Semiótica Visual: o que é, sua importância e como aplicá-la na prática no design de produtos

A semiótica visual é o estudo das imagens como signos. Embora não seja uma área nova para o design, seus conhecimentos aplicados em peças gráficas passam sempre por reavaliações de acordo com tendências do mercado. No design de produtos, os desafios são ainda maiores para a aplicação da semiótica visual.

A semiótica visual é o estudo das imagens como signos. Embora não seja uma área nova para o design, seus conhecimentos aplicados em peças gráficas passam sempre por reavaliações de acordo com tendências do mercado. No design de produtos, os desafios são ainda maiores para a aplicação da semiótica visual.

A relação entre imagens e conceitos é um dos interesses de estudo da semiótica visual, principalmente no que diz respeito à repercussão das imagens para um público-alvo. No design de produtos, essa área de estudo também ganha utilidade para entender o diferencial do design de produtos digitais.

Cursos online, webinários e e-books são exemplos de uma nova forma de empreendedorismo baseado em produtos digitais. Para designers, importa nesse contexto saber como as pessoas interagem com os signos que representam os objetivos no mundo real, uma vez que os produtos que se baseiam mais em informações do que apenas nas suas materialidades.

A semiótica visual se mostra útil para entrar nesse desafio. Neste artigo, explicamos mais sobre o que significa a semiótica visual e a sua aplicação no design de produtos.

O que é semiótica visual?

Por definição, semiótica pode ser entendida como o estudo dos signos. Você deve imaginar que um conceito tão abrangente tem um alcance igualmente amplo nas diferentes áreas de estudo, como design, jornalismo, filosofia, lógica, fotografia etc.

A principal sistematização da semiótica veio com a publicação do livro Teoria Geral dos Signos, de Charles Sanders Peirce (1839-1914). A partir de Peirce, uma série de estudiosos aprofundou o estudo dos signos nas mais diversas expressões, inclusive as visuais.

Antes mesmo da Teoria Geral dos Signos, entendia-se o “signo” com um elemento com caráter duplo: uma coisa que significa outra coisa.

A psicologia das cores é um dos exemplos da semiótica visual, o estudo das imagens como signos, que mostra bem como um signo pode funcionar.

Com essa técnica, muitos cineastas e designers da indústria criativa utilizam diferentes cores para simbolizar, por exemplo, o temperamento de personagens e a identidade marcas, e campanhas. Ou seja, uma coisa que representa outra.

De modo geral, três formas comuns de apresentação do signo estão presentes na semiótica visual:

  • ícone: um ícone usa cor e formas simples para criar uma conexão evidente entre a imagem e ao que ela se refere. Para representar um gato, por exemplo, pode-se usar o contorno da cabeça de um gato como ícone;
  • índice: um índice serve para “indicar” ou sugerir a imagem a que ele se refere. Na representação de um gato, pode-se usar a marca da pata;
  • símbolo: o símbolo é uma forma mais abstrata, que geralmente é construída a partir de uma convenção. As letras do alfabeto são um bom exemplo.

Como ela influencia o design de produtos?

No design de produtos, a função de semiótica visual pode se mostrar ainda mais desafiadora do que em outras áreas, como o design gráfico.

O motivo é simples. A aplicação dos signos é fundamental para o desenvolvimento conceitual e estético de uma peça, mas o produto em si precisa transmitir mais que conceitos, precisa demonstrar como é agradável e essencial para uma finalidade prática.

No design, em seu sentido mais amplo, a semiótica adquire um maior grau de “interferência”. É isso que o pesquisador e docente Salvatore Zingale esclarece no ensaio “Qual a semiótica para o design? A via pragmática e a construção de uma semiótica do projeto”, publicado na coleção Cadernos de Estudos Avançados em Design, da Ed-UEMG.

Para Salvatore Zingale, quando o assunto é design, não basta que a semiótica visual diga como ela é no mundo social e cultural dos signos. Os semióticos podem dar um passo além e contribuir para transformá-lo.

Para a área comercial, a contribuição da semiótica visual é servir de motivação para o momento da compra. Na concepção de um produto digital, por exemplo, tudo é pensando para apresentar o que se deseja receber desse produto na interface de usuário.

É preciso transmitir a ideia de segurança para o consumidor por meio de todos os aspectos do design, mostrando como ele pode se sentir bem adquirindo-o.

Contudo, não basta o conceito. A infraestrutura oferecida ao consumidor é importante no desenvolvimento de um produto com aplicação semiótica, pois confirma que, além de parecer vantajoso e seguro, o produto de fato tem essas características.

Portanto, podemos dizer que, no design de produtos, a função da semiótica visual é transmitir para o potencial consumidor a ideia do “produto ideal”.

Como utilizar a semiótica visual na prática?

O trabalho com o design de produtos parte da noção de que nem sempre os itens com melhor funcionalidade ou qualidade são os prediletos dos consumidores.

Se o design de um produto tiver criatividade e criar uma conexão emocional com o consumidor, mesmo não sendo o melhor em termos de qualidade, provavelmente é o que será escolhido.

É a partir dessa noção que nasceu o conceito de “Design emocional”, esclarecido em mais detalhes pelo especialista em ciência cognitiva Donald Norman, no livro “Design emocional: por que adoramos (ou detestamos) os objetos do dia a dia“.

Para o especialista, o designer deve considerar a praticidade, o custo, a comercialização entre outros fatores no desenvolvimento de produtos, mas não deve se esquecer do componente emocional, que está diretamente ligado à qualidade da experiência do usuário.

Agora, separamos duas dicas para você usar esses conhecimentos nos seus projetos gráficos, seja você um profissional que atua para uma única agência, seja você um profissional que já se incorporou no trabalho freelancer.

Crie uma conexão emocional

Vimos que no design de produtos a semiótica visual deve ser pensada de acordo com o que se deve sentir na experiência do usuário. É nessa ideia que o design cumpre seu componente emocional, como diria Donald Norman.

Então, use elementos que despertam as emoções certas no consumidor. Por exemplo, você já deu uma olhada no site da Dove? O visual limpo transmite de cara a sensação de conforto, o que tem tudo a ver com os produtos da marca.

Use a paleta de cores

Um fator que sempre acaba contribuindo para despertar emoções no consumidor é o bom uso das paletas de cores. Em peças gráficas, você pode usar diferentes opções que funcionam de maneira complementar, que dialoguem com a identidade visual e sejam usadas para destacar informações importantes.

Vários sites de paletas de cores online podem ajudar quem está começando do zero, como a Coolors, Khoroma, ColorSpac e Color Hunt.

Esperamos que este artigo tenha esclarecido a importância da semiótica visual e como aplicá-la no design de produtos. Como a maioria dos designers atua em múltiplas áreas do design, esse é um conhecimento útil em diversos segmentos do mercado. O profissional pode, inclusive, tornar-se freelancer da Rock Content para colocar em prática suas técnicas em vários projetos interessantes, e o melhor: livre de burocracias, o que acha?

Se você é um profissional de design e ainda não faz parte da maior comunidade de freelancers da América Latina, vai gostar da sugestão que temos aqui. Entre agora para a Rede de Talentos da Rock Content.

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