O empoderamento feminino é um tema cada vez mais em pauta. A luta feminista e sua reivindicação pelos direitos das mulheres, o fim da violência contra a mulher e a paridade entre sexos é cada vez mais percebida e valorizada socialmente.
Como todos os diálogos e tendências sociais, esse também é um tema explorado e que vem sendo mais usado em campanhas publicitárias.
De fato, um report feito pelo Facebook mostrou que o empoderamento feminino será uma das principais temáticas de discussões online em 2018. E faz muito sentido que as empresas também façam parte dessas discussões, certo?
E muitas marcas já entenderam que, para dialogar com o público e posicionar-se de forma consciente atualmente, precisam estar atentas à essa tendência!
No Dia Internacional da Mulher isso torna-se ainda mais evidente. Muitas empresas querem fazer homenagens ou campanhas orientadas para essa data. Mas é preciso muito cuidado em seu planejamento.
O Dia Internacional da Mulher não é uma data comemorativa.
Ele foi escolhido historicamente para celebrar as mulheres, representar a luta e reivindicações feministas e promover reflexões sobre questões de desigualdade de gênero.
Vai muito além de dar uma flor e não tem nada a ver com valorizar a “delicadeza feminina”.
É preciso que sua empresa queira realmente promover uma ação relevante na data. Mas isso não é suficiente. Você e sua equipe devem compartilhar desses valores, agir de acordo com eles e pensar toda a imagem da sua marca.
Não use estereótipos e não pense em vendas. Foque em realmente trazer um impacto positivo com sua ação.
Se você quer entender mais sobre marketing para mulheres eu recomendo fortemente a leitura deste conteúdo.
Quer bons exemplos de campanhas incríveis baseadas no empoderamento feminino? Veja as 11 melhores campanhas dos últimos tempos e como as marcas usaram as mensagens de forma positiva e impactante:
1. Reposter — Skol
A Skol já vem reposicionando sua imagem de mercado há algum tempo quando se trata de temáticas relacionadas aos direitos humanos. Nessa campanha, a marca fez exatamente isso em relação às mulheres.
Como a maioria — para não dizer todas — as marcas de cerveja, a Skol usava a imagem da mulher sempre de forma subjugada, seminua e servindo em suas propagandas.
A marca começa o vídeo afirmando logo: “O mundo evoluiu e a Skol também. Isso não nos representa mais.”
Foi com essa proposta que 6 ilustradoras foram convidadas a recriar antigos pôsteres da marca a partir do empoderamento feminino, com a proposta de repensar suas campanhas e dialogar com o público de uma maneira melhor. Confira:
2. The Autocomplete Truth
Essa campanha, feita pelas Nações Unidas, começa recapitulando alguns episódios marcantes na história do feminismo, apontando conquistas por direitos, eventos significativos e que representaram conquistas para as mulheres.
A mensagem final do vídeo começa a ser digitada no buscador do Google, com os dizeres “mulheres deveriam”. Porém, as sugestões providas pelo buscador (que são baseadas nas buscas mais feitas pelos usuários) mostram resultados desanimadores:
- mulheres deveriam ficar em casa
- mulheres deveriam ser escravas
- mulheres deveriam ficar na cozinha
- mulheres deveriam não poder falar na igreja
Ao apontar esses resultados, a campanha termina sua busca com “mulheres deveriam ser vistas como iguais atualmente”.
3. More Women — ELLE UK
Uma campanha simples e efetiva elaborada pela revista Elle do Reino Unido mostra, por meio do recorte de imagens oficiais, a falta de mulheres em papéis de liderança em diferentes setores, propondo que é necessária uma maior representatividade feminina nesses espaços.
4. Like a Girl — Always
A Always convidou algumas pessoas para ficarem em frente a câmera e responderem a alguns comandos. O que havia em comum entre todos era que eles tinham o complemento “como uma garota” ao final.
A pergunta foi inicialmente feita à algumas mulheres e homens. Ao ouvirem comandos como “corra como uma garota” ou “lute como uma garota”, eles simularam movimentos desajeitados e delicados.
Os mesmos comandos foram dados à meninas. Elas então simularam corrida, lutas e outras ações de forma normal.
Quanto questionados sobre o que significava “como uma garota”, muitos ficaram confusos. Afinal, o que isso deveria significar?
A mensagem do vídeo é que humilhar uma pessoa ao compará-la com uma garota é uma desvalorização das mulheres. Mulheres podem fazer tudo que elas quiserem, seja lutar, correr ou arremessar uma bola, por exemplo. Confira a mensagem:
5. Girls Can — CoverGirl
A campanha da CoverGirl, uma grande marca de cosméticos americana, foi criada em 2014. No vídeo, personalidades como Queen Latifah, Ellen Degeneres e Pink aparecem falando frases que já ouviram sobre não poderem fazer algo por serem mulheres, como “Mulheres não podem cantar”.
Depois, elas mostram como isso é uma mentira e que, mesmo sendo difícil, as mulheres podem (girls can) fazer o que elas quiserem fazer.
6. No Rights. No Women
Esse é um incrível exemplo de como uma campanha online e a realidade se misturaram de forma positiva.
Uma organização feminista convidou Leo Burnett — uma renomada agência de publicidade — para organizar alguma ação sobre o tema.
Eles fizeram um recorte bem diferente. No Líbano, as mulheres tinham uma série de direitos negados, eram consideradas meio-cidadãs e a lei não as protegiam em muitos casos.
Pensando nisso, a agência propôs um movimento para que as mulheres “se transformassem em homens” para reivindicar direitos iguais. Mulheres no mundo todo começaram a usar bigodes em suas fotos de perfil e mudar o gênero para “masculino” no Facebook.
Quando o buzz estava instalado, o motivo foi explicado. Assim, a pauta das mulheres libanesas começou a ser tratada em todo mundo, inclusive por grandes veículos de comunicação, o que culminou em mudanças de lei por parte do governo libanês. Confira a história completa:
7. Real Beauty — Dove
Nessa campanha, a Dove quis mostrar como a autoimagem feminina — em muito prejudicada pela alta cobrança da sociedade — é distorcida e prejudica a autoestima.
Para isso, ela convidou um cientista forense para desenhar o retrato falado de várias mulheres sem vê-las antes. Só que, primeiro, ele desenharia o retrato a partir da fala da mulher sobre si mesma, e depois outro retrato quando outra mulher falasse da primeira.
Os resultados mostram como a autocobrança faz com que as mulheres vejam-se de forma negativa, enquanto as pessoas as veem de forma positiva. Confira:
8. Princess Machine — Goldie Box
A marca de brinquedos Goldie Box, que propõe uma nova linha de brinquedos “para meninas”, faz isso de uma forma bem divertida.
O vídeo começa com algumas meninas entediadas vendo na TV uma propaganda de um brinquedo para meninas princesas. Elas então começam a brincar e, com vários brinquedos considerados para meninas, constroem uma grande estrutura que funciona em forma reativa de cadeia para, no fim, mudar a TV de canal.
9. Make What’s Next — Microsoft
A Microsoft fez uma ação diferente de recrutamento e orientada especialmente para mulheres.
O vídeo traz histórias de garotas que gostam de tecnologia e ciência e contam suas ambições, como achar a cura contra o câncer de mama ou resolver os problemas da mudança climática. A Microsoft criou um ambiente estimulante para que elas pudessem expressar esse desejo.
No entanto, uma estatística pessimista é apresentada para elas: apenas 6.7% das mulheres formam com um diploma em ciência, tecnologia, engenharia ou matemática. Ou seja, as chances de serem elas a resolverem esse problema são pequenas.
Mas elas mostram que querem mudar isso. Assista a campanha:
10. É pra mim! — Quem disse Berenice
“A vida das mulheres tem não demais.” É com essa frase que a Quem disse Berenice propõe que as mulheres digam “não” para os “nãos” que escutam.
Assim, várias personagens do vídeo riscam o “não” de frases como “Maquiagem não é para mim” e “Pagar as contas não é para mim”.
De uma forma leve, descontraída e com mulheres muito diferentes (o que mostra a preocupação da marca com a representatividade) somos convidados a refletir sobre o empoderamento feminino. Confira:
11. Woman Interrupted — Woman Interrupted App
O aplicativo “Woman Interrupted” já foi criado com uma proposta bem clara dentro da pauta feminista: ele identifica, por meio da gravação de conversas, quantas vezes uma mulher teve sua fala interrompida por um homem.
Mulheres são oprimidas todos os dias e isso pode ser notado em vários aspectos. Um deles é o chamado de “manterrupting” que, em tradução para o português, significa interrupção masculina.
A campanha de lançamento do aplicativo mostra o quão comum isso ocorre, desde programas de TV até debates políticos, e propõe que as mulheres devem ter suas próprias vozes.
E você, conhece mais algum exemplo de como uma marca valorizou as mulheres por meio de suas campanhas? Conta pra gente nos comentários!