2020 é ano de eleições nos Estados Unidos e esse é um dos principais motivos para que diversas redes sociais tenham criado políticas de segurança com relação às deepfakes.
Os conteúdos criados a partir da manipulação de imagens e/ou sons chamam atenção no país comandado por Donald Trump desde maio de 2019, quando um vídeo alterado da porta-voz do presidente viralizou.
Enquanto Snapchat e TikTok seguem investindo nessa tecnologia, o Twitter foi o primeiro a demonstrar preocupação e, desde a última segunda-feira, o Facebook proíbe deepfakes.
Quer entender mais a fundo sobre esse tema e toda a polêmica envolvendo esses conteúdos? Então acompanhe este texto até o fim e confira:
- O que são deepfakes?
- Como as redes sociais lidam com esses conteúdos?
- É verdade que agora o Facebook proíbe deepfakes?
O que são deepfakes?
O termo deepfake surge a partir da união da expressão deep learning (comum no universo da Inteligência Artificial e que pode ser traduzida como “aprendizagem profunda”) e a palavra fake, que simplesmente significa “falso”.
Assim, em resumo, tratam-se de conteúdos não verídicos (mais comumente vídeos) criados a partir da sintetização de imagens ou sons.
O grande problema é que essa tecnologia tem sido aperfeiçoada e, cada vez mais, aumentam as chances de as alterações passarem despercebidas a olhos menos atentos. E, além disso, de serem usadas com intuitos para além do humor, especialmente em épocas de eleições.
Como as redes sociais lidam com esses conteúdos?
O Snapchat foi um dos grandes responsáveis pela popularização de fotos e vídeos manipulados a partir do deep learning. Vai dizer que você não lembra da febre dos filtros que mostravam nossos rostos como bebês, como senhores de idade ou em uma versão em outro gênero.
O famoso face swap, que troca o seu rosto com o de um colega (ou com o seu animal de estimação), também segue a mesma lógica.
When you face swap with your cat pic.twitter.com/rx8pB7McTa
— DB (@dylanis943) 27 de fevereiro de 2016
A plataforma segue investindo em tecnologias que facilitam a criação desse tipo de conteúdo e ela não é a única.
O Tik Tok anunciou que está trabalhando na criação de filtros dentro do próprio aplicativo que permitam aos usuários acrescentar seus rostos em trechos de outros vídeos disponibilizados na rede.
Enquanto algumas plataformas se utilizam das deepfakes para gerar conteúdos humorísticos, outras se mostram contrárias — ou ao menos preocupadas com esse tipo de conteúdo.
A primeira delas foi o Twitter. Ainda em Outubro de 2019, a empresa lançou um questionário a seus usuários, perguntando se esse tipo de conteúdo deveria ser simplesmente banido ou apenas sinalizado na plataforma.
Esta semana, foi a vez da empresa de Mark Zuckerberg levantar a bandeirinha amarela com relação a esses conteúdos, como explicamos melhor a seguir.
É verdade que agora o Facebook proíbe deepfakes?
Sim, é verdade. A nova medida foi anunciada logo na primeira segunda-feira do ano (6), por meio de uma publicação no blog da empresa assinada pela Vice Presidente Monika Bickert.
De acordo com o texto, os vídeos serão removidos a partir de dois critérios (aqui apresentados em tradução livre):
- quando editados ou sintetizados — para além de melhorias de iluminação ou de qualidade — de forma que a mudança não fique clara a uma pessoa leiga e que tenha o potencial de levar os usuários a acharem que a pessoa no vídeo falou algo que em realidade não tenha falado;
- quando for resultado de inteligência artificial ou machine learning que mescle, substitua ou aplique conteúdo em um vídeo, de forma a parecer uma produção autêntica.
Vale salientar que a política é válida tanto para anúncios como para publicações normais, mas protege paródias, sátiras e vídeos editados apenas com a intenção de omitir ou alterar a ordem de palavras em um discurso.
Os vídeos que não seguirem esse critério passam, então, a ser elegíveis à revisão dos fact-checkers independentes e terceirizados, outra política recente do Facebook no combate às fake news.
O que isso significa para o próprio Facebook?
O posicionamento do Facebook sobre esses conteúdos antes das eleições dos Estados Unidos reforça seu posicionamento de marca contra a disseminação de fake news.
Por outro lado, pode trazer mais cobranças de críticos e analistas, que certamente acompanharão de perto o cumprimento das regras anunciadas.
O que inclusive já aconteceu. Algumas críticas apontam a fragilidade da política adotada pelo Facebook. Uma delas sinaliza que o viral que mostra a porta-voz de Donald Trump aparentemente bêbada, que citamos no começo deste texto, não seria removido caso publicado hoje.
O que isso significa para os usuários?
Para os usuários, a política serve como um alerta de que os vídeos modificados realmente podem passar despercebidos e que é preciso redobrar a atenção quanto ao consumo e compartilhamento desses materiais — inclusive daqueles sinalizados como humorísticos.
Além disso, como os conteúdos serão analisados por profissionais reais — e não por robôs — fica o alerta para que os próprios usuários utilizem os mecanismos de denúncia dentro do próprio Facebook, sempre que suspeitarem da autenticidade de um vídeo.
Para marcas e produtores de conteúdo, o alerta é o de usar a tecnologia com ética e moderação, buscando formas de sinalizar as alterações feitas (sim, a gente repete: inclusive em conteúdos humorísticos).
Ainda que polêmica, a decisão do Facebook de proibir deepfakes mostra a preocupação da rede com esse tipo de conteúdo e reforça seu posicionamento contra a disseminação de fake news — algo que pode fazer a diferença para os negócios da empresa depois da crise de Cambridge Analytica.
Nos resta aguardar e acompanhar o papel das redes sociais em mais essa corrida presidencial!
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