Como preparar vinhetas no After Effects para Marketing de Conteúdo?

A função do motion designer está cada vez mais valorizada dentro de estratégias multimídia de Marketing de Conteúdo. Neste post, conto mais sobre elementos, práticas e dicas que deixam o seu trabalho mais apresentável e profissional para esse tipo de cliente.

Quem trabalha com produção audiovisual já deve ter percebido o quanto vem crescendo a demanda por motion designers, principalmente no setor publicitário. Será que não é hora de entrar nessa tendência e usar suas habilidades para criar um diferencial de carreira?

Um exemplo de job muito solicitado nesse sentido é o de produção de vinhetas no After Effects. Um mercado tão aquecido que a Rock me pediu para vir aqui contar um pouco mais sobre esse trabalho e dar algumas dicas para quem quer começar.

Que tal aprender mais sobre como ele é utilizado na prática, elementos que não podem faltar nessas peças e como apresentar resultados com mais qualidade e organização para seus clientes? É só acompanhar o texto!

Como o After Effects é usado no Marketing de Conteúdo?

O Marketing de Conteúdo é uma das grandes estratégias de atração e conversão digital para empresas de todos os tamanhos.

É um plano complementar aos ads e alcance pago, em que o negócio desenvolve e distribui conteúdo relevante para a sua persona e desenha uma jornada de experiência que vai da descoberta de uma marca, passando pela consideração de seus diferenciais, até chegar na decisão de se tornar uma consumidora de fato.

Quando se fala em Marketing de Conteúdo, geralmente o pensamento vai para produção textual: blog posts, interações em redes sociais, e-books, material rico. Porém, cada vez mais empresas investem em audiovisual para reforçar a natureza engajadora desse tipo de mídia.

E informar, entreter e encantar em vídeo é tarefa para o Motion Design: a animação de elementos visuais estáticos, como fotos, palavras, formas, cores e ilustrações, de maneira a tornar esse conteúdo dinâmico e passar informação de uma maneira leve, direta e lúdica.

Para realizar esse tipo de trabalho, o designer tem como principal ferramenta o After Effects. O software da Adobe é a grande referência por ser uma suíte completa de funcionalidades para a fusão de edição de imagens estáticas e seu uso em peças animadas.

Portanto, essa é a opção ideal para consolidar sua carreira, principalmente como designer freelancer. Tendo uma ferramenta tão robusta e completa em mãos, familiar para o mercado, ajuda a encurtar caminhos, simplificar processos de produção e aumentar a qualidade do seu trabalho. A partir daqui, vamos entrar mais fundo nessa conversa.

Quais são os principais elementos de uma vinheta no After Effects?

O trabalho de motion design tem várias possibilidades e demandas dentro do audiovisual, como lettering, infográficos, créditos, até animações de conteúdo em si. Mas, para não deixar a discussão muito solta, resolvi focar em um pedido muito comum de empresas: as vinhetas para conteúdos institucionais, educativos e de entretenimento.

Vinhetas geralmente são marcações que funcionam como a apresentação do conteúdo ou vírgulas durante ele. Pode funcionar para direcionar a absorção do conteúdo ou hierarquizar grandes volumes de informações em tópicos.

No caso do Marketing, principalmente, é uma oportunidade de imprimir e fixar a identidade visual de uma marca e sua linguagem — criando assim um laço emocional mais profundo com o espectador e tornando a mensagem mais engajante dentro de uma jornada do consumidor.

Para essa função em específico dentro do motion design, os elementos que você vai utilizar com mais frequência no After Effects são os seguintes.

Linha do tempo

A linha do tempo no After é a base do seu projeto. É, ao mesmo tempo, o guia de organização do fluxo de elementos visuais, textuais e estruturais da animação, mas também é o local onde o designer vai trabalhar pontos importantes que definem uma vinheta bem-feita.

Estou falando de duração, edição de cortes, timing, adição de efeitos visuais (VFX), definição de movimentos, manipulação de parâmetros, entre muitas outras funcionalidades. É nela que todos os componentes de uma vinheta se encontram.

Câmeras, luzes e sombras

Uma concepção que iniciantes têm no Motion Design é de que o trabalho é muito mais próximo da animação tradicional do que da filmagem, embora isso esteja longe da verdade.

O motion utiliza muito de ferramentas de videomaking para produção de vinhetas. É possível simular movimentos e especificações de câmeras, ajustar a iluminação e trabalhar com sombras como se fossem em um espaço real. O After é capaz até de simular esse espaço 3D para dar mais controle sobre a dinâmica de movimento na animação.

Formas

É até comum utilizar fotos e vídeos para mesclar em vinhetas de motion, mas o mais comum é que empresas prefiram a utilização de formas abstratas e elementos visuais simples para impressão de sua identidade visual e destaque em sua marca.

O interessante do After nesse caso é sua integração com o Illustrator, permitindo a importação de formas vetoriais e até sua manipulação diretamente no programa. É muito mais liberdade e praticidade para o trabalho do motion designer.

Tipografia

Se estamos falando de identidade visual e Marketing de Conteúdo, é claro que o texto tem um papel fundamental na rotina de designers. Assim como formas, o After também conta com ferramentas robustas e completas para manipulação de tipografia, seja estática ou em movimento.

Máscaras

Se o assunto é Motion Design, as máscaras, com certeza, vão ser uma rotina inseparável do seu trabalho. Essa funcionalidade presente no After Effects permite dar dinâmica a elementos estáticos por meio de recorte e adição, dando agilidade e muitas possibilidades para um trabalho de qualidade e visualmente interessante.

Você pode usar esse corte ou ocultação de elementos, para criar movimentos, sobrepor efeitos ou manipular formas. É uma ferramenta básica, mas poderosa, com tanta utilidade que você vai se ver recorrendo a ela o tempo todo.

Como deixar as vinhetas no After Effects mais interessantes?

Se o primeiro passo de um bom trabalho com vinhetas é dominar os elementos que citei acima, para expressar seu estilo e alcançar os objetivos dos clientes, você vai precisar utilizar vários tipos de ferramentas dentro desses componentes. Veja alguns exemplos de funcionalidades capazes de trazer os resultados visuais que você quer alcançar no futuro.

Tracking

O tracking, ou rastreamento de movimento, é uma ferramenta poderosa do After que automatiza e simplifica o controle de movimentos em 2D e 3D dentro de suas cenas.

Quando esse tracking é realizado, é possível inserir elementos visuais, como texto e formas, que sigam perfeitamente a linha delimitada e facilitem seu workflow.

Por exemplo, é possível fazer com que um texto acompanhe uma forma ou se comporte em sintonia com um vídeo sem que você tenha que fazer esse trabalho quadro a quadro. Você pode saber mais sobre tracking aqui.

Keying

O keying é outra função que você vai utilizar em todos projetos de vinheta. Um keyframe, ou quadro-chave, é um ponto determinado dentro da timeline em que o elemento escolhido pode mudar de parâmetros a partir daquele ponto.

É utilizado, por exemplo, quando você quer mudar o tamanho de uma forma, sua cor, posição, presença etc. Você cria um keyframe na timeline e ela se torna um ponto de referência. A mudança de um keyframe para a outra pode ser brusca (apenas naquele quadro) ou transicional (com os parâmetros alterando linearmente entre uma key e outra).

Rotobrush Tool

O rotobrush, ou pincel de rotoscopia, é uma das ferramentas mais interessantes do After Effects, capaz de salvar muito tempo de profissionais. Com ele, você pode contornar objetos e formas em uma cena e utilizar a Inteligência Artifical do software para criar uma separação entre esse elemento e o resto da cena.

Com ele, é possível animar pontos específicos de uma imagem estática, criar máscaras customizadas e até apresentar efeitos de chroma key bastante fiéis sem ter um fundo apropriado para isso. Para vinhetas que utilizam fotos, por exemplo, é uma grande ajuda. Aqui você aprende mais sobre a ferramenta.

Mesclagem

A mesclagem já é uma funcionalidade muito conhecida de quem utiliza Photoshop e Illustrator. E ela também facilita muito o trabalho de quem faz motion no After Effects.

Esse efeito permite mesclar elementos visuais diferentes de maneira automatizada, como recortar, alterar cores, redefinir formas, unir e separar elementos visuais nas interseções entre dois elementos.

Transições

Efeitos de transição são pré-definições automatizadas capazes de criar animações de entrada, saída e transformação de elementos sem ter que definir parâmetros de movimento manualmente.

Essas transições podem ser utilizadas para textos, formas ou até no corte de cenas. Pensando na impressão de seu estilo como motion designer, as opções padrões podem parecer um pouco sem personalidade.

Porém, existem diversas opções de transição na internet que você pode pesquisar e ajustar caso a caso para se encaixarem melhor na proposta do briefing — diminuindo o trabalho e gastando menos tempo. Quando você sabe o que busca, consegue cortar caminhos sem perder qualidade e identidade.

Como otimizar o workflow no After Effects?

Terminei o último item em um gancho perfeito para outra discussão importante. Quando você trabalha para produções comerciais como o Marketing de Conteúdo, organização, eficiência e cumprimento de prazos, muitas vezes, tem mais valor para o cliente do que um trabalho impecável — claro, se houver uma qualidade aceitável e dentro do que for pedido.

Portanto, não dá para videomakers e motion designers polirem para sempre seu trabalho. Isso fica para os artistas. Veja algumas dicas que vão ajudar a diminuir seu esforço, assentar as ideias e até permitir que você pegue mais clientes ao mesmo tempo.

Organize os painéis

Assim como não dá para trabalhar com organização em um escritório desarrumado, não dá para ser eficiente no After Effects sem um ajuste bem-feito na posição de painéis e acesso a ferramentas muito utilizadas.

Felizmente, o After já conta com presets bem-otimizados para cada tipo de produção audiovisual, mas, com o tempo, você pode ir adequando esses modelos ao que faz mais sentido para você.

É sempre muito recomendado usar mais de um monitor quando for possível fazer esse investimento: um para pré-visualização do vídeo e outro para seus painéis produtivos. Se possível, ainda, um exclusivo para a sua timeline!

Estruture suas camadas

O pior inimigo da produtividade no After Effects é não ter sua linha do tempo e sua biblioteca de recursos bem-estruturada. Fica aquela sensação que você gasta mais tempo procurando o elemento/ferramenta que precisa do que realizando seu trabalho.

Então, crie um padrão de nomeação, labels e até posicionamento de camadas na timeline. Assim, você sempre sabe onde ir para mudar os parâmetros certos e fazer alterações ao longo do projeto. Parece besteira, mas é um tipo de organização que faz muita diferença.

Conheça os atalhos de teclado

Outro detalhe que faz diferença na produtividade é sua familiaridade com o After. Faça questão de, no início, aprender as teclas de atalho e se acostumar a usá-las. Com o tempo, isso vira uma memória muscular, quando você nem precisa pensar para acessar uma função ou parâmetro.

Utilize scripts

Scripts são códigos utilizados dentro do After Effects que automatizam alguns processos. Podem ser feitos por você ou encontrados na internet para as mais diversas combinações de teclas, comandos e funções — mais um ganho em tempo para o seu workflow.

Instale plugins

Plugins também são ótimos para automatizar etapas e agilizar o trabalho sem perder o controle de qualidade e a identidade da sua peça. São pequenos módulos que realizam funções específicas, como controle de parâmetros, transições, suporte para movimento, entre outros.

O importante aqui é apenas ter cuidado com os lugares que você utiliza como fonte. Muitos plugins são pagos ou exigem crédito na peça final. Para ter mais profissionalismo na sua carreira, é bom evitar plugins piratas ou que tragam código duvidoso para seu computador e o projeto do seu cliente.

Use templates

Templates são projetos pré-iniciados de After Effects que funcionam de base para você não precisar começar sempre do zero. Eles podem ter formas já incluídas, movimentos desenhados, máscaras prontas, câmeras posicionadas etc.

Claro, você não vai usá-los sempre à risca. Templates são frameworks, para que você adicione seu trabalho e faça ajustes no padrão que alinhem melhor com seu briefing recebido e seu estilo.

Como conseguir trabalhos em Motion Design?

O caminho mais curto hoje para se tornar profissional de Motion é partindo para uma carreira de designer freelancer. Mas como exatamente mostrar seu diferencial e começar a chamar atenção de clientes de Marketing de Conteúdo e outras áreas?

Felizmente, a internet é sua aliada se você tem disciplina e foco no seu sucesso. Por meio dela, você pode trabalhar os 3 pilares de uma carreira freelancer consolidada, que são os seguintes:

  1. o domínio da ferramenta, indo atrás de cursos, tutoriais e documentação para se familiarizar e masterizar as funcionalidades do After Effects;
  2. a criação de uma vitrine para o seu trabalho, com um portfólio digital que seja de fácil acesso para o mercado e demonstre todas as suas qualidades;
  3. a participação em comunidades, redes sociais e plataformas voltadas para freelancer, conectando você aos seus colegas de profissão e, principalmente, possíveis clientes.

Se você trabalhar nessas 3 frentes, tem tudo para atrair olhares de um mercado que cresce muito atualmente e se destacar como alguém capaz de entregar vinhetas no After Effects com agilidade, foco no briefing e um equilíbrio perfeito entre imprimir seu estilo e entregar a qualidade que o cliente quer.

Que tal começar esse processo fazendo parte de uma plataforma que faz a ponte entre você e o mercado? Venha conhecer e entrar para a rede de talentos da Rock Content!

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