Guia completo de gestão financeira para freelancers

Para ter sucesso na carreira freelancer, não basta só conseguir muitos clientes. É preciso entender como lidar com as suas finanças de forma estratégica

Guia completo de gestão financeira para freelancers

Provavelmente, uma das principais ideias que se associam ao trabalho freelancer é a possibilidade de ter flexibilidade e liberdade para exercer o ofício onde e quando quiser. De fato, isso não é uma mentira, porém, se por um lado existe essa versatilidade, por outro, a gestão financeira não é algo garantido.

Se você é freela, sabe como a rotina de recebimento tem uma certa instabilidade. Mesmo com os trabalhos fixos, há meses e meses, e isso pode ser um grande empecilho para muitos, principalmente aqueles acostumados com o CLT.

Por isso, nós resolvemos fazer este guia com dicas práticas para você lidar com as suas finanças da melhor maneira. Continue!

Qual é a importância de saber lidar com as finanças sendo um freelancer?

Ser um freelancer consiste em uma mudança muito grande na rotina, principalmente para quem está acostumado ao emprego formal. Isso porque não são só os horários, clientes e quantidade de trabalho que devem ser administrados — as finanças também necessitam de um olhar mais cuidadoso.

Como os valores recebidos dependem da quantidade de demandas, o freelancer precisará ter uma organização e controle maior não só do quanto recebe, mas também do que gasta. Afinal, não há uma garantia: em um mês, ele pode receber muito e, em outro, pouco. Portanto, existe sempre a necessidade de se buscar o equilíbrio, e entender como as suas finanças funcionam é fundamental para conseguir atingir esse objetivo.

Como cuidar das finanças pessoais?

É muito difícil pensar em finanças pessoais e não relacioná-las à prática da saúde financeira. Isto é, uma série de hábitos e comportamentos que auxiliam as pessoas a terem uma relação melhor com o seu dinheiro. Para que não só consigam administrá-lo e paguem suas despesas em dia, mas também saibam como aumentar seus lucros.

Nessa parte, vamos focar exclusivamente em dicas para as finanças pessoais e formas de lidar com ela. Vamos lá?

Tenha um orçamento mensal

É muito comum para quem não tem nenhuma ideia de quanto receberá no mês ter muita dificuldade em conseguir equilibrar os valores. Porém, se as suas demandas não são fixas, muitos dos seus gastos são, e são eles que você deve avaliar aqui.

Para quem é freelancer, é fundamental por todos os números no papel. O registro das despesas e também dos ganhos precisa ser um hábito. Isso ajudará a trabalhar com alguns limites, principalmente relacionados aos valores necessários para o seu custo de vida. Aluguel, internet, contas de luz e água, supermercado, tudo faz parte do seu orçamento.

Separe as suas despesas

Mais adiante, seremos mais específicos sobre as demandas financeiras profissionais, porém, aqui, vamos aconselhar sobre a importância de separar as suas despesas pessoais e do seu trabalho freelancer. Essa é uma divisão que, se você fez o dever de casa do tópico anterior, já está quase pronta.

Sabendo o orçamento dos seus custos pessoais e fixos, agora, é hora de olhar para quais são os do seu trabalho. Equipamentos, locomoção, gastos relacionados ao uso da energia elétrica fazem parte dessa lista. Esse é um passo importante para que você comece a ter uma noção mais clara de como o seu dinheiro é dividido para cada área. Além de, é claro, definir a quantia mínima que você precisa para realizar o seu trabalho.

Invista na educação financeira

Existe uma visão muito prática do dinheiro na cultura brasileira, aquela ideia de apenas ganhar e depois gastar. Não é comum que tenhamos uma educação voltada a entender os mecanismos por trás de como funciona, quais são os códigos ou as formas de administrá-lo melhor.

Porém, quando se é um freelancer, a falta de certeza deve ser um impulso para começar a pensar no dinheiro de uma maneira diferente. Não só ser disciplinado em relação ao seu uso, mas, também, procurar conhecer melhor sobre o mundo das finanças.

Para começar, não é preciso ir para conteúdos superavançados, o ideal é iniciar com coisas básicas — como conhecer as taxas de juros, o poder da inflação nos investimentos e assim por diante. Depois, estudar sobre as aplicações e as possibilidades de fazer o seu dinheiro render.

Atenção as suas dívidas

Essa é uma parte específica caso você tenha saído do CLT e esteja agora no mundo freelancer. Se você tem dívidas, deve ter muito cuidado, pois não terá a estabilidade do salário de um emprego formal para quitá-las. O ideal é ter um planejamento voltado a eliminar as suas despesas.

Além disso, alguns comportamentos deverão mudar ou, pelo menos, acontecer em menor escala. As compras parceladas são um bom exemplo disso. Afinal, a gente entende que não dá para ficar refém e não comprar aquele gadget eletrônico de última geração e dividir em 24 vezes.

Porém, vai ser importante que sua relação com dinheiro seja mais controlada e isso inclui as suas aquisições parceladas. O ideal é evitar esse tipo de compra, mas, se não for possível, procure antecipar as mensalidades.

Procure investir

Por fim, o conhecimento adquirido nos seus estudos relacionados às finanças será crucial para começar a investir. Nesse sentido, a sua relação com o que ganha tem que ir além de fazer uma poupança. Obviamente ter uma reserva, principalmente nas condições de trabalho autônomo, é fundamental, entretanto, também é preciso separar outra parte para aumentar a sua renda.

O ideal é que você tenha, pelo menos, uma fonte de renda passiva e as aplicações são uma boa para começar. Sendo assim, é possível iniciar com algumas opções de renda fixa, como o tesouro direto. À medida que se sentir confortável, vale a pena tentar alternativas de renda variável. Mas não se esqueça de estudar bastante sobre esse assunto, procure sites, canais no YouTube e também livros para fazer seus investimentos de forma segura.

Como cuidar das finanças do trabalho?

Nos tópicos anteriores, falamos sobre como administrar as suas finanças para a sua vida pessoal. No entanto, quando se trata de ser um freela, você não é só seu próprio chefe, como precisa também arcar com todos os custos ligados ao seu trabalho. Então, tudo o que for necessário para que possa realizar a sua função, você deve pagar.

A dificuldade está em como fazer isso de uma maneira adequada e que não prejudique seus gastos pessoais. Separamos algumas dicas que podem ajudar nesse processo.

Saiba o quanto você gasta

Assim como a sua vida pessoal, a profissional tem gastos específicos que devem estar no papel. É preciso que você conheça essas despesas e separe as fixas das variáveis. Por exemplo, gastos com manutenção de equipamentos, locomoção, contas de telefone comercial, custos com a internet e até aluguel de um workspace devem ser registrados nesse processo. Dessa forma, você consegue saber quanto desempenhar esse trabalho custa e pode fazer uma melhor relação entre despesas e lucro.

Para ter um conhecimento mais preciso dos seus gastos, tenha noção de que esse registro, principalmente, das despesas fixas, ou seja, recorrentes, não poderá acontecer em apenas um mês. Para que você possa ter uma noção mais acertada de como utilizar o seu dinheiro, o ideal é registrar por três meses e fazer um comparativo dos extratos bancários.

Defina o seu preço

Essa é uma conta mais direcionada para aquelas pessoas que estão ainda no começo ou mesmo as que estão atualizando os valores dos seus serviços. Você deverá ficar atento na hora da precificação não só com os seus gastos já calculados no tópico anterior, mas também quanto um determinado serviço exige de você.

Não dá para colocar o mesmo preço em tudo o que faz, é preciso ter critérios e, óbvio, que aquilo que te dá mais trabalho terá um valor maior. Para conseguir saber qual serviço exige mais, procure calcular o tempo gasto em cada projeto. Também, coloque na conta a sua experiência. Um profissional com mais anos no mercado tem o direito de cobrar mais.

Avalie o seu lucro

Outra parte importante do processo é o cálculo do lucro, como você já sabe, as suas despesas e também as suas receitas (assim esperamos), não será difícil fazer essa conta. Você só precisa subtrair um pelo outro e pronto, o resultado é o seu lucro.

Contudo, a coisa pode não ser tão simples e o cálculo ser zero ou negativo. Isso é um alerta, pois significa que ou você está gastando muito, ou precisa ganhar mais.

Calcule a sua renda mensal média esperada

Agora, começamos a entrar em uma parte um pouco mais específica da vida profissional. O cálculo médio é uma projeção, você trabalhará com números reais, mas é importante saber que não significa que todos os meses serão assim. Para fazê-la, separa-se duas colunas, uma com os nomes de seus clientes fixos e outra com os avulsos, e registre o quanto recebe a cada período.

Pegue o total dos seus clientes não regulares, divida por dois e, em seguida, adicione a quantia que você ganha dos fixos. Esse valor será a sua média mensal projetada.

Tenha um fluxo de caixa

Ser freela não é só ser um prestador de serviço, é preciso pensar que você é uma empresa. Sua relação com o dinheiro deve ser a mesma de um negócio, por isso, pensar em formas de expansão, impostos etc. são partes importantes. Contudo, além disso, é hora de refletir sobre o seu fluxo de caixa.

É preciso ser realista: haverá meses em que ganhará muito, mas haverá épocas em que não, que será preciso consumir as suas reservas. Por isso, o fluxo é uma maneira de se preparar para esses momentos de vacas magras, digamos assim.

A dica é que com todos os cálculos sobre a sua renda e despesas, você tenha uma ideia do seu fluxo. Já que é o controle do que entra e sai dos seus rendimentos, será um bom instrumento para o capital de giro, ou seja, separar a quantia exata para que o seu negócio funcione.

Prepare-se para as incertezas

Como falamos ao longo deste post, a instabilidade é uma característica comum na vida do freela. Isso porque, mesmo que você tenha clientes fixos, ainda está sujeito a situações que podem afetar o trabalho deles e não garantir que eles te paguem todos os meses.

Sendo assim, uma das principais estratégias é ter uma reserva financeira para esses períodos. Procure aproveitar aqueles momentos em que tiver uma agenda cheia para juntar o mais rápido possível e não mexa no valor. O ideal é que você acumule, pelo menos, seis meses da sua renda atual.

Outra ideia é separar um investimento específico para essa função, ter uma poupança é interessante, porém, a taxa vinculada não garante um rendimento bom. Além disso, é importante procurar por aplicações que permitam que o dinheiro seja retirado a qualquer momento.

Construa uma carteira de freelas fixos

Conforme a sua carreira for se consolidando, o ideal é que você tenha um número de clientes fixos. Não é necessário que sejam todos, mas até para garantir a sua segurança, de dois a três são números interessantes para que possa ter mais certeza da sua renda mensal.

Nesse sentido, não só o networking, como a divulgação do seu trabalho será fundamental para atrair mais pessoas interessadas em seu serviço. Procure manter as práticas de marketing recorrentes, afinal, quanto mais gente souber sobre o que faz, mais chances de ter mais clientes.

Hoje, apresentamos um guia bastante completo para que você, freelancer, entenda como fazer a gestão financeira do seu dinheiro. De fato, as incertezas perante a renda mensal exigem um olhar diferente para não cometer erros financeiros. É preciso acompanhar tudo de perto, com um controle periódico, além de investir em formas de multiplicar o que recebe.

Por isso, é fundamental implementar estratégias para lidar com seu dinheiro — registrar suas despesas, estudar o mundo das finanças e ter uma reserva financeira são algumas das formas para ter uma relação melhor com o que ganha quando se é um freelancer.

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