Uma boa história precisa ser composta por, pelo menos, quatro elementos básicos: um protagonista, um propósito, um conflito e um antagonista, sobre os quais a narrativa será construída.
Ao contrário do que possa parecer, o papel do antagonista é muito importante, pois será o causador do conflito, direta ou indiretamente. Ele não precisa ser necessariamente uma pessoa, pode ser representado por um animal, uma doença ou uma força da natureza, por exemplo.
Mas, neste artigo, vamos falar mais especificamente do antagonista na forma em que é constantemente representado na indústria cinematográfica: no papel de vilão!
Podemos apontar vários vilões inesquecíveis do cinema, como Hannibal Lecter, Michael Myers, Freddy Krueger, Coringa (sem controvérsias a respeito da melhor interpretação!), Voldemort — ou “aquele que não deve ser nomeado” — e, o mais recente, Loki.
Entre esses, uns são temidos como deveriam, outros são considerados até cômicos, mas, qual a explicação para que vilões como Hannibal Lecter e Loki, acabem sendo queridos pelo público?
Para entender isso melhor, pesquisei o segredo de um dos vilões mais amados dos últimos 42 anos: Darth Vader! Quer saber qual é? Continue comigo!
Que a força do storytelling esteja com você!
Prometo tentar não dar spoilers, mas, sejamos sinceros, mesmo quem nunca assistiu a nenhum Star Wars (onde você estava por todos esses anos?), sabe quem é pai de quem, quem é irmão de quem e por aí vai, então, qualquer descuido será perdoado, certo?
O primeiro episódio da saga Star Wars, lançado em 1977, foi um sucesso estrondoso de bilheteria, o que seria de se estranhar, visto a temática do filme ser bastante inovadora para a época. Não fosse a perspicácia do roteirista e produtor George Lucas, que lançou mão de técnicas poderosas do storytelling.
Lucas inseriu em suas galáxias muito distantes elementos que fossem familiares a qualquer pessoa. Muitos dos extraterrestres eram humanoides (que têm características humanas), os veículos velozes utilizados eram similares a carros de corrida e Han Solo usava roupas de cowboy.
Além disso, vemos claramente, em Luke Skywalker, uma estrutura narrativa baseada na Jornada do Herói, em que o protagonista é forçado a embarcar em uma jornada, enfrentando conflitos e experiências que o obrigam a lutar e se adaptar para que, ao fim, ele saia uma pessoa mudada. Mas, e Darth Vader?
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O storytelling no lado sombrio da força
Neste primeiro filme, Darth Vader era um vilão como outro qualquer, que lutava contra o mocinho, ficou bastante conhecido e dava até um certo medo (eu morria de medo daquela respiração cavernosa quando era criança), mas não despertava nenhum sentimento de simpatia. Até que em 1980 foi lançado o segundo filme, Star Wars – O Império Contra-Ataca e as coisas começaram a mudar.
“O segredo, pequeno padawan, é que o storytelling ele usou.” – Mestre Yoda
Ok. O Mestre Yoda nunca disse isso, mas poderia ter dito! Porque foi exatamente esse um dos segredos que fez com que Darth Vader se tornasse um dos nossos malvados favoritos.
Lembra da Jornada do Herói? Então, a partir deste momento, George Lucas começa a nos mostrar o arco de personagem de Darth Vader. Que é justamente a trajetória desta jornada que, ao final, o transformará de alguma maneira, para melhor ou para pior.
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“Eu sou o seu pai!”
O momento da revelação de que Vader é o verdadeiro pai de Luke é, além de uma das cenas mais icônicas da cultura geek, o início de um vilão muito mais humanizado, por quem começamos a sentir uma certa compaixão ao perceber que existe uma luta interna do bem contra o mal. Isso soa familiar?
O storytelling nada mais é do que a habilidade de, por meio de histórias, gerar empatia e acessar emocionalmente seu público — sejam eles espectadores, leitores ou ouvintes. E, de acordo com conceitos da psicologia, ninguém é totalmente bom ou mal então, quando identificamos essas mesmas características em um vilão, nos sentimos fascinados por termos nos identificado com eles.
Lucas entrelaça a narrativa clássica da luta do bem contra o mal com uma ligação mais profunda do protagonista com seu antagonista. Isso torna o conflito, que antes era somente uma briga de sabres de luz em algo real e compreensível.
Nos filmes seguintes a fragilidade de Vader fica cada vez mais evidente — para quem não sabe, a ordem dos filmes é um pouco diferente, os três primeiros lançados são, na verdade, os episódios IV, V, VI —, quando sua história é contada a partir de sua infância pobre até os eventos cruciais da vida adulta.
Perceba que o arco de personagem de Vader foi construído sobre mais de uma base, ou seja, as motivações que o levaram a mudar foram muitas, como sua história familiar e a triste perda (sem spoiler!), dessa forma a probabilidade de gerar empatia com o público era muito maior.
Quase que subconscientemente identificamos relações familiares, amizades, amores e os sentimentos de medo, decepção, frustração e raiva que sempre lutamos contra. Os mesmos que fizeram com que ele cedesse ao lado sombrio da força.
Não há como negar que Darth Vader era muito mau, mas Anakin Skywalker também já foi uma boa pessoa e, no fim, teve seu momento de redenção. E é isso que faz dele um grande vilão.
Muito tempo depois, numa galáxia muito, muito distante…
E foi isso que fez com que uma sala inteira de cinema — inclusive eu — vibrasse com sua participação de poucos minutos no filme “Star Wars – Rogue One”, onze anos depois de sua última aparição na tela.
Sejamos sinceros, a impressão que temos é que a franquia Star Wars durará para sempre. Sua capacidade de criar novas histórias, sempre com elementos familiares e próximos a nossa realidade é incrível e faz com que todos os seus filmes batam recordes de bilheteria e continuem conquistando milhares de fãs por várias gerações.
Histórias são poderosas, especialmente se construídas com personagens autênticos, com fraquezas e defeitos normais. Mesmo que seja ambientada em uma galáxia muito, muito distante.
No fim, descobrimos que foi o storytelling no lado sombrio da força que nos fez gostar tanto de Darth Vader, com seu lado bom e sua parte sombria, assim como todos nós. Mas, não se preocupe, isso não faz de nós vilões ou más pessoas, apenas humanos.
Agora, se você quiser criar suas próprias histórias com vilões cativantes como Darth Vader, aprenda todas as ferramentas poderosas no mini-curso de storyteller da Rock Content.
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