O que é ilustração editorial e como trabalhar com ela

O mercado para quem quer se profissionalizar e trabalhar como freelancer na área de ilustração nunca esteve tão aquecido como atualmente. Com a produção de conteúdo migrando do papel para o ambiente virtual, as oportunidades são maiores e mais variadas.

Hoje, vamos falar de uma dessas especializações, a ilustração editorial. Veremos juntos o que fazem ilustradores nesse nicho, como ela se insere no Marketing Digital e o que você precisa fazer para tornar suas habilidades mais atraentes para novos clientes. Confira!

O que é ilustração editorial?

A ilustração é uma habilidade profissional que se consolidou principalmente a partir do Século XX, com a explosão da publicidade.

Em uma época em que fotografia não era tão acessível e a qualidade de impressão nem sempre era das melhores, ilustradores eram as pessoas perfeitas para representar uma ideia, uma história ou uma marca de maneira clara e atraente para o público.

Mas a propaganda não foi o único setor que absorveu esse tipo de profissional. Desde a mesma época, o mundo editorial também criou uma demanda grande para quem ilustra.

Livros, artigos de jornais, panfletos e informativos sempre se aproveitaram da ilustração como suporte para o texto escrito, dando contexto ao mesmo tempo que atraíam olhares com mais facilidade.

Essa é a ilustração editorial: um tipo de desenho pensado como acompanhante de peças de editoria, fazendo o texto ganhar vida, informando com menos elementos e captando atenção à primeira vista.

A ideia da ilustração editorial é ser uma ponte entre conteúdo e forma, imprimindo não apenas a informação a ser passada, como também um estilo específico do designer e do cliente — combinados para dar contexto, passar um conceito e a linguagem da marca ou publicação de acordo com seus objetivos.

Portanto, podemos dizer que é um tipo de ilustração que pende mais para o design, já que utiliza do estilo de quem ilustra em serviço de uma função — como passar uma informação, atrair um determinado tipo de público, engajar o leitor etc. É uma área que começou no papel, mas que está muito em alta no mundo digital.

Qual a diferença entre a ilustração digital e de Marketing?

A ilustração editorial atual migrou quase que completamente para o ambiente digital. A consequência disso é que ela se mistura muito mais com Marketing do que acontecia na era pré-internet.

Para você entender melhor essa ponte, podemos dar uma olhada nas diferenças entre ilustração digital e ilustração para estratégias de Marketing. Principalmente para eliminar uma confusão comum entre as duas coisas.

Ilustração digital tem muito mais a ver com a plataforma de uma técnica do que uma especialização. É o uso de ferramentas digitais de desenho, colorização e arte final para suas peças, produzindo conteúdo ilustrado sem qualquer etapa sendo física.

Atualmente, é comum que a maioria dos ilustradores trabalhem apenas com o digital. É um ambiente mais ágil e acessível para conseguir trabalhos e consolidar a carreira.

Dentro dessa especialização, o Marketing é o setor do mercado que mais vem contratando, inclusive para ilustração editorial. Sim, publicidade e editoria estão cada vez mais unidos na criação de experiências de interação e engajamento com o público.

Isso tem muito a ver com o Marketing de Conteúdo: a estratégia de produzir conteúdo informativo e relevante para a persona de uma empresa, cumprindo sua função editorial, mas, ao mesmo tempo, usando-o como forma de engajar e atrair esse público para uma convivência com a marca.

Dentro dessa produção de peças como blog posts, e-books, infográficos, vídeos e conteúdo em redes sociais, a ilustração editorial ganhou um impulso enorme nos últimos anos — além do aumento em suas demandas mais tradicionais, agora migradas para ambientes virtuais.

Colocando tudo isso junto em uma rotina profissional, o trabalho de ilustração vem se consolidando como uma carreira possível e estável para quem oferece o que o mercado precisa.

Quais as principais competências de um ilustrador editorial?

Se tornar profissional da ilustração digital é uma combinação de habilidades técnicas e habilidades de organização e mercado. Veja o que você precisa para se destacar.

Estilo único

Até hoje ainda existe alguma concepção errada sobre as capacidades de um ilustrador. Principalmente de que a ilustração realista e rebuscada seja uma obrigatoriedade para quem quer trabalhar na área.

Isso não é verdade, pois cada tipo de ilustração tem seu espaço e seu objetivo. Imagine ter que fazer desenhos superdetalhados para publicações diárias ou que precisam comunicar rapidamente ao público uma informação.

O mais importante dentro dos estilos de ilustração é encontrar aquele que dá ao seu trabalho um toque único, um diferencial que clientes reconheçam e busquem em você.

Seu estilo pode estar no tipo de traço, nas formas, cores, perspectiva e em diversos pontos diferentes das suas peças.

Portanto, encontre a sua voz, a sua linguagem. É melhor ter um estilo específico que sempre tem demanda de um grupo menor de clientes do que tentar emular todas as ilustrações possíveis e não conseguir muitos jobs mesmo mostrando seu trabalho para mais gente.

Capacidade de se adaptar

É claro que, mesmo tendo um estilo bem marcado, você não pode engessar muito as próprias capacidades. Ter espaço para ajustar alguns pontos do seu trabalho pode ser o necessário para conquistar mais clientes.

Portanto, sempre busque algumas variações de seus diferenciais. Faça testes, principalmente em projetos pessoais, que permitem gastar mais tempo para estudos e não têm consequências de mercado.

Conhecimento técnico

Esta aqui é óbvia, mas é sempre bom lembrar que o conhecimento técnico de softwares e ferramentas de trabalho agilizam sua rotina e aprimoram a qualidade do resultado.

Dominar uma mesa digitalizadora e vários softwares de edição de imagem é sempre recomendado para ilustradores digitais. Pense nesse conhecimento como uma extensão do seu estilo.

Visão de mercado

Por mais que ilustradores trabalhem com arte, você não pode se ver nesse contexto como artista. Você é um profissional de ilustração. Por isso, nunca se feche para o que está sendo feito ao seu redor. Consuma conteúdo de outros ilustradores, estude o que estão fazendo e fique de olho em tendências da profissão.

É bom reforçar que seu estilo é o que vende o seu trabalho. Ou seja, não tente imitar o que faz sucesso só porque acha que é uma boa ideia. Aprenda o porquê desse sucesso e aplique no seu trabalho, do seu jeito.

Organização

Se ilustração é uma profissão, ela, como qualquer outra, não depende apenas da sua capacidade técnica e do seu estilo. Clientes querem seu trabalho, mas também querem que você o apresente dentro do prazo e dentro do briefing.

Para isso, ilustradores precisam ter disciplina e organização nas suas rotinas profissionais, mesmo que trabalhem em casa ou como freelancer.

Tenha um lugar próprio e ergonômico para trabalhar, defina horário fixo e mantenha uma agenda para seguir os prazos de cada projeto. Isso, muitas vezes, vale mais para sua recomendação por clientes que o próprio produto final entregue.

Comunicação

Dentro desse mesmo tema, a comunicação é fundamental para ilustradores freelancer. É preciso manter um contato próximo, objetivo e qualitativo com o seu cliente independentemente do tamanho do trabalho ou de quem ele é.

Sua comunicação começa em um bom portfólio que possa enviar imediatamente para quem está contratando você. Passa, depois, pela negociação de preços e prazos, e continua na troca de informações sobre o briefing.

Uma dica que faz toda a diferença é: saiba receber feedbacks. Mesmo que o cliente não entenda da sua área, se ele está incomodado com algum ponto do trabalho é porque algo pode ser ajustado.

Nessa hora, você tem que ter profissionalismo para entender a raiz do problema — mesmo que o feedback dele não seja claro — ou educá-lo caso você entenda que uma crítica ou sugestão não é interessante para o resultado.

Como trabalhar com ilustração editorial?

Atualmente, é plenamente possível trabalhar com ilustração editorial como freelancer. A migração de conteúdo para o meio digital aumentou o número de portas na carreira, além de ainda existir a demanda tradicional com esse foco em ilustração digital e trabalho remoto. Veja as áreas mais interessantes para você investir.

Editoria tradicional

Revistas, jornais, panfletos, brochuras e manuais são todos exemplos de peças editoriais impressas que estão cada vez mais nichadas, mas que ainda empregam ilustradores.

Praticamente 100% desse trabalho hoje é feito com ilustração digital, mas é importante para quem entra nessa área entender de processos de impressão e como a cor se comporta no papel.

Livros infantis

Livros infantis ainda são um grande mercado para ilustradores. Geralmente, a área pede pessoas que tenham estilos bem específicos, mais estilizados e que saibam captar o teor de uma narrativa em imagens.

Capista

A ilustração para capas de livro, em geral, continua sendo uma área ampla para quem quer seguir uma carreira de ilustração. O briefing nesse caso costuma ser mais específico. É preciso considerar elementos da história e também a relação entre o desenho e a tipografia que estará presente na capa.

Quadrinhos e tirinhas

A ilustração de quadrinhos exige uma certa especialização, principalmente em narrativa visual. Mas quem trabalha nesse nicho pode produzir para ficção, para quadrinhos institucionais e informativos e até produzir o próprio conteúdo e ganhar visibilidade nas redes sociais.

Marketing Digital

O Marketing de Conteúdo está abrindo um espaço cada vez maior para ilustradores editoriais. Afinal, o tipo de formato desses conteúdos sugere um uso pesado e constante de imagética para apoiar o texto, atrair olhares mais rapidamente e engajar usuários — principalmente em redes sociais.

É uma transformação da editoria, de concentração de informação como em revistas e jornais para sua pulverização no ambiente online. Quanto mais atraente e adequada ao público-alvo, mais impacto um bom ilustrador causa nos resultados daquela peça.

A ilustração editorial teve essa guinada há pouco tempo, se comparado ao século de mídias tradicionais. É por isso que ainda há bastante espaço para quem quer começar e se consolidar nessa carreira.

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