A grande Amazon é conhecida internacionalmente pelo seu serviço varejista, entregas rápidas e produtos tecnológicos.
O que antes era um imaginário para os brasileiros, que acompanharam as menções à marca apenas em filmes e séries, hoje é uma realidade: a Amazon no Brasil promete entregar a melhor experiência possível para seus consumidores, por meio de serviços diferenciados que ajudarão essas pessoas a suprirem suas necessidades e encontrarem tudo o que precisam em um só lugar.
Em 2019, a empresa aumentou sua atuação no solo verde e amarelo e, desde então, tem sido objeto de estudo por várias outras empresas e profissionais.
Pequenos passos de uma gigante
A história da Amazon no Brasil começou em 2012, quando a quarta geração do Kindle foi lançada e a empresa deu início às operações com os livros digitais para o gadget. Dois anos depois desse primeiro passo, a companhia finalmente passou a vender livros físicos em solo brasileiro.
Nos últimos anos, o marketplace começou a ganhar espaço e muitos adeptos no país, e não demorou muito para que a grande Amazon também abraçasse a ideia: em 2017 a empresa permitiu que outros lojistas vendessem seus produtos dentro do seu site, aumentando o número de acessos e oportunidades de negócio.
Com o início das operações no interior de São Paulo, em um centro de distribuição em Cajamar, foi possível começar a comercializar diretamente com os consumidores, aumentando a atuação da empresa no solo nacional. Esse novo centro de distribuição funciona em conjunto de outro já existente na mesma região, em Barueri.
A Amazon chegou ao Brasil comendo pelas beiradas e, com o tempo, foi aumentando a sua atuação e os serviços disponíveis. Além da venda direta, também chegou em solo brasileiro as opções de entregas diversificadas.
Em alguns destinos é possível escolher entregas em dois dias, ou escolher a alternativa padrão, que dispõe de um menor valor. Caso a compra realizada seja acima de R$ 99,00 e tenha sido comercializada pela Amazon, é possível conseguir, inclusive, frete grátis.
Recentemente, a empresa trouxe três novas tendências para o Brasil: o plano Prime, a Amazon Prime Video e, claro, a querida Alexa.
O crescimento da Amazon no Brasil
A Amazon no Brasil teve um lucro menor do que o que os analistas previram no terceiro trimestre de 2019. No entanto, conquistou um faturamento de 70 bilhões de dólares, com uma alta de 24% que superou as expectativas.
A queda das margens de lucro da empresa tiveram um responsável: o frete. O programa de assinantes Amazon Prime, que oferece fretes grátis e em poucas horas para uma grande quantidade de produtos foi um dos fatores mais importantes na queda dos lucros da empresa.
O valor do frete da Amazon no mundo inteiro subiu 46% em relação ao terceiro trimestre do ano de 2018, totalizando um valor de 9,6 bilhões de dólares. A assinatura da Amazon Prime (de R$ 9,90), garantindo que os clientes tenham fretes gratuitos, fez com que a empresa precisasse arcar com todas essas entregas, o que elevou o valor.
A alta dos custos da companhia se deu, também, com as promessas de entregas em poucas horas, que exige um gasto muito maior para conseguir ser cumprida.
A redescoberta de uma população leitora
A chegada do Kindle no Brasil foi responsável pela redescoberta de uma população leitora. A praticidade do gadget e todos os benefícios que ele pode proporcionar fez com que cada vez mais pessoas abraçassem a ideia e comprassem um desses produtos, com o qual é possível ter uma infinidade de livros a um só clique por preços mais acessíveis que os modelos físicos.
O mercado de livros digitais, segundo Jacques Benain, gerente-geral de dispositivos da Amazon no Brasil, ainda é pequeno e não compete por um espaço que rivaliza com os livros físicos.
No entanto, sabemos que essa perspectiva pode mudar — a medida em que o tempo passa, as soluções tecnológicas se tornam muito mais interessantes e relevantes para a população, aumentando potencialmente o consumo de gadgets e e-books.
O brilho do vídeo
A Amazon no Brasil também trouxe uma outra solução diferenciada: o Amazon Prime. Esse serviço chegou ao país por volta de setembro de 2019, e dá acesso ao cliente, por meio de uma taxa única mensal, os seguintes benefícios:
- fretes gratuitos;
- Prime music;
- Prime Reading;
- Twitch Prime;
- Prime vídeo.
O Prime vídeo é uma solução que veio bater de frente com outras plataformas de streaming, e oferece aos consumidores diversas séries e filmes online.
O Brasil é o 6° maior consumidor de plataformas de streaming de filmes e séries no mundo, e esse serviço se mostrou promissor para a empresa que trouxe soluções diversas para o país. A tendência é de que cada vez mais empresas invistam nesse modelo de negócio.
Hoje, sabemos que as grandes conhecidas do mercado são Netflix, Amazon Prime, HBO Go e Globo Play, mas a população já está de olho (e na expectativa) da chegada de outras plataformas que foram prometidas, como Disney+, Apple TV+ e HBO Max.
O serviço de Prime Vídeo precisa, portanto, ter diferenciais que o tornem muito relevantes e que transformem sua assinatura em algo essencial. Afinal, com tantas alternativas no mercado, por que alguém escolheria assinar um serviço em vez do outro?
Um dos caminhos mais comuns e eficientes para essas plataformas é a produção de filmes e séries próprias, que sejam cativantes e que façam com que os consumidores estejam engajados com as novas produções.
Quando o assunto é produção própria, a Amazon Prime já está a um passo a frente: são várias as séries e filmes originais que estão ganhando o público.
São algumas delas:
- American Gods;
- Transparent;
- The Man in the High Castle;
- The Marvelous Mrs. Maisel;
- Z: A Cidade Perdida;
- Chi-Raq;
- Lore;
- Sneaky Pete.
Durante a CCXP de 2019, a Amazon continuou fortalecendo sua marca e mostrou algumas produções próprias, incluindo alternativas nacionais. A plataforma vem oferecendo documentários, séries e filmes diversos e está engajando cada vez mais na produção de novos nomes para o catálogo, aumentando as oportunidades de entretenimento dos seus consumidores.
Alexa, você quer ser brasileira?
Em outubro de 2019, chegou ao Brasil a versão em português da tão esperada e estimada Alexa, a assistente virtual baseada em nuvem, capaz de executar diversas atividades por meio unicamente do comando de voz.
Essa foi, sem dúvida, uma das maiores novidades da empresa para a clientela brasileira durante o ano, e colocou o país de vez no radar da gigante Amazon.
Com a chegada da Alexa, a empresa trouxe também outros três dispositivos de sua linha de hardware para o solo brasileiro: Echo Show 5, Amazon Echo e Echo Dot, alto-falantes inteligentes que têm a Alexa integrada, preparada para a execução de ações diárias ditadas pelos usuários.
A Alexa tem uma infinidade de funções que facilitam o dia a dia dos consumidores. Dentre elas, estão:
- reproduzir músicas a partir dos mais diversos serviços de streaming, como Amazon Music, Deezer e Spotify, além de responder a comandos como aumento e redução de volume, pular músicas ou descobrir qual o nome da música que está tocando;
- realizar pesquisas, consultas e ouvir notícias de canais como CBN, Jovem Pam, UOL, G1, Folha de São Paulo e Veja. Além disso, também é possível acompanhar as partidas de esportes diversos;
- consultar a previsão do tempo;
- enviar e receber mensagens;
- realizar chamadas, incluindo chamadas de vídeo, no caso de hardwares como o Echo Show 5;
- criar alarmes;
- acionar timers;
- criar lista de compras;
- criar lista de tarefas.
Além disso, a Alexa permite que você tenha controle de uma casa conectada, com todos os equipamentos que sejam compatíveis com o Wi-Fi, o que pode incluir câmeras, lâmpadas, fechaduras, tomadas, interruptores inteligentes e muito mais. Essas alternativas todas são, obviamente, vendidas na Amazon.
Com esses gadgets conectados por meio do Wi-Fi, é possível que você tranque a porta antes de dormir ou até diminua as luzes enquanto ainda está sentado no sofá, utilizando apenas o comando de voz.
É possível também criar automatização de ações personalizáveis. Por exemplo, se você tem uma rotina específica pela manhã, pode deixar todas as ações já programadas, ativando-as apenas com um único comando de voz, para que tudo comece a funcionar corretamente.
Para os clientes da Amazon Prime, também existirá a possibilidade de realizar compras por meio do comando de voz, com instruções como “Alexa, compre o tênis X” ou “Alexa, coloque macarrão no meu carrinho”.
A partir desse comando, a plataforma encontrará um produto entregue por meio do serviço Prime, aplicando descontos disponíveis. O próximo passo seria apenas baixar o app da Amazon para finalizar o pedido e efetuar o pagamento das compras.
Além disso, também será possível verificar qual é o status dos pedidos que foram realizados através de comandos de voz diretamente para a Alexa.
Os cuidados da Amazon, ao trazerem a Alexa para o Brasil, foram muitos. O gerente-geral Ricardo Garrido afirmou que, para que a Alexa tivesse o perfeito entendimento da língua portuguesa no Brasil, incluindo sotaques e expressões características de cada região, foi montada em dezembro de 2018 uma equipe com milhares de pessoas responsáveis por treinar o software e garantir que ela seja capaz de compreender com mais exatidão os comandos vindos das mais diversas regiões do país, com o uso de sotaques e dialetos específicos.
Ainda, para tornar a relação muito mais eficiente e próxima do público brasileiro, a Amazon também teve o cuidado de trabalhar um vocabulário mais informal e divertido junto à Alexa, garantindo que a forma brasileira de comunicação não fosse um empecilho para o uso da tecnologia.
O que guarda o futuro da Amazon no Brasil?
O presidente da Amazon no Brasil, Alex Szapiro, afirmou que o negócio da companhia está baseado na recorrência. Com base nisso, é analisado o “ciclo de vida do consumidor”. “Ao contrário de uma academia de ginástica, que lucra quando as pessoas pagam o plano sem treinar, queremos que os clientes usem nossos serviços o máximo possível. Quanto mais usar, maior será a chance de consumir”.
A chegada do serviço Amazon Prime no país criou um burburinho e um aumento interessante da quantidade de adeptos, mas analistas dizem que por enquanto a empresa não é uma ameaça iminente para os rivais em solo brasileiro.
Segundo dados da consultoria Euromonitor, a Amazon está chegando no top 10 na venda de livros no país, melhorando sua colocação em relação ao ano anterior.
De acordo com Thiago Macruz, analista do Itaú BBA, o lançamento do serviço Amazon Prime no país foi um grande passo para conquista de uma posição ainda mais relevante em solo brasileiro, pois é capaz de gerar a fidelização de diversos clientes por meio dos recursos diferenciados que ele disponibiliza.
A tendência é, realmente, criar essa relevância passo a passo, visto que o consumidor brasileiro ainda está acostumado com as alternativas mais conhecidas. Os serviços da Amazon no Brasil são novos e precisam ser testados e aprovados pelo mercado. Hoje, a empresa conta com uma série de novas soluções disponíveis para os clientes brasileiros que, pouco a pouco, encontrarão o valor e os benefícios dessa tecnologia.
A empresa ainda precisa conquistar um maior espaço de mercado. Existem parcelas do público que estão presas ao consumo com as marcas tradicionais e mais conhecidas no país, e que ainda não enxergam a Amazon como a primeira opção na hora de realizar as compras mais diversas.
O cenário fica um pouco mais promissor se focarmos nos consumidores mais jovens: gadgets como a Alexa podem se tornar febre entre os mais tecnológicos, abrindo as portas para o crescimento e desenvolvimento desse novo mercado.
Essas pessoas, sem dúvidas, são mais engajadas com soluções diferenciadas e estão dispostas a experimentar e testar as mais diversas alternativas, compartilhando com os amigos e buscando por serviços que facilitem o dia a dia. Uma coisa já sabemos: a Google domina o mercado de pesquisa norte-americana, mas Amazon está fechando o cerco.
O que nos resta, agora, é acompanhar as cenas dos próximos capítulos, e descobrir o que a Amazon no Brasil nos reserva para 2020.
Foto de capa: Canonicalized.com
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