Para conseguirmos selecionar as principais escritoras que marcaram época, recorremos à toda equipe da Rock Content! Cada membro com uma autora preferida deu sua contribuição e o resultado foi este post incrível, com mais de 4 mil palavras, para homenagearmos o Dia Internacional da Mulher!
Será que sua autora preferida entrou para a lista? Leia até o final e descubra. E aproveite também para conhecer novas escritoras e suas obras. 🙂
1. Jane Austen
É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna necessita de uma esposa.
Essa é a primeira frase de Orgulho e Preconceito, a obra mais célebre de Jane Austen, e quem a lê certamente nem imagina a ironia com que foi escrita.
Autora de clássicos como Razão e Sensibilidade e Emma, Jane nasceu em 1775, em uma Inglaterra em que as mulheres sequer podiam sonhar em escrever. Mas quem é o mundo para dizer o que uma mulher pode fazer ou não, certo?
Jane escreveu não apenas um, mas quatro clássicos — além de Orgulho e Preconceito, ela é autora de Emma, Razão e Sensibilidade e Persuasão. E é claro que, como toda mulher que ousa romper os padrões, sofreu algumas consequências.
Por exemplo, seus romances foram publicados de forma anônima e o reconhecimento pela obra só veio 52 anos após sua morte. Após sua morte, ela também teve suas correspondências queimadas pela própria família, que desejava moldar sua imagem como uma mulher mais delicada e fácil de lidar.
Ainda hoje, Jane é retratada em várias ilustrações usando uma aliança, apesar de nunca ter se casado. Isso passa a mensagem errônea de que, embora seja uma autora incrível, ela precisa de um marido para reforçar seu valor.
Ledo engano. Para saber o que o casamento representava para Austen basta lembrar de sua Elizabeth Bennet, a protagonista de Orgulho e Preconceito.
Assim como sua criadora, Lizzie enfrentou os padrões de uma época que impunha que a única preocupação de uma mulher deveria ser arrumar marido. Rejeitou relações por interesse, desprezou pedidos de homens que não lhe interessavam e impôs à família que se casaria apenas por amor.
Mas a real ousadia de Lizzie foi impôr sua personalidade em uma sociedade que esperava que todas as moças fossem dóceis e acatadas.
Em um dos melhores momentos do livro, ela ouve um homem listar as inúmeras (e infinitas) qualidades que uma mulher deveria ter para ser considerada desejável. Sem recuar por um segundo, Lizzie responde com ironia que jamais viu tal mulher — sequer acredita que ela exista.
Para um livro publicado em 1813, a premissa segue mais atual do que nunca, né?
Foi por meio de Elizabeth Bennet (e de sua própria história) que Jane me ensinou que, por mais que o mundo tente nos resumir a uma coisa ou outra, nossa identidade sobrevive.
Somos quem somos, mulheres fortes e capazes de fazer qualquer coisa que quisermos — nos casando ou não, porque isso é uma decisão que só cabe a nós.
– Bruna Moreira (Time de Marketing & Growth)
2. Rupi Kaur
Rupi Kaur é uma poetisa feminista de apenas 25 anos, mas que já ocupa a selecionada lista dos mais vendidos pela The New York Times.
Nascida na Índia, imigrou com os seus pais para o Canadá com 4 anos, o que fez com que ela tivesse muita dificuldade com o idioma no período da escola. Por isso, a mãe a incentivou a pintar e a escrever.
O primeiro livro dela, Milk and Honey — Outros Jeitos de Usar a Boca, no Brasil — foi publicado de maneira autônoma por meio da Amazon em 2015, até que ela foi descoberta por uma editora e se tornou um dos livros mais vendidos por mais de 40 semanas!
Ele é considerado o maior fenômeno da poesia nos EUA da década.
Seus primeiros textos públicos começaram a ser lançados esporadicamente na página dela no Instagram — sigam, é lindo! — em 2014. Além disso, ela posta algumas fotos e ilustrações que, como sua escrita, tem um olhar super delicado e, ao mesmo tempo, realista acerca do feminino.
Kaur aborda temas como relacionamentos, violência, abuso, amor, solidão, a partir do ponto de vista dela sobre a história de várias mulheres. Os textos muitas vezes causam desconforto, mas ao mesmo tempo uma grande reflexão sobre os desafios de ser mulher.
Ela acaba de lançar um novo livro, The sun and her Flowers — O que o sol faz com as Flores — acabou de ser lançado no Brasil também pela editora Planeta. Nem li e já amo!
Loneliness is a sign you are in desperate need of yourself.
– Laís Bolina (Time de Marketing & Growth)
3. Sylvia Plath
Em janeiro de 2012, quando estava presa dentro de minha própria redoma de vidro, abri pela primeira vez Os Diários de Sylvia Plath e esse foi, de fato, um livro que me levou além dos livros.
Mudou minha relação com a literatura.
Virou o livro da minha vida, virou tema de dissertação de mestrado e até tatuagem. Alguma coisa naquelas palavras atingiram-me como um tiro. Sei que, após ler a primeira página, eu parecia ser a mesma de sempre. Mas sabia que havia sido transformada.
A intensidade de Sylvia Plath e sua entrega para a vida, mesmo com tantas angústias, me deixou sem fôlego. Eu a admiro pelo que ela ousou ser, por sua dureza e destemor, sem jamais perder a vulnerabilidade e a sensibilidade que lhe eram características.
Seja nos versos de poemas como Daddy e Lady Lazarus, seja nas duras linhas da narrativa autobiográfica A redoma de Vidro, em seus escritos é possível perceber que Plath é muito mais do que a poeta que se suicidou aos 30 anos de idade, ligando o gás de cozinha e enfiando a cabeça no forno.
Não é por acaso que o impacto de sua poesia é inegável. A menina que, quando ainda era bolsista no Smith College afirmou: “Eu também quero ser importante. Sendo diferente. E essas garotas são todas iguais”, acabou se tornando um dos nomes mais reconhecidos da literatura e influenciou — e continua a influenciar — quase toda a poética contemporânea.
– Beatriz Saltarelli (Time de Conteúdo)
4. Chimamanda Ngozi Adichie
O meu primeiro contato com Chimamanda Ngozi Adichie foi por meio da sua palestra do TED Talks. A forma que essa escritora nigeriana contou sobre a relevância de imprimir a sua voz cultural no mundo me tocou profundamente. Foi uma verdadeira aula de representatividade e aceitação.
Apesar de ter amado o TED, minha relação com as obras literárias de Chimamanda começou anos mais tarde, para ser mais exata, mês passado. Escolhi começar por Americanah e não me arrependi. Já no primeiro capítulo fiquei com aquela sensação: “como eu não li esse livro antes?”.
Pela visão de Ifemelu e Obinze, o romance contemporâneo da autora, nos mostra mais do que uma história de amor. Na verdade, escancara temas sobre racismo, imigração, feminismo, educação, crises políticas e culturais.
O que mais gostei no livro é a provocação direta que Chimamanda faz, sem eufemismos.
Ainda não se convenceu? Separei alguns trechos do livro para sua reflexão:
E se ser negro trouxesse todos os privilégios de ser branco?
Nos filmes, as mulheres de pele escura fazem o papel da empregada gorda e maternal, ou da amiga da protagonista, que é forte, desbocada (…). Mas elas nunca podem fazer o papel da mulher gostosa, linda e desejada por todos.
Relaxar o cabelo é que nem ser preso. Você fica numa jaula. Seu cabelo manda em você.(…). Está sempre lutando para fazer seu cabelo ficar de um jeito que não é o normal dele.
Nas 520 páginas da obra, Chimamanda é certeira ao mostrar o quanto é importante manter o debate vivo para a construção de uma sociedade mais justa. Vale a pena!
– Larissa Borges (Time de Conteúdo Avançado)
5. Lygia Fagundes Telles
O que as novelas nacionais e o Prêmio Nobel têm em comum? A paulistana Lygia Fagundes Telles, de 94 anos!
Considerada nossa maior escritora viva, seu primeiro romance, Ciranda de Pedra, foi adaptado para a televisão em 1981 e 2008. E, em 2016, se tornou a primeira mulher brasileira indicada ao Nobel de Literatura. Naquele ano, Bob Dylan foi o laureado, mas isso é assunto para outro post.
Embora a autora já tenha recebido todos os mais importantes prêmios de literatura em língua portuguesa, não é por isso que você deve começar a ler seus contos e romances. E sim para vencer medos, desilusões e traumas.
Como enfrentar o que não conhecemos? Melhor entender esses sentimentos, visceralmente, ainda que seja difícil. Lygia trata disso em narrativa urbana e intimista, a exemplo do romance As meninas e do livro de contos Seminário de Ratos (meus preferidos, inicie por eles!).
O caminho que ela escolheu para mostrar o que muitos preferem esquecer — um fracasso, uma paixão perdida, a dúvida diante dos mistérios da vida — foi colocar o leitor em contato direto com a consciência das personagens. É fácil identificar essa característica em um trechinho de As Meninas:
Enriqueço na solidão: fico inteligente, graciosa e não esta feia ressentida que me olha do fundo do espelho. Ouço duzentos e noventa e nove vezes o mesmo disco, lembro poesias, dou piruetas, sonho, invento, abro todos os portões e quando vejo a alegria está instalada em mim.
Comprovando que a fantasia é uma ótima forma de enfrentar o que apavora e encontrar inspiração para soluções, a própria Lygia conta o impacto que sofreu ao ouvir histórias aterrorizantes das mulheres que foram suas cuidadoras na infância:
Fui uma criança muito medrosa, mas descobri que achava uma delícia passar o medo ao outro. Ao contar e inventar histórias, eu me senti poderosa.
Muito antes de “empoderamento” se tornar buzzword, Lygia Fagundes Telles entrou em um universo dominado pelos homens. Ainda na primeira metade do século XX, questionou por que falavam de seu rosto e de suas pernas, mas não falavam de sua escrita.
Enfrentou resistência, mas seguiu em frente, construindo uma carreira rara, de mais de 70 anos de produção. “Estou em paz com a minha guerra”, resumiu, citando Camões em Durante Aquele Estranho Chá – Perdidos e Achados, seu livro de 2002.
Não deixe de conhecer Lygia. E se der medo, vai com medo mesmo!
– Letícia Orlandi (Time de Conteúdo Avançado)
6. Eliane Brum
Descrevendo a si própria como uma “escutadeira que escreve” e levando para o papel as histórias ― das mais belas às mais tristes ― que houve Brasil afora, Eliane Brum se transformou na escritora da minha vida.
Ela é repórter desde 1988, documentarista desde 2005 e ficcionista desde 2011, se tornou mais conhecida com a publicação de suas crônicas na Revista Época e no jornal El País.
Imprime em seus textos verdades de doer o coração ― como em Meu filho, você não merece nada, crônica que reli pela terceira vez há poucos dias e, a cada nova leitura, faz mais sentido para mim.
Narra, como ela mesma diz, desacontecimentos ― momentos que passam despercebidos em meio aos grandes acontecimentos do mundo. E assim, nos faz conhecer a realidade de pessoas que não são notícia no jornalismo tradicional, apesar de viverem, diariamente, momentos que merecem ser compartilhados. Isso fica bem claro na crônica Seu Google, nós existimos, publicada em 2013.
Como jornalista, Eliane Brum ganhou mais de 40 prêmios de reportagem. Como documentarista, já dirigiu quatro documentários, sendo o primeiro deles o mundialmente premiado Uma História Severina, que conta a vida de uma pernambucana, pobre e analfabeta, grávida de um feto anencéfalo, em busca de autorização judicial para interromper a gestação.
E como escritora, Brum publicou seis livros, entre eles A Menina Quebrada, que, mesmo depois de cinco anos de sua publicação, continua tendo lugar cativo em minha cabeceira.
Abordando temas espinhosos de forma séria e profunda, Eliane Brum por meio desta obra-prima, me garantiu uma nova visão da vida, a partir de uma sensação de desconforto necessária para lidar com situações que, apesar de corriqueiras, não merecem nosso olhar de normalidade.
Reflexões sobre morte, envelhecimento, política, aborto, consumo, religião e a ditadura da felicidade compõem o livro, que em 432 páginas nos faz repensar, dezenas de vezes, nosso lugar no mundo. Se você ainda não leu, faça esse favor a si mesmo!
Para encerrar, compartilho trecho da crônica A Delicadeza dos Dias, publicada em 2015, que representa bem os socos no estômago distribuídos por Eliane Brum por meio de seus textos, tão necessários para nos desacomodar nessa aventura tão incômoda chamada vida.
Mas o que é preciso para, de fato, se mover? Penso que, para que exista uma mudança real de posição e de lugar, é preciso perceber o pequeno, o quase invisível de nossa realidade externa e interna. É pelos detalhes que enxergamos a trama maior, é na soma das sutilezas que a vida se desenrola, são as subjetividades que determinam um destino. É preciso desacontecer um pouco para ser capaz de alcançar a delicadeza dos dias.
Nesse tempo em que ninguém tem tempo para ter tempo, a delicadeza de uma vida parece ter sido relegada à ficção. É no cinema e na literatura que nos enternecemos e derrubamos nossas lágrimas ao testemunhar as sutilezas que esquecemos de enxergar ou não somos capazes de enxergar nos nossos dias de autômatos. Os personagens da ficção têm mais carne que nós, precisamos deles para nos lembrar de quem somos. Os robôs já estão aí, temos agora de reinventar os humanos.
– Rafaela Baião (Time de Conteúdo)
7. J. K. Rowling
Eu não sei vocês, mas se tem uma autora que contribuiu para a minha formação como leitora e, também, como escritora, foi a J.K. Rowling. Sua saga mais marcante fez parte da minha infância, adolescência e — por que não? — idade adulta.
Ganhei o primeiro livro da série Harry Potter aos 11 anos, em 2001, e fui crescendo junto às aventuras e desafios vividos pelos personagens principais: Harry, Rony, Hermione, Dumbledore, Luna, Hagrid etc.
Com eles, aprendi que:
- é impossível viver sem amor e ele pode ser nossa maior forma de proteção;
- as amizades verdadeiras são muito importantes e devem ser valorizadas;
- é preciso enfrentar os nossos medos de frente e com coragem;
- devemos respeitar as diferenças;
- podemos, sim, sonhar, mas sem se esquecer de viver;
- temos que nos dedicar para alcançar nossas metas e buscar sempre aprimorar os nossos conhecimentos;
- não precisamos nos importar com a opinião dos outros;
- nossas escolhas nos definem mais que as nossas qualidades;
- não devemos julgar os outros, seja pela aparência ou ações.
Tudo isso só foi possível por meio da escrita única e criativa de J.K. Rowling, que faz o leitor se sentir parte do universo que ela está narrando. Mas quem vê o sucesso e o reconhecimento de J.K, não imagina a quantidade de perrengues que ela já passou e quantos nãos foram ditos antes que uma editora finalmente aceitasse publicar Harry Potter e a Pedra Filosofal, em 1997.
Para você ter uma ideia, enquanto colocava no papel todas as suas ideias, ela precisou lidar com questões como: desemprego, depressão, ser mãe solteira e a rejeição por parte das editoras.
Hoje, além da série Harry Potter, ela já escreveu muitos outros livros, alguns publicados com um pseudônimo, e até uma transcrição de um discurso motivador de quando foi paraninfa em Harvard — em que ela fala da importância do fracasso e como é preciso usar a imaginação em diferentes aspectos de nossa vida. Isso sem contar os filmes que foram lançados baseados em suas obras.
Abaixo, compartilho com vocês as minhas citações preferidas dos livros Harry Potter, ambas ditas pelo personagem Albus Dumbledore:
Palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia. Capazes de causar grandes sofrimentos e também remediá-los.
Embora falemos línguas diferentes e venhamos de lugares diferentes, nossos corações batem como um só.
– Mérian Provezano (Time de Conteúdo)
8. Margaret Atwood
Margaret Atwood é uma ensaísta, romancista, contista e poetisa, nascida em 18 de novembro de 1939, e tem como seu maior sucesso o livro O Conto da Aia. Uma verdadeira distopia!
Não sabe o que é isso? Sem problemas, eu te explico:
Distopia é um gênero ficcional no qual somos colocados frente a um futuro não muito distante, onde mudanças sociais, naturais e/ou tecnológicas forçam uma nova organização social. E isso altera de forma drástica a vida dos cidadãos. Para os fãs de Black Mirror, essa definição soa bem familiar, não é mesmo?
Em O Conto da Aia, esse ponto de mudança é a instituição de uma teocracia nos Estados Unidos que, devido a uma série de catástrofes, passa a se chamar República de Gileade. Nesse novo mundo mulheres perdem direitos civis básicos e são divididas em castas.
O grande diferencial de Atwood foi criar uma trama que tem como personagem central uma mulher. Isso numa época de autores como George Orwell e Aldous Huxley, que compuseram obras primas do mesmo gênero, mas apresentando homens como protagonistas e/ou narradores.
Ao perceber esta carência de personagens femininas, Atwood coloca sob o holofote Offred – sim, ela se chama literalmente do Fred – seus sentimentos, aspirações e frustrações frente a este mundo frio e hostil.
Compartilho logo abaixo com você a minha citação preferida dessa distopia de Atwood:
Escrever é deixar uma marca. É impor ao papel em branco um sinal permanente, é capturar um instante em forma de palavra.
Se isso ainda não foi capaz de despertar seu interesse, saiba que esse livro recebeu uma adaptação em formato de série! The Handmaid’s Tale foi produzida pelo serviço de Streaming Hulu e foi muito premiada, em 2017, vencendo como melhor série dramática tanto no Emmy quanto no Globo de Ouro. Vale muito a pena conferir!
– Alvaro Furtado (Time de Recursos Humanos)
9. Ayn Rand
Ayn Rand foi uma escritora, roteirista e filósofa norte-americana, com origem judaico-russa. Suas ideologias incomuns e atemporais são capazes de impactar as raízes da sociedade e já revolucionaram a vida de muitos que se tornaram adeptos. Eu fui um deles.
Costumo dizer que dois livros mudaram minha vida: o primeiro foi Na Natureza Selvagem, de Jon Krakauer, e o segundo foi A Revolta de Atlas, de Rand, que é simplesmente o segundo livro mais influente nos EUA, ficando apenas atrás da bíblia.
Enquanto a obra de Krakauer me fez repensar sobre quase todos os aspectos da minha vida e me deixou bem próximo de abandonar a faculdade, o livro de Rand me colocou de volta nos trilhos e mais motivado que nunca.
Você acabou de ler sobre distopia na seção sobre Atwood e A Revolta de Atlas também é uma distopia. A trama se passa numa América decadente, com forças políticas de esquerda no poder que se dedicam em impor empecilhos aos poucos homens e mulheres que ainda tentam lutar para salvar o país do colapso.
Um dos aspectos mais impressionantes no estilo literário de Ayn Rand é sua capacidade de nos ensinar filosofia por meio de romances fictícios.
Ela defende que nós temos direito à felicidade e que devemos alcançá-la por nós mesmos. Mas jamais devemos exigir que outras pessoas abram mão de suas vidas para nos fazer feliz. E nem devemos desejar nos sacrificar pela felicidade de outros.
Também afirma que, como a mente é o meio básico de sobrevivência humana, para sobreviver e viver como um ser humano, devemos ter a razão como único guia para agir. E devemos viver conforme o julgamento independente da própria mente.
Uma comparação bem interessante que ela faz na obra é que a principal característica de sobrevivência das aves é voar, enquanto a nossa é a mente e o raciocínio lógico.
Assim, um ser humano se recusar a pensar ou comprometer a educação de seu filho é um comportamento tão depredatório quanto uma ave que arranca suas penas logo antes de alçar voo.
Para te deixar mais instigado sobre a obra de Rand, deixo a citação abaixo:
O não pensar é um ato de aniquilamento, um desejo de negar a existência, uma tentativa de apagar a realidade. Porém a existência existe; a realidade não se deixa apagar, mas acaba apagando aquele que deseja apagá-la. Quem se recusa a dizer ‘É’ se recusa a dizer ‘Sou’. Quem não utiliza seu discernimento nega a si próprio. O homem que afirma ‘Quem sou eu para saber?’ está afirmando: ‘Quem sou eu para viver?’
– Dimitri Vieira (Time de Marketing & Growth)
10. Joyce Meyer
Joyce, para mim, é uma escritora extraordinária! Foi capaz de transformar as cinzas do passado em belezas do presente; e suas tragédias pessoais, em exemplos para ajudar milhares de pessoas a superar o caos e os danos que venham a vivenciar.
Meu livro favorito dela é Beleza em vez de cinzas, em que ela conta como reconstruiu sua vida após ser abusada por seu pai emocionalmente, fisicamente, moralmente e sexualmente, desde sua infância até a juventude. A autora conta como refez sua identidade e singularidade, sendo capaz de se recriar: livrando-se das marcas da opressão e do medo.
Outro livro que eu gosto muito é Eu e Minha Boca Grande. O texto fala do poder das palavras na vida e de como podemos vencer ou fracassar na vida, somente pelo que falamos.
Isso pode ser aplicado para ter relacionamentos bem-sucedidos, mas vai muito além!
A autora nos ensina sobre novas perspectivas, fé e como enfrentar a vida com bom ânimo, mesmo quando se trata de algo que não podemos controlar. Além disso, Joyce conta como sobreviveu à depressão e como conseguiu lidar com a ansiedade.
Ao todo, Joyce escreveu mais de 100 obras, que são verdadeiras chaves para lidar com questões emocionais, comportamentais e de relacionamento.
Para ilustrar melhor o que falei até aqui, separei as seguintes citações dela para você:
A preocupação é como uma cadeira de balanço, você vai para trás e para frente, mas não te leva para lugar nenhum.
Se você quiser acabar com seu problema, pare de falar nele! Sua mente afeta sua boca e sua boca afeta sua mente.
Seus livros falam de esperança e de como praticar verdades que podem revolucionar a vida de qualquer um que ousar viajar por suas páginas. Se você deseja ter uma ideia abrangente sobre o que fazer, quando tudo, aparentemente estiver indo mal, as obras de Joyce são para você!
– Bárbara Georgiane (Time Financeiro e Administrativo)
11. Simone de Beauvoir
Ouvi falar de Simone de Beauvoir ainda no ensino médio, na aula de filosofia, se me recordo bem. Me interessei bastante sobre essa autora visionária e, ao ler e pesquisar mais sobre suas obras, vejo que muitas das questões levantadas por ela, ainda no século XX, continuam válidas e atuais até hoje, por abordar assuntos como sexismo e racismo, por exemplo.
A autora nasceu em Paris, na França, em 1908. Ela fez letras, matemática e formou em filosofia pela Universidade de Sorbonne. Simone era uma mulher a frente de seu tempo, escreveu cerca de 20 livros, foi editora da revista Les Temps Modernes e uma das suas teses diz respeito a distinção entre sexo biológico, gênero e orientação sexual. Assim, ela continua influenciando diversos movimentos LGBT.
Apesar das várias controvérsias e polêmicas existentes em relação à sua biografia e seu relacionamento com o também escritor e filósofo Jean Paul Sartre, fiz questão de falar sobre a autora. Devido ao meu recente despertar pessoal, ou descoberta de uma nova consciência, a respeito do que é ser mulher e sobre o nosso “papel” no mundo.
Um dos seus livros mais famosos é o O Segundo Sexo, que muitos consideram como precursor e inspirador do movimento feminista.
Lançado em 1949, o livro começou como uma pesquisa teórica que, posteriormente, fez com que ela própria se desse conta do papel imposto pela sociedade ao sexo feminino desde o seu nascimento. Papel esse construído para manter a mulher submissa e muitas vezes sem dignidade ou autonomia, para dizer o mínimo.
Poderia escrever uma tese a respeito das colocações da autora sobre a submissão que é a nós outorgada.
Porém, preferi focar em outra parte: o que ela considera que nós mulheres podemos e devemos lutar para ser diariamente, isto é, conscientes e independentes nos sentidos mental, emocional e financeiro. Além de auto-responsáveis e livres para fazer nossas escolhas e assumir suas repercussões.
Dessa forma, o legado de Simone que gostaria de enfatizar hoje e que procuro praticar cada vez mais é o sentimento de que unidas somos mais fortes! Assim, a passos pequenos e firmes, transformaremos o mundo em um lugar de verdadeira equidade. Vamos juntas, e para isso se tornar realidade sororidade é a chave, já dizia Simone:
Existem organizações que promovem reuniões que podem ser extremamente úteis ao ensinar mulheres a conversarem umas com as outras, desabar e compartilhar. Isso ajudará-las a compreender a injustiça das situações impostas a elas e dessa forma as recusarem. Se elas se sentirem unidas e apoiadas por outras mulheres, que estão nas mesmas condições, creio que estarão prontas para se posicionar e reivindicar os seus direitos.
– Amanda Janot (Time de Sucesso do Cliente)
12. [Bônus] King Christina
Christina foi rainha da Suécia de 1632 até 1654 quando decidiu abdicar do trono. Sendo a única filha legítima do rei Gustav II Adolph e sua esposa Maria Eleonora. Aos 6 anos assumiu o trono após a morte do seu pai, mas seu reinado começou apenas quando ela atingiu os 18 anos.
Ok, ela não é uma escritora. Mas gostamos tanto de sua história que decidimos incluí-la nesse post como um bônus, para que você também possa conhecê-la!
Lembrada por trajar vestimentas mais masculinas e por ser apaixonada por conhecimento, pintura, livros e esculturas, Christina era inteligente e com um temperamento bem característico.
Muito antes de existir o termo “empoderamento feminino”, ela já rejeitava o papel que as mulheres deveriam seguir — daí o apelido de king (rei) —, chegando até mesmo se recusar a casar e ter herdeiros, em pleno século XVII.
Em 1646, depois de diversas trocas de correspondência com o grande filósofo René Descartes, a rainha o convidou para juntar-se a ela na Suécia. Após a aceitação de Descartes, Christina mandou um navio buscar o filósofo juntamente com 2.000 livros. Ele dava aulas sobre filosofia e religião para a rainha todas as madrugadas, até que acabou falecendo devido à pneumonia.
Em 1654, Christina abdicou do seu reinado e da sua religião para ir em busca de conhecimentos relativos a filosofia e religião. Tempos depois, Christina converteu ao cristianismo e ainda hoje é uma das poucas mulheres enterradas na gruta do Vaticano.
– Letícia Nonato (Time de Marketing & Growth)
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