Resolução de problemas: como aprimorar essa habilidade

Atire a primeira pedra quem nunca se deparou com um problema para resolver no dia a dia. Seja na vida pessoal, seja na profissional, a verdade é que as situações-problema estão ao nosso redor o tempo todo, exigindo que tomemos uma decisão rápida e certeira.

Todo profissional que sabe como resolver problemas consegue pensar nas mais diversas soluções para as dificuldades do trabalho freelancer. Na vida autônoma, essa habilidade é ainda mais necessária, considerando a autonomia que o profissional tem sobre seu próprio negócio.

Certo, já entendemos que a resolução de problemas é mais que necessária. Mas como desenvolver essa habilidade? É sobre isso que falaremos agora.

Tire o problema do foco

Eu sei que pode parecer contraditório, mas dar foco ao problema não nos leva a uma solução. Pelo contrário. Quando colocamos a situação no centro, podemos entrar em desespero diante dela ou até criar um bloqueio mental, ignorando que existe um problema a ser resolvido.

Por isso, o primeiro passo é aceitar a realidade de que existe algo a ser resolvido, sem perder tempo procurando culpados ou tentando descobrir o que aconteceu. As ações corretivas vêm sempre antes das preventivas no plano de ação.

Portanto, num primeiro momento, tenha muita calma nessa hora. Afinal, mesmo que você se esforce ao máximo para manter o bom funcionamento no trabalho, nem tudo está sob seu controle.

Simplifique em vez de generalizar o problema

Observe o comportamento das pessoas diante de uma discussão à flor da pele. Elas tendem a problematizar coisas pequenas e generalizar a situação, tornando tudo ainda mais confuso do que realmente é. Isso só dificulta ainda mais a solução, pois, em vez de pensar numa solução, as pessoas começam a defender seus pontos de vista

Na vida autônoma, isso também pode acontecer em forma de conflito interno. Porém, quanto mais conseguirmos simplificar o desafio, mais opções conseguiremos enxergar de como resolvê-lo. Às vezes, mesmo que a solução seja óbvia, a ansiedade e o medo podem ocultá-la.

Então, se estiver tudo muito confuso e estressante, dê um tempo para entrar em estado de relaxamento. Saia um pouco, tome um café ou faça carinhos no seu pet. Assim, a solução pode aparecer num insight quando você menos esperar.

Use a técnica dos “5 porquês”

A técnica dos “5 porquês” é uma prática muito útil e que pode ser utilizada para qualquer resolução de problemas. Inclusive, já vi até minha psicóloga utilizando essa técnica de forma natural.

Ela consiste em uma sequência de “porquês” para chegar à raiz de um determinado problema.

Então, vamos imaginar que você tem uma entrega ainda hoje para um cliente, no entanto, percebe que não ficará pronta a tempo. Utilizando a técnica dos “5 porquês”, você pode se perguntar e responder logo em seguida, indagando a resposta novamente.

Veja um exemplo:

1. por que não conseguirei entregar a tarefa no prazo? Porque não vai dar tempo dentro do período que eu tenho disponível para ela;
2. e por que não vai dar tempo? Porque tenho outras tarefas para fazer;
3. e por que tenho outras tarefas para fazer? Porque me comprometi com elas;
4. e por que me comprometi com elas? Porque tive dificuldade em dizer não diante de um pedido de urgência;
5. e por que não consegui dizer não? Por que tenho medo de perder o relacionamento com meu cliente.

Olha só que interessante: tiramos o foco do problema sobre a entrega atrasada para a raiz de tudo: a dificuldade em dizer “não”. E tudo isso em poucos minutos.

Diante disso, você pode pensar em alternativas de abordagem para remarcar os prazos devido às urgências que decidiu atender, mas, sempre pensando em como evitar esse mesmo problema futuramente.

Use a técnica do “e se… positivo”

Outra técnica interessante para resolução de problemas é a do “e se…”. Quando nossa mentalidade é mais voltada para pensamentos catastróficos, temos a tendência de pensarmos em coisas negativas diante de situações ruins.

Por exemplo: e se o cliente romper o contrato comigo quando eu disser “não” para uma demanda urgente?

Quando invertemos esse cenário, podemos pensar no “e se…” de forma mais positiva. Ou seja, pensando em algo bom que poderia vir da ação que queremos realizar.

Por exemplo: e se o meu “não” valorizar minha marca pessoal e o meu compromisso com as entregas dos projetos? E se o cliente valorizar ainda mais meu negócio depois disso?

Essa técnica pode ajudar a desenvolver coragem em assumir riscos e testar novas formas de solucionar o problema. Experimente e me conte depois!

Veja a situação por outra perspectiva

O que tem ao seu lado neste momento? Talvez uma caneca, um planner ou um celular. Independentemente do objetivo, quero fazer um teste com você: olhe para ele por alguns segundos e identifique detalhes que talvez nunca tenha percebido antes, como um risco ou um defeito de fabricação.

Agora, experimente virá-lo para o lado oposto. Percebeu como sua análise muda, ainda que seja em relação ao mesmo objeto? Talvez, esses detalhes já nem façam mais sentido. E é exatamente assim que acontece quando olhamos um problema por outra perspectiva.

Tente sair de cena e colocar outro protagonista na história para perceber como ele reagiria a essa situação. De preferência alguém que você admire muito, inclusive. O que essa pessoa diria se estivesse no seu lugar? Já pensou nisso?

Liste as possíveis soluções

Eu sei que pode parecer óbvio, mas muitas pessoas se perdem nas possibilidades de soluções diante de um problema. Como resultado, ficam andando em círculos procurando culpados ou sofrendo por antecipação.

Quando isso acontecer, tente listar o maior número possível de soluções em um post-it, por exemplo. Isso ajuda a impulsionar seu pensamento criativo, desenvolvendo mente aberta para a situação. Pedir ajuda aos colegas de profissão pode enriquecer ainda mais seu brainstorming.

Em suma, para desenvolver a resolução de problemas também é preciso iniciativa, autonomia e tomada de decisão. E você pode começar criando um roteiro para segui-lo quando a situação acontecer.

Assim, quando menos perceber, resolver essas situações complexas já terá se tornado um hábito, ou melhor, uma habilidade. 🙂

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