Entenda o que é o Bash, para que serve e como usar

Bash é um acrônimo para "Bourne Again Shell" e foi desenvolvido em 1989 para suceder o Bourne Shell. É um programa shell executado em uma interface de linha de comando e tem como principal função controlar sistemas operacionais, sendo comumente utilizado no Linux e no macOS.

Atualizado em: 04/03/2022
bash

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Antes de explicarmos o que é bash, precisamos falar sobre o shell — um programa que controla sistemas operacionais, inclusive em hospedagens gerenciadas, por meio de uma GUI (Graphical User Interface ou interface gráfica do usuário) ou de uma CLI (Command Line Interface ou interface de linha de comando).

Shells GUI estão presentes, por exemplo, no Windows 10 — permite que os usuários controlem o sistema operacional do dispositivo acionando botões na barra de tarefas e em menus. Entretanto, o bash é um shells CLI e, para funcionar, necessita que o usuário escreva comandos em consoles e ambientes de desenvolvimento integrado (IDEs), assim como é feito com outras linguagens de programação. O software, então, busca nomes de diretórios, de arquivos e de programas para atender a intenção do usuário.

Neste artigo, falamos sobre a história do Bash, como esse shell para controle de sistemas operacionais foi criado, suas especificidades e vantagens. Veja a seguir:

    O que é Bash?

    Bash é um shell desenvolvido por Brian Fox no Projeto GNU (General Public License) para a substituição do shell Bourne. Ele é utilizado como a principal linguagem de comando no Linux, no Solaris 11 e no Apple macOS (em versões anteriores as de 2019), pois tornou-se um shell alternativo nas versões superiores ao macOS Catalina. Além disso, tem uma versão disponível para Windows 10.

    Atualmente, o Bash é um software de código livre, ou seja, qualquer usuário pode redistribuí-lo e/ou modificá-lo sob os termos da GNU, desde que essa alteração seja publicada pela Free Software Foundation. Isso aumenta ainda mais a usabilidade da ferramenta, que é incrementada a medida em que os desenvolvedores fazem a sua contribuição — atualizando strings, por exemplo.

    A linguagem é escrita em uma IDE (Integrated Development Environment), ferramenta que auxilia a criação de aplicações. Na IDE, o usuário digita comandos para que eles sejam executados. O Bash facilita essa interpretação, pois suporta globbing de nome de arquivo criando correspondências e substituição de comando. Além disso, ele testa variáveis, iterações ​​e estruturas de controle condicionais.

    As palavras-chave, sintaxe, variáveis ​​de escopo dinâmico e outros recursos básicos do Bash são semelhantes ao de shell Bourne (sh). Outros recursos, como o histórico de compilações, e a sintaxe que expande o til “~” para o valor mantido na variável de ambiente $HOME, são inspirados em outros shells, como o shell C (csh) e o KornShell (ksh).

    Além disso, o Bash introduziu arquivos de configuração como os arquivos “.bashrc” e “.bash_profile” e teve as suas matrizes aprimoradas para serem criadas em qualquer tamanho. A expansão de parâmetros no prompt de comando também permitiu que os usuários personalizassem o prompt Bash.

    Outro recurso interessante do Bash é o seu autocompletar: quando um usuário pressiona a tecla tab em um shell de comando interativo, o Bash automaticamente conclui a linha de comando — a partir da versão beta 2.04 — para corresponder a nomes parcialmente digitados de programas, arquivos e variáveis. Esse recurso aumenta a flexibilidade e a capacidade de personalização das funções que completam argumentos e nomes de arquivos de programas e tarefas específicas.

    Segundo o site oficial, outras melhorias também foram implementadas no Bash:

    • edição de linha de comando;
    • histórico de comandos de tamanho ilimitado;
    • controle de trabalho;
    • funções shell e aliases;
    • suporte para matrizes associativas;
    • arrays indexados de tamanho ilimitado;
    • cálculos inteiros sem gerar processos externos;
    • substituição de processo por meio da sintaxe <(command) e >(command), que substitui a saída de (ou entrada para) um comando onde um nome de arquivo normalmente é usado;
    • aritmética inteira em qualquer base de dois a sessenta e quatro.

    De todos os shells disponíveis, o Bash é um dos mais populares, poderosos e amigáveis, superando em muitos aspectos as capacidades dos shells anteriores. Ele está em conformidade com o padrão POSIX P1003.2/ISO 9945.2 e permite configurar softwares, extrair dados do sistema, manipular arquivos, monitorar rotinas, automatizar processos de compilação de código, entre outras funções.

    A documentação do Bash está disponível no site oficial, assim como a da maioria dos softwares GNU. Você também pode encontrar informações sobre o Bash com o comando info bash ou man bash na IDE ou por meio de consultas nos diretórios do sistema.

    Como o Bash surgiu?

    Em 1984, quando o projeto GNU pensou em clonar o Unix, mas com uma licença nova e de código aberto, a equipe precisava de um shell. Após inúmeras falhas de desenvolvimento, Brian Fox recebeu a função de escrever o projeto inspirado no shell Bourne que, por isso, foi apelidado de Bourne Again Shell, ou Bash.

    Em 1989, Chet Ramey contribuiu com o desenvolvimento do projeto fazendo algumas correções de bugs. Logo depois, ele se tornou um co-mantenedor do shell Bash — e, atualmente, ainda é responsável pelo programa de linha de comando.

    Quais as vantagens do Bash?

    Com mais de 30 anos de idade, o Bash é o shell unânime nas máquinas Linux. Somado à sua característica de ser um software de código aberto, ele ainda conta uma grande base de usuários e de conhecimento, sendo uma aplicação madura e estável — essa familiaridade permite acessar rapidamente sistemas operacionais e executar comandos que ajudam os desenvolvedores em suas rotinas.

    Mas, por que os usuários ainda utilizam um software por meio de CLIs, como o Bash, em vez de usar as GUIs? Além disso, quais as principais vantagens do Bash em relação a outras linguagens de comando? Veja algumas dessas respostas a seguir.

    Maior eficiência no acesso aos sistemas operacionais

    O Bash é usado para controlar dispositivos e sistemas operacionais dispensando a navegação por menus e janelas em uma GUI. Por meio de uma CLI como o Bash, o usuário apenas digita uma linha de comando para visualizar e executar operações no computador.

    Por exemplo, se você deseja criar, editar ou excluir vários arquivos simultaneamente, é mais fácil usar o Bash em vez de localizar cada arquivo individualmente, basta apontar e clicar nos diretórios em que eles estão armazenados.

    Além disso, o Bash consome menos recursos computacionais se comprarmos com um comando em uma GUI, pois não requer que computador renderize os resultados e crie saídas gráficas.

    O Bash é a melhor opção para executar vários programas simultaneamente, mas também quando o usuário tem recursos computacionais limitados para trabalhar.

    Facilidade na criação e edição de arquivos de texto

    O Bash facilita a criação e edição de arquivos de texto, incluindo CSVs (Character-separated values ou valores separados por um delimitador, muitas vezes uma vírgula). Como os arquivos de texto são formatos possíveis para o armazenamento e processamento de dados, o Bash é uma excelente alternativa para a curadoria de bases de dados.

    Por isso, com o Bash é possível classificar, limpar, atualizar e filtrar informações em repositórios criados com aplicações de texto, sendo um grande aliado na ciência de dados, já que o software possibilita a edição simultânea de conjuntos formados por grandes volume de dados, com rapidez e eficiência.

    Mesmo que você não seja um cientista de dados, com o Bash o usuário também pode procurar arquivos em uma pasta, textos ou trechos de texto em um arquivo.

    Praticidade no registro dos dados

    Em uma aplicação com a GUI, o usuário não consegue registrar os seus resultados mas, com o Bash, ele pode copiar e colar os resultados ou gravá-los em um arquivo de texto para usar como entrada em outra linguagem de programação.

    Otimiza a automação de rotinas e tarefas

    O Bash também facilita muito a automação de tarefas em um hardware. Esse recurso é extremamente útil para aumentar a eficiência computacional, principalmente quando é necessário executar rotinas e tarefas repetitivas n o contexto da Transformação Digital.

    Por exemplo, se você é um atendente de suporte e precisa fazer a edição simultânea de vários dispositivos em uma infraestrutura de TI, como alterar a configuração de um software de segurança, não precisa utilizar a GUI de cada hardware para navegar pelos menus e janelas e executar o comando: basta realizar um ajuste de forma integrada acessando as configurações do sistema e escrevendo um único script por meio do Bash.

    Centraliza scripts em diferentes linguagens de programação

    Não importa se você é um desenvolvedor Back-End ou um cientista de dados: certamente existem várias linguagens de programação instaladas aos aplicativos IDE de seu dispositivo. Com o Bash você centraliza e executa scripts em qualquer uma dessas linguagens, pois o software suporta essa comunicação e integra comandos.

    Por exemplo, você pode consultar um banco de dados com o SQL e analisar as informações com o R: se a linguagem de programação foi instalada em seu dispositivo, pode ser acessada por meio do Bash.

    É possível usar o Bash no Windows?

    A resposta é sim: os usuários conseguem utilizar o Bash no Windows, embora ele tenha sido largamente utilizado como o principal shell CLI no Linux e, antes da versão Catalina, no macOS.

    O Windows utiliza o Prompt de Comando e o PowerShell para executar as mesmas funções do Bash, mas também suporta a instalação da aplicação a partir da versão do Windows 10 para fornecer quase a mesma funcionalidade do sistema nativo nos demais sistemas operacionais.

    Depois de instalado, o Bash no Windows executa os mesmos comandos da ferramenta shell em outros sistemas: permite consultar, criar, editar, executar e excluir arquivos em diretórios e pastas armazenados no dispositivo.

    Como aprender Bash?

    Aprender Bash não é uma tarefa muito complicada: os benefícios desse shell para o comando de sistemas operacionais superam a dificuldade de aprender como utilizá-lo. Isso porque o Bash é uma linguagem de programação, mas também opera como um aplicativo e interpretador de linguagens de comando, o que o torna uma aplicação com uma sintaxe própria.

    Por isso, mesmo que você não seja um desenvolvedor e, eventualmente, procure por sintaxes para executar comandos conforme a sua necessidade, pode ser interessante aprofundar e aprender o Bash para aumentar as suas oportunidades no mercado de trabalho, principalmente porque o Bash é largamente usado para aprimorar softwares-pai, realizar configurações de software, extrair, modificar e atualizar informações em bancos de dados e, principalmente, criar scripts para simplificar argumentos complexos em um único comando para automatizar tarefas e rotinas.

    Uma vez criado, o script Bash pode ser executado inúmeras vezes por qualquer usuário, mas a sintaxe do Bash considera elementos e ações bem específicas, por exemplo, o usuário não pode acionar o “enter” no teclado antes de terminar o script, mas têm semelhanças com outras linguagens, como o uso do ponto e vírgula para encerrar uma linha de comando. Além disso, é necessário declarar de forma explícita a pontuação, embora não seja usual declarar as variáveis, mas atribuir valores para elas.

    O usuário consegue atribuir qualquer valor para uma variável, desde textos e números até uma saída de comando. Entretanto, todo esse valor deve ser precedido pelo símbolo $ e redigido com a primeira letra em caixa alta, o que não é exigido dos scripts, que são escritos com letras minúsculas. Veja um exemplo de comando em Bash a seguir:

    #!/bin/bash
    testfunction(){
    echo "Hello Word"
    }
    testfunction

    Os scripts bash são usados para executar um comando shell, seja individual, seja em grupo, para personalizar rotinas e automatizar tarefas. Por isso, conhecer a programação bash é importante para os usuários do Linux, mas também para qualquer desenvolvedor ou gestor que monitora e controla infraestruturas de TI ou bancos de dados.

    Agora que você sabe o que é Bash e a usabilidade dessa linguagem de comando shell, que tal conhecer o Stage, nossa hospedagem gerenciada WordPress?

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