É sabido que há milhares de Organizações Não-Governamentais espalhadas pelo Brasil com a missão de gerar melhorias nas esferas sociais, ambientais e econômicas. No entanto, ao mesmo tempo em que lidam com esses desafios, elas precisam se manter no mercado com apoio e doações de parceiros, fazendo mais com menos e garantindo sua sustentabilidade.
Para isso, a tecnologia se mostra uma grande aliada. Por meio dela, é possível atualizar e otimizar processos administrativos burocráticos, criar e apresentar relatórios para os stakeholders e se promover por meio do marketing digital, por exemplo, além de algumas iniciativas que comprovam que tecnologia e impacto social podem e devem andar juntos. Continue a leitura e descubra mais a respeito!
Como a tecnologia promove impacto social?
Quando se associa tecnologia e impacto social, uma das primeiras referências em que se pode pensar é a transformação das relações: há dez anos, as redes sociais não tinham metade do peso que têm hoje e a forma de usá-las também era bem diferente. Hoje, é possível se comunicar com quem está em outro continente não apenas enviando mensagens, mas também ouvindo e vendo em tempo real.
Da mesma forma, hábitos comuns como ir ao banco foram substituídos (e otimizados) pelos smartphones. Basta fazer o download de um aplicativo, cadastrar seus dados, fazer as devidas confirmações e uma gama de possibilidades, como realizar transferências e pagamentos e até financiar um imóvel, fica disponível na palma da mão.
Com isso, também o modo de comprar e consumir mudou. Atualmente, a maioria das atividades que fazemos dependem parcial ou completamente da tecnologia.
No entanto, ainda quando se fala sobre impacto social e no propósito das ONGs, essas mudanças têm uma proporção diferente. No meio ambiente, por exemplo, ela ganha espaço no desafio de minimizar os danos causados pelo homem e atuar contra o esgotamento dos recursos naturais.
Impacto no meio ambiente
Um francês chamado Vivien Muller criou um carregador que é movido a energia solar. O objeto carrega smartphones e tablets. Para cumprir sua função, ele conta com 27 painéis solares ajustáveis. Ainda com o gancho da energia sustentável, quatro jovens africanas (Duro-Aina Adebola, Akindele Abiola, Faleke Oluwatoyin e Bello Eniola) fizeram um gerador de energia elétrica que tem como base a urina.
Em resumo, a ureia sofre algumas reações químicas e, a partir dela, vem o hidrogênio. Este tem sua umidade reduzida e é purificado para ser lançado no gerador. E, com isso, é transformado em energia. Um litro de urina é capaz de produzir até seis horas de eletricidade. Fantástico, hein? A tecnologia e a inovação andam sempre juntas.
Impacto em pessoas com deficiência
Pessoas com deficiência visual representam 4% da população brasileira. A falta da visão compromete muitas atividades consideradas fáceis, como pegar um ônibus. Baseado nessa necessidade, a empresa carioca ViiSolutions lançou um sistema de comunicação inteligente.
Por meio dele, o usuário escolhe o ônibus e, quando este estiver se aproximando do ponto, o motorista recebe uma notificação visual e sonora para parar. A pessoa com deficiência também recebe e, assim, é guiado até o veículo. Esse sistema foi reconhecido como um dos 500 projetos mais inovadores do mundo pelo Hello Tomorrow Global Summit, na França.
Impacto em comunidades carentes
Nas comunidades carentes, os problemas são mais visíveis. Por isso, a oportunidade de a tecnologia fazer a diferença é ainda maior. Desde 2011, a Organização das Nações Unidas classificou a internet como um direito humano. Dessa forma, assim como moradia e saúde, ter acesso a ela se tornou um direito básico, que permite ao indivíduo se informar, se desenvolver etc.
Com essa premissa, algumas ONGs têm se dedicado a facilitar esse acesso, melhorando a infraestrutura em favelas e morros com auxílio governamental.
Na capital de São Paulo, por exemplo, algumas escolas como a Escola Fundamental Campo Salles receberam um programa com foco em robótica. Por meio dele, disciplinas relacionadas à inovação são incluídas na grade de ensino e dispositivos como tablets são disponibilizados para aulas práticas e atividades multidisciplinares.
Impacto social em comunidades indígenas
A chegada da tecnologia na cultura indígena ainda gera controvérsias, inclusive, devido a estereótipos que são reproduzidos sobre estas comunidades. Mas, de modo geral, os efeitos podem ser positivos e relevantes. Um deles pode ser visto de perto na Terra Alto Rio Guamá, no Pará. Com o apoio da ONG americana Rainforest Connection, celulares foram colocados na copa das árvores, carregados por energia solar, que conseguem captar sons de motosserra e de árvores sendo derrubadas.
Com isso, era possível informar os líderes indígenas e as autoridades competentes em casos de crimes ambientais, protegendo os moradores das comunidades e o próprio meio ambiente. A iniciativa da ONG dá suporte às fiscalizações governamentais, por vezes sendo mais eficiente, já que a própria ideia por trás do projeto é o que torna possível uma distribuição mais assertiva para o propósito.
Qual é o papel da tecnologia no combate à discriminação?
Indiscutivelmente a tecnologia é uma das grandes responsáveis por combater a discriminação. Nas redes sociais, isso é mais perceptível. Com o acesso à informação e a facilidade para registrar (seja em foto ou vídeo), muita gente ganhou voz para se pronunciar e denunciar o que precisa ser combatido na sociedade. Tudo isso na palma da mão.
No entanto, de nada vale esse benefício se não for para o alcance de todos e se nem todo mundo tem a mesma voz ou chance de se fazer ouvido. Por isso, a tecnologia social precisa ser, antes de tudo, acessível e fácil de implementar. Essa preocupação deve partir de todos os envolvidos em promovê-la — sejam Organizações Não-Governamentais, instituições estatais ou privadas.
É preciso reconhecer a tecnologia como fundamental (especialmente nesse momento em que vivemos) para gerar impacto na sociedade: tornar o conhecimento mais disponível, a comunicação mais aberta e, assim, as oportunidades mais abrangentes. Isso vale para todos, independentemente de raça, gênero ou nível social.
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