A navalha de Occam e seu uso na criatividade

Já achou que a simplicidade era a melhor solução para a campanha de um cliente? Então conheça a navalha de Occam!

Atualizado em: 12/02/2021

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o que é a navalha de Occam

A navalha de Occam (também conhecida como a “lei da parcimônia”) é um princípio lógico onde a melhor solução é aquela que apresenta a menor quantidade de premissas possíveis.

Uma navalha filosófica é uma ferramenta usada para eliminar opções improváveis em determinada situação. A de Occam é o exemplo mais famoso.

Ela pode ser resumida na seguinte frase: entre hipóteses concorrentes, aquela com menos suposições deve ser selecionada.

Mas como isso se aplica no trabalho dos criativos da agência? É o que veremos a seguir! Mas antes vamos entender melhor o que é a navalha de Occam e onde surgiu essa filosofia.

Os básicos da navalha de Occam

Em linguagem simples, a navalha de Occam (ou Ockham) afirma que a explicação mais simples é preferível do que a mais complexa. Isso porque teorias simples são mais fáceis de verificar e soluções descomplicadas são mais fáceis de executar.

Ou seja, nós devemos evitar procurar por soluções excessivamente complexas para um problema, e focar naquilo que funciona na prática, dada as circunstâncias. A navalha de Occam pode ser usada em várias situações como um meio de tomar decisões rápidas e estabelecer premissas sem evidências empíricas. Ela funciona melhor como um modelo mental para fazer conclusões iniciais antes da obtenção de todas as informações referentes.

A ciência e a matemática oferecem interessantes lições que demonstram o valor da simplicidade. Por exemplo, o princípio da energia mínima apoia a navalha de Occam. Essa faceta da segunda lei da termodinâmica afirma que, sempre que possível, o uso de energia é minimizado.

Físicos usam a navalha de Occam sabendo que eles tudo usa o princípio da energia mínima para funcionar. Uma bola no topo de um morro irá rolar abaixo no intuito de permanecer no ponto de mínima energia potencial. O mesmo princípio está presente na biologia. Se uma pessoa repete a mesma ação regularmente em resposta à mesma sugestão ou recompensa, isso se tornará um hábito ao passo que esse caminho neural é formado. A partir daí, o cérebro irá usar menos energia para completar a mesma ação.

Um grande problema dessa tendência humana é isso cair na procrastinação ou na preguiça de tentar algo novo a todo momento. Para isso, é sempre necessário se colocar desafios interessantes e significativos para não repetir as mesmas coisas. Estratégias de gamificação na agência podem dar conta desse assunto, já que oferecem desafios enquanto divertem.

A história da navalha de Occam

O conceito da navalha de Occam é creditado a William de Ockham (ou Guilherme de Ockham), um frei franciscano, filósofo e teólogo do século XIV. Mesmo que ele não tenha cunhado o termo, sua forma característica de fazer deduções inspirou outros escritores a desenvolver a ideia. De fato, a ideia por trás da criação da navalha de Occam é bem antigo.

William de Ockham (Fonte: Wikipedia)

Remonta a Aristóteles, filósofo da antiga Grécia que fez a declaração mais antiga conhecida do conceito. A frase é: podemos presumir a superioridade, estando todas as alternativas em pé de igualdade, da demonstração que deriva de menos postulados ou hipóteses.

O filósofo William de Ockham

Mas quem é o frei Ockham? Na verdade, Ockham (ou Occam) é uma cidade na Inglaterra, não uma pessoa. Especificamente, essa é a cidade onde William de Occam nasceu. Ele viveu ali de 1285 até 1349, durante a era medieval, um tempo onde os sobrenomes eram incomuns e as pessoas eram conhecidas pela cidade natal.

William viveu como um filósofo e monge franciscano, um homem devoto que levou bem a sério seu voto de pobreza, o que significa que ele vivia usando somente o absolutamente necessário. Bom, você pode até presumir que foi esse voto – uma forma de simplicidade – que deu a ideia da navalha (e faz sentido).

Mas, na verdade, a base da navalha de Occam já era uma linha de pensamento medieval bem estabelecida no tempo de William. Ele somente capturou a essência do princípio e colocou de uma forma simples de entender.

Ao criar algumas sentenças simples, ele conseguiu encapsular o universo da lógica medieval, assegurando sua passagem para os tempos modernos.

Bom, mas chega de história e vamos ao que interessa. Como a navalha de Occam pode ser usada no trabalho criativo?

O uso da navalha de Occam na criatividade

Em qualquer trabalho em que o valor é gerado a partir da criatividade (redação, design, UX, audiovisual, música, jogos etc), a navalha de Occam encoraja profissionais a eliminar elementos desnecessários que possam diminuir a eficiência do produto final, seja um texto ou um design.

Então, quando dois produtos têm a mesma função, a navalha de Occam recomenda selecionar o mais simples. Portanto, ao avaliar o trabalho criativo em desenvolvimento, analise cada elemento e remova tantos quantos forem possíveis, sem comprometer a função geral da peça.

Isso deve garantir que você permaneça com elementos que você minimizou o máximo possível mas que ainda funcionam perfeitamente.

Com a flexibilidade e o poder da tecnologia e das novas ferramentas, fica fácil se deixar levar. Por isso, criativos podem acabar criando soluções extremamente complicadas ou designs com muitas informações, mas que são difíceis de usar, ler e entender. Vale aquela máxima: “menos é mais”.

Isso é um problema bem comum em agências, quando os clientes sentem a necessidade de colocar TUDO numa peça gráfica só para o raro caso de alguém querer tal informação. Mas isso tem uma razão. Em um mercado tão competitivo, a pressão está em fazer com que a mensagem esteja lá fora e seja lida.

Não dá nem para saber por onde começar

Mas o que os clientes geralmente ignoram é que a grande maioria das pessoas terá em seu campo perceptivo um milhão de informações de todos os lados e fica cada vez mais difícil prender a atenção de alguém por muito tempo para ela ler tanta coisa em um lugar só.

Ser implacável quanto ao valor que uma página ou conteúdo fornece, e remover qualquer coisa desnecessária, criará designs significativamente mais fortes e eficazes. Pode ser difícil eliminar essas partes desnecessárias – você pode até dizer que elas não existem. Eu sugiro ser mais crítico.

A navalha de Occam derruba as paredes que impedem que a mensagem passe à frente. Além disso, essa regra diz respeito ao antigo ditado: um design não está finalizado quando não há nada mais para acrescentar, mas sim quando não há mais nada a cortar.

A simplicidade e concisão são elegantes, sofisticadas e muito mais efetivas do que o excesso de informação.

Um checklist da navalha de Occam

Deixar seus trabalhos simples significa que são acessíveis e inovativos. Criar um layout simples, por exemplo, com imagens cuidadosamente colocadas e textos diretos ao ponto manterão a atenção do público.

O que faz elas tomarem uma ação em direção ao negócio do cliente, como clicar no call-to-action, adquirir um novo produto, curtir a página nas redes sociais, falar da marca para amigos etc vai depender de como o setor criativo da agência vai guiá-los. Para isso, verifique se:

  • você cortou as partes desnecessárias?
  • usou linguagem simples e coloquial?
  • diminuiu qualquer coisa ruidosa ou que possa causar distração?
  • está direcionada para o público-alvo do cliente?
  • qualquer pessoa pode entender a mensagem?
  • o público conseguirá entender o valor do produto ou serviço do cliente e como ele se direciona a suas dores ou necessidades?

Usar a navalha de Occam no trabalho criativo da agência pode ser uma forma interessante de criar campanhas efetivas e inovadoras para os clientes. Mas para isso, é preciso que a agência consiga ter uma boa capacidade produtiva. Então, baixe agora nosso Kit de Produtividade e comece a entregar mais e melhor para seus clientes!

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