Como funciona a aposentadoria freelancer? É possível que esses profissionais consigam parar de trabalhar um dia? Há muitas dúvidas sobre esse assunto e estamos aqui para ajudá-lo a lidar com elas.
A principal coisa que você deve aprender com esse texto é que sim, é possível uma aposentadoria sendo freelancer. Todavia, será preciso fazer algumas mudanças na sua maneira de trabalhar e poupar para conquistá-la.
Confira, nos tópicos abaixo, como chegar lá!
Como funciona a aposentadoria tradicional?
Para entender melhor como a aposentadoria freelancer funciona teremos de falar um pouco sobre o funcionamento das aposentadorias no Brasil. Hoje, todos os trabalhadores que usufruem da CLT estão automaticamente cobertos pela Previdência Social.
Isso significa que eles fazem contribuições obrigatórias para o INSS, ou Instituto Nacional do Seguro Social. Essas contribuições vão de 8 a 11% do salário e estão limitadas a um teto. Essas informações são importantes de se lembrar, então guarde elas na memória.
São essas contribuições frequentes que, depois de alguns anos, são utilizadas para calcular quanto um aposentado tem a receber.
De acordo com o modelo utilizado em nosso país, todavia, a contribuição previdenciário de cada um de nós custeia quem já está fora do mercado de trabalho (e no futuro, o que será pago pela força de trabalho ativa é o que custeará a sua aposentadoria).
Quando alguém não trabalha sob o regime da CLT não significa que essa pessoa não pode se aposentar. Afinal, há outras modalidades de contribuição e financiamento que podem garantir esse benefício no futuro.
O que é uma previdência privada?
Uma das alternativas para quem está fora da CLT é a previdência privada. Nesses regimes, que devem ser contratados individualmente, o trabalhador contribui para um fundo específico em seu banco. Esse fundo é investido pela instituição financeira e dá retornos para ambos correntista e corretor.
Assim como faz o INSS, as previdências privadas também determinam um tempo mínimo de contribuição. Todavia, ao contrário do INSS, elas definem um tempo máximo de retornos, ou seja, não são vitalícias.
Você pode contribuir por 30 anos, se aposentar aos 60 e receber uma quantia pré-determinada por outros 15 anos, por exemplo.
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É possível contribuir com o INSS sem CLT?
Quem deseja se aposentar com recursos da Previdência Social não precisa se preocupar. Existem modalidades de contribuição junto ao INSS que dão os mesmos direitos de um trabalhador registrado.
A filiação como contribuinte individual é uma delas. Para ingressar basta acessar o site da Previdência e fazer um cadastro. Mensalmente você terá um carnê, por meio do qual pagará 11% de um salário mínimo.
Fazendo isso você terá direito a se aposentar, com um salário mínimo no futuro. Essa aposentadoria, entretanto, está atrelada a uma idade mínima.
Quem quiser receber um pouco melhor pode contribuir com 20% dos rendimentos que declara à Previdência. Se você declarar R$3000, então, deverá pagar um carnê de R$600.
Nesse caso, o valor a ser recebido é uma média de 80% dos seus maiores salários multiplicados pelo fator previdenciário (que beneficia sempre quem contribui por mais tempo e pune quem sai do mercado de trabalho com uma idade menor).
Os MEIs podem se aposentar?
Quem é MEI pode se aposentar pelo INSS, mas apenas por idade e não por tempo de contribuição. Ao pagar o carnê com seus impostos mensais você estará inscrito na Previdência e terá também direitos trabalhistas como o auxílio-doença, o salário-maternidade e a aposentadoria por invalidez.
Os MEIs que são os principais provedores de uma família também garantem recursos como a pensão por morte e o auxílio-reclusão.
A aposentadoria do Microempreendedor Individual estará sempre atrelada ao salário mínimo e só aumenta caso você exerça outra atividade comercial e contribua individualmente com a Previdência, usando o carnê citado anteriormente.
Devo optar pelo INSS ou pela previdência privada?
Agora que você tem essas informações, deve estar se perguntando: qual delas é a melhor forma para um freelancer se aposentar?
Assim como em qualquer investimento, precisamos analisar riscos para tomar a decisão mais adequada. Nesse caso é bom comparar os piores cenários que podem acontecer em cada modalidade.
Como o INSS é mantido pelo governo e é custeado pelos trabalhadores em atividade ele sempre corre um risco de colapso. Isso significa que a base de profissionais que utilizam o serviço diminuiria e não seria o bastante para arcar com o seu benefício no futuro.
Esse risco é relativamente menor do que parece, porque as instituições governamentais recebem outros impostos, que podem ser remanejados para cobrir a previdência em alguns casos.
Há, porém, outro ponto a se considerar: quem não paga corretamente o INSS perde o direito a aposentadoria, podendo passar pelo que chamamos de “desperdício de contribuição”.
O “desperdício de contribuição” acontece quando pagamos o carnê do INSS e interrompemos esse pagamento. O dinheiro que já foi investido na Previdência é desconsiderado e o trabalhador fica sem recebê-lo.
A previdência privada, por outro lado, sofre com outros tipos de riscos. O principal deles é a falência do banco ou da administradora do plano. Nesse caso, quem contribuiu pode ficar sem receber porque a instituição escolhida não existe mais.
Quando você investe o seu dinheiro em uma instituição consolidada já reduz esse risco. Isso não é suficiente para contornar os outros dois problemas da PP: perda de poder de compra (devido à inflação) e ausência de benefícios como o auxílio-doença.
Considerando tudo isso é enorme a parcela dos freelancers que optam pela previdência privada de grandes bancos, principalmente pelo medo de não conseguir contribuir de forma estável com o INSS.
Os MEIs, todavia, são automaticamente segurados, o que significa que podem investir em ambas e garantir duas aposentadorias.
Escolher a melhor forma de se aposentar depende do que é ideal para cada profissional. Conhecendo melhor as possibilidades, é possível escolher a estratégia mais acertada para garantir uma aposentadoria no futuro.
A aposentadoria freelancer é uma preocupação com que os profissionais devem lidar quanto antes, já que ela não funciona exatamente como uma aposentadoria tradicional e exige que você seja proativo em relação ao benefício.
Por isso, é importante começar a se informar sobre ela o quanto antes. Esperamos que este texto tenha servido para lhe ajudar.
E aí, gostou de conhecer melhor as opções de aposentadoria freelancer? Descubra como também quais são os principais documentos para os profissionais independentes — quando você é seu próprio patrão!