Faço parte do grupo de pessoas que caiu por acaso nessa vida de freelancer. Nesta Coluna Freela, vou contar como tudo aconteceu e o que mudou na minha rotina.
Faz três anos e meio que conheci a vida de freelancer e não esperava que tanta coisa fosse mudar nesse pouco tempo. Minha jornada começou em fevereiro de 2015: estava desempregada há 3 meses e tentava encontrar uma vaga na minha área de formação.
Um colega, que sabia que gosto muito de ler e escrever, me indicou a Rock Content para garantir uma graninha enquanto o emprego não aparecia. A princípio, fiquei meio resistente, já que pensava “como é que uma pessoa da área de logística vai trabalhar com marketing?”, mas topei a ideia.
De lá para cá, adquiri muitos aprendizados, dei algumas escorregadas (quem nunca?) e só posso dizer uma coisa: eu amo ser freela e, finalmente, sinto que estou no caminho certo. Por isso, resolvi compartilhar parte da minha história na Coluna Freela e, quem sabe, dar aquele empurrãozinho que falta para algumas pessoas seguirem em frente.
A vontade de ser minha própria chefe
Quando criança, queria ser cientista ou mulher de negócios. Por questões práticas, peguei um caminho que tinha mais a ver com o segundo objetivo. Me formei em Logística, fiz dois MBAs (um em Gestão Estratégica de Negócios e outro em Gerenciamento de Projetos), trabalhei em multinacionais, ganhava razoavelmente bem e achava que estava me realizando profissionalmente.
Porém, lá no fundinho, aquela voz me dizia que aquilo ainda não era suficiente e eu queria mais. Queria ser minha própria chefe! E aí, começou aquele faniquito (acho que muita gente que quer empreender sente o mesmo):
- mas como?
- O que fazer?
- Por onde começar?
- Será que devo fazer arte e vender na praia?
Então, continuei infeliz no meio corporativo, mas sempre pensando em um modo de ter o meu negócio — não me leve a mal, eu sou apaixonada pela área de logística, mas além de ser muito estressante, eu estava abrindo mão de coisas que dinheiro nenhum paga: minha saúde e a qualidade de vida.
“Vou fazer uns freelas só enquanto não aparece nada”
No finalzinho de 2014, fui desligada da empresa na qual trabalhava, resolvi tirar um mês de férias e só depois disso procurar emprego. Foi aí que, em fevereiro de 2015, já enviando alguns currículos, um anjo chegou e me apresentou a Rock.
Fiz meu cadastro, enviei minha candidatura (naquela época, o processo era um pouquinho diferente de como é hoje) e com dois meses já tinha uma demanda boa. Como ainda não existiam os cursos gratuitos, muito do que aprendi foi na prática mesmo, absorvendo os feedbacks que eram passados pelos analistas.
Em poucos meses, percebi que poderia ter uma renda igual ou superior à que ganhava antes como CLT, gostava muito do que fazia e ainda tinha qualidade de vida. Parei de gastar dinheiro com médico e remédios, tinha tempo para ir à academia e encontrei minha paz de espírito.
Então, aquela ideia de “vou fazer uns freelas só enquanto não aparece nada” já começava a mudar para “opa! Acho que rola focar nisso aqui!”.
Como nem tudo são flores…
Muitos freelas sabem bem como é a sensação de ter família e alguns amigos que não entendem e não concordam muito com esse estilo de vida que a gente leva. Quando comuniquei que não ia mais procurar emprego, foi o maior auê. A lista é grande, mas vou colocar aqui só as principais frases que eu ouvi durante muito tempo:
- “mas você vai abandonar a segurança que um emprego de carteira assinada dá?” (mãe);
- “você tá ficando doida?” (tia);
- “mas você estudou tanto…” (mãe de novo).
Além de ter a sensação de que não recebia muito apoio, eu tinha que lidar comigo mesma e com todos os desafios que o home office proporciona. Estabelecer horários fixos de trabalho, ter disciplina e organização, não trabalhar de pijama na cama e evitar as distrações são só algumas das coisas que preciso me policiar, ainda hoje, para cumprir.
Apesar de ser maravilhosa, a vida de freelancer não é fácil. Confesso que ainda tem dias que, se vejo que não tenho nenhum compromisso ou tarefa agendada, passo o dia vendo séries ou fazendo qualquer outra coisa que não seja trabalhar.
Sem contar aquelas pausas não programadas que acontecem porque a família esquece que você não está ali disponível o tempo todo ou porque precisou muito parar para fazer aquele carinho no gato (ou no cachorro, nas crianças, no seu amor, na xícara de café — ou qualquer que seja o seu pedacinho de céu).
Pensando no agora e no futuro
Se me perguntarem agora sobre ter um emprego CLT, minha resposta será bem firme: não tenho pretensões. Não digo que dessa água não beberei (vai que beberei, né?), mas o objetivo é investir ainda mais em mim e no meu próprio negócio.
Hoje vivo 100% de freela e já estou com planos de iniciar uma empresa em curto/médio prazo. Ainda não posso dizer que cheguei aonde queria, mas estou muito mais perto do que estava em 2014, quando tudo ainda era só um sonho.
Ah, tudo isso também envolve a minha vida pessoal. Graças à flexibilidade de ser freela, posso passar metade do mês com o namorado (que mora a 500 km de distância) e consigo planejar tranquilamente a minha mudança de BH para Vila Velha para o ano que vem, quando nos casarmos — sem aquela coisa toda de ter que pedir demissão, procurar um novo emprego, lidar com instabilidade etc.
Como eu disse, nem tudo são flores. Mas se eu colocar na balança todos os prós e contras de ser freelancer em tempo integral, com certeza ela vai pender (muito) para o lado mais favorável.
Seria uma grande mentira se eu afirmasse que não tenho um pouco de receio em relação ao dia de amanhã. Afinal, os boletos não param de chegar, não é mesmo? Mas eu tenho muito mais motivos para sentir gratidão e continuar correndo atrás dos meus objetivos do que para criar empecilhos e não sair do lugar (sai daqui, autossabotagem!).
Apesar de ter caído de paraquedas e tomado a decisão de ficar nessa vida, sei de tem muita gente que tem vontade de abandonar o emprego CLT para ser freela em tempo integral. A minha transição foi menos complicada, pois eu já estava passando por ela.
Mas, para quem quer criar coragem, com bastante planejamento e cautela, dá para fazer — nada de sair no impulso demitindo seu chefe, hein!
E aí, quer dar o seu primeiro passo para ser freela full time? Ou quer só ganhar uma graninha extra no fim do mês? Você pode se tornar um redator da Rock e começar agora mesmo. Muitos jobs e sucesso para nós!
Julyana Andrade
Especialista em logística com dois MBAs concluídos e redatora freelancer.
Você tem alguma história de vida como freelancer que gostaria de compartilhar com a gente? Confira o form abaixo.