Você acredita que a sua empresa não está usando todo o capital criativo que tem?
Você trabalha ou já trabalhou em uma empresa mas achava que seu potencial criativo era pouco usado?
Você tem vontade de começar um negócio mas acha que não saberia gerenciar o processo produtivo?
Essas dúvidas são normais e há um livro que pode ajudá-lo: Criatividade S.A.: Superando as forças invisíveis que ficam no caminho da verdadeira inspiração, lançado no Brasil pelo editora Rocco.
O autor do livro, Ed Catmull, que hoje preside a Pixar e a Walt Disney Animation traz dicas valiosas sobre como você pode não só ser mais criativo mas também promover a criatividade num ambiente organizacional.
Como estimular a criatividade na minha empresa?
Desde a produção de filmes, até a produção de conteúdo nos perguntamos se existe uma fórmula ou um método mais eficiente para o desenvolvimento da criatividade.
Dentro de empresas criativas, sabemos que a cultura é a responsável pela fixação dos valores e da identidade organizacional.
A chave está nessa palavra: cultura.
Se sua empresa entende a criatividade como valor central de seus processos, deve entender também a importância do desenvolvimento de uma cultura que promova esses processos criativos.
Mas a pergunta que fica é: Como? Como desenvolver uma cultura saudável em que a criatividade pode florescer?
No livro, Ed nos traz alguns exemplos de forças que definem a criatividade, e portanto uma cultura que a priorize.
Honestidade e franqueza
Quando tratamos das relações que criamos no ambiente de trabalho, “honestidade e franqueza” não são as primeiras coisas que vêm à mente, certo?
Bom, em empresas criativas, as barreiras que criamos em torno de nós mesmos podem ser também barreiras para um processo organizacional eficiente.
O autor faz questão de enfatizar isso no livro: A comunicação e as criticas construtivas são peças chave para desenvolver um produto novo, fruto da criatividade.
As pessoas dentro da sua empresa devem se sentir confortáveis o suficiente para dar feedbacks constantes tanto dos produtos que estão em processo de criação quanto dos próprios processos que acontecem nesse ambiente.
Assim, os dois estarão sempre melhorando em termos de qualidade.
Apesar disso, há vários problemas que podem dificultar a honestidade das pessoas em ambientes organizacionais, desde a auto preservação até a insegurança derivada da hierarquia que existe entre os colaboradores.
Mas então, o que define essa insegurança? Como desenvolver uma cultura que promove um ambiente seguro o bastante para que as pessoas sejam sinceras?
Medo e fracasso
Desde que nascemos, começamos a entender que errar é ruim.
Seja franco: Ninguém gosta de errar. Crescemos numa sociedade bastante competitiva e isso nos deixa com medo.
Apesar disso também aprendemos que errar é humano, logo, erros são inevitáveis.
A questão é: Se vamos errar em algum ponto, pra que ter tanto medo do fracasso? Como lidar com o fracasso e o erro de modo que isso incentive o processo criativo?
Para o autor precisamos aprender a abordar o fracasso de um jeito diferente. Precisamos entender que erros são uma conseqüência natural de criarmos algo novo, e por isso são valiosos, pois sem eles não haveria originalidade.
Com eles aprendemos o que estamos fazendo certo e o que estamos fazendo errado, podendo assim melhorar o que estivermos criando.
Andrew Stanton, um dos grandes produtores e diretores da Pixar tem uma frase, famosa na empresa, que é:
Falhe cedo e falhe rápido.
Com isso ele quer dizer que o erro é não só natural como positivo, e cometê-lo rapidamente permite também que você aprenda rapidamente com ele, otimizando o processo.
Já falamos da sinceridade, do medo e do fracasso. Que outras características da cultura organizacional influenciam no processo criativo, tanto o seu próprio quanto o da empresa?
Metas e prazos
Chegamos em dois aspectos que definem muito qualquer empresa: o modo em que a cultura lida com metas e prazos.
Em seu livro, Ed Catmull nos conta sobre duas metáforas usadas na Pixar para descrever os dois citados: “O Bebê feio” e “a Fera faminta”.
O Bebê Feio
O Bebê Feio se trata do produto recém saído do forno, que você ou sua empresa acabou de desenvolver.
Um produto novo, seja ele qual for, deve ser avaliado e reavaliado para que possa ser melhorado até chegar no produto final.
E é isso que o Bebê Feio representa: queremos que ele seja criado e moldado para que possa se tornar um adulto bonito.
E essa deve ser a meta da empresa. É isso que o Bebê Feio significa: aprimoramento.
A Fera Faminta
Já “a Fera” diz respeito aos prazos: ela normalmente vem de cima, e é representada por aquele executivo ou supervisor chato que se preocupa com o orçamento e o tempo que os projetos devem levar.
Por mais que nós não gostemos da Fera, ela serve como motivadora do processo criativo e ajuda a nos manter focados.
O Bebê Feio e a Fera Faminta parecem coisas separadas, mas são na verdade interdependentes: o modo em que a cultura da sua empresa lida com o equilíbrio entre o tempo de aperfeiçoamento de um produto e os prazos, define o próprio sucesso do que está sendo criado.
Se a empresa se preocupa demais com prazos, o produto perde em qualidade. Mas se a empresa se preocupa apenas com as metas, ela perde em termos financeiros e o processo se torna incerto.
Mudança e aleatoriedade
Você teme mudanças? As pessoas geralmente responderiam sim a esta pergunta.
É comum pessoas e empresas se aterem à práticas e métodos conhecidos: se descobrimos uma estratégia que dá certo tendemos a repetí-la. Mas até que ponto isso é bom?
Numa cultura que prioriza a criatividade, é bom saber distinguir exatamente o que realmente está funcionando e o que está atrasando ou atrapalhando o processo.
Mudanças e eventos aleatórios, assim como erros, são inevitáveis e reconhecer isso ajuda a construir uma cultura que reaja a eles de forma construtiva.
O medo da aleatoriedade é muito prejudicial a uma cultura que busca a promover processos criativos. O autor próprio reconhece :
O imprevisível é o terreno em que ocorre a criatividade.
Por isso você deve ser buscar promover a flexibilidade e aceitar a inevitabilidade das mudanças.
Como você pode perceber, são muitos os aspectos que promovem uma empresa criativa.
Mas podemos nomear todos? Até que ponto enxergamos os problemas com os processos e como podemos melhorá-los?
O que está oculto
Quais são os limites da sua percepção? Você se considera flexível e aberto?
Muitas empresas, de startups a grandes empresas de tecnologia, ascenderam rapidamente mas, por razões desconhecidas, acabaram tomando más decisões que causaram suas quedas.
Ed Catmull chama de “Oculto” tudo que está além da nossa capacidade de percepção: problemas que ainda não percebemos, falta de sinceridade (que leva a ocultação de informação) e tudo aquilo que é novo.
Empresas muito hierarquizadas podem ter um alto nível de controle, o que leva a um alto nível de ocultação e dificuldade na percepção e na resolução de problema.
Por isso, se você deseja promover uma cultura que incentive a criatividade é importante ter em mente que a flexibilidade, a abertura e a confiança devem ser valores centrais.
Com a flexibilidade e a abertura, a detecção de problemas ocultos é otimizada.
Já com a confiança você e seus colegas ganham tanto a possibilidade quanto a responsabilidade de agir em face de um problema, criando assim uma estrutura organizacional forte e auto corretora, que vai identificar rapidamente os problemas e agir para corrigi-los.
Continue a n…aprender!
A última, mas não menos importante, característica de uma empresa que promove a criatividade é a busca incessante pelo aprendizado.
Devemos sempre tentar aprender sobre o que fazemos e sobre coisas que nos inspiram para dar asas à nossa criatividade.
A Pixar criou um projeto que se chamava “Universidade Pixar”: os colaboradores se reuniam para aprender desde pintura até dança do ventre.
Você deve estar se perguntando como aulas de dança do ventre ajudam no processo criativo, não é?
A resposta é que durante essas aulas a hierarquia não valia: pessoas de departamentos diferentes socializavam e aprendiam coisas novas.
A comunicação e a inspiração, tão importantes pra essa cultura, são renovadas a cada encontro.
Seja na Pixar, na sua empresa ou na sua vida, a criatividade precisa sempre ser alimentada por novos conhecimentos e novos projetos.
Quanto mais conhecimento adquirimos, menos presos ficamos a nossos velhos modelos mentais que travam a verdadeira inspiração e nos impedem de enxergar problemas com clareza.
E é com esse ensinamento que o livro termina e também o nosso texto!
Aplicando os conhecimentos que são a receita do sucesso da Pixar, você conseguirá não só fazer a sua empresa mais criativa, como levar a criatividade também para outros aspectos da sua vida.
Gostou das dicas?
E que tal continuar essa jornada de aprendizado conhecendo o nosso podcast? Tenho certeza que você encontrará insights criativos!
Até a próxima!
CONTEÚDO CRIADO POR HUMANOS
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