Por Juliana Ribas
Gerente de Inteligência e Pesquisas na Rock Content.
Publicado em 1 de julho de 2016. | Atualizado em 21 de julho de 2020
Você sabe como realizar uma pesquisa de marketing? Descubra aqui como utilizar as pesquisas de marketing para gerar leads para a sua empresa!
Você provavelmente já sabe que pesquisas de marketing são ferramentas essenciais para qualquer empresa que deseja ampliar seu conhecimento sobre o mercado, mas sua importância vai muito além disso.
O entendimento do ambiente externo à empresa, seja em relação ao mercado consumidor, ou à concorrência, auxilia na realização de tomadas de decisões mais proativas, no desenvolvimento de novas estratégias e de novos produtos e serviços.
Além disso, ao conhecermos melhor nossos potenciais compradores, obtemos informações importantes para ampliar o processo de sales enablement da sua empresa e, consequentemente, aumentar as vendas.
Afinal, os vendedores entenderão melhor as motivações, tendências e comportamento do consumidor e estarão munidos de argumentos de base estatística.
Aqui na Rock Content começamos a desenvolver pesquisas de marketing não só por todos os benefícios citados acima, mas também como estratégia de marketing de conteúdo.
Isso porque os dados coletados são base para o desenvolvimento de relatórios, os quais ajudam a ampliar a autoridade da empresa e são excelentes materiais para a geração de leads.
Neste guia, vamos te contar sobre o nosso processo de criação de pesquisas de marketing, além de te mostrar um pouco do desenvolvimento da primeira e maior pesquisa de marketing digital que realizamos, a Content Trends 2015.
Índice: Tudo o que você vai aprender nesse post!
Antes de dar inicio à produção da pesquisa de fato, é preciso realizar um planejamento. Isso inclui a definição de:
Determinar quais são os objetivos e o tema geral da pesquisa é a etapa mais importante do planejamento, já que essa definição é essencial para manter o foco e a relevância ao longo do desenvolvimento do projeto.
Então, antes de começar a produzi-la, certifique-se de que você sabe o porquê de estar fazendo estas questões, se perguntando: por que é importante fazer essa pesquisa?
Qual o seu propósito?
E como poderei utilizar os dados obtidos com ela?
Feitas estas perguntas, defina um objetivo principal para sua pesquisa.
Aqui vão algumas opções para te ajudar, lembrando que existem diversas possibilidades além dos exemplos abaixo:
Nesse objetivo, podem ser analisados tanto os benchmarks do seu mercado, caso a pesquisa esteja sendo realizada para avaliar o desempenho relativo da sua empresa em relação à concorrência, quanto os benchmarks do mercado dos seus clientes, caso a pesquisa avalie o mercado consumidor;
Para isso, ao produzir o relatório, leve em consideração quem são as personas que você busca atingir. Elas podem ser as mesmas dos seus respondentes, caso o público-alvo da sua pesquisa seja o mesmo que apresentará interesse nos resultados, ou serem distintas.
Nas pesquisas que desenvolvemos aqui na Rock Content, por exemplo, temos os objetivos de conhecer mais sobre o mercado dos nossos clientes e entender as tendências de uso de estratégias de marketing de conteúdo.
A partir disso, conseguiríamos identificar oportunidades no mercado, desenvolver estratégias de marketing e divulgar resultados relevantes.
Além disso, no nosso caso, investigamos a fundo o mercado de marketing no Brasil para poder gerar informações relevantes para uma de nossas personas, o profissional de marketing, o dono da pequena empresa e o profissional de publicidade.
Depois de definir os objetivos, fica claro qual é o problema ou oportunidade que sua empresa quer encontrar e, assim, é possível determinar o assunto e os tópicos que serão abordados na pesquisa.
Em uma das pesquisas que lançamos em 2015, a Content Trends, a partir dos objetivos destacados acima, definimos que o tema seria “as tendências do marketing de conteúdo no Brasil em 2015”.
Defina um cronograma para sua pesquisa, incluindo datas para todas as etapas do planejamento. Isso vai desde a criação até o lançamento do relatório final.
Além disso, é importante determinar neste cronograma os papéis de cada um da equipe, para que todos tenham bem claros os prazos de entrega das suas tarefas.
No planejamento, é preciso definir quantos e quais profissionais serão necessários para a produção e finalização da pesquisa no prazo determinado. Para a execução de todo o processo, você provavelmente precisará de:
Devem ser definidas ainda no planejamento, por influenciarem o cronograma, orçamento e profissionais necessários no processo. Para a divulgação do relatório da pesquisa, é importante:
Para determinar o orçamento, considere os profissionais necessários para toda a execução no prazo determinado e as ferramentas a serem utilizadas, já que algumas podem ser pagas, além da possibilidade de oferecer um brinde ou prêmio, em sorteio, para algum dos respondentes da pesquisa.
A estratégia de oferecer prêmios apresenta prós e contras.
Ao mesmo tempo que é interessante para incentivar o respondente e aumentar seu engajamento com a pesquisa, ela pode levar a uma diversificação indesejada do público-alvo.
Por isso, vale a pena avaliar, caso a caso, quando ela será benéfica ou não.
Agora que todo o planejamento da pesquisa foi desenvolvido, incluindo seus objetivos e tema, fica mais fácil entender quem são as pessoas que poderão te dar as respostas que você busca.
Essa etapa é essencial, já que a obtenção de bons dados depende da escolha dos respondentes corretos.
A chave para determinar a amostra de pessoas que é elegível para responder sua pesquisa está na definição da população para qual os resultados serão generalizados.
Exemplo: os resultados da pesquisa são aplicáveis ao mercado consumidor? Ou para os seus clientes atuais?
Nestes casos, mercado consumidor e clientes seriam as populações a que os resultados se aplicam e as pesquisas seriam feitas com amostras representativas, retiradas da população escolhida.
Além disso, ao escolher seus respondentes, é preciso considerar seu interesse e conhecimento sobre os tópicos que a pesquisa aborda.
Afinal, tanto a falta de vontade em responder, quanto o desconhecimento, podem causar baixos índices de respostas ou uma obtenção de informações imprecisas.
As hipóteses de uma pesquisa de marketing são definidas de acordo com o propósito dela.
Leve em consideração, na sua formulação, o que ela irá possivelmente provar e quais informações ela pode fornecer.
Busque definir as hipóteses com base nos objetivos que sua empresa deseja alcançar com a pesquisa, bem como nas informações que a mesma pode te fornecer.
Por exemplo: desenvolvemos uma pesquisa para entender as tendências de marketing do mercado de tecnologia.
Uma hipótese que se relacionava tanto com o propósito da pesquisa, quanto com informações que queríamos encontrar, era: a adoção de marketing de conteúdo pelas empresas exerce influência direta na média de visitas do seu site.
A partir das hipóteses formuladas, defina previsões baseadas nestas.
Tomando como exemplo a hipótese acima, depois da sua definição, era preciso pensar em uma previsão a ser confirmada ou refutada pelos dados obtidos com a pesquisa.
Assim, definimos que seria: empresas que adotam marketing de conteúdo apresentam maior média de visitas em seus sites.
É provável que algumas hipóteses e previsões sejam melhoradas ou até mesmo descartadas ao longo do processo, por isso, desenvolva quantas forem necessárias para abordar tudo aquilo que você deseja provar com a pesquisa.
Depois de seguir todos os passos anteriores, a próxima etapa é o desenvolvimento da pesquisa.
Para a criação das perguntas, lembre-se de sempre voltar aos objetivos e às hipóteses formuladas; eles são a base para mantermos o foco da pesquisa.
Nesse momento, passamos por algumas etapas. São elas:
Antes de começar a estruturar as perguntas, a primeira coisa a fazer é definir qual será a técnica de coleta de dados utilizada.
Essa coleta pode ser feita por meio de entrevistas presenciais, por telefone, email ou via questionários online.
Pela facilidade de criação, divulgação e coleta, sugerimos o uso dos questionários online. Além desses benefícios, fica muito mais fácil trabalhar e analisar os dados obtidos, já que as ferramentas em que os surveys são construídos oferecem a opção de exportar os dados para planilhas de Excel.
Mesmo que você decida fazer a análise em outro programa, a maioria delas aceita a importação de dados nesse formato.
Em relação às ferramentas para construção de formulários e coleta dos dados, existem diversas opções com versões gratuitas e pagas.
Assim, você pode escolher a que melhor se adaptar às suas necessidades, de acordo com as funções oferecidas por cada uma.
A primeira página do questionário, apesar de não conter perguntas, é essencial.
Ela funciona como uma página de boas vindas, em que você agradece o interesse do visitante em responder à pesquisa e explica o objetivo da mesma.
Caso sua empresa vá oferecer um brinde a ser sorteado para um dos respondentes, destaque esse incentivo na também.
É importante falar, ainda nessa página, que a pesquisa é anônima e os resultados serão publicados apenas de forma agregada, sem a divulgação de informações individuais.
Em seguida, para a criação das perguntas, tenha como base as informações que você deseja descobrir, as hipóteses desenvolvidas anteriormente, além das possíveis sugestões fornecidas pelos apoiadores durante o planejamento.
Apesar de essa etapa parecer simples, é preciso levar em consideração muitas variáveis para que os dados obtidos sejam os mais precisos e completos possíveis.
A primeira variável a ser considerada é a população de respondentes escolhida.
Mesmo que o envio do questionário seja segmentado apenas para aqueles que fazem parte da população, é possível que outras pessoas o recebam por engano.
Caso você tenha selecionado um nicho específico de mercado para explorar na sua pesquisa, por exemplo, isso significa que aqueles que não fazem parte do mesmo não deveriam responder às perguntas, já que isso poderia causar uma distorção nos dados.
Mas como evitar isso?
Com o uso de uma pergunta desqualificatória.
A pergunta desqualificatória representa uma boa opção nesses casos por impedir automaticamente que aqueles respondentes que não fizerem parte da população explorada prossigam para as perguntas seguintes.
Alguns exemplos de situações em que essa pergunta se faz necessária são:
Em uma das pesquisas que realizamos na Rock, queríamos entender melhor sobre o mercado de empresas SaaS e tecnologia. Isso significa que não nos interessava obter respostas de quaisquer outras empresas que não pudessem ser classificadas dessa forma.Assim, logo após a página de boas vindas, a primeira pergunta era: “Sua empresa atua no mercado de software, cloud ou se encaixa no setor de tecnologia?”:
Caso a resposta fosse afirmativa, o respondente seria redirecionado ao questionário e poderia prosseguir normalmente.
Caso fosse negativa, ele não teria acesso à sequência de perguntas e receberia a uma mensagem de agradecimento e de explicação de porque ele não poderia participar da pesquisa.
No nosso caso, ainda oferecemos a possibilidade de ele concorrer ao sorteio do brinde:
Em casos de pesquisas realizadas com clientes da empresa, não nos interessa saber a opinião de pessoas que nunca utilizaram nosso produto ou serviço.
Para evitar que isso aconteça, a pergunta desqualificatória poderia ser “Você já foi ou é cliente da empresa X?” ou “Você utiliza ou já utilizou o produto/serviço X?”Aqueles que afirmarem “sim”, poderão prosseguir e responder todo o questionário.
Já aqueles que selecionarem “não”, não terão suas respostas coletadas.
Em algumas pesquisas de mercado buscamos respostas de um segmento específico.
Uma loja de cosméticos e produtos de maquiagem, por exemplo, pode desejar coletar apenas respostas de mulheres.
Nesse caso, a pergunta desqualificatória pode ser em relação ao gênero do respondente, ou ainda: “você é um usuário de cosméticos e produtos de maquiagem?”.
Existem diversos exemplos de segmentações do mercado consumidor possíveis, como idade, gênero, região e cidade (caso a empresa só atue em um local específico), entre outros.
Assim, se sua pesquisa abrange somente um segmento como estes, o uso de uma pergunta desqualificatória é recomendado.
Depois de garantir que todos os respondentes da pesquisa farão parte do segmento abrangido, as perguntas seguintes devem ter o objetivo de determinar as características dos participantes e de segmentá-los.
Essas informações são importantes, posteriormente, para definir no relatório final o perfil dos entrevistados, além de contextualizar melhor a pesquisa.
Nessa etapa, as perguntas dependerão da população escolhida, das informações que você deseja encontrar sobre ela e de como esses dados demográficos podem ser relacionados às demais perguntas.
Existem diversas possibilidades e opções de perguntas demográficas.
Elas podem tanto estar relacionadas ao respondente, como idade, renda, gênero e região em que vive, quanto à empresa em que ele trabalha.
Por exemplo, na pesquisa Martech, sobre tendências e benchmarks de Marketing Digital para empresas de tecnologia, utilizamos as seguintes informações para segmentarmos as respostas:
Como essa pesquisa tinha o objetivo de entender as tendências das empresas que se inserem nesse mercado, os dados demográficos tinham como foco atributos da empresa.
Já em uma pesquisa que busca compreender o mercado consumidor (de empresas B2C), os dados demográficos deverão apresentar maior foco nas características do respondente.
Depois da criação das perguntas demográficas, o próximo passo é determinar as questões que estão relacionadas com as hipóteses e que, dessa forma, podem confirmá-las ou refutá-las.
Nesse momento, tanto o tema de cada pergunta quanto o seu formato devem ser definidos
Antes de criar as perguntas que se relacionam com as hipóteses, é preciso definir se elas serão qualitativas ou quantitativas.
Os dados obtidos por meio de perguntas fechadas podem ser quantificados e convertidos em números, o que facilita sua análise e a produção de gráficos para um relatório.
Assim, neste guia vamos focar na criação de perguntas quantitativas e seus diversos formatos:
Para escolher o formato mais adequado para cada pergunta do seu questionário, busque avaliar qual seria a forma mais simples tanto para obter a informação desejada, quanto para analisar os dados.
Tão importante quanto desenvolver e finalizar as perguntas é fazer uma revisão detalhada do questionário para evitar que ele seja enviado aos respondentes com qualquer tipo de problema.
Alguns erros comuns e que podem distorcer e influenciar os dados da sua pesquisa são:
Nas perguntas de múltipla escolha, as alternativas devem ser mutuamente excludentes para que o respondente possa escolher de forma clara a opção que melhor o descreve.
Em questões em que as opções contém intervalos numéricos, é preciso cuidado para não cometer esse primeiro tipo de erro, como no exemplo abaixo:
Se você fosse um respondente dessa pesquisa e trabalhasse em uma empresa com 5, 25 ou 50 funcionários, qual opção você marcaria?
Questões como essa não só dificultam o preenchimento do questionário pelo respondente, como invalidam seus resultados.
Outro erro comum em questionários é a presença de perguntas de múltipla escolha que não fornecem todas as opções possíveis de resposta.
Nessa situação, alguns respondentes são obrigados a escolher uma alternativa que não representa a realidade, o que provoca uma distorção nos dados.
Para evitar isso, verifique se há a necessidade de acrescentar mais alternativas, além de opções como “outro(a)” e “não sei”.
É preciso ter muito cuidado com o uso de adjetivos e qualidades em questionários, para que não haja influência na resposta do leitor.
Por exemplo, na pergunta “O que você acha do design inovador do carro X?”, o adjetivo inovador influencia a percepção do leitor sobre o design.
Lembre-se de que pesquisas de mercado devem ser imparciais e, portanto, não fazer propaganda do seu produto, serviço ou marca.
Fique muito atento à inclusão de duas ou mais perguntas em uma mesma questão.
Por exemplo: suponha que uma pessoa deseja abrir um restaurante que oferecerá em seu cardápio apenas peixes e frutos do mar e, antes de levar a ideia adiante, realiza uma pesquisa de mercado para avaliar a viabilidade do projeto.
Assim, ela acrescenta a seguinte pergunta ao questionário: “Você gosta de peixes? E de frutos do mar?” e as únicas alternativas de resposta são “sim” ou “não”.
Nesse caso, como foram feitos dois questionamentos em uma mesma pergunta, não há possibilidade de resposta para aqueles que gostam apenas de peixes, mas não de frutos do mar, e vice e versa.
O ideal seria dividir essa questão em duas.
Verifique se os leitores terão facilidade em entender as perguntas.
Caso seja necessário, acrescente textos de ajuda sobre a questão e lembre-se de explicar termos que podem gerar possíveis dúvidas.
Depois de finalizar o questionário, analise se a disposição e ordenamento das perguntas apresenta sentido lógico.
rocure agrupar questões relacionadas entre si e a um mesmo assunto para, só então, passar para outro tema.
É necessário que as perguntas do seu questionário sejam obrigatórias para que o respondente só consiga finalizar o survey depois de respondê-las.
Isso garante que nenhuma pergunta essencial será ignorada e, dessa forma, dados não serão perdidos.
Por fim, a última etapa da revisão do questionário é o seu teste.
Antes de enviar para seu público alvo, peça para que outras pessoas da sua própria empresa respondam, analisem e avaliem o survey para garantir que nenhum erro passe despercebido.
Depois de produzido e revisado, o survey está pronto para ser enviado ao seu público alvo.
Essa divulgação pode ser feita de diferentes maneiras, em canais diversos.
Algumas dicas são:
Uma das melhores maneiras de divulgar seu survey é por meio do envio de emails.
Para esse processo, é interessante o uso de alguma ferramenta de email marketing/automação de marketing, ou até mesmo pela própria plataforma de questionário online, caso ela apresente essa função.
Caso sua pesquisa seja aberta ao público e não apenas para clientes ou leads, por exemplo, você também pode divulgá-la em diversos canais, como no blog e nas redes sociais da sua empresa.
Assim, publique um artigo em seu blog, destacando o assunto geral da pesquisa, além dos benefícios que aqueles que participarem terão (como recebimento de resultados em primeira mão, maior conhecimento do mercado e seus benchmarks, participação em sorteios, entre outros).
Nas redes sociais, você pode:
Uma alternativa, inclusive, é criar segmentações exclusivas em mídias pagas, como as audiências customizadas do Facebook. Com este modelo você poderia, por exemplo:
Aprenda tudo o que você precisa saber para marcar presença no Facebook, Instagram, LinkedIn, Twitter e YouTube!.
Assim que sua pesquisa atingir um número desejável de respondentes, o primeiro passo antes de dar início à análise dos dados é fechar seu survey, de modo a impedir que novas respostas sejam coletadas.
Feito isso, o próximo passo é fazer o download dos dados obtidos, preferencialmente em formato .xls ou .xlsx., para ser aberto em Excel/Planilhas Google, por exemplo, ou até mesmo em softwares de análise de dados quantitativos.
Seguindo o processo utilizado nas nossas pesquisas, vamos passar pelas etapas de análise em planilhas.
Antes de avaliar e interpretar os dados obtidos, lembre-se de desconsiderar as linhas da planilha que contém os respondentes eliminados pela pergunta desqualificatória.
Além disso, verifique a presença de respostas que podem comprometer os resultados.
Nem sempre é possível encontrá-las com facilidade, principalmente em pesquisas com alto índice de respostas.
Procure ficar atento, por exemplo, a dados numéricos que fogem muito da média geral do mercado e da média apresentada pelos respondentes.
Para trabalhar a análise dos dados, é importante mantê-los organizados na planilha seguindo algumas dicas:
Para cada pergunta do survey, crie um filtro na planilha. Isso facilitará o calculo de média de respostas para cada alternativa de múltipla escolha, por exemplo.
Uma lição que aprendemos ao desenvolver nossas pesquisas é: crie uma cópia da planilha principal, em novas abas no próprio arquivo, para cada hipótese e dado demográfico que você deseja avaliar.
Para facilitar, veja esse exemplo de uma das nossas pesquisas.
Nessa planilha, nós mantivemos uma aba base, sem modificações e filtros, denominada “Dados Gerais”.
As demais foram criadas a partir de cópias da aba base, e continham “filtros permanentes”, de acordo com as segmentações desejadas para avaliar dados demográficos ou hipóteses.
Assim, na aba “B2B”, o “filtro permanente” foi configurado para que apenas as empresas que responderam que o modelo de negócios adotado era B2B aparecessem na planilha.
Isso ajuda a manter a organização tanto dos dados, quanto dos gráficos, que estarão separados em diferentes abas.
Para trabalhar os dados, sugerimos dividir em duas etapas:
Os dados demográficos são aqueles que contextualizaram sua pesquisa na introdução do relatório.
Eles serão importantes para fornecer uma visão geral ao leitor sobre qual é o perfil dos respondentes.
Após criar uma planilha para cada uma das perguntas demográficas, com os respectivos filtros permanentes, calcule o número de respostas para cada alternativa destas e, com base no total de respondentes, encontre as porcentagens.
Exemplo:
As correlações entre variáveis são aquelas que estabelecemos nas hipóteses e, nesse momento, vamos buscar confirmá-las ou refutá-las.
A partir dos resultados encontrados, pode ser que surjam novas correlações relevantes que não haviam sido percebidas no momento de formulação de hipóteses.
Para avaliá-las, o primeiro recurso importante é o filtro, para que você selecione apenas as respostas que deseja comparar.
Essa análise pode ser feita da mesma forma dos dados demográficos.
Depois de selecionados os filtros das informações que serão comparadas, basta calcular a porcentagem de respondentes, entre o total, que está incluída na relação.
Por exemplo: vamos supor que uma sorveteria realizou uma pesquisa de mercado para entender a preferência por sabores de sorvetes. Assim, em uma pergunta avaliou se seus consumidores gostariam de sorvete de morango e, em outra, se gostariam de sorvete de chocolate.
Depois, decidiram calcular qual a porcentagem de respondentes que gosta de ambos os sabores.
Para isso, selecionaram pelo filtro apenas os aqueles que responderam sim para as duas perguntas e calcularam a porcentagem sobre o total de respondentes.
Outra forma de calcular essa relação é por meio do uso de tabela dinâmica (ou pivot table) em planilhas.
Algumas plataformas de questionários online, inclusive, apresentam essa função.
Produzir gráficos a partir dos dados obtidos é essencial para um bom relatório, já que eles são mais visuais do que apenas números.
Por isso, é importante garantir que sua apresentação e leitura são de fácil compreensão para os leitores. Para isso, algumas dicas podem ser seguidas:
Tão importante quanto coletar dados e analisá-los é saber apresentá-los.
Um bom relatório de uma pesquisa de marketing deve contar uma história, descrevendo a pesquisa e seu processo, os resultados e conclusões obtidas.
Além disso, deve ser de fácil compreensão para os leitores.
Nos relatórios das nossas pesquisas, em geral, seguimos a seguinte estrutura:
Depois de redigir o relatório, o próximo passo é realizar uma revisão completa no texto e nos gráficos, verificando a presença de quaisquer erros.
Assim que estiver pronto, o próximo passo é enviar para a equipe de design, que irá diagramar todo o material e modificar os gráficos base produzidos nas planilhas.
Quando o material for finalizado, peça para mais algumas pessoas da sua empresa lerem e revisarem, como garantia de que ele não será publicado com erros.
Com o relatório finalizado, o próximo passo é sua promoção. No nosso processo, adotamos as seguintes estratégias:
Para recapitular todo o processo, fizemos um checklist interativo de como criar pesquisas de marketing.
Em suas próximas pesquisas, utilize-o como base de consulta e acompanhamento do projeto, marcando as etapas que já foram concluídas.
Em abril de 2015, começamos a desenvolver a ideia de produzir uma pesquisa de marketing; mais especificamente, sobre marketing de conteúdo.
Enquanto no mercado americano já existem instituições que publicam relatórios anuais sobre essa estratégia há alguns anos, os profissionais brasileiros ainda careciam de informações sobre o mercado local para apoiar sua tomada de decisão.
Assim, além do interesse em entender as tendências de uso dessa estratégia no Brasil, sabíamos que isso poderia representar uma boa oportunidade de ampliar a autoridade da nossa marca, de diversificar nossos conteúdos e gerar leads.
Nosso objetivo era simples: investigar, se, como e por quê as empresas estão (ou não) adotando marketing de conteúdo no Brasil.
Para construir a Content Trends 2015 passamos por todo o processo de criação de pesquisas que ensinamos nesse guia.
Depois da sua idealização, criamos um survey online que continha 22 perguntas e enviamos para uma base de mais de 100.000 profissionais de todo o país.
A pesquisa levava em média 9 minutos para ser respondida, ou seja, não era exatamente uma pesquisa super curta, por isso, como incentivo para os respondentes, sorteamos um alto falante Beats Pill.
Durante o período de 4 dias em que o questionário ficou aberto, obtivemos dados de 2233 participantes e, em aproximadamente 3 semanas, passamos pelos processos de análise de dados, construção de gráficos e produção do relatório final.
Para o seu lançamento, criamos um hotsite, produzimos um press release e guest posts para promover pesquisa, e anunciamos para os parceiros de divulgação e apoiadores da pesquisa.
Além disso, divulgamos para toda a nossa base de contatos, publicamos em nosso blog e nas redes sociais.
Veja alguns exemplos:
Os resultados obtidos não poderiam ser melhores, tanto em termos de dados e estatísticas que nos ajudaram a entender as tendências do marketing de conteúdo no Brasil, quanto em termos de geração de leads.
Entre os dados obtidos, verificamos que já há uma ampla adoção ao marketing de conteúdo no Brasil e que ela só tende a crescer: 69% das empresas no Brasil já utilizam essa estratégia e a mesma porcentagem previu um aumento no orçamento de marketing de conteúdo para 2016, enquanto apenas 4% previram uma redução.
Como adiantamos na introdução, as pesquisas desenvolvidas por nós também são parte da nossa estratégia de marketing de conteúdo.
Isso porque os relatórios são materiais ricos e, portanto, podem estar protegidos por uma landing page para capturarmos informações de todos que fizerem seu download.
Sendo assim, são excelentes conteúdos para gerar leads.
Desde o lançamento da pesquisa, o relatório gerou mais de 5.000 leads. Se somarmos às outras duas pesquisas que lançamos em 2015, são mais de 8.000 contatos obtidos unicamente por pesquisas de marketing.
Além disso, a Content Trends também representa um excelente material de sales enablement — conjunto de tarefas, informações e ferramentas que tem como objetivo a melhoria da execução de atividades-chave de vendas — para os nossos vendedores.
Isso porque as estatísticas que obtivemos se tornaram argumentos importantes (e embasados em dados reais) para o time de vendas da Rock.
Veja dois exemplos de argumentos: se 69% das empresas no Brasil já utilizam marketing de conteúdo, quem ainda não faz está em desvantagem. Ao mesmo tempo, apenas 29% das empresas utilizam ebooks/whitepapers para distribuir conteúdo, então aquelas que começarem a divulgar esses materiais têm uma oportunidade para sair à frente da concorrência.
Quer aprender como fazer uma pesquisa? Baixe nosso ebook completo!
100.000 pessoas não podem estar enganadas
Deixe seu email e receba conteúdos antes de todo mundo
Deixe uma resposta