Por que não podemos confundir trabalho informal com freelancing?

trabalho informal

Com as grandes transformações no mundo corporativo e cada vez mais tecnológico, é possível perceber que muitos profissionais já não se adaptam mais à estrutura rígida de um emprego formal. Por conta disso, muitas pessoas estão abandonando o sistema de trabalho de segunda a sexta, das 9h às 18h, para se profissionalizarem como freelas.

São profissionais que desejam mais independência, flexibilidade e liberdade. Nesse contexto, é muito importante deixar claro que freelancing não é trabalho informal e nós precisamos falar desse assunto de forma cuidadosa e detalhada.

Ao mesmo tempo que o mercado freelancer cresce no mercado, também percebemos um aumento do trabalho informal no país. Só em 2017, foram criadas 1,8 milhão de vagas no setor informal, enquanto 685 mil postos de carteira assinada acabaram sendo perdidos. Essas informações foram divulgadas pela empresa de consultoria do ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore.

O trabalho informal, em vez de solucionar o desemprego, acaba se tornando uma forma de desvalorização profissional. Não está amparado pela CLT, portanto, o trabalhador não tem acesso a créditos e a direitos fundamentais. Isso é prejudicial para ele e para o próprio país, já que menos pessoas contribuem com o estado.

Para contextualizar essa situação de forma clara, neste texto destacamos que o freelancing é muito diferente do trabalho informal. Em primeiro lugar, falamos desses conceitos separadamente e depois destacamos as suas principais diferenças. Por fim, mostramos por que vale a pena seguir carreira como freela. Acompanhe!

O que é trabalho informal

O trabalho informal é aquele que é exercido por pessoas que não possuem nenhum tipo de vínculo com empresas. Por conta disso, esses profissionais não têm direitos, benefícios ou proteções sociais. Nesse contexto, vale destacar que esse modelo de trabalho traz desvantagens para o trabalhador e para o estado.

Como sabemos, no Brasil os tributos sobre o trabalho são altos. Dessa forma, com muitas pessoas trabalhando de maneira informal, existe uma redução significativa da arrecadação do governo. Para os trabalhadores, essa situação acarreta ausência de diversos benefícios, como plano de saúde, vale-refeição e vale-transporte, além dos direitos previstos na CLT.

O principal fator que alimenta o trabalho informal é justamente a alta tributação. Para os contratantes, do ponto de vista financeiro, esse tipo de trabalho é muito mais vantajoso, uma vez que não é necessário pagar uma quantia significativa para o estado.

Por isso, muitos empregadores acabam optando pelo trabalho informal. Já os profissionais acabam optando por esse tipo de trabalho, muitas vezes, por não terem outra opção.

Se não bastasse isso, mais um aspecto que desencadeia o trabalho informal é a fragilidade da estrutura das relações de trabalho no país. Por aqui, há muita instabilidade empregatícia, dependência em relação à justiça do trabalho, além de sindicatos não atuantes.

Vale lembrar que o país é o segundo na América Latina com maior número de trabalhadores informais e só fica atrás da Bolívia.

O que é freelancing

Diferentemente do trabalho informal, o freelancing é uma modalidade de trabalho na qual o profissional, o freelancer, atua de forma autônoma e presta serviços para pessoas ou empresas por um determinado tempo. Ele é favorecido por questões tributárias e pela facilidade de conquistar serviços no mercado online.

Embora esse tipo de trabalho só tenha se popularizado nos últimos anos, o termo “freelance” existe desde o século XIX. Nos dias atuais, o freelancer é sinônimo de um profissional que trabalha por conta própria e presta serviços de forma autônoma.

Atualmente, podemos encontrar freelancer profissionais em em áreas como redação de textos, fotografia, jornalismo, música, pintura, marketing, vendas, entre tantas outras profissões. É uma excelente opção para quem tem dificuldades de encontrar um emprego formal, seja por conta da crise ou seja por um desejo de mudar de área.

Para ser freelancer, em primeiro lugar, é essencial que o profissional seja bastante organizado. Afinal, o mundo do mercado autônomo exige que o trabalhador tenha responsabilidade por tudo relacionado à sua vida profissional: tarefas a cumprir, prazos, comunicação com clientes, preços de serviços, pagamentos etc.

Freelancer não é trabalho informal

Agora que sabemos os conceitos de cada termo, é muito importante reforçar que freelancing não é trabalho informal. Apesar de os freelas não contarem com vínculo empregatício, eles não podem ser denominados como trabalhadores informais, uma vez que a maior parte desses profissionais que estão nesse modelo optaram por não seguir o padrão da CLT.

Os freelas, portanto, têm como principal característica o fato de serem especialistas em suas áreas de atuação e muitos preferem emitir nota como pessoas jurídicas para não cumprir jornadas de trabalho, férias ou a estrutura rígida de algumas empresas.

Isso quer dizer que o trabalho de freelancer é sério e, inclusive, está previsto nas recentes mudanças da reforma trabalhista. Atualmente, a nova legislação incluiu regras que beneficiam os freelas. Além de ser vantajosa para os trabalhadores autônomos, ela também foi feita com o objetivo de minimizar o aumento dos trabalhos informais.

Reforma trabalhista

Para entendermos essa situação em detalhes, é interessante que que a gente compreenda a realidade econômica do país. Com o desemprego em alta, milhões de brasileiros tiveram suas vidas afetadas. Assim, os governantes decidiram seguir com uma votação a favor da reforma trabalhista. Nesse sentido, um novo modelo foi criado com o intuito de beneficiar formas de trabalho mais flexíveis, conforme os novos tempos.

Essa flexibilização da lei, portanto, buscou regularizar e ponderar sobre as profissões e os modelos de trabalho mais modernos. Nesse cenário, o home office e o trabalho freelancer, por exemplo, ganharam ainda mais evidência no mercado.

Mas vale dizer que, apesar de a lei reconhecer pessoas que trabalham de forma remota, ela não pontua obrigações nas relações entre as empresas e os trabalhadores.

A legislação recomenda que esse tipo de modalidade profissional deve ser combinada entre empregadores e funcionários. Apesar de a reforma ter algumas polêmicas, foi dado um grande passo para controlar as atividades autônomas.

A ideia é que esse trabalhador esteja cada vez mais livre para se formalizar, cumprir as obrigações do estado e ter todos seus direitos assegurados.

Trabalho freela cresce cada vez mais

Todo esse cenário que descrevemos fez com que o freelancer deixasse de ser um trabalhador informal para se tornar permanente. Isso significa que o freela é um estilo de trabalho que cresce cada vez mais.

Em uma pesquisa realizada pela Rock Content, 99jobs e We Do Logos, que ouviu 9.500 profissionais de diversas áreas, esse tipo de trabalho deve crescer em média 20% ao longo de 2018.

Segundo o estudo, 77,3% dos trabalhadores brasileiros já atuam como freelas no país, oferecendo serviços nas diversas áreas de atuação. Cerca de metade desses freelas citados já vivem exclusivamente como autônomos.

Algumas das profissões que mais devem crescer nestes segmentos são programação, TV, multimídia, design, marketing e vendas. Afinal, essas áreas são essenciais para quaisquer empresas que querem vender produtos ou serviços. Além disso, o fato de muitos serviços não precisarem necessariamente da presença do trabalhador em um espaço físico faz com que o trabalho freelancer aumente cada vez mais.

Mais liberdade e flexibilidade

Para quem optar em se tornar um freelancer, vale lembrar que esse tipo de trabalho funciona melhor em algumas áreas e para alguns tipos de perfil profissional. Naturalmente, o universo dos freelas também traz algumas desvantagens.

Como destacamos ao longo do texto, é essencial que o profissional seja disciplinado e organizado e desenvolva, por exemplo, boa comunicação, habilidade de vendas e paciência para lidar com clientes.

Como se tornar um freelancer

Na maioria das áreas, é totalmente possível prestar serviços freelancer sem ter algum tipo de diploma. Claro que em algumas áreas, como engenharia ou contabilidade, é essencial que o profissional tenha um diploma. No entanto, mais importante do que um título, o próprio mercado acaba fazendo uma filtragem e seleciona profissionais que realmente prestam serviços de qualidade.

Na prática, qualquer profissional pode se tornar um freela. Basta desenvolver as habilidades certas e buscar os trabalhos, que podem ser feitos com ajuda de plataformas freelancers.

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Vantagens e desvantagens

Como não poderia deixar de ser, na carreira freela existem vantagens e desvantagens, que destacamos a seguir.

Flexibilidade e autonomia

Um dos principais atrativos da vida de freela é a flexibilidade. Além de o profissional fazer seu próprio horário, é possível trabalhar no ambiente em que ele preferir, como em bibliotecas, em casa, em cafés ou em coworkings. Ainda é possível, inclusive, desempenhar as tarefas com a roupa que quiser e tirar férias quando bem entender.

Renda

Em alguns casos, o freelancer pode até ganhar mais do que ganharia em um emprego formal. Afinal, é ele que determina quanto vai receber por hora ou por demanda. Dessa forma, quanto mais trabalho pegar, mais dinheiro cairá na sua conta.

Dependendo da área de atuação do profissional e das suas habilidades, é possível aumentar o valor da hora de trabalho de forma considerável.

Instabilidade

Por outro lado, a vida de freelancer é marcada por instabilidades financeiras bem acentuadas. Da mesma forma que é possível ter um dinheiro extra se o volume de trabalhos for alto, também é bem provável que em algum período apareçam menos oportunidades e o dinheiro seja menor no final do mês.

Por conta dessa situação, para se dedicar a uma carreira de autônomo, é preciso se sentir confortável com essa incerteza e ter uma boa organização financeira para não passar por apertos em tempos de vacas magras.

Benefícios trabalhistas

O outro ponto negativo da vida de autônomo é que, apesar de a reforma trabalhista considerar o trabalho freela, ele não terá uma série de benefícios assegurados em um regime CLT, como 13º salário, folgas remuneradas e FGTS. Por conta disso, é essencial que o profissional se organize para, por exemplo, tirar férias ou se precaver em relação a uma eventual emergência.

Segredos do trabalho freenlancer

Agora já sabemos que o freelancer é completamente diferente do trabalhador informal. Na verdade, o freela não tem tanta diferença em relação ao trabalho formal e presencial. O que muda é que, em vez de o trabalhador estar na empresa, ele pode prestar seus serviços em vários lugares. Portanto, o freela está longe de ser um profissional desleixado, irresponsável e descomprometido.

Entre os desafios dessa área, podemos destacar que o freelancer não precisa mais bater ponto e isso significa que será preciso ainda mais disciplina para cumprir horários e entregar as tarefas que se propôs a executar. Portanto, caso você queira ser um freelancer, é preciso que se organize para responder e-mails, entregar projetos dentro do prazo e a honrar todos seus compromissos.

Além disso, é muito importante que você não misture a vida profissional com a pessoal. Se o freelancer não tiver cuidado, acabará misturando as coisas. Quando seu ambiente de trabalho e de descanso são os mesmos, pode ser muito difícil entender os limites de cada um. Isso pode fazer com que você trabalhe em momentos de descanso, mas você também pode ficar tentado a não ter disciplina para começar os trabalhos nos momentos em que deveria.

Para driblar esse tipo de situação, muita gente prefere trabalhar fora de casa em cafés, bibliotecas, cafeterias ou espaços de coworking. Por isso, você precisa separar um ambiente específico que funcionará como o seu escritório. Ou seja, tem de haver disciplina para não misturar as coisas.

Nesse contexto, estabeleça horários de início e término do seu dia produtivo. Alguns freelancers levam esse assunto muito sério e colocam roupa de trabalho em casa para que o cérebro deles entenda que estão ali para de fato trabalhar. Isso pode até soar um pouco engraçado, mas é uma ótima forma de a pessoa entender que está ali para honrar seus projetos profissionais.

Conclusão

Ao longo do texto, buscamos deixar bem claro que o trabalho freelancing é muito diferente da ocupação informal. O trabalho informal vem crescendo, sim, principalmente por conta da instabilidade econômica. Por outro lado, a atividade freelancer, que prevê suas devidas regulamentações, demonstram muito mais força.

Definitivamente, o freelancer vem ganhando a importância e a representatividade que a profissão merece. E, se você quer saber como dar os primeiros passos na carreira freelancer, nós te mostramos. Baixe agora mesmo nosso e-book e saiba todos os detalhes.

Como se iniciar na carreira de freelancer

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