Não faz muito tempo que esbarrei com a vida freelancer como opção de carreira. Eu via inúmeras pessoas trabalhando de forma remota, precisando apenas de um computador e de internet, e essa opção atiçava minha curiosidade. Talvez porque horários quebrados sempre fizeram parte da minha vida.
Enquanto professora de língua estrangeira, acostumei-me a períodos de trabalho irregulares. Você sabe: coisas do tipo segunda à noite, sábados de manhã, onze horas da manhã de uma sexta-feira.
Além dos horários um pouco loucos, esse tipo de rotina engloba outro aspecto que amo demais: movimento e mudança. Dar aulas implica também o entra e saí de sala, contato com diferentes turmas, perfis, interesses, níveis, objetivos.
Quem diria que eu encontraria tudo isso, com as devidas diferenças, como revisora freelancer de conteúdo para web? Outro ponto em comum é que as duas carreiras me permitem trabalhar com uma paixão: línguas e suas diferentes formas de uso.
Já pensou em trabalhar com revisão? Quer conhecer um pouco como é trabalhar com revisão específica para a web? Nesta coluna freela, vou contar um pouquinho da minha história com a Rock Content e meu cotidiano de trabalho. Vem comigo!
Mas como foi que eu vim parar aqui?
Eu era estudante de letras português-francês e estava dando aulas de FLE (Français Langue Étrangère) no CLAC — Curso de Língua Aberto à Comunidade, um projeto incrível da faculdade que permite o estudo de diversas línguas por preços bem acessíveis.
Apesar de gostar bastante, eu queria testar outras possibilidades de profissão. Trabalhar com línguas sempre foi meu goal master, e a área de revisão me interessava demais. Foi então que consegui um estágio em editora, o que considero um divisor de águas para mim.
Foi lá que eu aprendi não só todo o processo de produção do livro, mas tomei conhecimento de forma mais detalhada sobre profissões ligadas a esse universo: revisor, tradutor, copidesque, revisor de tradução. “Então dá pra ganhar dinheiro lendo?”, era o que eu pensava. E sim, dá! O caminho não é fácil, claro. Falo como alguém que está no meio ainda, mas muito feliz e satisfeita.
Conhecendo a Rock Content
Graças à indicação de uma amiga estagiária da época, conheci a Rock Content e a possibilidade de ganhar dinheiro revisando blogposts. Logo de cara, achei a ideia muito interessante: eu revisaria os textos por meio de uma plataforma, ganharia por isso e poderia trabalhar quando e de onde quisesse.
Na época, não sabia quase nada de Marketing Digital, Marketing de Conteúdo, e termos como SEO, persona e Inbound Marketing me eram totalmente desconhecidos. Fiz o curso de produção de conteúdo para Web, obrigatório para submeter minha candidatura, e foi a partir disso que comecei adentrar nesse mundo.
Fui rejeitada na primeira tentativa (não desanimem!), demorei um tempinho para tentar de novo e fui aceita na segunda vez. Ainda demoraram algumas semanas para aparecerem tarefas de revisão, mas depois, não parou mais . Assim, a Rock passou a ser minha fonte de renda principal há mais ou menos um ano.
O que é exatamente a revisão para web?
Bem, uma pequena informação importante. Lembra quando comentei no início que sou muito apegada ao movimento e à mudança? Quando pensamos em revisão, logo nos vem à cabeça a ideia de revisar livros. Aí me dei conta de um detalhe: revisar livros significaria ler a mesma coisa, todos os dias, durante mais ou menos um mês. Um mesmo assunto, um mesmo tipo de escrita.
Veja bem: amo ler, adoro ler um bom tijolo, mas a leitura do revisor é muito mais atenta, minuciosa e aprofundada. A ideia de fazer isso com um livro inteiro de 500 páginas enquanto profissão não me atraía tanto mais. Revisar então não era para mim? Não dava para “ganhar dinheiro lendo”? Pelo contrário. Eu só precisava encontrar o tipo de revisão certo.
E aí que entra a revisão para web. Aqui na Rock, trabalhamos por projetos. Cada projeto tem um tema: saúde, Recursos Humanos, educação, empreendedorismo, moda, turismo, logística, tecnologia… Por isso, digo sempre como aprendi demais com minhas revisões. São mundos com os quais não teria contato se não fosse pelo meu trabalho.
Tal diversidade, inclusive, é uma das coisas mais incríveis da revisão para web. Por aqui, não tem tédio. Lido com vários tipos de conteúdo: posts de 500, 1.000, 1.500 palavras; e-books; infográficos; quizz, além da variedade incrível de temas que mencionei. Hoje, por exemplo, já revisei um conteúdo sobre saúde mental; outro com motivos para investir num software de gestão; um sobre Big Data e outro sobre como melhorar a produtividade.
Como funciona a revisão para web na Rock Content?
Quando pegamos uma tarefa na plataforma da Rock, não vamos “apenas” corrigir ortografia, gramática e verificar aspectos de coerência e coesão — tarefas que geralmente são associadas à profissão. Nosso olho continua precisando ser bem atento e sensível para igualmente analisar, por exemplo, se o conteúdo:
- atendeu bem às solicitações da pauta;
- está coerente com a etapa do funil indicada;
- está bem escrito, claro, fluido e trouxe informações relevantes;
- está adequado à persona indicada;
- fez bom uso das palavras-chave;
- apresenta intertítulos padronizados;
- conta com hiperlinks internos e externos, quando houver, bem colocados e ativos;
- está adequado às particularidades do projeto;
- oferece uma boa experiência de escaneabilidade.
Além disso, é nossa tarefa também solicitar ajustes ao redator, quando necessário, e dar um feedback completo, que vise reforçar os aspectos positivos do texto e indicar o que pode ser aprimorado.
A qualidade dos feedbacks também é superimportante aqui na Rock. Afinal, somos uma equipe que trabalha em conjunto para um único objetivo: entregar os melhores conteúdos!
Todos esses aspectos são trabalhados num curso incrível (e gratuito!) da Rock University: o de Revisão de Conteúdo para a Web. Se você tem interesse por essa área, recomendo demais fazê-lo.
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Por que eu gosto tanto de revisar para web?
O mais legal da revisão para web, para mim, é que o nosso olho fica treinado para observar não só os “erros” da língua portuguesa, mas também todos esses detalhes no texto que garantem uma boa experiência de leitura para a persona em questão — aquela que queria tirar uma dúvida no Google, digitou uma palavra-chave e esbarrou naquele conteúdo.
O trabalho com a língua
Nesse contexto, tudo o que estudei de variação da língua portuguesa na graduação vem bem a calhar: até a noção de “erro” (tão ligada à gramática normativa) sofre modificação aqui. Afinal, se o objetivo é garantir uma boa experiência de leitura e uma aproximação com a persona, a depender do projeto, muitas vezes posso fazer adaptações com a língua e burlar algumas regrinhas. Quer ver um exemplo?
Alguns projetos pedem uma linguagem mais solta e informal, porque a persona é um adolescente que está terminando o ensino médio e está indeciso com o curso a ser escolhido na faculdade. O redator deve, inclusive, inserir emojis e priorizar contrações, como “né?” ou “pra”. Já para um outro projeto de software ERP, cuja persona é a chefe do departamento de Recursos Humanos, precisamos ter uma linguagem didática, clara e profissional.
Imagine então que a persona do primeiro projeto esbarre com um “dar-lhe-ei” num conteúdo sobre qual curso de engenharia ela deveria escolher. Do ponto da gramática normativa, pode estar até certo. Mas será que é adequado para essa persona e esse projeto? Não seria melhor reescrever levemente a frase para que o uso da mesóclise não seja necessário?
Por outro lado, é bem provável que a segunda persona não sinta muita confiança num post com frases como: “Aí, você sabe como um sistema integrado de gestão empresarial é superlegal pra sua empresa, né?”.
Esse trabalho com nuances é um dos aspectos mais incríveis: tem forma mais legal de ver e trabalhar com a língua viva?
A flexibilidade
Não poderia deixar de mencionar o lado positivo da vida freelancer. Num geral, preciso apenas do meu computador e de internet para realizar o meu trabalho, além de bons livros de referência. Essa flexibilidade permite o que eu costumo chamar de “desdobramento do eu”: sou revisora de conteúdo para web, mas ainda sou professora de francês, porque amo demais essa língua. Também sou mestranda em literatura francesa.
São mundos que até se tocam (meu amor por palavras e textos fala por si só), porém vamos combinar que são bem divergentes. E é a flexibilidade da Rock e da revisão para web que me permitem circular por essas áreas sem precisar bater o martelo e escolher uma atividade específica.
Inclusive, esse aspecto maleável teve e tem um papel superimportante para eu estar, agora, em Nice, no sul da França, numa mobilidade acadêmica de mestrado — mas essa história eu deixo para depois. Movimento, movimento sempre!
Espero que tenham gostado de conhecer um pouquinho da minha trajetória e de como funciona ser um revisor para web. Se alguém tivesse me falado, na graduação em letras, que era possível trabalhar nessa área, jamais teria acreditado. Nunca foi tão bom estar tão errada.
Quer compartilhar a sua história por aqui? Que tal dar um depoimento na Coluna Freela?
Minibio: Revisora web e professora de francês, mestranda em literatura francesa. Não sei ser uma coisa só, então uno o melhor dos dois mundos. Apaixonada por línguas, fotografia, tatuagens e viagens.
Larissa Mendes
Revisora web e professora de francês, mestranda em literatura francesa. Não sei ser uma coisa só, então uno o melhor dos dois mundos. Apaixonada por línguas, fotografia, tatuagens e viagens.
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