O mito do bloqueio criativo e como não ser dominado por ele

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Toda criação precisa emergir de algo, vir de algum lugar. Mesmo quem entende a criatividade,  sabe que não é traço nato nem superpoder, ainda está sujeito à horrível sensação de olhar para o papel e…. nada!

É o temido branco. A incapacidade de atacar a tela, de iniciar qualquer trabalho. O senso de impotência, de não conseguir começar ou de não saber o que fazer, mesmo quando se sabe exatamente o que precisa ser feito.

Antes de prosseguir para a leitura, já queria te apresentar uma técnica sensacional que ajuda a combater o bloqueio criativo: o storytelling!

E agora vamos entender melhor o que é esse problema e ver como resolvê-lo de uma vez por todas. A primeira coisa que você precisa saber é…

Não existe um bloqueio criativo

Parte do que torna o problema tão assustador é que ele é tremendamente mal entendido. Chamamos várias dificuldades diferentes pelo mesmo nome. Julgamos todas elas pela sua consequência: a dificuldade em criar. Ignoramos quais são as suas causas e tentamos tratá-las todas como se fossem uma só. Não mais!

Da próxima vez que sentir o branco atacando, respire fundo e preste atenção no que você está sentindo para identificar que tipo de bloqueio te aflige. Pode ser que…

O seu crítico interior não cala a boca

Uma das dificuldades mais comuns é a ansiedade pela reação dos outros ao nosso trabalho.  O crítico mais cruel muitas vezes mora dentro da nossa própria cabeça.

A voz que fala direto nos seus pensamentos está em uma posição estratégica para maltratar a sua criação. Ele sabe o que vai ser escrito mesmo antes do dedo tocar o teclado, do primeiro risco chegar ao papel. E te diz que vai ser uma droga e é melhor nem perder o seu tempo tentando.

A incapacidade de lidar com a crítica — ou mesmo com a ansiedade da crítica por vir — está na raiz de vários tipos de bloqueios criativos. É ela que evita que você se afaste da sua zona de conforto.

Que não permite que aborde determinado tema, ou experimente com um novo estilo. Que faz com que releia um milhão de vezes seu artigo e nunca ache bom o suficiente, apesar de não saber por quê.

Nosso senso de autocrítica tem uma função importante. Boa parte das vezes, se algo em você diz “não faça isso”, é recomendado ao menos ouvir com atenção. É uma faceta do seu instinto de autopreservação. O impulso de evitar que seu DNA seja retirado do pool genético da humanidade, coroado com um Darwin Award.

Use-a para encontrar falhas no seu trabalho e identificar seus defeitos e vícios, não para impedir que ele seja realizado. Pode ser um processo um pouco doloroso, mas não seja muito duro consigo mesmo.

Errar é parte inevitável do aprendizado e crescimento em qualquer habilidade que se desenvolva. Aceitar esse fato vai permitir que lide com isso de forma produtiva.

A dificuldade em começar entretanto não está sempre relacionada à dúvida. Seu problema pode ser…

A falta de ânimo

Talvez tenha sido um dia ou um mês difícil. Talvez já tenha escrito centenas de artigos sobre o mesmo tema ou fotografado tal lugar de todos os ângulos possíveis.

Possivelmente você detesta a tarefa que está a sua frente. Existem muitos fatores que minam a vontade em fazer alguma coisa e acaba parecendo que falta inspiração.

Enquanto alguns podem simplesmente mudar a tarefa, tentar fazer outra coisa ou experimentar outras técnicas, a maior parte das pessoas não pode se dar esse luxo. Se seu trabalho não for entregue, não será pago. O professor te reprova. O cliente cancela o contrato.

Felizmente existem milhares de maneiras de lidar com isso. A solução pode estar em parar um pouco, dar uma volta, tomar um café. Tirar férias. Ir para a academia, dormir mais cedo naquele dia. Meditar. Ou só tomar vergonha na cara e voltar ao trabalho. Quem vive de criar precisa aprender a trabalhar apesar da falta de vontade e não se impedir por ela.

Há ainda uma terceira possibilidade…

Você não sabe o que está fazendo

Muitas vezes o que falta é um entendimento melhor da tarefa que está à frente. Se não conseguimos visualizar claramente o resultado final do trabalho, é muito complicado traçar um caminho para chegar até ele. Sem um plano, uma sequência de ações que possam ser executadas, é fácil cair na armadilha de não fazer nenhuma.

Para redatores e jornalistas, que frequentemente precisam escrever sobre áreas que não dominam, esse é um problema bastante comum. Quando faltam informações para estruturar satisfatoriamente as linhas de raciocínio, ou quando falta clareza sobre algum aspecto do trabalho, o cérebro “trava”.

Esse tipo de impedimento também acontece quando os seus objetivos e metas não estão claros. Quando estamos desempenhando uma tarefa sem contexto, desligada de uma função maior ou sem visão de componente.

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Como superar estes problemas?

Já deve estar claro nessa altura do campeonato que esses problemas não são compartimentados. Pelo contrário, eles são profundamente interligados e se manifestam juntos, misturados em proporções diferentes, dependendo do seu conjunto de hábitos, características e habilidades.

É por isso que agora, quase no final do texto, preciso confessar que ele não contém uma resposta pronta, embrulhadinha, para o branco que você está sentindo.

Se você chegou até aqui, já entende que os conselhos auto-ajuda enlatados, como “inspire-se” e  “pense fora da caixa”, são inúteis. Eles podem fazer com que você se sinta melhor temporariamente, mas não resolvem o seu problema.

O que posso oferecer é a tranquilidade que não existe maneira de cortar o acesso a sua criatividade.

Não há bloqueio que te impeça de criar consistentemente, com excelente qualidade, independentemente de estar tendo um dia bom ou ruim. Mas cabe a você refletir sobre quais são os fatores que te fazem pensar o contrário. Abordar o “branco”, com essa atitude, permite que você o domine em vez de ser dominado por ele.

E aí, já está pronto para largar o branco e começar a colorir a tela da sua próxima tarefa? Compartilhe nos comentários as suas técnicas para driblar o bloqueio criativo.

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