Por ser uma tendência crescente nos últimos anos, podemos esbarrar na expressão “creator economy” com frequência, mas você sabe realmente o que ela significa?
A creator economy, ou economia dos criadores, é o ecossistema econômico centrado em criadores de conteúdo digitais. São eles que produzem, distribuem e monetizam seu material usando plataformas, sua influência, criatividade e interação com os usuários.
É um fenômeno impulsionado pela consolidação das plataformas digitais como espaços nos quais os criadores de conteúdo podem não apenas se relacionar diretamente com o público, mas também monetizar seu trabalho.
Se você quer estar por dentro dessa tendência em ascensão e entender como ela está mudando o jogo para marcas e criadores de conteúdo, continue lendo. É hora de entender o que é creator economy e descobrir como ela está redefinindo o Marketing!
O funcionamento da creator economy: uma breve explicação
Embora as pessoas ganhem a vida criando conteúdo na internet há quase duas décadas, o que antes era uma indústria nascente está crescendo.
Nesse ecossistema próspero, os criadores de conteúdos são aqueles que produzem vídeos, podcasts, lives, posts em redes sociais, artigos em blogs e outros formatos para entreter, educar ou informar os usuários.
Esses conteúdos são distribuídos pelos próprios criadores no YouTube, Instagram, TikTok, Twitch e em outras plataformas que permitem a relação direta com a audiência.
Mas o que de fato torna a creator economy tão revolucionária é a capacidade de os creators comercializarem seu trabalho de forma autônoma e de maneiras diferentes.
Um dos meios mais populares é a venda de produtos próprios ou conteúdos exclusivos, como cursos, ebooks e acesso antecipado a vídeos.
Muitos creators estão ganhando dinheiro dessa forma. Uma pesquisa com usuários da Hotmart mostrou que os infoprodutores de conteúdo que têm como renda principal a plataforma têm uma média mensal de R$ 11.959,00 como retorno em faturamento.
Entre aqueles produtores que possuem outras fontes de renda, a estimativa do faturamento médio na Hotmart é de R$ 4.194,00.
Mas, além da venda de produtos próprios, outra maneira de monetização na creator economy é a arrecadação de “doações” de fãs.
Importância do Patreon e outras plataformas
Essas contribuições podem ser realizadas em plataformas como o Patreon, na qual os fãs apoiam financeiramente seus criadores de conteúdo favoritos.
Você já notou como alguns canais no YouTube encerram seus vídeos com uma lista de nomes, muitas vezes extensa, de patrocinadores? Essas são pessoas que apoiam o trabalho do criador de conteúdo, geralmente por meio de planos que variam de poucos a vários dólares mensais.
Um exemplo é o canal “Tasting History with Max Miller” (@TastingHistory) no YouTube, que frequentemente encerra seus vídeos com uma lista de nomes de apoiadores do Patreon.
Essas são pessoas que contribuem financeiramente para o trabalho de Max, permitindo que ele continue recriando receitas históricas de várias épocas e culturas, compartilhando curiosidades e contextos históricos por trás de cada prato.
No Patreon, os apoiadores podem escolher diferentes níveis de contribuição, cada um com seus próprios benefícios exclusivos, como acesso antecipado a conteúdo, participação em encontros virtuais e muito mais.
Também é comum que os creators ganhem dinheiro com a participação em programas de afiliados e com o patrocínio de marcas para promoção de produtos ou serviços nas redes sociais — o chamado “marketing de influência”.
Sobre esse movimento, Pedro Alvim, Diretor de Mídias Sociais e Especialista em Creator Economy, Palestrante do TEDx e Top Influencer Marketing Voice, afirma:
“Há um movimento crescente de conscientização da comunidade sobre o apoio e suporte em relação aos creators, de entenderem que se quiserem continuar tendo acesso ao conteúdo, precisam contribuir de alguma forma para a produção dele (seja através de gifts, assinaturas, selos, vaquinhas ou compra de produtos diretamente associadas à imagem dos criadores de conteúdo)”.
Histórias de sucesso: os casos de Huda Kattan e Casimiro
Fora das plataformas voltadas exclusivamente para a venda de conteúdos, existem os creators que se beneficiam de múltiplos canais de vendas para construírem suas reputações e venderem seus produtos. A Huda Kattan talvez seja o melhor exemplo.
Kattan começou sua jornada na economia do criador como uma blogueira de beleza, compartilhando tutoriais de maquiagem e dicas de beleza em seu blog.
Em 2013, ela transformou seu canal de comunicação de beleza em uma marca de cosméticos bilionária, a Huda Beauty.
Na creator economy Brasil, um dos melhores exemplos do potencial dos criadores é o streamer e influencer Casimiro Miguel.
Com o nome de ‘Casimito’, o streamer ganhou fama quando começou a fazer lives durante a pandemia da Covid-19 em seu canal na Twitch.
Ainda hoje com o formato de lives com 5, 6 e até 7 horas de duração, ele reage a jogos de futebol, reality shows, programas de TV, entre outros conteúdos.
O ‘Casé’, como também é conhecido, se consagrou como um dos maiores streamers do Brasil, com um público de mais de 3,8 milhões de seguidores. Além disso, ele soma milhões de seguidores no Instagram, X (antigo Twitter) e YouTube.
Esses números não poderiam deixar de chamar atenção das marcas. O CazéTV, canal do YouTube para transmissões esportivas, fechou parceria com marcas como Coca-Cola, McDonald’s e Esportes da Sorte para transmitir nada menos que a Copa do Mundo da FIFA de 2022.
Essas conquistas ilustram como a economia dos criadores leva as pessoas a transformarem suas paixões em negócios lucrativos, e as marcas a se beneficiarem desse ecossistema.
A importância dos criadores de conteúdo
Uma estratégia de conteúdo não é apenas algo interessante para as empresas. Sem um ótimo conteúdo e uma presença de alto nível na internet, uma marca praticamente não existe. É aí que os creators podem fazer a diferença.
Eles conectam pessoas com interesses semelhantes, criam espaços seguros para compartilhar ideias e motivam suas audiências. Tudo isso pode ser bem aproveitado pelas marcas. Veja, logo abaixo, como isso tem sido feito na prática.
Humanização do marketing
Os consumidores adoram se conectar com pessoas reais, não apenas com logotipos e slogans. Por isso, os criadores têm o poder de humanizar o marketing de uma marca.
Ao contrário dos anúncios tradicionais, que muitas vezes são ignorados ou até mesmo vistos como intrusivos, o conteúdo dos criadores é percebido como mais confiável.
Com relação a colaboração entre marcas e criadores no geral, Pedro Alvim traz uma análise importante:
“Para ser bem-sucedida, uma colaboração entre marcas e creators precisa de transparência, respeito e confiança mútua. Quem entende do business é a marca. Quem entende de como influenciar a comunidade é o creator. Se não houver essas 3 características e um trabalho de cocriação, os resultados podem ser desastrosos para ambas as partes. Não se pode subestimar a capacidade das pessoas”.
Colaboração entre criadores e pequenas marcas
Não são apenas os influenciadores famosos e marcas de grande porte com milhões de seguidores que têm a oportunidade de fechar parcerias de sucesso na creator economy.
Na verdade, os criadores que estão começando ou que estão em nichos específicos também fecham parcerias e divulgam produtos ou serviços de médios e pequenos negócios.
Um bom exemplo é a GreenHome, especializada em cosméticos veganos para skincare. A empresa foi criada em 2020 e hoje tem um pouco mais de 50 mil seguidores no Instagram.
A GreenHome tem uma parceria com a creator Juliana Feijó, conhecida por dar dicas de maquiagem e beleza na rede. A conta dela no Instagram tem mais de 15 mil seguidores.
É uma colaboração ganha-ganha. Para a GreenHome, trabalhar com Juliana Feijó permite que a marca alcance uma audiência direcionada, composta por pessoas interessadas em beleza e cuidados com a pele. Com isso, a marca consegue ter um retorno sobre o investimento mais efetivo, sem comprometer seu orçamento de marketing.
Já para Juliana Feijó, a parceria oferece a oportunidade de compartilhar produtos interessantes para sua audiência e fortalecer o relacionamento com os seus seguidores.
Sobre esse tipo de iniciante, Pedro Alvim afirma:
“Micro e nano influenciadores, principalmente locais, podem trazer excelentes resultados, dependendo dos objetivos das marcas de pequeno e médio porte”.
Além disso, colaborar com marcas menores permite que ela mantenha uma conexão autêntica e próxima com sua comunidade, já que seus seguidores valorizam recomendações genuínas e personalizadas. Isso fortalece a confiança e a lealdade do público.
Os impactos da creator economy no marketing
A crescente demanda das marcas por marketing de influência é um claro indicador de como a creator economy está transformando o cenário do Marketing Digital.
Uma pesquisa da Influencer Marketing Hub mostra que mais de 85% das empresas entrevistadas pretendem dedicar um orçamento ao marketing de influência ainda em 2024.
Marcas de todos os setores têm sido atraídas por uma série de vantagens que o trabalho dos criadores tem a oferecer para a divulgação de seus produtos e serviços.
Abaixo, veja quais são esses impactos da creator economy no Marketing Digital.
Autenticidade
Estamos céticos em relação à publicidade tradicional e buscamos conexões reais com as marcas. Por isso, na creator economy, autenticidade é uma moeda de alto valor.
As pessoas sabem que os criadores de conteúdo têm a liberdade para compartilhar opiniões honestas e transparentes, sem a pressão de vender um produto específico.
Então, quando um criador fala sobre um produto ou serviço que ele realmente gosta e usa, os seguidores confiam em sua opinião porque sabem que é baseada em experiências reais.
Alcance direto
Plataformas como YouTube, Instagram e TikTok dão aos criadores a chance de alcançar milhões de pessoas instantaneamente. Para as marcas, essa é uma oportunidade de atingir públicos segmentados num piscar de olhos.
Influência na decisão de compra
Segundo uma pesquisa da plataforma LTK em parceria com o Retail Analytics Council da Northwestern University, 73% da Geração Z, 68% dos Millennials e 57% da população em geral recorrem aos criadores para tomar decisões de compra.
Isso quer dizer que, sempre que um creator recomenda um produto ou serviço que se encaixa no estilo de vida, interesses ou necessidades de sua audiência, isso pode levar os seguidores a considerarem seriamente essa recomendação na hora de fazer compras.
Dúvidas frequentes sobre creator economy
Se você ainda ficou com algumas dúvidas sobre a economia dos criadores, confira o nosso FAQ com algumas perguntas e respostas sobre o assunto.
O que quer dizer a palavra creator?
O “creator” é um criador, na tradução para o português. É alguém que produz conteúdo autêntico para uma audiência online. Eles podem criar vídeos, fotos, textos, podcasts e muito mais, compartilhando suas paixões, conhecimentos e experiências com seu público.
Quais são alguns exemplos da economia dos criadores?
Alguns exemplos incluem patrocínios de marcas a influencers, doações em lives, vendas de conteúdo na Hotmart e criação de produtos digitais, como ebooks, cursos e materiais exclusivos para assinantes.
Quantos creators existem no Brasil?
É uma estimativa difícil, pois o número não para de crescer. Mas um estudo recente realizado pela Nielsen revela que o Brasil é o país com maior número de influenciadores, com aproximadamente 500 mil deles que têm pelo menos 10.000 seguidores.
Como enxergar o futuro do marketing de influência no Brasil para os próximos anos?
Nos próximos anos, é provável que vejamos um aumento na profissionalização dos influenciadores, com marcas buscando parcerias mais duradouras. Além disso, podemos ver uma maior diversificação nos tipos de influenciadores, com nichos específicos.
Pedro Alvim traz duas outras tendências:
“Para mim há duas grandes tendências que podem transformar e virar a pirâmide de influência da creator economy mundial de cabeça pra baixo. A dublagem automatizada de conteúdo irá quebrar a barreira linguística e poderá transformar a creator economy em uma escala global. E marcas que não adquirirem o mindset e a fluência na linguagem de creators poderão ser extintas, por não conseguirem mais se comunicar com as novas gerações, ficando inaptas a se manterem relevantes e longevas.”
Quanto dinheiro existe na economia dos criadores?
De acordo com um levantamento da Goldman Sachs Research divulgado em 2023, o mercado global da economia dos criadores vale cerca de 250 bilhões de dólares e pode chegar a quase meio trilhão de dólares (480 bilhões) até 2027.
Você pode ganhar a vida na economia dos criadores?
Sim, é possível ganhar a vida na creator economy. Muitos criadores conseguem monetizar seu trabalho com parcerias com marcas, programas de afiliados, vendas de produtos próprios, doações de fãs e outras formas de monetização.
O que vem a seguir para a economia dos criadores?
Segundo a TrovaTrips, plataforma de organização de viagens para criadores de conteúdo, podemos esperar: mais influenciadores de nicho, parcerias a longo prazo entre criadores e marcas, e a migração dos fãs para canais exclusivos de interação com os criadores.
Conclusão
Como profissionais de marketing, é fundamental que reconheçamos e aproveitemos o potencial da creator economy em nossas estratégias.
Os criadores de conteúdo são verdadeiros especialistas em engajar e influenciar audiências, e podem agregar um enorme valor às campanhas de marketing.
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