Começar a trabalhar como freelancer não é muito complicado. Geralmente, tiramos algumas certificações e nos inscrevemos em plataformas para conseguir as primeiras produções. Contudo, quando falamos em sucesso na carreira, a coisa muda de figura!
Já é de praxe a recomendação de dominar temas como SEO e Inbound Marketing, principalmente para quem trabalha com redação, revisão ou tradução. Esses conteúdos realmente são essenciais e considerados o pontapé inicial para se de dar bem.
Contudo, você sabia que, além desses conhecimentos técnicos, as soft skills também ajudam a garantir conquistas e reconhecimento?
Ter a mente aberta para dominá-las é como escolher a pílula vermelha do filme Matrix: pode doer um pouco, mas nos leva à verdade e muda nossa vida. Por outro lado, desconsiderá-las nos mantém presos em nossa mente, impedindo nossa evolução.
Bem, se você deseja mais vitórias como freelancer, precisa continuar essa leitura!
O que são soft skills?
Soft skills são habilidades comportamentais. Ao contrário da sua irmã, as hard skills, elas não são diretamente aprendidas em uma graduação, visando a um cargo específico. São competências subjetivas e têm relação com nossa personalidade e nossas experiências pessoais e profissionais ao longo da vida.
Por serem mais abstratas, elas não são facilmente reconhecidas. Você já viu alguém ter um “certificado em empatia”? Ou um “diploma em criatividade”? No máximo, a pessoa pode fazer um curso que garanta conhecimentos teóricos. Mas a comprovação da habilidade é demonstrada mesmo nas relações e na entrega de um trabalho.
Como desenvolver as soft skills?
Não há dúvidas de que as habilidades comportamentais proporcionam mais resultados positivos para a carreira, certo? Mas a pergunta de muitos é: como posso aprimorar minhas soft skills, já que isso depende muito das experiências?
Bem, começar por estar aberto a feedbacks é uma boa dica. Exercícios de autoconhecimento também são valiosos para nos deixar mais conscientes de nossos pensamentos, emoções e atributos. Leituras e cursos de desenvolvimento pessoal são outras formas de aumentar nossa maturidade e mudar perspectivas.
Enfim, no fundo, nenhum de nós é 100% impecável em todas as soft skills. Sempre teremos algo a aprender. Mas reconhecer que precisamos mudar em alguns aspectos e empenhar-se para ter êxito nisso nos leva a conhecer um mundo com mais oportunidades. Nessa vida freelancer, você também tem a curiosidade de descobrir até onde pode ir a toca do coelho?
Até agora você já tem uma ideia do conceito e como desenvolver essas habilidades, continue com a leitura para saber em quais você deve focar!
Quais são as soft skills recomendadas a um freelancer?
Vamos direto ao assunto: criamos uma lista com as habilidades que você deve cultivar ao longo da sua carreira, e elas são:
- Inteligência emocional
- Flexibilidade
- Resiliência e adaptabilidade
- Criatividade
- Disciplina
- Organização
- Espírito empreendedor
- Proatividade
- Comprometimento e responsabilidade
- Autoconfiança e humildade
1. Inteligência emocional
A inteligência emocional pode ser definida como a habilidade de lidar com nossas emoções e construir boas relações. Daniel Goleman, um psicólogo pesquisador do tema, a divide em 5 pilares, que descreveremos logo a seguir para você entender melhor.
1.1 Empatia
Empatia é saber aceitar o outro. É a capacidade de compreender a perspectiva e as emoções de alguém, ainda que sejam diferentes das nossas.
No trabalho, muitas vezes nossos objetivos e nossas necessidades entram em conflito com as dos clientes ou de outro colega na equipe. É claro que é importante irmos atrás daquilo que queremos e precisamos. Contudo, é desejável olhar um pouco o outro lado e se esforçar para entender determinada atitude ou algum tipo de pedido.
A competência também é interessante para refletirmos sobre como fazemos o outro se sentir com uma atitude nossa. Por exemplo, o tato no momento de um feedback. A revisão humanizada é uma forma de ajudar o redator a se lapidar e, ao mesmo tempo, mantém o respeito na parceria, já que nosso trabalho é feito em equipe.
1.2 Autocontrole
Dificilmente escolhemos nossas emoções, mas podemos controlar como reagimos a elas. Autocontrole é a habilidade de gerir nossos impulsos e nos impede de tomar decisões “no calor do momento”, o que seria prejudicial no longo prazo.
Por exemplo, ter sentimentos negativos ao receber uma crítica sobre um job é natural. Contudo, reagir instantaneamente e ofender alguém não é a conduta mais saudável. Nesse sentido, o autocontrole nos faz respirar e pensar antes de agir.
Ele também é necessário nos momentos de procrastinação. Sabe aqueles dias em que não conseguimos, de jeito nenhum, nos engajar nas tarefas, e nos distraímos o tempo todo nas redes sociais? Fazemos isso por querer um prazer imediato, mas deixamos o autocontrole de lado.
1.3 Automotivação
Encontrar estímulos internos que nos motivem com nossos objetivos é importante, já que os externos estão fora do nosso controle. Com a automotivação, buscamos o desenvolvimento pessoal e profissional tão necessário para alcançarmos bons resultados.
Ela também é válida para não deixarmos nossa autoestima sujeita à aprovação dos outros, pois, quando isso acontece, nosso humor tende a oscilar com frequência, influenciando na produtividade.
1.4 Relacionamento/comunicação interpessoal
Na empatia, dizemos que é saudável se esforçar para entender as necessidades de alguém. Contudo, isso não necessariamente significa sempre passar por cima da gente. As coisas podem ser conversadas, e cada ponto de vista pode ser analisado, até que se encontre um acordo que beneficie a todos.
Para isso, é importante desenvolver a comunicação interpessoal, que envolve outro conceito, conhecido como assertividade. Significa saber expressar seus desejos e pensamentos de forma direta, mas sem ferir ninguém.
Quando nos comportamos passivamente, temos o costume de não conseguir expressar nossas necessidades. Ceder, às vezes, é fundamental. Contudo, a constância nisso não é saudável para nenhum lado. Da mesma forma, a atitude oposta, a agressividade, tende a fazer as pessoas se afastarem da gente.
Lembre-se de que para trabalhar em equipe, é fundamental saber se comunicar. Se as mensagens forem escritas, o cuidado deve ser dobrado para evitar interpretações equivocadas.
1.5 Autoconhecimento
O autoconhecimento possibilita agirmos a nosso favor. Por exemplo, ele nos ajuda a saber identificar os momentos de maior produtividade. A partir disso, conseguimos gerir melhor nossas tarefas.
A habilidade também é importante para nossa saúde mental. Por exemplo, ao prestar atenção em como nos sentimos ao receber pedidos extrapolados em uma tarefa, podemos tomar decisões importantes sobre isso, chegando a uma resolução que seja mais saudável para nós.
2. Flexibilidade
O quanto você se considera mente aberta? Atuar no mundo digital nos obriga a estar preparados para mudanças, já que elas acontecem repentinamente. Cada projeto é um novo desafio e tem suas particularidades. São personas, linguagens e equipes diferentes.
Por isso, é importante estar preparado para transições e não ter muita resistência a elas. Saber se reinventar em tempos de crises no mercado e lidar com altos e baixos nas demandas também entra nesse pacote.
3. Resiliência e adaptabilidade
Dizem que, ao trabalharmos com o que amamos, nunca mais precisaremos trabalhar. Apesar de ser uma frase muito difundida, essa ideia cria em nós algumas crenças e expectativas irreais sobre nossa carreira.
A verdade é que, apesar de adorarmos o estilo de trabalho, nem todos os dias serão maravilhosos. Passaremos por situações difíceis, que nos farão ter incertezas sobre o futuro ou nossas capacidades. Esses dias serão como um longo período de tempos chuvosos, fazendo-nos duvidar se algum dia o sol vai voltar a brilhar.
A resiliência e a adaptabilidade estão entre as principais soft skills, pois não nos deixam desistir facilmente. São necessárias para seguirmos em frente apesar das adversidades. Elas nos fazem ter forças e uma mente mais positiva para enxergarmos os problemas como oportunidades para o crescimento.
Se não deixarmos nos levar muito pelo lado emocional, vamos enfrentar situações de estresse e amadurecer com elas. E se for necessário, renasceremos das cinzas como a fênix.
4. Criatividade
Quem trabalha com a escrita já deve ter passado por aquele medo de se autoplagiar, ao precisar produzir vários conteúdos com o mesmo tema para clientes diferentes. Além disso, criar artigos diferenciados, que não sejam “mais do mesmo”, é interessante, pois deixa a leitura mais engajadora e facilita a conversão.
Inovar e encontrar novas soluções para um problema também faz parte do cotidiano de um freelancer. A criatividade, junto com a resiliência, são ainda uma dupla imbatível para se reinventar e enxergar novas perspectivas diante de um conflito.
A criatividade, portanto, é uma necessidade em diversos momentos, e profissionais com essa característica tendem a gerar mais contentamento quanto às suas produções.
5. Disciplina
Enquanto a motivação pode ser resumida em “vontade de fazer”, a disciplina se manifesta em “precisar fazer”. As duas são importantes para a nossa produtividade.
É interessante termos prazer em acordar para trabalhar e vermos nisso um sentido além do financeiro. Porém, é a disciplina que nos obriga a levantar da cama e produzir, ainda que não tenhamos tanto ânimo.
Ela nos coloca na rotina e aumenta a consistência no que fazemos, o que é importante para concretizarmos metas. Afinal, não podemos deixar que nosso sucesso seja influenciado pelo humor, concorda?
6. Organização
O home office e a liberdade para fazer o horário pode ser uma cilada, às vezes. É muito fácil nos perdermos no meio dos afazeres da casa, nos distrairmos com barulhos ao redor e não sabermos dizer ‘não’ a quem mora com a gente.
Aliás, quem precisa dividir a atenção com os filhos também passa por alguns apertos, já que o fato de estarmos em casa faz parecer que o trabalho não é tão sério.
Ser freelancer, então, exige uma enorme responsabilidade e organização. Além da disciplina, que já comentamos, é importante agir como se tivéssemos que sair para o escritório.
Isso significa ter horário certo para tudo: acordar, trabalhar e fazer as refeições. Da mesma forma, o planejamento semanal de todas as obrigações ajuda a não ficarmos perdidos diante de tantas tarefas.
Fazer disso um hábito ainda ajuda os familiares e as crianças a entenderem que o fato de estarmos em casa não indica que estamos totalmente disponíveis.
A organização do local também faz diferença na produtividade. O ideal é ter um cantinho específico para isso, com uma mesa arrumada. Isso evita distrações e nos ajuda a manter o foco.
7. Espírito empreendedor
Muita gente ainda enxerga o freelancing como algo banal, uma forma de fazer aquela graninha a mais no fim do mês. Mas a realidade é que se quisermos nos dar bem na carreira, precisamos nos enxergar como uma empresa. Isso exige comportamentos estratégicos, pois devemos gerir nosso próprio negócio.
O espírito empreendedor facilita no momento de fazer acordos, trabalhar o branding pessoal e executar ações para se manter relevante. Abrir um MEI também é altamente recomendado, por dar um ar mais profissional.
Com tantas mudanças e tecnologias, essa competência também se expressa na necessidade do aprendizado contínuo. Precisamos nos manter em constante evolução, pois como disse Alvin Toffler, “o analfabeto do futuro não será aquele que não sabe ler e escrever bem, mas sim quem não consegue aprender, desaprender e reaprender”.
Assim, é preciso ter visão de futuro, realizar planejamentos e estar sempre preparado para inovar.
8. Proatividade
Ser proativo é se antecipar, evitando problemas ou tomando atitudes, sem precisar que alguém dê ordens. Profissionais proativos são vistos como mais responsáveis e confiáveis, e isso cria um clima saudável na equipe. A habilidade também contribui para aumentar a sinergia em todas as etapas de produção de um conteúdo, gerando melhores resultados para o cliente.
Por outro lado, alguém que parece sempre depender da decisão de outra pessoa passa a impressão de insegurança em si mesmo, criando uma sensação desconfortável nas relações.
A proatividade pode se manifestar em muitos momentos. Alguns exemplos são: dar uma opinião sobre determinada tarefa, perceber um erro na pauta e avisar antes de passar à próxima etapa e prontificar-se para responder à dúvida de um cliente, mesmo que não endereçada a nós.
9. Comprometimento e responsabilidade
Comprometimento com prazos, jobs e resultados. Isso é essencial quando pensamos no trabalho do freelancer. Somos responsáveis por aquilo que fazemos, pela qualidade do que entregamos e pelos erros cometidos nas produções.
O comprometimento e a responsabilidade devem, ainda, nos lembrar de que o êxito em uma entrega deve ser analisado como um todo. Precisamos fazer nossa parte com dedicação para o colega conseguir produzir a dele. Uma falha na etapa inicial pode prejudicar o sucesso final.
Expirações e abandonos de tarefas, entregas incompletas, nossa imagem profissional, a forma como reagimos a comentários que nos desagradam, o equilíbrio financeiro das nossas contas, o Imposto de Renda — tudo demanda responsabilidade e comprometimento profissional.
Essas competências, então, nos levam a nos importarmos com o que entregamos aos clientes e a nos preocuparmos com todas as consequências de nossas decisões.
10. Autoconfiança e humildade
A autoconfiança é o pensamento positivo relacionado com ser capaz de realizar alguma coisa. Pessoas autoconfiantes não costumam se comparar às outras, nem se sentem inábeis diante de alguma crítica. Isso contribui para nosso contínuo empenho nas produções e a vontade constante de se superar.
Contudo, é importante o equilíbrio, a ponto de não deixar essa competência se transformar em arrogância. Ter humildade para aceitar feedbacks construtivos, absorvê-los e buscar formas de se desenvolver nos transforma em profissionais mais responsáveis e agradáveis.
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