O números de usuários ativos nas redes sociais é cada vez maior. Por isso, essas plataformas têm mudado e se transformado constantemente, a fim de garantir que os sites e apps sejam capazes de solucionar problemas e atender demandas de pessoas, de empresas e, até mesmo, de leis.
Desde o começo de 2018, muita coisa mudou e muitos testes já foram feitos nessas plataformas, algumas buscando facilitar o acesso dos usuários e outras para corrigir erros e melhorar a imagem das empresas após problemas que vieram a público.
Neste conteúdo, vamos nos aprofundar em algumas transformações do Facebook, passando por questões como o vazamento de dados da Cambridge Analytica que ganhou destaque no primeiro semestre de 2018, além de citar as novidades que estão bombando no Instagram. Veja agora!
Contextualizando os upgrades
O Facebook, junto com outras redes sociais, vem, desde o começo do ano, anunciando mudanças de direcionamento na plataforma.
Os administradores de perfis de empresas e fan pages, em geral, muito provavelmente já perceberam que o alcance orgânico tem diminuído consideravelmente e, por isso, é cada dia mais difícil estabelecer um diálogo com o público.
A mudança não foi algo aleatório. Segundo a empresa, essa transição está sendo feita para intensificar e reforçar formas de interação que, segundo os porta voz da empresa, priorizaria as relações entre usuários.
Mas o que, exatamente, significa essa interação?
Simples, os responsáveis pelo Facebook estabeleceram alguns parâmetros que buscam decidir quais postagens são relevantes para os usuários — ou não.
Essa nova política quer incentivar o que eles denominaram “conversas significativas”, que é nada mais que diálogos sobre assuntos que engajam os perfis. Fato que, consequentemente, diminuiu o alcance de propagandas e publicidade em geral.
Isso causou uma limitação muito grande em perfis corporativos, e é papel dos social medias por aí contornar essa diminuição repentina de alcance. Notícias como a suposta criação de uma aba exclusiva para fan pages (rumor que, até o lançamento desse texto, não se confirmou) circulam a internet, e o futuro das empresas na rede social ainda é misterioso.
Mas, para o Facebook essas medidas são muito benéficas, especialmente, por dois motivos:
Aumentar o tempo de permanência de usuários dentro da plataforma
As marcas muitas vezes estão levando os usuários para fora da plataforma, seja para consumir conteúdo externo, comprar produtos, adquirir serviços ou outras demandas e isso é péssimo para o site.
O Facebook (e outras redes) deseja trazer o máximo de recursos para dentro do seu domínio, em vez de perder essa audiência quando ela se dirige a outros sites ou aplicativos.
Com essa intensificação das interações entre usuários, a plataforma espera fortalecer as relações e, portanto, aumentar o tempo de permanência das pessoas na rede social, formando comunidades de participação ativa.
Maior investimento das empresas em Ads
Como as empresas não conseguem mais alcançar o público com a mesma facilidade, é provável que elas comecem a perder espaço na plataforma, o que vai acabar prejudicando as empresas ali presentes.
A opção é intensificar o uso do Facebook Ads, ou seja, pagar pela atenção dos usuários. Uma vez que o alcance orgânico parece cada dia mais distante. Com isso, o Facebook consegue arrecadar mais receita. Mas essa nova modalidade de anúncios da rede que tem causado controvérsia.
O que significa estimular “conversas significativas”?
Seguindo essa nova lógica, alguns conteúdos (tanto para usuários quanto para empresas) que ganham mais relevância vão ser:
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- As publicações em grupos: esse novo direcionamento do site favoreceu a formação de comunidades e, que já considerada uma das maiores tendências no meio digital de 2018, portanto, consolida os grupos como uma opção boa para promover interações significativas;
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- Conteúdos com bom número de comentários: que são lidos pelo algoritmo como positivos, já que estão gerando assunto e engajamento;
- Posts com comentários longos: o que seria um indicativo de que os usuários estão interessados no material disponibilizado, interagindo ativamente com ele.
Bom, agora que já comentamos algumas mudanças da rede social mais famosa do momento, vamos analisar o grande escândalo envolvendo a empresa (e seu criador) que motivou algumas dessas alterações.
Afinal, o que foi o vazamento de dados do Facebook?
Várias desses redirecionamentos foram feitos como forma de remediar o grande escândalo de vazamento de dados que o site enfrentou neste ano. Bom, vamos comentar a história desde o princípio.
O Facebook, como todas as redes sociais, possui uma política de privacidade que você, como usuário, deve aceitar para fazer parte da plataforma. A questão é que, nesse documento, o site informava ao usuário que empresas vinculadas a plataforma poderiam coletar alguns dados dos perfis, se eles assim permitissem.
Pode parecer um pouco abstrato, mas pense quando você vai criar uma conta em algum aplicativo e solicita login com sua conta no Facebook. Ao permitir, você dá acesso a esse app a alguns de seus dados na rede social.
O problema disso tudo é que essas empresas que acessam seus dados não deveriam, pelas políticas de privacidade, vender, repassar ou usar esses dados para fins de lucrativos diretos. Ou seja, os dados deveriam ser usados para melhorar serviços, facilitar configurações e personalizar aplicativos.
Mas não foi isso que aconteceu.
Em 2015, um pesquisador criou um teste que foi veiculado na rede social e foi respondido por cerca de 270 mil usuários. A questão era que esse teste solicitava não só a permissão de acesso ao dados do perfil do usuário que o respondia, mas também ao de seus amigos. Ou seja, o idealizador do teste teve acesso a dados de mais de 50 milhões de usuários!
Mas o problema não parou aí: o responsável pelo teste repassou esses dados para uma outra empresa (a tão comentada Cambridge Analytica), que é responsável por analisar dados e tomar decisões baseadas neles para conseguir maior precisão de venda.
Entendi, mas qual o problema nisso? A grande complicação é que a Cambridge Analytica estava envolvida na campanha do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Basicamente, uma empresa vazou dados de mais de cinquenta milhões de usuários para uma das responsáveis por uma campanha presidencial.
Pensando na precisão cada dia maior de direcionamento de anúncios, nas possibilidades de personalização de mensagens e, até mesmo na proliferação das notícias falsas, são possíveis graças ao uso de dados.
Bem, agora acho que ficou claro o tamanho da confusão que o Facebook se meteu, não é?
Consequência dos vazamentos
Essa sucessão de acontecimentos gerou a maior crise já enfrentada pelo Facebook, estima-se que ela já custou mais de 50 bilhões para os bolsos da empresa.
Percebendo como os dados dos usuários estavam vulneráveis pelo uso de terceiros, Zuckerberg correu atrás para defender o site e afirmar que os dados dos usuários não estão sendo vendidos, pelo menos, até onde se sabe.
Com o desenrolar desse escândalo percebeu-se como os nossos dados disponíveis online estão vulneráveis, e como não se têm noção do uso que essas informações têm para as empresas que detêm esse conhecimento.
Uma das questões é que o volume de dados nas mãos dessas empresas é tão grande, que, até então, não existiam grande medidas regulatórias para controlar o uso dessas informações. Já que esse foi o primeiro grande caso de uso de informações civis por parte de uma grande rede social.
Diante de todo esse quadro, a União Europeia entendendo a gravidade do problema da segurança online criou, por meio do GDPR (General Data Protection Regulation), uma série de leis para regular o uso de dados dos usuários por parte de sites e aplicativos.
Tentando evitar maiores danos, o Facebook se adiantou e anunciou mudanças para se adequar aos novos direcionamentos, e, como parte da missão de recuperar a boa reputação, anunciou que vai estender essas atualizações a todos os países (não só da UE, onde essas leis entrarão em vigor).
Algumas das mudanças que se destacaram foram:
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- Consulta a todos os usuários da rede sobre permissão de uso de informações pessoais (lembrando que a rede afirma que esses não serão comercializados);
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- Atualização e consulta da nova Política de Serviços;
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- Facilidade maior de acesso para consultar, deletar ou baixar seus dados disponíveis na plataforma;
- Medidas de proteção a usuários mais jovens (com menos de 18 anos) para minimizar ao máximo a exposição desses perfis.
Política de transparência
Junto com essas ações, o site tem tentado manter abertas ao máximo informações que antes eram internas.
Um exemplo disso foi um relatório divulgado pela rede social com números relacionados aos perfis falsos (foram registrados mais de 583 contas só no período de três meses em 2018) e notícias falsas que circulam na plataforma.
Além dessas medidas, o site ainda tem se preocupado mais com a proliferação das fake news, que podem ser uma influência perigosa no campo das decisões políticas da população (é só pensar na possibilidade já mencionada de direcionamento da mensagem, através de dados, combinado a notícias fabricadas), e busca minimizar e treinar os usuários para identificá-las.
O criador da rede já percebeu o potencial perigoso dessa combinação de direcionamento de mensagem por dados e já confirmou que estará buscando ao máximo minimizar essas ocorrências em vista da eleição que ocorrerá no Brasil em 2018.
Outra medida que busca aumentar a segurança dos perfis foi a redução de API’s relacionadas ao sites que Zuckerberg é dono. Programas conectados ao Instagram que conseguiam automatizar curtidas, conquistar seguidores e deixar de seguir automaticamente foram desvinculados da plataforma.
Essa ações só reforçam a tendências comentadas no início do texto de promover conversas significativas e relevantes. Aos olhos dos chefões das empresas, essas API’s promoveriam, ao automatizar essas relações, o contrário do que se busca com as plataformas.
E o Instagram?
Falamos pouco dessa rede social que vem crescendo sua popularidade conforme os anos (já se encontra entre as 7 mais acessadas) e conseguiu usar de recursos de outros apps para melhorar sua oferta de atividades (os stories, por exemplo, que foram apropriados do Snapchat).
O app, apesar de ser do mesmo dono que o Facebook, conseguiu escapar das polêmicas de vazamento de dados mas mostra que está preocupado em melhorar a experiência do usuário e se manter atualizado.
Os Instagram Stories, citados acima, são um grande exemplo de como a plataforma vem testando novos recursos para engajar e promover a interação entre perfis e popularizar recursos que antes eram mais restritos (como a possibilidade filmar em câmera lenta, que não era disponível em todos os aparelhos móveis).
Alguns dos exemplos das novidades mais recentes são:
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- Volta dos Gifs: após a resolução do problema com o site que fornecia esse recurso (foram encontrados imagens que faziam referência a conteúdos racista, porém, como o site era de terceiros, essa polêmica não afetou o Instagram), esse divertido recurso está de volta para ser usado nos stories;
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- Emoji deslizável: permite que os usuários avaliem os stories usando emojis como critério;
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- Integração com Spotify: agora você pode compartilhar o que está ouvindo no stories (gerando um link que direciona quem se interessar para a música postada);
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- Slow Motion no stories: alguns celulares já possuíam esse recurso, mas agora o app disponibiliza essa funcionalidade para democratizar a ação;
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- Reações no stories: a plataforma ainda está testando um recurso semelhante a reação de posts do Facebook mas aplicada no stories;
- Nametag: está em fase de testes, também, essa função que é semelhante ao snapcode, em que cada usuário pode gerar seu próprio QR code para facilitar na hora de passar seu perfil para outros.
Como continuar em dia com as últimas novidades dessas plataformas?
Bom, agora você já está por dentro das últimas questões envolvendo mudanças em duas grandes redes sociais. Não se esqueça de se atualizar, já que, como falamos no texto, o fluxo de mudanças desses sites é enorme.
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