O que você quer ser quando crescer?
Quem nunca ouviu essa pergunta ou até a fez para si mentalmente nos momentos de maior indecisão profissional? Eu, muitas. Só que a resposta nunca chegava ou então, não era tão satisfatória assim. Eu sempre terminava meus momentos de reflexão com apenas uma escolha em mente: pedagogia.
Foi por não ter a mínima ideia sobre qual profissão escolher que eu, aos dezoito anos, prestei concurso público para a área da educação — e passei! A vaga era administrativa e eu seguiria trabalhando e estudando até que pudesse fazer outro concurso como professora. Mas não era o que eu queria.
Foi com esse pensamento que, alguns anos depois, eu exonerei o meu cargo na prefeitura, decidi prestar vestibular para medicina e — durante os estudos — tive uma ideia para um livro. Esse poderia ser o fim da história #SóQueNão. O que aconteceu foi ainda melhor.
Um blog para chamar de meu! Esse foi só o começo
Com a ideia fixa de escrever o bendito livro, era preciso estudar. Eu não tinha ideia de como fazer isso de fato e não encontrava muitas referências em português para o assunto “escrita criativa”. Vi então, uma oportunidade e decidi criar um blog: o Portal da Escrita.
Nele, eu compartilhava o que ia aprendendo e o que já sabia. Mas não parei por aí! Meu espírito empreendedor falou mais alto e logo nos primeiros meses de blog eu criei um concurso no qual os melhores contos seriam publicados em um e-book (é simples, mas era o que eu sabia fazer, hehe).
O concurso aconteceu e dez autores foram selecionados para o Jovens Escritores, Grandes Histórias. Foi um bom projeto, amador ainda, mas muito satisfatório. Foi também, a primeira vez em que eu senti que estava fazendo algo que eu amava e de quebra, ajudando outras pessoas a realizarem seus sonhos.
Nada de amadores, por favor! Quando as coisas dão (muito) errado
O blog cresceu e no ano seguinte eu criei um concurso, maior e melhorado: o I Game Literário do Portal da Escrita. Foram quatro etapas, divididas ao longo de seis meses. A loucura foi que eu estava grávida e minha filha nasceria bem no meio do game, um sufoco! Ao final, 24 autores e um livro físico publicado, o Do Nascimento ao Epitáfio.
Essa foi a minha primeira publicação oficial. Nele, os contos dos autores finalistas puderam ser apresentados ao público e foram divididos em quatro temas, os mesmos do desafio:
- Nascimento, sobre o início da vida;
- Degustação, sobre alimentos apetitosos ou asquerosos;
- Acordes, sobre as sensações que as músicas nos proporcionam;
- Epitáfio, sobre o fim da vida na visão de cada um dos autores.
Eis, a sinopse do livro:
A vida é feita de inícios e fins. No entanto, o que molda uma pessoa é o que acontece em meio aos extremos. Alegrias, tristezas, sensações, aventuras, desventuras e emoções.
Do nascimento ao epitáfio: sua vida do início ao fim.
O que vale a pena contar se você só tiver um minuto? O que vale a pena escrever se você só tiver mil caracteres? Prostração para alguns, incentivo para outros. Sua vida vale uma história. Conte-a!
Fiz quase tudo sozinha, mas pude contar com a ajuda de alguns dos autores durante o processo: Jerônimo que fez a capa; Herena que me ajudou na diagramação; Aldenor e Carvalho na revisão. Sem eles nada seria possível. Obrigada, amigos!
E foi então que as coisas começaram a dar errado.
Foi um período difícil e com grandes perdas em todos os sentidos. Minha vida desandou e a depressão tomou conta de mim por um longo tempo. Não entrava mais na internet, não falava com quase ninguém. Aliás, estava quase pagando para não precisar ter contato com as pessoas. Essa fase da minha vida, foi também a que eu mais aprendi e sem ela, nada do que viria a seguir faria sentido.
O que você quer ser quando crescer? A pergunta que não quer calar
Empreender pode ser um sonho ou um pesadelo. Na verdade, o que eu não sabia é que ter o seu próprio negócio envolve um pouco dos dois e isso não é ruim. Quanto mais você se prepara, melhores são os resultados. Pouca preparação, no entanto, traz resultados não tão apreciados.
Quando eu me dei conta de que eu poderia usar o que tinha dado errado como um aprendizado para o futuro, a disposição em retomar os projetos que estavam parados voltou. Sem amadorismo, sem pressa. Fui então, estudar, começando pelo marketing de conteúdo.
Até aquele momento eu ia aprendendo enquanto fazia, até oficina de escrita via WhatsApp rolou, mas descobri (na marra) que não existe espaço para amadores nessa área, ou em qualquer outra profissão quando nossa busca é por reconhecimento profissional.
Não sei bem como fui cair nesse assunto, mas com certeza foi fruto de uma bela estratégia da Rock Content que apareceu como “mágica” na primeira página do Google. Valeu, Rock!
Cada palavra, cada novo termo que eu aprendia, reforçava minha esperança e mostrava que as minhas ações passadas para alavancar o blog, tinham um nome e poderiam ser melhoradas. Além disso, entendi que eu não sabia nada e teria um longo caminho pela frente.
Passado, presente e futuro se conectam e tudo faz sentido
Eu precisava recomeçar de alguma forma e vi no freela uma opção. Fiz o curso de Produção de Conteúdo para Web, passei e me candidatei para ser redatora na Rock. Foi no sufoco — eu ainda não sabia muito sobre SEO, nada! — ainda assim tive minha aprovação em 2018.
Outras dificuldades vieram após isso: fiquei sem computador, adoeci, tive problemas financeiros… Mas essa é outra história. Quem sabe eu não conte em algum momento! A questão é que o marketing de conteúdo me mostrou que eu poderia trabalhar com a escrita e ganhar bem para isso.
Mostrou também a resposta para a pergunta o que você quer ser quando crescer? E olha que ela estava ali o tempo todo. Posso até resumi-la na seguinte frase de Aristóteles:
Onde as necessidades do mundo e os seus talentos se cruzam, aí está a sua vocação.
Eu tinha um talento bruto e que precisava ser lapidado: a escrita. Trabalhar hoje como redatora na Rock, faz com que eu melhore meu talento a cada dia e assim, posso levar isso também ao meu projeto ficcional e aos meus seguidores talentosíssimos que sonham com o dia em que também poderão viver de sua vocação.
Hoje, além dos freelas com redatora, estou reiniciando o blog do Portal começando por seu perfil no Instagram e mais livros estão na fila para serem publicados. A pergunta “o que você quer ser quando crescer” me ensinou muito mais que esperava. Descobri o marketing de conteúdo e aprendi que dá sim para viver de escrever e que as oportunidades estão aí para quem quiser aproveitá-las.
E foi assim que eu fui de funcionária pública a redatora freelancer com muito orgulho! Bom, essa foi a minha história, qual é a sua? Conta pra gente!