Expandir um negócio é algo que todo empreendedor e gestor deseja. Esse processo, claro, pode levar anos, muito planejamento, estudos de benchmarking e também riscos durante o caminho. Porém, uma das possibilidades de tornar isso real é a compra de empresas.
A Rock Content, por exemplo, traçou, ainda em 2017, um plano de expansão, dando início a movimentos fora do Brasil para atrair novos públicos. A abertura de escritórios fora do solo brasileiro foi uma das etapas, que também contou com a aquisição de outras marcas, como a Studio e, mais recentemente, a norte-americana ScribbleLive.
É claro que isso não é um processo simples, pois envolve uma grande quantia de dinheiro, adaptação a novos mercados, reestruturação da equipe e muito, mas muito planejamento.
É por isso que criamos este conteúdo especial. Nele, falaremos sobre como funcionam os processos de venda e compra de empresas e, ainda, qual é o momento ideal. Acompanhe!
Como funcionam os processos de compra e venda de empresas?
A compra de empresas, definitivamente, não é algo simples ou que é feito “da noite para o dia”. Essa ação requer um minucioso planejamento e muita análise.
A primeira fase de análise é no mercado. Você deve identificar os potenciais alvos que podem trazer benefícios no caso de uma aquisição.
Para isso, observe a atuação no mercado, o volume de clientes, o posicionamento e a relevância da marca. Inclusive, ferramentas de BI (Business Intelligence) são usadas para acompanhar os resultados de potenciais compras. Depois, é preciso estudar se a empresa em questão está aberta à venda.
Caso realmente haja interesse de ambas as partes (comprador e vendedor) em fazer negócio, há de se criar um contrato de confidencialidade. Nele, o possível comprador se compromete em não disponibilizar os dados sobre o negócio para um terceiro e utilizá-los somente com a finalidade de análise da compra.
Após a assinatura desse termo você deve analisar diferentes aspectos, como contratos e concessões da organização, fluxo de caixa, demonstrações financeiras dos últimos anos, declarações de impostos e documentos gerais.
Esse processo deve contar com a ajuda de, pelo menos, um advogado e um contador. Eles serão responsáveis por analisar os documentos e pela avaliação completa das finanças da empresa a ser vendida.
Depois disso, parte-se para a proposta comercial e o contrato de compra e venda. Esse documento mostrará tudo o que está sendo negociado, incluindo ativos, lista de clientes, propriedade intelectual etc.
O último ato é o fechamento do negócio, em que há a revisão de todos os valores e acordos.
Qual a importância de aguardar o momento certo?
Um dos fatores mais importantes quando falamos de compra de empresas é o timing, ou seja, o momento certo de assumir essa estratégia.
A compra da Netshoes pela Magazine Luiza, por exemplo, teve um grande destaque no mercado. Essa compra se arrastou por um longo período, com uma disputa intensa com a Centauro.
Essa disputa, inclusive, fez com que a Magazine Luiza tivesse que desembolsar US$ 62 milhões a mais do que o oferecido na primeira oferta para ganhar a concorrência.
Porém, o que se pode ver, a um primeiro momento, como um prejuízo de US$ 62 milhões deve ser analisado de outra forma.
O valor total da compra representou cerca de 1/5 do valor de mercado que a Netshoes tinha dois anos antes da compra, quando ela abriu capital na bolsa de Nova York. Naquele momento, o valor de mercado da empresa era de US$ 558,5 milhões.
Mas o que esse caso pode nos dizer com o momento certo para comprar ou vender uma empresa? Simples! Vejamos a linha do tempo dessa empresa.
Em 2017 a Netshoes abre capital na bolsa de valores de Nova York e alcança o valor de US$ 558,5 milhões. Em 2018, porém, ela teve prejuízo de R$ 90 milhões em operação. Em 2019, a empresa foi vendida pelo valor de US$ 115 milhões.
Ou seja, a compra no momento certo fez com que o valor fosse muito inferior ao que valia poucos meses atrás. Além disso, uma das dificuldades da Netshoes era quanto a logística, algo em que a Magazine Luiza é expert, com uma grande diversidade de canais de vendas e distribuição.
Quando vale a pena comprar uma empresa?
A compra de empresas pode ter diferentes finalidades — desde a compra de um concorrente menor, mas que apresenta um bom potencial, até a compra de um negócio totalmente diferente do que é praticado pelo comprador, mas se mostra como uma oportunidade de mercado.
Normalmente as crises são ótimos momentos para comprar, isso porque as empresas acabam sendo impactadas e podem ter dificuldades em se manter. Então, uma organização mais estruturada, com boa gestão, pode fazer essa aquisição pensando no médio ou longo prazo.
A compra de empresas em outros locais também é uma grande possibilidade quando se deseja expandir o negócio. Essa estratégia pode acelerar o período de adaptação e conhecimento da cultura local em comparação a abrir uma empresa do zero.
Quando vale a pena vender uma empresa?
Se existe um momento certo para comprar, também existem momentos certos para vender empresas.
Pode ser o caso, por exemplo, de ver que os negócios não estão andando conforme esperado e que o prejuízo aumenta a cada dia, independentemente do que é feito.
Porém, muitos dizem que o grande momento de vender uma empresa é no verão, ou seja, quando ela está em alta! Afinal, “compra-se na baixa e vende-se na alta”.
Esperar a empresa entrar em crise vai abaixar muito o seu valor de mercado. Então, quando a empresa está bem, aumentando o faturamento e conquistando novos mercado, pode ser um ótimo momento para fazer essa transação.
Muitas startups passam por isso. Há vários empreendedores, inclusive, com uma grande quantidade de abertura de empresas em seus currículos, com a venda em momentos de alta.
É claro que há diferentes perfis de empreendedores, cada um com objetivos distintos para seus negócios.
Então, como vimos ao longo deste artigo, a venda e compra de empresas é uma estratégia bem trabalhada no mercado e que pode gerar ótimas possibilidades de expansão.
Porém, alguns cuidados são necessários, como a correta análise da empresa a ser comprada, verificação de toda a documentação e situação financeira e fiscal. Ainda, é necessário seguir o procedimento correto de compra e contar com ajuda profissional para realizar os trâmites necessários e garantir que nada saia fora do esperado.
Agora que você já sabe bastante sobre o processo de compra de empresas, vamos continuar nosso estudo. Leia nosso material sobre autogestão, que o que é isso e dá exemplos e benefícios.
CONTEÚDO CRIADO POR HUMANOS
Encontre os melhores freelancers de conteúdo no WriterAccess.
CONTEÚDO CRIADO POR HUMANOS
Encontre os melhores freelancers de conteúdo em WriterAccess.