Menos achismo, mais empatia: por que pensar em escrita humanizada?

Escrever é uma ação naturalmente muito humana. Desde sempre pensamos em símbolos que possam facilitar a nossa comunicação e traduzir nossas necessidades e sentimentos.

Nesse caso, toda escrita seria humanizada, certo? Infelizmente não.

Ao longo dos anos, incorporamos na nossa comunicação diversos termos e expressões que, dentro do contexto no qual foram criados, representam preconceitos, ofensas, diminuição de um grupo e muitos outros pontos problemáticos. E, na maior parte do tempo, nem nos damos conta disso.

O problema disso é que, sem querer, você pode fazer com que o seu texto perca a credibilidade ou mesmo insulte o seu leitor. E você sabe, isso pode acarretar um problema para você e também para a marca ou empresa que você representa.

Por isso, criamos esse conteúdo pensando em melhorar a sua comunicação e te ajudar a identificar os principais termos que causam confusão e que são muito usados (você vai se surpreender).

Use-o como um manual de consulta, tanto para produzir quanto para revisar seus conteúdos.

E, caso encontre alguma nova expressão que faça sentido, acrescente nos comentários. Isso facilitará o seu trabalho, além de tornar a sua escrita realmente mais humana. 🙂

Por que pensar em escrita humanizada?

Vamos pensar no que é a comunicação: a interação entre duas ou mais pessoas.

Para que essa experiência seja agradável, prazerosa e educativa para as todos os participantes, existem alguns pré-requisitos:

  • Idioma — português, inglês, libras etc.;
  • Linguagem formal ou informal;
  • Tom, independentemente se é na escrita ou na fala;
  • Canal ou contexto (presencial, online, por meio de uma carta, ligação).

Esses critérios já determinam — muito — a qualidade do diálogo, e o grau de compreensão e empatia dos participantes.

Porém, a escolha das palavras é, sem sombra de dúvidas, um fator que amarra todos os demais, tornando esse processo possível.

Afinal, você pode escolher usar expressões mais formais ou técnicas, usadas apenas por um grupo específico e que exclui os outros grupos. Enfim, infinitas possibilidades.

A Escrita Humanizada leva em conta essas escolhas, no ponto de vista do respeito mútuo.

Ela evita termos que possam ofender ou agredir uma pessoa ou um grupo, não só melhorando a comunicação, mas também contribuindo para a sociedade como um todo.

Afinal, humanizar a comunicação ajuda também a minimizar preconceitos e melhorar as relações entre pessoas de diferentes contextos.

O que levar em consideração na hora de escrever?

No final, pensar em escrita humanizada está muito relacionado a entender quais termos e expressões você deve evitar — ou, melhor ainda, banir — no seu vocabulário.

Essas expressões são consideradas ofensivas porque negligenciam fatores como:

  • Raça ou etnia;
  • Religião;
  • Deficiência;
  • Orientação sexual;
  • Identidade de gênero;
  • Atributos físicos;

Entre outros fatores associados à cultura e sociedade, normalmente ligados a minorias.

Ou seja: na prática, esses termos diminuem, rejeitam, estereotipam ou discriminam pessoas ou grupos.

Precisamos falar de contexto

Mais do que o peso de uma palavra, o contexto no qual ela está inserida afeta — e muito — o seu significado.

Observe, por exemplo, estas matérias:

 

Nas duas falas, retirada de reportagens, a palavra “preto(a)” é utilizada como um adjetivo e está associada a uma etnia, certo?

Porém, dentro do contexto do exemplo 1, ela tem um objetivo (e, consequentemente, um tom) diferente do contexto 2.

Enquanto no exemplo 1, ela apenas designa a etnia, no exemplo 2 ela é utilizada para diminuir a etnia pelo restante da frase. Deu para entender?

Como um escritor/revisor, é fundamental que você conheça o seu público, o seu contexto, e não deixe margem para interpretações negativas da parte do seu leitor.

Na dúvida, não use. Mas, quando e se usar, pense em quem essa fala representa e com quem ela comunica!

Quer aprender a fazer escrita humanizada na prática? Baixe nossa cartilha e aprenda a identificar termos e expressões ofensivas e substitui-los.

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