A ideia de trabalhar em casa, fazer seu horário e até poder fazer da praia seu escritório é atraente. Mas se engana quem pensa que isso basta. Para saber como profissionalizar sua carreira de freelancer, é preciso ir além.
Quem já atua dessa forma há alguns anos, sabe disso. Afinal, é preciso prospectar clientes, mostrar sua proposta, engajá-los, encantá-los e, por fim, fidelizá-los — qualquer semelhança com a jornada de compra não é mera coincidência.
O trabalho, portanto, é muito maior do que aquele que você se propõe a fazer inicialmente — sem contar as muitas horas de estudo para se especializar ainda mais.
Agora a questão é: o que é preciso fazer para se profissionalizar como freelancer e se destacar no mercado? Bastante coisa. Mas não desanime! É possível chegar lá. Veja como!
Por que se profissionalizar e agir como empresa?
Assim como uma marca, você precisa se destacar se quiser trabalhar como freelancer. Mais que uma atividade informal, o trabalho requer cuidado, atenção e especialização.
Esses são os requisitos exigidos pelos clientes. Por isso, se você acha que é suficiente divulgar seus serviços e fazer o seu trabalho, precisa mudar sua mente agora!
Da mesma forma que Gil Pender, em Meia Noite em Paris, é necessário se transformar e fazer o que ama. Para isso, precisa encontrar inspiração.
Essa regra vale para tudo — até mesmo para as atividades burocráticas. É assim que você fortalece sua reputação com mais facilidade e mostra que, apesar de ser uma pessoa só, tem know-how para executar o trabalho.
Além disso, é preciso ter organização e disciplina. Freelas trabalham com prazo — e eles precisam ser respeitados.
A importância de ter comportamento de empresa
Embora seja uma alternativa para muitas pessoas que esperam conseguir o primeiro emprego ou fazem freela como um complemento da renda, a tendência mais forte é a da formalização.
Ela requer, por consequência, a profissionalização, que traz vantagem competitiva para quem atua na área. Se você duvida, basta ver os dados da pesquisa Mercado Freelancer 2019.
Segundo o levantamento, mais de mil profissionais pretendem começar a trabalhar dessa forma em 2020. Além disso, 37,4% pretendem se dedicar mais à profissão.
Ao atuar como empresa, você tem uma chance maior de conseguir clientes. Afinal, muitos pedem a emissão de nota fiscal, que só pode ser conseguida com a formalização.
Ao mesmo tempo, você passa mais confiança. Ter um CNPJ e vários clientes atendidos, deixa claro que sua carreira não é apenas uma experiência, algo que você ainda vai ver se dá certo. Este e mais um motivo para se profissionalizar.
Desde o primeiro momento, posiciona-se como um especialista de mercado e mostra que tem gabarito para atuar como tal. Apesar disso, é preciso entender que você não é um profissional pronto.
É necessário estar em constante atualização e saber que sempre existe algo a melhorar. Para profissionalizar sua carreira como freelancer, é importante estudar, fazer cursos para especializar — como os da Rock University — e trabalhar o branding.
Assim, você deixa de ser mais um que atua como freela e se torna alguém que se destaca diante dos outros profissionais.
Como profissionalizar sua carreira de freelancer?
A importância de atuar como empresa é apenas o primeiro passo. Você também deve entender como colocar a mão na massa e se profissionalizar como freelancer.
Como fazer isso? Apresentamos as dicas práticas a seguir.
1. Formalize-se como pessoa jurídica
A primeira atitude necessária é se formalizar, ou seja, ter um CNPJ. Antes de entrar em pânico, saiba que o processo não precisa ser burocrático.
É só se cadastrar como Microempreendedor Individual (MEI) no Portal do Empreendedor. Esse modelo é mais simples que os outros e você também paga menos impostos — em outras palavras, sobra mais dinheiro no final do mês.
Depois, vá à Prefeitura da sua cidade para regularizar o processo e poder emitir nota fiscal. Cada município tem as suas exigências, mas é bastante fácil, de modo geral.
Assim que fizer seu cadastro, é preciso pagar o Documento de Arrecadação Simplificada (DAS). Em 2022, os valores são de
- R$ 56,00 para comércio e indústria (R$ 55,00 do INSS + R$ 1,00 do ICMS);
- R$ 60,00 para serviços (R$ 55,00 do INSS + R$ 5,00 do ICMS);
- R$ 61,00 para comércio e serviços (R$ 55,00 do INSS + R$ 1,00 do ICMS + R$ 5,00 de ISS).
Dentro desse valor, já estão incluídos todos os direitos trabalhistas e previdenciários. A principal vantagem, no entanto, é se posicionar como empresa e emitir nota fiscal de seus serviços.
Pode ter certeza que isso vai gerar muitas oportunidades. De quebra, renderá muita grana para seu bolso.
O cuidado com o MEI é o limite de faturamento, que é de R$ 81 mil ao ano, ou R$ 6.750 por mês. Caso ultrapasse e fique em até R$ 97.200, você pode pagar uma multa e pedir o reenquadramento no começo do ano seguinte.
2. Entenda sobre fluxo de caixa
O freela também precisa entender de gestão financeira. É isso mesmo. Para não sair gastando, você precisa saber quanto entra, de qual origem, em quais datas e quanto produz em determinado período. Nesse sentido, dominar o conceito de fluxo de caixa é fundamental.
Achou muito confuso? Os aplicativos de gestão financeira ajudam nesse processo. Basta anotar todos os valores que recebe e aqueles que desembolsa. Depois, acompanhe o resultado. Caso precise economizar, corte os gastos.
Essas dicas são importantes, é claro. No entanto, estão mais relacionadas ao seu perfil como pessoa física. Como ter uma postura mais profissional no quesito dinheiro? Continue com a leitura!
2.1 Entenda a relação de faturamento vs. lucro
O primeiro é o total que você recebe em um período. O segundo consiste em quanto você ganha após subtrair todos os gastos da empresa.
O freela que trabalha com redação, revisão, planejamento de pautas e diagramação costuma não ter muitos gastos. Além do pagamento mensal referente ao MEI, pode ser que você compre um notebook, um software ou um acessório para o seu trabalho.
Isso acontece porque você pode trabalhar em casa. Assim, as contas pessoais e da empresa se confundem.
Ainda assim, vale a pena seguir a regra de separar os valores ou, pelo menos, uma parte para reinvestir no seu negócio. É com essa grana que você pagará cursos e viagens a trabalho, por exemplo.
E, falando em cursos, que tal conhecer os cursos da Rock University? Acesse o site e veja quais são gratuitos e a possibilidade de fazer um deles de forma premium ou escolher uma trilha de aprendizado.
2.2 Entenda como monetizar sua produtividade
Além disso, é importante acompanhar o seu valor/hora. Você pode fazer isso com a planilha de controle de produtividade e faturamento 2020, da Rock Content. Com ela, você analisa:
- Quanto já ganhou no mês;
- Quanto está previsto para receber;
- Quantos clientes tem em plataformas ou contratos externos;
- Qual é a sua produtividade;
- Como está o alcance das suas metas.
Perceba que, ao visualizar todos esses dados, fica mais fácil verificar como estão as suas finanças e programar melhorias. Aproveite para controlar o tempo de produção com o Toggl.
O aplicativo permite colocar vários projetos e controlar quanto tempo cada um deles levou. Você ainda confere quantas interrupções fez durante a elaboração de cada tarefa.
Dica de leitura: o post Por que cobrar mais caro: 6 motivos para aumentar o seu preço! mostra como você pode agregar valor, se profissionalizar na carreira de freela e ganhar mais. 🙂
3. Elabore contratos de prestação de serviços para clientes que não são de plataformas
As plataformas são ótimas, porque você tem segurança na negociação. Na Rock Content, por exemplo, você sabe que pode sacar duas vezes ao mês, se tiver mais de R$ 200 acumulados, e que o dinheiro vai chegar na sua conta em até 5 dias úteis.
Uma programação melhor do que essa é praticamente impossível, certo? Muitos freelas, inclusive, fazem saques no começo e na metade do mês para programarem o pagamento de contas.
Com clientes externos, essa previsão nem sempre é cumprida. Os relatos de calotes são comuns — e alguns envolvem valores altos.
Para se proteger, o ideal é elaborar contratos de prestação de serviços. Ali, você deve colocar todas as condições da negociação, isto é:
- Data de entrega dos trabalhos;
- Prazos e condições de pagamento;
- Direitos e deveres do cliente.
Lembre que esta é uma peça fundamental ao momento de concretizar parcerias com novos clientes e gera muita mais confiança no trabalho que você desenvolve, já que o contrato é uma ferramenta jurídica que define os limites de atuação e responsabilidade de cada uma das partes.
4. Tenha um planejamento de carreira e financeiro
A decisão de conquistar seus objetivos é bastante pessoal. Muita gente quer alcançar uma meta, mas nem sempre tem disposição para fazer os esforços necessários.
Qual é a sua atitude? Onde deseja chegar? Como pretende estar daqui a 5 anos? As perguntas são de recrutadores, mas acredite: vale a pena pensar sobre elas.
Sabe aquele ditado que diz: “quando você não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve”? É exatamente isso!
Por isso, elabore um planejamento de carreira e financeiro. Perceba que, aqui, existem duas variáveis a considerar.
A primeira delas é a carreira. Várias perguntas precisam ser feitas nesse momento. Você:
- Pretende ser freelancer por bastante tempo? Ou é apenas um quebra-galho entre empregos?
- Deseja fazer apenas redação, por exemplo, ou quer se especializar em outras categorias?
- Quer se atualizar no mercado para agregar vantagem competitiva?
- Tem o objetivo apenas de estudar o básico, porque pretende mudar de profissão?
Tenha em mente que é preciso analisar sua situação de forma aprofundada. Além disso, nunca há uma fórmula única.
Agora que você sabe o que pretende conquistar, pode pensar na parte financeira. Quais são suas metas e como o dinheiro ajudará a chegar onde você deseja?
Escreva todos os seus objetivos num planner e determine prazos. Depois é só controlar os gastos (ok, está longe de ser fácil, mas pense que um lanche fast food custa, pelo menos, um post de 500 palavras, que leva 40 minutos, na melhor das hipóteses).
5. Tenha uma comunicação direta com os clientes
O empresário precisa conhecer e cuidar dos clientes para satisfazê-los e fidelizá-los. Para se profissionalizar na carreira de freelancer, você deve seguir a mesma ideia.
Trabalhar o relacionamento é fundamental para entender o que o cliente quer, ajustar as entregas e alinhar o trabalho da melhor forma possível.
Por exemplo, pense em um trabalho de diagramação. É bem provável que o cliente solicite mudanças de cor, fonte, disposição das imagens etc.
Na redação, o texto pode fugir do esperado. Entender essas inconsistências, respirar fundo e estabelecer uma comunicação eficiente são atitudes fundamentais para conhecer os clientes e mantê-los por mais tempo.
Para fortalecer o contato, use ferramentas de mensagens instantâneas, como o WhatsApp e o Skype. O Trello permite que você crie um quadro para acompanhar as entregas.
Você pode dar permissão ao cliente e ele também tem a chance de monitorar a produção, assim como validar etapas e fazer comentários.
6. Foque no pós-venda
O pós-venda é uma etapa essencial da fidelização — e, sim, você deve investir nela. Entregue o trabalho e peça um feedback. Converse com ele, argumente com educação quando necessário e deixe claro que o resultado final depende dele.
Deixe-o confortável para solicitar ajustes e mostre que está disposto a entregar o melhor resultado possível. Além disso, solicite sugestões de melhoria.
Pergunte se algo poderia ser aperfeiçoado na comunicação, nos prazos, nos valores etc. Nem todas as sugestões serão válidas, mas sempre é importante ter um posicionamento.
Mais que isso, se vários clientes citarem os mesmos problemas, está na hora de fazer uma reavaliação do seu trabalho. Nesse caso, é bem provável que você precise fazer alguma mudança.
7. Marque presença nas redes sociais
As redes sociais são mais que espaços virtuais para contato com outras pessoas. Você tem a chance de fortalecer seu networking com elas.
Saiba que é imprescindível usar o LinkedIn, onde é possível encontrar clientes, acompanhar discussões sobre sua área de atuação e mercado em geral, além de fortalecer sua reputação.
Dica: Curso de Marketing Pessoal no LinkedIn
Também vale a pena estar presente no Facebook para participar de grupos de profissionais. Para redatores e revisores, por exemplo, há várias possibilidades.
Assim, você entra em contato com pessoas com uma realidade parecida com a sua e, também, confere anúncios de contratantes.
O cuidado que você precisa ter é com as postagens muito pessoais. Evite fazer publicações sem relação com o seu negócio, pois isso pode afastar potenciais clientes.
8. Tenha um site
A ideia de que o site é como um cartão de visitas é real. Se você deseja saber como profissionalizar sua carreira de freelancer, tenha certeza de que essa é uma etapa essencial.
No site, você pode divulgar seus preços, oferecer formulários de contato e informar quais serviços oferece. Além disso, monte seu portfólio e reúna depoimentos de clientes satisfeitos.
Outra vantagem importante, como você deve saber, é o posicionamento no Google. Com práticas de SEO, você tem um ranqueamento melhor e alcança maior visibilidade. Assim, a chance de conseguir clientes aumenta.
Agora ficou mais fácil entender por que e como profissionalizar sua carreira de freelancer, certo? Continue estudando e não deixe se formalizar para conquistar seus objetivos como freela.