Mais de quarenta, divorciado, morando em outro país, pleiteando na justiça a guarda compartilhada de meus filhos, longe da minha família e, além do mais, ARTISTA.
Todos os ingredientes para escrever um “case de fracasso”. Como sempre fui a ovelha negra da família, não se podia esperar de mim nada além de problemas e dificuldades.
Mas o Universo tinha uma carta na manga e, por meio do Inbound Marketing, me apresentou à Rock Content. Admito que nunca tinha imaginado que seria salvo pela escrita e que minhas habilidades como escritor seriam tão bem remuneradas.
A partir daquele dia, tudo mudou radicalmente, num piscar de olhos (foi nessa velocidade mesmo). Trabalhava como escritor, tinha dinheiro na conta e praticamente nenhuma despesa logística, porque trabalhava em casa.
Eu sei, fomos educados com o mindset de “bom demais para ser verdade” e, por isso, quero destruir esse paradigma do século 20 ao contar minha história e provando para você: é muito bom e é verdade, é Marketing de Conteúdo.
No dia em que conheci a Rock Content, nem suspeitei que estava na boca de um funil, fui atraído por um conteúdo e comecei a minha jornada. Mas minha história começa um pouco mais cedo, vou contar como foi.
Minha vida sem conteúdo
Desde que me estabeleci em Belo Horizonte, em 2003, trabalhei como ator de teatro e passei a presidir uma companhia de 16 membros. Durante essa experiência, me aprofundei e me especializei em gestão cultural, uma ciência social que valoriza a cultura como um ativo.
Vejo muitas similaridades entre a cultura e a internet, pois são espaços sem lugares físicos onde armazenamos informações entre gerações. Também é como um SaaS, já que podemos acessar diferentes ferramentas através da cultura. De alguma forma, o mundo digital é um suporte para nossa cultura.
Intuição sem forma
A metodologia de trabalho de um artista é muito compatível com o espírito empreendedor, porque temos uma intuição sem forma. Isto é, uma força e uma certeza que nos motivam, embora ainda não haja evidências materiais tão claras.
E a intuição me disse que eu tinha que me digitalizar para ter um melhor desempenho, porque todo o trabalho de vendas e produção desses eventos exigia processar muita informação.
Em 2004 ainda não havia smartphones e era incomum ter banda larga. Meu primeiro investimento foi logo comprar um PC para ter conectividade 24 horas.
Arte e marketing
Na gestão cultural, aprendi que gerenciar um grupo formado tantos membros com as decisões tomadas em assembleia é um grande desafio por duas razões:
- Dificuldade em lidar com marketing: para muitos artistas, as técnicas de vendas e a função de um vendedor são coisas totalmente desconhecidas, que inibem o reconhecimento do marketing como uma necessidade.
- A falta de treinamento para tomar decisões: como Peter Drucker disse, as organizações sem fins lucrativos também precisam de dinheiro para funcionar. Se não houver um mecanismo para tomar decisões rápidas e assertivas, você se tornará insustentável.
A verdade é que, embora tivéssemos trabalho, era muito perceptível que estávamos abaixo da nossa verdadeira capacidade. Porém, ao mesmo tempo, ninguém parecia se importar muito.
A angústia
Vários anos se passaram e eu me acostumei à minha angústia.
Não encontrava ninguém interessado em falar sobre conteúdo, sempre que falávamos sobre divulgação ou assessoria de imprensa, era para questões específicas. A lembrança que tenho daquele tempo é que trabalhar era sofrer.
Não tínhamos projeto, não tínhamos plano, tudo era sempre feito às pressas e a única coisa que nos salvava era que éramos muito bons no que fazíamos. Mas de que adiantava ter um bom produto se não sabíamos distribuí-lo?
Nossa associação artística não parecia ter uma posição. Simplesmente divulgávamos eventos por todos os meios possíveis: redes sociais, e-mail, assessoria de imprensa, etc. mas sem qualquer perspectiva de marketing, pois não tínhamos uma identidade.
Eu não estava feliz com isso e, como esperado, nossas vendas foram caindo e nossa motivação, também.
Agora, vamos pular alguns anos, mas preciso fazer uma breve contextualização:
Em 2007, decidi renunciar à minha posição e abri minha própria produtora de arte “A Imensa Minoria – Arte, Mercado & Filosofia”.
Em 2009 fui pai dos gêmeos Lara e Mateo.
Em 2012, iniciei um processo de divórcio.
A encruzilhada
Até que 2013 chegou e acho que todo mundo sabe que no Brasil começou um momento político delicado devido à mobilização social e à instabilidade que foi muito difícil para a economia. Quando os poderosos lutam, quem sofre é o cidadão.
Em suma, a produção artística se tornou inviável e tive que decidir entre retornar ao Uruguai, onde tinha estabilidade econômica e trabalho, ou ficar no Brasil perto dos meus filhos. Obviamente escolhi meus filhos.
Meu projeto era morar com eles e estar presente em suas vidas. Talvez nessa decisão tenha prevalecido em mim o que hoje conheço como a força de um empreendedor. Tudo pode estar caindo ao nosso lado, porém acreditamos que é possível e que não somos loucos.
A descoberta da Rock Content
Em 2015 comecei a virar o jogo, comecei a trabalhar como garçom. Admito que aprendi muito com esse ofício, mas a jornada de trabalho de 10 horas por 20 dólares, o retorno para casa caminhando na madrugada e o trato com chefes sem noções de administração são coisas que não desejo a ninguém.
Então, vi no Facebook uma publicação de uma empresa de Marketing de Conteúdo que precisava de escritores.
Conversando com um amigo, ele me disse que o primo de um tio havia lhe dito que o cunhado trabalhava com isso e estava indo muito bem. Rock Content tornou-se meu objetivo.
Aguentava em silêncio trabalhando em restaurantes enquanto me preparava para fazer o teste como escritor freelancer.
Na época, ainda não sabia da possibilidade de escrever em espanhol e me candidatei em português. Acabei reprovado 5 vezes e na 6ª decidi ajustar minha estratégia. Eu já estava pensando como um rocker.
Ajuste estratégico
Decidi entrar em contato com o gerente da comunidade Rock Content e admito que não sabia muito bem o que dizer. Porém, se queremos comer uma fruta madura, às vezes é necessário sacudir a árvore. Então não me surpreendi quando a fruta caiu diretamente na minha mão!
Ele simplesmente me disse: “por que você não tenta em espanhol?”. O que? Existe essa possibilidade? Até hoje, fico emocionado quando lembro como um simples ajuste pode modificar uma estratégia inteira. No mesmo dia em que fiz o teste, fui aprovado e escrevi meu primeiro artigo.
Dois anos e meio depois, já completei mais de 400 tarefas.
Hoje ganho 20 dólares por um artigo de 1000 palavras — sem precisar sair de casa e com uma equipe de analistas que me orienta, mais jovens que eu e muito mais competentes que todos os chefes que já tive.
Nós que enxergamos a cultura empresarial como uma forma de conquistar nossa autonomia econômica e espiritual somos também o motor da era digital. Geramos empregos e criamos ambientes colaborativos. O mundo mudou e a Internet, felizmente, gosta dos sonhadores.
Essa foi a minha jornada, tão parecida com a de qualquer freelancer e, ao mesmo tempo, tão diferente. Às vezes vencemos, às vezes perdemos, mas aconteça o que acontecer, somos nós que escrevemos nossa própria história.
E então, gostou de conhecer a minha história? Aproveite para contar a sua também numa próxima Coluna Freela!
German Milich
Ator, músico e escritor amante da arte, do mercado e da filosofia.