Tema e direcionamento em mãos, chegou a inadiável hora de produzir. Mas só de pensar no cursor ali, piscando no documento impecavelmente branco, como que contando cada precioso segundo, já vem até um calafrio. Com você também é assim, na base do fórceps? Quem nunca, né? Pois então você vai gostar de saber que hoje eu vim trazer uma boa notícia: não precisa ser tão sofrido.
Talvez a construção da primeira linha seja mesmo a mais tensa, mas, com um pouco de organização e uma pesquisa bem feita, você vai ver que as palavras fluem muito mais facilmente. E aí o difícil vai ser conseguir parar de escrever. Quer saber como se transformar nessa abundante fonte de ideias que é ser um redator de sucesso? É só vir comigo:
Tem que suar
Nada de intervenção divina ou de talento nato: para se tornar um bom escritor é preciso ralar. É essencial ser minimamente curioso, organizado e aplicado. E tudo isso se aprende com o tempo e, especialmente, com a prática. Já que eu preciso dar o exemplo, vamos então organizar essa birosca e ir por partes:
Sem matar o gato
A curiosidade leva à busca por informação, requisito mais do que básico para uma boa construção textual — afinal, não existe escrita decente sem conteúdo, certo? Portanto, para engatinhar na direção correta, largue a preguiça de lado e comece por uma boa pesquisa.
Não se contente, porém, com os genéricos e nada atrativos sensos comuns. Ninguém vai se dar ao trabalho de ler seu texto só para encontrar clichês e teorias furadas de boteco. Encontre novidades, confirme possíveis dados duvidosos e traga à baila uma perspectiva singular: só assim você vai conseguir se destacar em meio à multidão.
Ordem é progresso
Seja esperto e facilite sua vida, tratando de, já durante a pesquisa, ir ajeitando suas ideias e referências para que nada se perca no meio do caminho. Essa é a famosa hora do brainstorming. Anote dados mais relevantes, estruture o encadeamento de tópicos e rascunhe quaisquer ponderações acerca do tema. Se ainda não é a versão final, tudo vale.
A peneira aparece quando chega a hora de efetivamente colocar os dedinhos para trabalharem freneticamente. Mas aí, pela preparação e organização prévias, o esqueleto do texto já estará praticamente pronto. A partir daí é só desenvolver mais a fundo as ideias e correr para o abraço.
Energia que dá gosto
A verdade é que metodologia simplifica e otimiza os processos, mas definitivamente não elimina trabalho — leia: é certo que vai ficar menos difícil, mas vai continuar exigindo dedicação. Mas como quem cedo madruga costuma ser ajudado por aí, encare a tarefa de frente, mostre quem é que manda na casa e colha os frutos de uma sistematização bem despretensiosa e prática. Acredite, o parto vai ser natural e indolor.
Redação não é como receita de bolo, em que se segue as orientações à risca e o resultado cai sempre deliciosamente bem com café. Eu tratei de repassar, aqui, os ingredientes de um pão de ló bem coringa, porque, assim, pode ser universalmente aproveitado. Mas é importante ressaltar que um toque de noz-moscada sempre melhora qualquer angu.
Então trate de encontrar um tempero para chamar de seu e desenvolva seu próprio método, o mais adequado possível às suas necessidades e rotinas. Mas não se preocupe em sair desesperadamente provando as especiarias mais exóticas, porque a experiência adquirida pela prática, por meio de testes e adaptações, vai automaticamente se incumbir de guiá-lo para a receita perfeita.
Fechada então a tríade para uma redação de sucesso em pesquisa, organização e labuta, não seja egoísta e divida aqui com a gente: qual seu ingrediente secreto?