Entenda a importância de um Balanço Patrimonial e seus elementos

Ativo e passivo, patrimônio líquido e tudo mais o que você precisa saber sobre Balanço Patrionial

Atualizado em: 12/02/2021

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Se houve uma coisa que me deixava muito desconfortável no começo da empresa virtual era falar sobre elementos, leis ou documentos que eu não conhecia (afinal, sou um engenheiro empreendedor, não um administrador/contabilista empreendedor).

Como na época o Saia do Lugar ainda não existia, a solução foi aprender na marra e encher bastante a paciência do nosso contador.

A boa notícia é que é um conceito simples e que gera um documento MUITO importante para análise do seu negócio.

O que é o Balanço Patrimonial

Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil para empresas, responsável por uma avaliação qualitativa e quantitativa do negócio.

Esse documento apresenta a posição patrimonial e financeira da empresa sobre um período determinado (normalmente anual).

Para quê serve o Balanço Patrimonial

É uma das principais ferramentas para avaliar a posição contábil e financeira da empresa, já que leva em conta não apenas o caixa, mas também propriedades, dívidas e pagamentos a receber.

Ou seja, apesar do fluxo de caixa ser essencial, ela é apenas uma pequena parte do balanço patrimonial, que dá uma visão bem mais completa para a análise do resultado econômico do seu negócio.

(se o seu problema é controlar o fluxo de caixa, sugiro voltar alguns passos e ler o artigo: o passo a passo para organizar o seu fluxo de caixa)

O nome “balanço” vem de “balança”. Qual a finalidade de uma balança? Pesar as mercadorias, não é?

Pois, o Balanço Patrimonial também tem essa finalidade: pesar ativos, passivos e patrimônio líquido (veja mais abaixo a definição desses 3 elementos).

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Quando e para que tipos de empresa o Balanço Patrimonial é obrigatório

Se a utilidade do balanço não foi o suficiente para fazer com que o levasse mais a sério e usá-lo como ferramenta de análise, é oportuno lembrar que se trata de um documento obrigatório para qualquer tipo de empresa no Brasil (menos o MEI).

Ao mesmo tempo, o único tipo de profissional que pode fazer um balanço patrimonial é um contador (devidamente inscrito no Conselho Regional de Contabilidade, CRC) e deve ser feito pelo menos anualmente (mas o controle é mensal com os balancetes).

Por isso, você, como empresário, precisa cobrar do seu contador não só a confecção do balanço patrimonial, como a qualidade dele – garantindo assim uma boa ferramenta de análise do seu negócio (veja mais sobre como cobrar o seu contador neste artigo).

Entendendo os elementos do Balanço Patrimonial

Os principais elementos são o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido. Os 3 obedecem essa fórmula:

Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido

Vamos explicar o cada um deles significa e como eles são compostos:

Ativos

Os ativos correspondem à parte positiva do patrimônio e também são chamado de “bens e direitos” ou “bens + direitos”. Veja os tipos de ativos.

Ativo circulante

Ativos circulantes são os valores que sua empresa tem disponível para operação no curto prazo.

Por exemplo: caixa, pagamentos sobre notas fiscais já emitidas, estoque ou adiantamento para fornecedores.

Na prática, são considerados ativos circulantes valores que são recebíveis em até 1 ano, contando a partir da data do balanço.

Quando o ativo circulante tem que esperar mais 1 ano contábil para ser recebido, recebe o nome de ativo realizável a longo prazo.

Ativo não-circulante

Por exclusão, os não-circulantes são os ativos que não serão recebidos dentro do ano seguinte, de caráter permanente.

Nessa categoria entram bens utilizados para a realização da atividade da empresa, por exemplo: cotas societárias, máquinas, computadores, imóveis ou carros.

Alguns contadores separam imóveis (prédios, casas, terrenos) e máquinas em uma categoria diferente de ativos: ativo fixo.

Passivos

Os passivos correspondem à parte negativa do patrimônio e também são chamados de “obrigações”.

Passivo circulante

As classificações do passivo (circulante e não-circulante) funcionam do mesmo modo que os ativos.

Ou seja, passivo circulante é composto pelas dívidas que serão liquidadas dentro do prazo de 1 ano, por exemplo: salários, impostos (sobre notas emitidas e sobre o pagamento de salários no mês anterior) etc.

Passivo não-circulante

São as dívidas de longo prazo, que serão quitadas depois de 1 ano. Nesse caso, os mais comuns são financiamentos de máquinas, carros ou imóveis.

Patrimônio Líquido

O patrimônio líquido é composto pelo capital investido pelos sócios no começo da empresa e pelos lucros que foram reinvestidos na empresa.

Tecnicamente, ele é uma dívida não-exigível da empresa com os sócios – ou seja, é uma dívida que não pode ser executada.

Agrupamento do Balanço Patrimonial

Outro ponto importante a considerar é o agrupamento dos elementos citados acima.

Quando os elementos da mesma natureza e os saldos de valor reduzido são agrupados, eles não podem, em sua totalidade, ser maiores que 1/10 do valor do grupo de contas a que estão relacionados.

Também deve ser especificada a natureza desses saldos e elementos. Não é permitido o uso de termos genéricos, como “contas correntes” ou “diversas contas”.

Exige-se tudo isso no sentido de facilitar o controle e evitar erros e falhas.

Aprenda os conceitos e entenda melhor o Balanço Patrimonial

Antes de vermos como preparar o Balanço patrimonial, vejamos alguns conceitos importantes.

  • Livro Razão

É aquele que registra as contas contábeis, mostrando créditos, débitos e saldos.

Neste livro se utiliza um método antigo, criado pelo monge franciscano chamado Luca Pacioli: o Método das Partidas Dobradas.

Esse é o sistema-padrão que as empresas utilizam na contabilidade.

Cada transação é registrada como entradas em, no mínimo, 2 contas, em que o valor do débito deve ser igual ao valor do crédito (receita = despesa).

A diferença básica entre o Livro Razão e o Livro Diário é que o primeiro é um registro sistemático ao passo que o outro é um registro cronológico.

  • Grau de liquidez:

É o prazo no qual os ativos podem ser transformados em dinheiro.

Imóveis, por exemplo, são de menor liquidez, pois precisam ser vendidos para só então virarem dinheiro.

Já a conta-caixa é de maior liquidez (afinal de contas, o que está ali já é dinheiro).

  • Curto prazo/longo prazo:

São ativos e passivos de curto prazo todos os que podem ser transformados em dinheiro ou quitados até o final do ano seguinte.

São de longo prazo os ativos e passivos que só podem ser transformados em dinheiro ou quitados depois do final do ano seguinte.

O ativo é realizável quando pode ser transformado em dinheiro (cheques e duplicatas, por exemplo).

  • Apuração do Resultado de Exercício (ou Demonstração do Resultado de Exercício):

uma ferramenta contábil que compara receitas, despesas e resultados.

Costuma-se retirar receitas (debitá-las) e adicionar despesas (creditá-las) nessa apuração.

O exercício corresponde ao período de tempo escolhido para se fazer a demonstração.

  • Contas Patrimoniais

São aquelas que reúnem os elementos citado mais acima: ativos, passivos e patrimônio líquido.

  • Contas de Exercício

Referem-se às famosas receitas e despesas.

Preparando o Balanço Patrimonial

Vistas e detalhadas as características e elementos do Balanço Patrimonial, revisados alguns conceitos importantes, vejamos como fazer um Balanço Patrimonial eficiente.

Ao final de cada mês, são realizados os balancetes de verificação, cuja finalidade é ficar a par dos saldos contidos no Livro Razão e confirmar que estão realmente corretos.

As contas dos balancetes (de exercício ou patrimoniais) nem sempre correspondem a valores e variações reais, já que os registros, infelizmente, não podem acompanhar as mudanças no mesmo ritmo em que elas acontecem.

Dessa forma, há muitas alterações de valor (para mais ou para menos), há muitas receitas e despesas que não são registradas de forma precisa nos livros contábeis.

Devido a essas limitações no registro contábil (incapazes de acompanhar passo a passo a dinâmica do dia a dia), é preciso fazer um ajuste nas contas na data em que o balanço é feito para que elas correspondam à realidade dos fatos.

Assim, comparam-se as contas registradas com informações externas (livros fiscais, extratos bancários, folhas de pagamento, controle de caixa e assim por diante), reclassificam-se contas patrimoniais (empréstimos, estoques, etc.) e faz-se a Apuração do Resultado de Exercício.

Tudo que não estiver nas contas de resultados correspondem às contas patrimoniais, que devem ser separadas e classificadas em grupos para que o balanço patrimonial possa ser elaborado.

O saldo dos ativos deve ser igual ao saldo dos passivos e patrimônio líquido (A = P + PL).

Essa é a principal ideia do Balanço Patrimonial: manter a balança equilibrada.

Lembra-se da imagem da Justiça, de olhos vendados e segurando uma balança?

Nas primeiras imagens dessa deusa, a balança estava sempre em equilíbrio, pois essa era exatamente a mensagem a passar: a justiça deve zelar pelo equilíbrio das coisas, para ela não deve haver diferenças entre as pessoas diante de suas obrigações e direitos.

É exatamente o mesmo que acontece no mundo dos negócios: o Balanço Patrimonial é uma forma de fazer justiça ao patrimônio da empresa, mantendo direitos e bens (os ativos) no mesmo nível que as obrigações (os passivos).

Conclusão

O objetivo da análise do Balanço Patrimonial é ver o resultado econômico da empresa, de fato enxergar como ela está das pernas naquela determinada data.

Porém, para ter esse simples e importante documento em mãos, é preciso fazer um ótimo controle do fluxo de caixa e, claro, ter um contador de qualidade e confiança.

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