Com a evolução de tecnologias e ferramentas para produzir conteúdo visual, muitos artistas e profissionais começaram a pensar que talvez a animação 2D fosse dar espaço de vez para os modelos tridimensionais.
No entanto, o que vemos hoje é a coexistência. Principalmente dentro de mercados de publicidade, em que o valor está na criação de peças que comunicam com velocidade e eficiência, ainda há uma grande demanda para o 2D.
Que tal, então, transformar essa paixão em uma carreira? Para ajudar, vim listar as técnicas mais utilizadas e valorizadas por empresas. Acompanhe e veja qual se encaixa melhor no seu perfil!
- Quadro a quadro tradicional
- Rotoscopia
- Stop motion
- Animação de recorte e motion tween
- Motion graphics
Quadro a quadro tradicional
No fim do século XIX, a humanidade desvendou o segredo da imagem em movimento, que logo levou à criação do cinema.
A física por trás disso é bastante simples. Quando várias imagens em sequência são exibidas com grande velocidade, nosso cérebro começa a interpretá-las uma se sobrepondo a outra, criando na mente a ilusão de movimento.
O que nós também descobrimos logo em seguida é que o mesmo efeito que ocorre com fotos pode ser replicado em ilustrações. Aí começou a era da animação tradicional.
A técnica é tão antiga que o primeiro longa-metragem notável da história foi criado já em 1938: “A Branca de Neve”. Além disso, a base de processos utilizada quase há 100 anos é a mesma de hoje.
Na animação 2D tradicional, o profissional desenha cada quadro da cena à mão em um suporte que alinha os desenhos para uma continuidade perfeita em cada um deles.
Na época, era um trabalho gigantesco. Se você pensar que o mínimo para fluidez de uma animação é por volta de 12 quadros por segundo, uma cena de um minuto precisa de, no mínimo, 720 imagens.
Para nossa sorte, os processos evoluíram bastante, desde as células transparentes que permitiram separar elementos estáticos daqueles em movimento até a digitalização completa.
Hoje, existem programas de computador que auxiliam em todas as etapas da animação 2D tradicional: do conceito, passando por desenho, coloração e montagem, até a edição e os efeitos de pós-produção.
Rotoscopia
A rotoscopia é uma técnica dentro da técnica. É uma forma de criar movimentos naturais e realistas com muito mais velocidade de produção.
Ela consiste em filmar uma pessoa realizando determinada ação e, basicamente, desenhar em cima de cada quadro da filmagem copiando a vida real para dentro da sua animação.
A técnica já era utilizada lá no longa “Branca de Neve” e foi empregada em praticamente todos os filmes da Disney até 1990.
O que mudou, novamente, foi a praticidade para o profissional de hoje. Antigamente, era preciso ter um projetor específico, que ampliava cada quadro na tela do animador.
Atualmente, é só separar os quadros em imagens e trabalhar diretamente por cima deles em softwares de edição.
O mais interessante é que você pode copiar apenas o que importa: o movimento. Roupas, feições, objetos, tudo na cena pode ser recriado de acordo com a sua necessidade.
Stop motion
A animação em stop motion não é necessariamente uma técnica para o 2D, mas pode ser utilizada de maneira incrível com alguma criatividade.
Ela é a verdadeira fusão entre a ideia inicial do cinema e a animação manual. Nesse estilo, o animador cria uma cena utilizando massa de modelar, objetos ou recortes de papel e tecido.
A partir daí, começa o trabalho minucioso e bem demorado. A ideia é bater uma foto da cena, mudar milímetros na posição de elementos que estarão em movimento e bater a próxima foto.
Imagine a cena do sol nascendo. O processo seria foto, erguer o seu sol um pouquinho, próxima foto. Quanto mais imagens, mais fluido o movimento.
Muitos filmes famosos utilizam a técnica com massa de modelar, como “Fuga das Galinhas”, de 2000. Para a animação 2D, você pode utilizar elementos sem profundidade e criar um estilo único.
Animação de recorte e motion tween
A evolução da tecnologia trouxe a possibilidade de utilizar a computação para fazer por você as técnicas de stop motion.
Afinal, por que mover milímetro por milímetro o braço de um personagem se você pode definir o ponto inicial e o final do movimento e pedir que o computador calcule o resto?
Esse é o motion tween. A palavra vem de “between”, ou “entre duas coisas”, em português. O estilo foi popularizado quando o Flash tomou conta de toda a internet — o primeiro software a tornar essa técnica muito simples de usar.
O que o motion tween facilitou foi a chamada animação de recorte. Ela consiste em recortar as diversas partes de um personagem ou objeto para animá-los individualmente, criando um estilo bem característico.
Nenhum exemplo de animação de recorte é mais popular do que “South Park”. É um tipo de movimento bem único, mas que pode ser explorado de formas criativas para criar peças incríveis.
Motion graphics
Deixamos por último o que talvez seja o tipo de animação 2D mais requisitado no mercado publicitário e corporativo.
O motion graphics segue a mesma ideia do motion tween, só que muito mais focado em animar elementos visuais de design e comunicação.
Sua maior vantagem está no uso de movimento para enriquecer a informação e tornar a absorção de conteúdo mais eficiente. Por isso, é muito utilizado em vídeos institucionais, marketing, infográficos, propagandas, manuais e tutoriais.
É uma técnica relativamente simples de produzir, mas que exige outros tipos de habilidade do animador: principalmente na arquitetura da informação e na formatação do conteúdo.
Como recompensa, profissionais que partem para esse estilo têm muito mercado. A simplicidade pode ser uma grande porta de entrada para montar um portfólio e, a partir daí, explorar estilos mais sofisticados.
Seja qual for sua escolha, a animação 2D contraria o que se pensava nos anos 1990. Em vez de morrer para dar lugar ao 3D, ela está cada vez mais popular e procurada por grandes empresas.
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