Guardiões da Galáxia foi a grande surpresa de 2014, nem mesmo o mais nerd dos seus amigos conhecia a equipe galáctica da Marvel e muito menos esperava que o filme seria o melhor do gênero “heróis” do ano (e um dos melhores no geral também). Tudo bem, assistir a um guaxinim falante que usa uma metralhadora desperta um grande interesse na maioria das pessoas — pelo menos no meu círculo de amizades —, mas esperar que você gostaria tanto de um filme estrelado por uma árvore que fala (incríveis 3 palavras) ou por um lutador de MMA pintado de cinza, nem o mais otimista dos nerds.
E eles fizeram isso! A primeira leva de fãs foi assistir ao filme por um simples motivo: Marvel. Faz parte do universo dos Vingadores, então tem que ver. Aí o sucesso das críticas (especializadas e dos fãs) se encarregou de manter os cinemas lotados e o filme foi um estrondoso sucesso de bilheteria. O filme que, então, parecia existir para encher linguiça no universo dos Vingadores se mostrou tão bom quanto, ou até melhor (isso mesmo, me julguem!)!
Mas não foram apenas os nossos olhos e os nossos ouvidos — obrigado Peter Quill, pelo “Awesome Mix” — que o filme encheu. Após matutar um pouco, percebi que cada personagem nos deu uma excelente lição para escrever para web. No post de hoje eu vou lhes mostrar quais foram:
Drax – Não faça referências que só você entende
Drax se mostrou um personagem surpreendentemente engraçado para o seu tamanho e seu jeito ríspido de ser. O seu problema com as metáforas me levaram a uma interessante lição: não faça referências que só você vai entender. Há um ano atrás, por exemplo, se eu citasse em um texto a infame referência “um sujeito com um vocabulário mais limitado que o do Groot” ninguém entenderia, não é verdade? Portanto certifique-se de que sua audiência se familiarizará com a sua referência, afinal, não adianta citar Shakespeare para os leitores da E. L. James (sim, eu tive que pesquisar e espero que vocês também, foi um exemplo do que não fazer).
Gamora – Não seja tão agressivo
Gamora talvez tenha sido a personagem mais apagada na história, mas ainda assim nos trouxe uma valorosa lição de escrita: não seja tão agressivo. A personagem é marcada por sua rispidez e agressividade, e as vezes, é dessa forma que tratamos nosso leitor. Ninguém tem obrigação de saber nada e, muitas vezes, deduzimos que o público tem informações prévias que, na verdade, não tem. Não precisa ser tão direto, não confunda ser sucinto com ser curto e grosso. Trate o leitor como uma pequena — e fofa — árvore em um vaso, a quem você está ensinando os primeiros passos de dança, seja agradável!
Rocket Racoon — Um pouquinho de humor não faz mal a ninguém
Você estava tenso, eu estava tenso, o Peter Quill estava muito tenso. Mas valeu a pena! A quebra de expectativa do nosso querido guaxinim ao dizer que a perna não servia pra nada, foi hilária. Rocket nos ensina que um pouquinho de humor não faz mal a ninguém (talvez ao cara da perna), mas deixa o seu texto muito mais agradável de se ler e pode aliviar bastante assuntos muito densos. Quebre a expectativa do seu leitor, surpreenda-o! Claro, porém, que outra coisa que ele nos ensina é que ter um pouco de bom senso na hora de usar o humor pode ser muito benéfico.
Groot — Não seja redundante
Primeiramente é de fundamental importância dizer: o Groot é sensacional!
Voltando a lição… Groot não poderia nos ensinar outra coisa: não seja redundante ou repetitivo, nem prolixo, nem verborrágico ou seja, evite pleonasmo, tautologia. Brincadeiras à parte, a lição é extremamente importante. Ficar dando voltas no seu texto e falando a mesma coisa de maneiras diferentes não é nada agradável.
Fique atento também quanto a repetição de palavras. Encontre sinônimos e substitua a palavra por outras diferentes. Groot, por exemplo, pode ser a árvore falante, o personagem que só fala três palavras, o parceiro do Rocket ou, simplesmente, ele. Se não souber sinônimos faça uma busca rápida no Google, você não achou que eu realmente sabia o que era tautologia não é!?
Peter Quill “Star-Lord” — Escolha um bom título
Peter Quill foi outro personagem que me surpreendeu bastante e me deu, não apenas uma, mas duas lições de escrita. A primeira delas e, julgada mais importante por esse que vos escreve, é: saiba escolher um bom título. Star-Lord é um ótimo título, imponente, e fica na cabeça. Ele se decepciona quando as pessoas (ou aliens) não o identificam pelo seu codinome. Se eu ouvisse o nome Star-Lord teria no mínimo o interesse em saber de quem se trata. A mesma coisa acontece com os nossos textos, é partir do título que você decide se lerá ou não um artigo, como exemplo temos o chamativo título deste post, que fez você iniciar a leitura. Portanto, lembre-se de sempre criar um título conquistador!
Bom, eu disse que teríamos duas lições, e a segunda que Star-Lord me concedeu foi: não busque apenas de uma única fonte. Por mais awesome que o “Awesome Mix” seja, viver uma vida com apenas 11 músicas não deve ser a melhor das possibilidades. Levando isso para nossa vida de redator, não tire tudo que você usará de uma referência só, “ouça” fontes diferentes, isso deixará o seu texto e o seu repertório muito mais ricos. Por mais que a sua fonte seja excelente, você não vai querer viver uma vida sem ouvir “The Beatles”.
E ai? Gostou das dicas que os Guardiões nos deixaram? Dê uma olhada nas lições de escrita para web que aprendemos com O Hobbit também! E, claro, não deixe de comentar e contar qual outra lição essa equipe lhe deu!
Baby Groot — Dance conforme a música
Bom, se a Marvel pode colocar uma cena depois dos créditos do filme, eu tenho o direito de colocar uma lição pós Call to Action, não é verdade?
Baby Groot — o ataque de fofura no final do filme — nos ensina a dançar conforme a música, ou seja, SIGA O BRIEFING! Entenda para quem você está escrevendo, a linguagem daquele público, o repertório e partir disso, escreva o seu texto. Você não vai querer dançar créu ao som de “Hooked on Feeling” (primeira faixa do “Awesome Mix”).