Clickbots e tráfego falso resultaram em danos estimados em US$ 35 bilhões para anunciantes

A fraude de cliques não é uma coisa nova.

Há anos, essa prática vem sendo realizada como forma de burlar o sistema e sugar dinheiro dos anunciantes da internet.

Essa prática tem se tornado cada vez mais sofisticada ano após ano. Um estudo da Universidade de Baltimore estima que esse tipo de fraude custou aproximadamente US$35 bilhões somente em 2020.

Neste artigo, falarei sobre como funcionam os clickbots e tráfego falso, os principais tipos e como os profissionais de Marketing podem minimizar os danos.

O que são fraudes de PPC?

No pagamento por clique (pay per click, ou PPC), os anunciantes pagam por cada clique em suas campanhas publicitárias.

Esses anunciantes podem expor seus produtos e serviços em diversos sites através da Google Ads Display e YouTube, colocar seu site nas primeiras posições do SERP, entre outras formas.

Um grande desafio disso é que o PPC é amplamente evadido e estima-se que usuários falsos podem representar até 40% de todo o tráfego da Internet.

É assustador!

Mas vamos entender agora quais são os principais motivos dessa fraude:

Fraude de publishers e de afiliados

Esse tipo de fraude é bastante comum. Nele, blogueiros e afiliados burlam o sistema gerando cliques falsos nos anúncios em seus sites.

A lógica é esta:

O dono do blog se cadastra no Google Adsense e libera vários espaços em seu site para que anunciantes possam expor seus produtos e serviços. Para cada clique feito nos banners de anúncios, eles recebem 68% do valor pago pelo anunciante por aquele clique.

Para isso, eles usam bots que fingem ser pessoas reais clicando nesses anúncios, ou contratam pessoas para realizar esses cliques de forma recorrente.

Fraude por concorrentes

De forma antiética, esse tipo de fraude visa aumentar os gastos com anúncios do seu concorrente (especialmente na rede de busca) fazendo com que ele perca o máximo de dinheiro possível. Isso prejudica o desempenho e a relevância de seus anúncios.

Vingança

Assim como os golpes realizados por concorrentes, alguém pode clicar vingativamente em seus anúncios para esgotar seu orçamento. Pode ser um ex-funcionário, ex-sócio, um cliente insatisfeito, entre outras possibilidades.

Principais fontes de cliques falsos

Bots

Um clickbot é um software programado para clicar em links de vários sites. Ultimamente, eles se tornaram bastante sofisticados ao imitar diversas ações que um usuário real faria, como movimentos do mouse, variação de tempo entre cliques, entre outros.

O objetivo final é gerar uma quantidade máxima de cliques pelos motivos mencionados anteriormente neste artigo.

Click farms

Configurados automaticamente ou por mãos humanas, os click farms são contratados para gerar cliques em links específicos.

Eles geralmente têm uma rede de pessoas que clicam ou realizam ações específicas e, em troca, são pagos por isso.

Eles não se limitam a anúncios. Muitas empresas os contratam para aumentar o engajamento e seguidores em uma rede social, assistir vídeos no YouTube ou outro site, comentar em publicações, entre outras ações.

Botnet

Com uma estrutura bastante robusta, os criminosos utilizam milhares de IPs, domínios e bots automáticos para criar uma rede de fraudes publicitárias. O mais famoso deles foi o Methbot, cuja infraestrutura consistia em mais de 500.000 IPs, 6.000 domínios e mais de 250.000 URLs.

Cada um abrigava um anúncio em vídeo e usava variações de nomes de domínios famosos para enganar os usuários.

Estima-se que o Methbot ganhasse entre 3 e 5 milhões de dólares por dia!

Como proteger seus anúncios contra fraudes de PPC?

Já posso dizer que não é possível evitar completamente esse problema, mas existem formas de minimizar seus prejuízos.

Aqui estão as principais formas de fazer isso:

Honeypots: Através dele, os servidores de anúncios usam anúncios falsos como isca para detectar e expor o Bot, fazendo com que o IP seja bloqueado.

Lista de exclusão:  ter uma lista de exclusão é uma ótima opção para bloquear cliques falsos em seus anúncios. Você pode adicionar endereços IP, sites e IDs de dispositivos considerados suspeitos.

Segmentação: segmente seus anúncios para excluir áreas geográficas comuns que geram cliques falsos regularmente.

Análise de indicadores: mudanças muito drásticas em seus indicadores de anúncios podem ser um sinal de alerta. Desconfie sempre que identificar comportamentos como:

• aumento repentino das taxas de cliques
• picos de tráfego
• aumento das taxas de rejeição
• tempo de permanência abaixo do normal
• entre outros casos

Conclusão

Como disse no início do artigo, a fraude de cliques não é novidade. Embora as restrições por parte do Google e de outras plataformas de anúncios aumentem, os criminosos evoluem suas formas de fraudar sistemas.

Atualmente, devido às políticas de privacidade, o Google enfrenta diversas limitações tecnológicas para detectar com precisão o que realmente vem de um navegador ou não.

Mas uma coisa é certa. Não importa o tamanho do seu orçamento ou mercado, todos somos vulneráveis ​​a esse tipo de fraude.

Cabe aos anunciantes estarem atentos a esse problema, monitorar seus indicadores, tomar as medidas necessárias que estão ao seu alcance e cobrar do Google e de outras plataformas a evolução e bloqueio desse tipo de comportamento online.

Além disso, é extremamente importante investir em empresas que não se limitem apenas a usar estratégias pagas em seus negócios.

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