Coluna freela: de Letras para o Marketing

Toda semana elegemos um freela para escrever para a gente com pauta livre. Assim, conhecemos melhor a nossa Comunidade e você também. Esta é a história da Camila Morais, de como ela é licencianda em Letras, mas nunca se viu lecionando. 

[Coluna freela Camila Morais]

No Casos de Família de hoje: “minha filha é da Letras, mas não quer dar aula”. Tanto a licenciatura quanto o bacharel do curso de letras abrem diversas portas para os profissionais, mas as pessoas ainda associam essa área à docência — a licenciatura ainda mais. Eu fui um pouco fora da curva. Nunca me vi à frente de uma sala de aula, por mais que sempre brincasse de professora com minhas pelúcias quando pequena.

A Rock começou a fazer parte da minha vida profissional lá no final de 2017, mas muita coisa aconteceu antes disso — e depois também.

“Como assim, você não quer dar aula?” Você vai trocar a chance de ser concursada para viver de freela?” Esses são alguns dos exemplos do que ouço quando me perguntam sobre a minha vida profissional.

Nesta coluna freela, vou contar como começou a minha história com a Rock e por que ela é responsável pelo caminho que segui na minha vida profissional — não me arrependendo nem um dia sequer da minha escolha.

Começando do começo

Antes de eu conhecer a Rock, trabalhava como Auxiliar de Recursos Humanos em um escritório de RH e estava no terceiro período da Psicologia. Um pouco perdida, para falar a verdade, pois acho que, saindo do Ensino Médio, não temos muita noção das coisas.

Eu só queria fazer algo e entrar na faculdade para ir com o fluxo. Afinal, tem aquela velha história do sucesso com 20 e poucos anos. Isso abre muitas portas para escolhas em que você não se encontra nelas.

Nesse cargo na área de RH, eu ganhava cerca de R$200 reais a menos em relação ao que era a mensalidade da minha faculdade — e olha que eu tinha desconto de uma bolsa que consegui ao fazer uma prova. Então, contava com a ajuda da família para complementar, porque ainda tinha que comprar materiais, arcar com alimentação e outros gastos.

Após dois anos na empresa, ela começou a ter problemas financeiros e iniciou os cortes de funcionários. Não era uma grande companhia, então as crises eram ainda mais pesadas. Fui em uma delas.

A inocente aqui pensava que não seria muito difícil arrumar outro emprego na área. Afinal, ainda estava no início da faculdade, mas já tinha conhecimentos sobre funções que até os analistas exerciam. Ou seja, poderiam me contratar como estagiária, mas com as responsabilidades de auxiliar, pois já conduzia entrevistas, fazia a triagem e divulgação, entre outros. Inocente.

Foi um ano e meio naquele looping de mandar currículo e não ter resposta ou mandar currículo, ir à entrevista e nunca mais receber a ligação marcando o retorno. Foi bem na época em que o Brasil começou a ficar mal das pernas, entre 2016 e 2017.

O desespero era grande e eu buscava trabalho até em outras áreas, como atendente. Consegui segurar a faculdade por alguns meses com o dinheiro do seguro-desemprego, pois, se eu não estivesse estudando, seria ainda mais difícil conseguir algo.

Porém, o seguro acabou, não consegui nada e tive que trancar. Sabe quando “coisas boas não teriam acontecido se outras não tivesse dado errado?” é bem por aí! Na época eu não pensei assim, mas hoje, que bom que eu não consegui nada na época.

Minha facilidade com a escrita

Nunca fui nenhum professor Pasquale, mas sempre tive certeza que a área de humanas era meu lugar. As exatas e eu não temos um relacionamento muito amigável. Sabe aquelas pessoas que fingem conferir o troco? Eu mesma. Em contrapartida, sempre tive facilidade com o Português e tinha boas notas na escola nessa matéria.

No Enem, as notas de humanas eram boas, sempre acima da média, principalmente na redação (modéstia à parte), mas exatas era um terror. No entanto, eu ainda tinha muito o que aprimorar. Grande parte das regras gramaticais que hoje sei, aprendi somente na Rock, nem no curso de Letras foi.

Existem algumas regras e abordagens que você realmente só aprende na prática. Devo muito disso a todos os revisores e analistas que já passaram por mim nesses anos de Rock. Apesar de essa facilidade ser importante na produção de conteúdo, o marketing vai muito além disso e há outras coisas que são relevantes para a qualidade de um texto.

Conhecendo a Rock

Sabe quando você chega ao estágio de “tô aceitando qualquer coisa”? Eu já estava nele. Com a faculdade trancada e sem perspectiva de trabalho, a ansiedade batia de madrugada. Ah! Para completar, meus pais são engenheiros civis.

Todo mundo me perguntava por que eu estava perdendo tempo e não trabalhava com eles (eles têm uma empresa pequena em casa, praticamente um escritório). Porém, já falei aqui sobre o meu terror com as exatas e eu JAMAIS me via fazendo qualquer tipo de engenharia ou área relacionada. Até fiz uns bicos para eles, mas não era a minha praia.

Lembro como se fosse hoje: cheguei em casa e minha mãe me disse “seu cunhado trabalha escrevendo para a internet e disse que paga as contas dele só com isso, dá uma olhada, já que você tem facilidade com a escrita”.

Escrever para a internet? Não fazia a mínima ideia do que estavam falando — quem está na área sabe que não é só “escrever para a internet”, mas que jogue a primeira pedra quem não tem um familiar pensando que você fica o dia todo na internet à toa.

Fui conversar com ex-cunhado e ele me falou da Rock, e explicou por alto sobre o que se tratava. Ele me disse que era uma plataforma na qual você tinha acesso aos clientes da empresa e precisava produzir textos para o blog deles, nos temas e formatos do marketing de conteúdo.

Porém, precisava fazer um curso para tirar a certificação e ser aprovada na candidatura. Eu nunca havia ouvido falar sobre SEO, ranqueamento e menos ainda em palavra-chave para a internet.

Aprovação na Rock

Após fazer o curso, me vi com aquela lista de modalidades na minha frente. Eu pensava “Meu Deus, como vou escrever sobre esses temas?” Quando pedi socorro ao ex-cunhado, ele falava “pode fazer tranquila, a Rock é bem prestativa e vai ajudar você no que precisar”.

Por ironia do destino, a minha primeira candidatura aprovada foi em Economia e Finanças. Os investimentos nunca foram algo complicado para mim e gostei bastante do tema da candidatura.

Ao ser aprovada, os analistas começaram a me favoritar nos projetos. Na primeira semana, não coloquei muita fé, pois não apareceu uma tarefa sequer. Mas, depois disso, começaram a surgir e conseguir manter uma certa frequência nos trabalhos. Levava horas para produzir um post de 500 palavras.

Daí pra frente, as coisas foram se encaixando e se desenvolvendo. Ganhei novos projetos e fiz novas candidaturas. Eu tinha trabalho para todos os dias da semana e boas notas. Cerca de um ano depois, também comecei a fazer as pautas.

Porém, as pessoas começaram a me perguntar o que eu fazia, às vezes soltavam “mas você só escreve ou trabalha também?” “Como assim, escreve para blog”. Meus pais sempre entenderam do que se tratava, na verdade, eles são bem à frente do tempo deles. Hoje, os dois escrevem sobre engenharia na Rock.

As incertezas da vida de freela

Precisaria de um e-Book de 4 mil palavras para explicar as vantagens da vida freelancer, principalmente em relação à qualidade de vida. No entanto, não se pode negar que existam pontos a serem considerados.

Eu sempre tinha o medo de “hoje eu tenho tarefas o suficiente, mas e amanhã?”. A inconstância no faturamento sempre foi uma preocupação. Ainda mais que eu começaria a assumir mensalidades de faculdade.

Nunca passei dificuldades em relação a isso. Claro que em um dia ou outro a demanda é menor, porém, nada que fosse grave ao ponto de afetar meu faturamento. Além disso, sempre acreditei que muito que essa demanda dependia de mim.

Não parei de estudar a área, sempre fazia novas candidaturas, me mantinha em contato constante e amigável com os analistas. Sem contar que, com a experiência da Rock, você pode ir além, montar o seu portfólio e conseguir os seus próprios clientes.

Para ser freela, você precisa se posicionar como dono do seu negócio, do seu faturamento, ou seja, agir como um empreendedor que precisa buscar clientes. Não há como ficar exclusivamente na postura de funcionário.

Como o curso de Letras entrou no meu caminho

Trabalhando full-time com a Rock, conhecendo outros freelas e aprendendo mais sobre a área, percebi que havia muitas oportunidades nesse meio. Não me via mais na Psicologia. Além das oportunidades, experimentei todas as vantagens do home office e não me enxergava presa a uma empresa e a horários novamente.

Porém, eu também não sentia que me encaixava na publicidade, apesar ter feito muitos cursos da área para aprimorar o meu trabalho. A ideia de cursar uma graduação em comunicação não combinava muito com o meu perfil.

A partir daí, comecei a ver que Letras também se encaixava no marketing de conteúdo e em outras vertentes do marketing digital. Comecei a pesquisar sobre os cursos, mas sempre pensava que uma hora ou outra a sala de aula seria inevitável e eu não me conseguia me imaginar lecionando.

Mas daí eu pensei: vou fazer o curso de letras e continuar a fazer o que faço, na verdade, isso vai abrir novas oportunidades para o meu currículo, não preciso me preocupar em dar aulas. Então, comecei a Licenciatura em Português e Inglês.

Optei pela Licenciatura porque a grade da minha faculdade conta com muitos temas voltados para as regras gramaticais e a escrita em si. Quando falava em licenciatura, sempre pensava que a abordagem era 100% voltada para sala de aula.

Isso não deixa de ser verdade, pois os meus professores tratam todos os alunos como se eles quisessem ser professores. Entretanto, isso também tem um fundo verdadeiro, pois, da minha turma, somente eu estou correndo da ideia de fazer carreira em um ambiente educacional.

Além disso, a área é muito ampla. Há espaço para atuação nos segmentos de marketing em português e inglês, mas também é possível atuar com tradução, no setor editorial, legendagem, revisão e por aí vai. Você não precisa ter o desejo de ser professor para cursar Letras, há muitas oportunidades fora da sala de aula.

Os objetivos para o futuro

Hoje, falta um ano para terminar a minha licenciatura e, a cada trabalho e projeto que entrego, tenho mais certeza de estar no caminho certo. Ah! Nesse meio tempo, também fui aprovada em Revisão na Rock.

No entanto, pela experiência que consegui na plataforma e o peso que Rock tem no mundo do marketing, também consegui outros clientes.

Você ter um bom networking é fundamental nesse universo. As indicações têm muito peso para o produtor de conteúdo. Afinal, por mais que você tenha uma pauta a ser seguida e que exista o certo e o errado, a escrita ainda é algo bastante pessoal. Digo isso porque grande parte dos clientes que consegui fora da Rock foram conquistados por indicação.

Para o futuro, o objetivo é continuar com a Rock, que ainda é a responsável por grande parte do meu faturamento. Com a conclusão da minha licenciatura, a intenção é mergulhar logo depois em uma pós na área do marketing mesmo. Também penso em obter o bacharelado em Letras.

Com a licenciatura, consigo cortar mais de 60% das matérias do bacharelado e concluir em cerca de um ano e pouco. Afinal, não se pode parar de estudar e um certificado de conclusão não deve ser visto como o fim de um ciclo, mas como o início de outro.

Com todo esse tempo, experiência e convivência com o marketing, e no curso de Letras, tenho cada dia mais certeza de que me encontrei profissionalmente e que continuo não me vendo lecionando.

O curso de Letras abre uma infinidade de oportunidades para quem está na área e ela não precisa levar você até a sala de aula. Apesar de sempre estar sempre associado à sala de aula e ter uma abordagem voltada à docência, há muito espaço para esse profissional conquistar no marketing digital, principalmente no marketing de conteúdo.

E você, também tem uma história para contar? O que acha de aparecer na próxima coluna freela? Basta preencher o formulário da coluna freela, informar qual história quer contar e aguardar o contato da comunidade!

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