobre nossas produções, aguardando resultados que dependem das nossas entregas. Assim, é preciso adquirir um misto de autoconfiança e autonomia para dar conta de fazer o que precisa ser feito.

2. Organização

A realidade de um trabalho remoto nem sempre é tão cor de rosa como tentam pintar. Aquele glamour de trabalhar de pijama ou de passar madrugadas acordado só dá certo nas primeiras semanas, quando ainda estamos encantados com toda a liberdade. Ou, no máximo, funciona para quem não precisa cumprir outras obrigações importantes com filhos e família nos horários tradicionais. 

Por isso, a organização também entra nessa lista de habilidades comportamentais. Freelancer e CLT têm metas a cumprir, então não podem se perder nas entregas e nos prazos combinados, já que atrasos e falta de comprometimento prejudicam a imagem profissional. Sem contar que esse tipo de atitude representa falta de consideração com colegas e clientes.

É a organização, inclusive, que nos ajuda na produtividade e nos livra de esquecer alguma entrega ou compromisso importante. 

Sou adepta a planners e gosto de anotar tudo no meu, inclusive coisas não referentes ao trabalho — como o horário de uma consulta médica ou um compromisso com a escola da minha filha.

Muitas vezes, esses pequenos afazeres nos tomam certo tempo. Então, anotar tudo me dá uma noção maior das minhas obrigações e evita que eu me envolva em muitas atribuições. Quem gosta do digital também pode contar com os aplicativos.

3. Automotivação

Olha, gosto muito de trabalhar com escrita. Adoro não ter que ir a um escritório tradicional. Sinto um prazer enorme naqueles dias em que o mundo lá fora desaba com tanta chuva e estou fazendo dinheiro sem precisar sair da minha casa. 

Mas confesso que nem todos os dias acordo super empolgada para produzir. Tenho meus limites, sinto cansaço, sono, e há determinados temas de tarefas que me dão preguiça só de pensar.

No meu mundo ideal, eu estaria ganhando o dobro de hoje, trabalhando menos horas, e teria condições de me dar férias e viajar no mínimo duas vezes ao ano. Mas precisamos viver no mundo real, né? Nele, os boletos chegam e não nos dão escolhas. Por isso, o que me resta é encontrar, lá no fundo, certa motivação para enfrentar a rotina.

A automotivação é um dos pilares da inteligência emocional e consiste em buscar um fator motivador interno em vez de externo. Por exemplo, focamos em como determinada tarefa nos dará experiência, nos ajudará a crescer e fará sentirmos realização pelo simples fato de entregar tudo com o que havíamos nos comprometido.

4. Disciplina

A disciplina vem logo em seguida porque complementa a automotivação. Esta última é importante sim, mas depender apenas dela não é suficiente para dar conta de todas as responsabilidades.

É que mesmo a pessoa mais organizada e apaixonada pelo que faz nem sempre encontrará ânimo para todas as atividades. E querer produzir apenas nos dias em que estamos de bom humor não é uma decisão muito madura, concorda?

Por isso, é fundamental a disciplina. É essa habilidade que nos leva a fazer algo importante, ainda que não estejamos no clima, pois, com ela, sabemos que isso precisa ser feito. Sem contar que quem tem disciplina não se rende facilmente à procrastinação, pois consegue entender a necessidade de se esforçar hoje para obter algo significativo lá na frente.

Uma dica para ser uma pessoa mais disciplinada é aceitar que a vida não é feita apenas do que a gente quer. Isso, inclusive, é o que tento ensinar à minha filha desde que ela era criança. Havia uma época em que ela me dizia: “mas eu não gosto de fazer isso, então não quero fazer”. E eu respondia que, em diversos momentos, ela ainda teria de fazer o que não gosta, mas que precisa ser feito por ser importante.

Agora, adolescente, ela já entende melhor e reclama menos. Então, é tudo questão de hábito. Diga todos os dias para si que essa atividade precisa ser feita. Acorde sempre no mesmo horário. Trabalhe a mesma quantidade de horas. Com o tempo, cumprir as metas se torna mais fácil, ainda que sua mente tente burlá-las.

5. Autenticidade

O trabalho pode ser remoto, mas ainda precisamos nos relacionar com pessoas. Ao mesmo tempo, temos limitações que podem dificultar a produtividade. Mas por que estou relacionando isso à autenticidade?

Bem, uma pessoa autêntica é verdadeira, alinhada com suas crenças, emoções, valores e habilidades. Ter autenticidade é abraçar a própria vulnerabilidade e entender que ela é necessária em certos momentos.

No relacionamento com os outros, a autenticidade é importante, pois nos leva a ter mais sinceridade sobre aquilo com o que nos comprometemos. Não fingimos, por exemplo, ter grande experiência em algo que nunca chegamos a fazer. Essa habilidade comportamental também facilita o envio de feedbacks a respeito de atitudes e tarefas de colegas.

E não é só isso. Ela também ajuda a nos relacionarmos bem conosco. Ao sermos mais sinceros com nossos próprios limites, temos a capacidade de entender o tipo de trabalho que podemos aceitar e o que precisamos negar. Não passamos por cima de nós, nem construímos relações que, no longo prazo, acabam sendo prejudiciais.

6. Mentalidade flexível

Qual é sua reação quando recebe um feedback negativo, mas construtivo? E quando não consegue sucesso em uma tarefa ou um projeto em que tinha muitas expectativas? Sua tendência é desistir e deixar se abater? Ou usa isso como um impulso para melhorar?

Carol Dweck — de “Mindset: a Nova Psicologia do Sucesso” — e Susan David — de “Agilidade Emocional” — são duas autoras que defendem teorias semelhantes: a de uma mentalidade ágil.

A mentalidade engessada enxerga o fracasso como algo fixo, imutável. É claro que ninguém fica contente quando falha, mas pessoas com esse pensamento tendem a sentir mais autopiedade e a se lamentar por mais tempo que o saudável. 

Já quem tem mais flexibilidade e agilidade mental pode até ficar triste no primeiro momento, mas vê os desafios como oportunidade de aprendizagem e crescimento. É mais resiliente, não leva tudo como um ataque pessoal e sabe que, se tiver determinação, alcançará o que deseja.

Essa pessoa entende que determinada capacidade pode ser desenvolvida e se empenha para tal. Além disso, aceita que a modalidade de trabalho remoto não é perfeita, mas isso não é motivo para passar o dia insatisfeita e reclamando. Ela foca muito mais aquilo que está dentro do seu poder de mudança em vez de se lamentar pelo que está fora.

7. Concentração

Trabalhar longe do ambiente de escritório dificulta a concentração de muitas pessoas. Em casa, a gente costuma lidar com o barulho da vizinhança, com a rotina das crianças e com a convivência em família, o que pode atrapalhar o rendimento. Sem contar que essa liberdade de fazer o próprio horário facilita a procrastinação.

A habilidade comportamental de concentração exige um esforço diário, mas também existem técnicas que podem melhorá-la. Aqui, uso um aplicativo do pomodoro, ajustando-o para um tempo que acho razoável — 40 minutos de atividade, com um descanso de 5 a 15 minutos.

8. Comunicação 

A comunicação é importante em qualquer trabalho, e no remoto ela se torna uma das habilidades comportamentais mais especiais. Em muitos momentos, nos comunicaremos por mensagens escritas, que precisam estar claras, sem dupla interpretação, ser diretas e gentis.

É com a nossa comunicação que manteremos importantes conversas no trabalho em equipe, solicitaremos tarefas, daremos opiniões a respeito de um resultado, nos apresentaremos a novos clientes e aproveitaremos oportunidades. 

Dependendo da plataforma de trabalho freelancer, ainda será necessário competir com outras colegas e tentar mostrar ao cliente que somos a pessoa mais capacitada para o projeto.

Mas a comunicação também se dá na escuta. Além da capacidade de passar a mensagem ao nosso interlocutor, precisamos saber ouvir o outro lado, aceitar sugestões de melhorias e conciliar pontos de vista diferentes.

Uma dica que considero boa nesse sentido é deixar as expectativas claras. O que você deseja? De que forma? Quando? O que entregará? E quanto pretende receber?

Também, tente responder mensagens no instante em que vê-las, ou, ao menos, crie marcações para não deixar de responder, pois assim você evita se esquecer de um combinado importante.

9. Resolução de problemas

A resolução de problemas vai além de resolver as dificuldades que aparecem no dia a dia. Ela entra para a lista das principais habilidades comportamentais, porque envolve criar soluções diferenciadas, fora dos métodos tradicionais.

Exige, ainda, um pouco de independência, sobre a qual já conversamos, mas também um tanto de persistência, criatividade, pensamento estratégico e inteligência emocional.

Ela é necessária, por exemplo, quando lidamos com atividades complicadas, clientes difíceis ou existe uma tarefa que nos tira da nossa zona de conforto.

Há três maneiras de melhorar essa competência. Uma é treinar a nossa capacidade de autocontrole e gestão das emoções. Muitas vezes, um problema gera estresse e outras sensações desconfortáveis, então é importante não deixar que as emoções controlem nosso comportamento.

A segunda é adotar o lifelong learning, ou educação continuada, e investir constantemente no nosso autodesenvolvimento. Quanto mais estudamos algo, mais fácil é colocar isso em prática.

A terceira é se permitir ter vivências, pois elas nos dão mais sabedoria e experiência para lidar com futuros problemas semelhantes. Então, o simples fato de passar por uma dificuldade nos molda e permite lidar com outras dificuldades de maneira menos complicada.

10. Gestão do tempo 

Trabalhar em casa, a princípio, parece facilitar nossa rotina, afinal, não precisar se deslocar ao escritório economiza minutos ou horas do dia. Mas isso só é verdade se soubermos fazer uma boa gestão do tempo.

Além de precisarmos dar conta de todos os prazos — e de tarefas urgentes que surgem na última hora, como os ajustes —, geralmente também usamos nosso tempo para resolver situações da vida pessoal. 

Temos que conciliar as tarefas do trabalho com a rotina escolar dos filhos, arrumar o almoço, limpar a casa, fazer as compras, tirar a roupa da máquina, assistir às aulas da pós-graduação.

Sem gerir bem o tempo, a gente perde a produtividade, procrastina e é capaz de passar umas 12 horas em frente ao computador, prejudicando o descanso e a saúde mental.

11. Equilíbrio entre vida profissional e pessoal

Talvez essa seja uma das habilidades comportamentais mais difíceis no trabalho autônomo, principalmente quando ele é realizado dentro de casa. Fato é que nosso escritório acaba se confundindo com nossa vida pessoal e fica difícil separá-los.

Para praticar esse equilíbrio, é necessário separar períodos específicos do dia — ou da semana — e fazer algo por nós. Ler um livro, assistir a um filme e ter uma diversão com a família são exemplos de atividades que ajudam a dar mais leveza à vida e, por isso, contribuem para termos mais produtividade no trabalho.

Percebeu que nem só de hard skills se faz um freelancer ou CLT de trabalho remoto? As habilidades comportamentais são fundamentais, pois são responsáveis pelo sucesso no longo prazo. A boa notícia é que não existem pessoas perfeitas, então, se você sentiu que precisa melhorar em alguma delas, saiba que não está só. Eu, por exemplo, preciso me aperfeiçoar nesse equilíbrio, já que ultimamente minha rotina tem sido bem intensa, viu!

Aproveitando nosso papo sobre melhorar as habilidades comportamentais, tenho mais uma dica: baixe o planner gratuito da Rock Content, que será uma grande ajuda na organização do seu dia a dia!

Nota do editor: este artigo forma parte da Coluna dos Embaixadores, espaço no qual os embaixadores da Comunidade Rock Content compartilham seu conhecimento com o mundo. Atualmente o programa de embaixadores está sendo reformulado. Em breve teremos novidades!

Redação e pauta: Isabela Sartor
Revisão: Mateus Pimenta

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