Todo redator, no fundo, deseja resolver as dúvidas dos leitores do jeito mais divertido e simples possível. Todo mundo já leu algum texto que gerou entusiasmo do início ao fim, cujo tempo gasto na leitura sequer tenha sido notado, gerando o sentimento de esclarecimento sobre o assunto.
Textos como estes são peças raras no mar de informação da internet. Por isso, quando provocam essa reação no leitor, são indicadores de que a missão está sendo cumprida.
Mas será que escrever um texto com essas características é tão difícil assim? Ou será que é uma desafio simples, “a alguns toques no teclado” de distância?
As opiniões sobre o assunto divergem, e os conselhos são quase sempre enviesados de forma a privilegiar determinado profissional ou produto.
Bem, com certeza o processo criativo não surge do impulso, como um passe de mágica.
Sabemos que até mesmo os mais inovadores artistas, desenhistas e escritores tinham lá os seus passos básicos que os permitiam criar algo incomum e apaixonante!
E uma dessas personalidades, conhecida como Tim Brown, CEO da Ideo, nos contou seu segredo – quase infalível – em 2009, quando lançou o livro “Design Thinking”. Agora, resolvemos compartilhá-lo com você! Ficou curioso? Acompanhe o post e saiba mais!
Afinal, o que é Design Thinking?
Design Thinking é uma abordagem que visa solucionar problemas por meio da percepção das rotinas coletivas. Ou seja, é um trabalho que procura os pontos em que há empatia entre os envolvidos.
Ao se propor a resolução de um problema, o método Design Thinking busca formas de se tirar vantagens comuns para todos os interessados, desde clientes até investidores, colaboradores etc.
Diferentemente do que entendemos como um conceito metodológico, aplicável a várias situações distintas, o Design Thinking não é um processo linear. Apesar de existem etapas a serem cumpridas, não há uma lógica que obrigue certos pontos a serem respondidos antes de outros.
Durante todo o exercício das práticas sugeridas, busca-se a compreensão cultural, comportamental e relacional de um conjunto de indivíduos com as barreiras enfrentadas em suas atividades diárias.
Sendo assim, a premissa máxima do Design Thinking é identificar situações limitantes, problemas não solucionados, entraves, dentre outras dificuldades rotineiras, para que produtos e serviços possam ser criados de forma inovadora, leve e confortável!
E quais são as etapas do Design Thinking?
O Design Thinking é um processo de descoberta, onde a percepção precisa estar bastante aguçada. Durante o exercício, é preciso deixar os preconceitos de lado, assim como os estereótipos e paradigmas.
Todo o conhecimento precisa ser exposto, analisado, criticado e revisto. Assim, será possível sair de um lugar-comum e adentrar territórios novos. A seguir, veja como utilizá-lo:
1. Deixe o tradicional e busque novos insights
É bem mais fácil pensar sob a ótica daquilo que já é conhecido, certo? Portanto, nossa mente sempre nos levará ao caminho mais fácil, dentro da nossa zona de conforto.
Entretanto, a ideia aqui é justamente combater os mecanismos de incentivo à acomodação. Para isso, é preciso questionar, buscar outro ponto de vista, refletir e contemplar um problema que buscamos resolver. Os tão almejados insights surgem ao revolver esses pensamentos.
Entretanto, e a contemplação das ideias é insuficiente para se encontrar a solução para um problema. Esse ciclo deve ser acompanhado dos testes, de experiência real do produto ou serviço.
Afinal, as melhores descobertas surgem quando alguém se propõe a incorporar a dificuldade em seu dia a dia para, a partir da perspectiva de quem o vivencia, buscar novas respostas.
2. Mapa Mental: o que não é recôncavo e nem pode ser reconvexo
O trabalho do Design Thinking é exercitar os dois hemisférios cerebrais, a fim de encontrar algo que não seja tão comum e tradicional, nem tão inovador que ainda não possa ser executado. É preciso haver um equilíbrio.
Mas como chegar a ele? A ideia é trabalhar a reflexão divergente, que é aquela que busca soluções e alternativas de todos os tipos, das mais estruturadas às menos lógicas.
Depois que todas elas tiverem sido concebidas, é hora de usar o pensamento convergente para tornar as ideias “reais”, isto é, executáveis com os materiais e tecnologias já disponíveis à modelagem humana.
3. Prototipagem: está bom, mas sempre pode melhorar
O protótipo permite que a ideia seja testada na prática, para que as funcionalidades sejam postas à prova e possam responder: o motivo pelo qual ele foi criado soluciona realmente um problema? É possível fazer melhorias e encontrar novas soluções para aprimorá-lo ainda mais?
Ao contrário do que muitos podem pensar, um protótipo não é, necessariamente, feito com materiais caros e com muita similaridade ao que se pretende que seja o produto final. Na verdade, o objetivo de sua criação é a de proporcionar o aperfeiçoamento de uma ideia.
Portanto, não importa como ele será feito, mas sim que ele ataque o problema desde o início.
4. Pensamento interativo: arrumando a casa
Mais uma vez a desconstrução será a maior aliada do Design Thinking. Agora, é chegado o momento de explorar ideias diversas, de forma a buscar na desordem, nas relações não lineares, padrões que possam vir a ser fragmentados. Isso pode ser aplicado sucessivamente, até que cada uma dessas relações se sobressaia, apontando caminhos para a estruturação de algo verdadeiramente funcional.
5. Seja a “mãe” de uma ideia
Grande parte dos produtos e serviços inovadores surgiram informalmente, em situações de livre pensamento. Por isso, é importante ter uma forma simples de anotar e guardar suas ideias, podem ser seus post-its, caderninho ou smartphone. Anotar palavras, desenhar uma imagem mental daquilo que está rondando o pensamento é uma forma bastante eficaz de encontrar soluções.
Design Thinking e Marketing Digital: ao infinito e além!
Quando somos pressionados a desenvolver algo novo, dificilmente a ideia criativa vem na hora. Mas com a utilização da técnica, fica muito mais fácil sair da inércia e pensar de um jeito diferente.
O Design Thinking pode – e deve – ser utilizado no campo digital, tanto para a produção de conteúdo quanto para encontrar novas formas de ajudar os clientes. É recomendado que, para conseguir resultados promissores, os seguintes valores sejam respeitados:
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Tenha empatia;
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Seja colaborativo;
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Experimente;
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Comece agora!
Além de exercer diariamente as sugestões acima, é preciso conectar-se aos estímulos certos e saber retirar deles aquilo que é bom para cada área da vida.
E não estamos falando aqui apenas de Mozart, de Tolstói, de museus europeus, não! O Design Thinking é bastante favorecido no pagode, no Game of Thrones e no jogo de futebol do seu time do coração no domingo à tarde. Quer ver?
1. Referências sempre ajudam
Muitas pessoas utilizam o termo “cultura inútil” para se referir aos conhecimentos que não tem utilidade prática. Infelizmente, é comum que pessoas considerem inútil a cultura que não se relaciona com o trabalho.
Esse hábito é, para o Design Thinking, um equívoco. Na verdade, adquirir novas culturas e conhecimentos distantes são muito bons pra estimular as conexões cerebrais, facilitando a visualização de novas soluções, ainda que inconscientemente.
Por exemplo, você sabe como as ciências econômicas podem mudar a forma como as pessoas avaliam os vinhos?
Juntando duas ideias aparentemente distantes, indivíduos têm desenvolvido métodos de analisar dados, verificar padrões e aplicar o cálculo econômico a fim de prever as melhores safras.
Essas técnicas, criadas recentemente, substituem a tradicional avaliação feita por experimentadores, cujas opiniões subjetivas (e frequentemente enviesadas) contribuem para a definição dos preços de um mercado bilionário.
Assim, o que era cultura inútil serviu de alicerce para uma ideia inovadora. Hoje existe, inclusive, uma nova classe de avaliadores de vinhos, chamado wine economists.
2. Ligue os pontos e veja o desenho
Você se lembra daquele joguinho infantil chamado liga-pontos? Pois bem, o Design Thinking pode ser pensado da mesma forma aqui. Para que o desenho de seu projeto se materialize, é necessário que exista alguém que entenda do assunto, um grupo que possua um problema e alguns conhecimentos preexistentes sobre a questão.
A partir daí, é necessário ligar os pontos como fizeram Chad Hurley e Steve Chen que, cansados de ter que anexar vídeos por e-mail, criaram o Youtube.
3. Estude sobre tudo
Conhecimento nunca é demais. As melhores e mais divergentes conexões surgem de referências múltiplas que, à primeira vista, podem não fazer sentido.
Logo, quanto mais você estiver aberto a todo tipo de cultura, de ideias e de referências, mais fácil será para o seu cérebro fazer novas conexões. Portanto, aprenda tudo o que estiver a sua disposição!
Gostou de conhecer o Design Thinking? Já experimentou colocá-lo em prática para escrever um texto? Compartilhe suas experiências nos comentários e enriqueça a nossa discussão!