Atreva-se a dizer em público que “tirou o fim de semana para trabalhar” e espere por uma saraivada de críticas: “Você é louco?!”, “eles não te pagam para isso!” e “só trabalha de fim de semana quem não dá conta na semana!”, entre outras. Mas como tudo na vida é escolha, e na seara corporativa não seria diferente, optar pelos dias dedicados teoricamente ao descanso pode ser bom. Aliás, muito bom.
Apesar dos olhares enviesados e da pecha de workaholic, lembre-se que você está no seu direito. Produzir não é demérito e, assim como existem aqueles que performam de noite, de manhã ou de tarde, e até aqueles que deixam 18 horas de seu dia na empresa cheios de orgulho, o seu caso pode ser diferente.
Há médicos, inclusive, que dizem que produzir aos fins de semana é saudável, em certa medida. E eu acredito.
Em 1997, ainda no milênio passado, quando fui convocado para meus primeiros plantões na Rádio Jovem Pan, lamentava por estar perdendo bons momentos com amigos. A lógica da rádio e do jornalismo, entretanto, era simples e óbvia: uma emissora de rádio não pode parar, por isso é preciso revezar-se para que todos tenham direito à vida. Aos 23 anos, não demorei a aceita-la.
Assim foi por três anos. E depois por mais oito no Jornal da Tarde e por outros três na Rádio BandNewsFM. Quatorze anos de plantões sem nenhuma falta – uma vida, convenhamos.
Plantões podiam ser chatos e restritivos por vários lados, mas ótimos por outros. Uniam equipes, permitiam que nos revezássemos nas funções, nossa responsabilidade aumentava e, de quebra, aguçavam nosso olhar para temas que a semana atropelava.
Mais do que isso: nos mostravam que sábados, domingos e feriados podiam ser dias absolutamente normais.
Desligar de tudo não é obrigação
Desde que empreendi, em 2010, nunca mais passei um fim de semana sem produzir – mesmo quando não precisei. Eu quis.
É aos sábados e domingos que limpo, com tranquilidade, minha caixa de e-mails. E também organizo a agenda da próxima semana. É aos sábados e domingos que elaboro mentalmente as reuniões ou conversas difíceis que terei e ainda reflito sobre temas pessoais, soterrados pelos dias de semana.
“O direito de desligar por completo” pode ser Lei em alguns países e até incentivo das gestões, mas não é uma obrigação. Desde que não afete as determinações da sua empresa, a família ou religião, produzir aos sábados e domingos é direito seu.
A chave, aqui, atende pelo nome de “equilíbrio”.
Segundo a escritora americana Laura Vanderkam, autora de diversos best-sellers sobre negócios e gestão, “trabalhar um pouco em fins de semana permite um ritmo mais equilibrado da vida durante a semana”. “Aproveitar melhor este período para produzir pode reduzir o estresse, alavancar carreiras e otimizar uma vida equilibrada.”
O conceito de que o trabalhador de fim de semana é um “viciado em trabalho” ou um “doente corporativo” é mito, diz Laura, que também é conferencista TED Talks.
Graduada em Princeton, Laura frisa que desconectar ao fins de semana ou durante as férias não deve ser algo imposto. “O indivíduo deve ter uma escolha e esta é verdadeira liberdade.”
Neste vídeo, ela nos responde “como encontrar tempo para o que mais importa?”
Estou com Laura.
Então você já sabe: quando receber pelo WhatsApp o meme ou o vídeo “sexta-feira sua linda” ou “fim de semana começou”, comemore duplamente. Vem coisa boa por aí.
Este artigo também pode ser lido aqui.
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