As discussões sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) nunca tiveram tanta importância na agenda das empresas. Várias razões explicam esse fato: demandas dos times, pressão de acionistas, estratégias de Marketing e até mesmo o fato de as empresas concordarem que é o certo a se fazer — e é nisso que acreditamos na Rock Content.

Independentemente dos motivos por trás das ações, os estudos estão comprovando cada vez mais que a diversidade e a inclusão não são uma tendência passageira. As pessoas estão ficando mais preocupadas com a DEI, e isso diz respeito tanto a clientes quanto à força de trabalho.

Hoje, trabalhar a diversidade e a inclusão não é mais uma opção para as empresas: trata-se de uma obrigação para qualquer marca que preza por uma postura ética e um bom compliance.

No entanto, é comum ver lideranças de todos os níveis perdidas e se questionando sobre quais ações priorizar. “Como posso ser uma líderança inclusiva? Como gerenciar um time diversificado?” Algumas destas pessoas ainda se perguntam se, de fato, terão um impacto significativo e positivo na sua equipe.

A resposta é clara: sim! Vamos abordar mais a fundo os números, algumas histórias e os diversos dados que mostram que priorizar a diversidade nas empresas traz benefícios que vão além da melhoria dos resultados. É isso que aprendi, como líder de DEI na Rock Content, com os nossos esforços para construir um ambiente mais diversificado e inclusivo para nossa equipe de trabalho, que são mais de 400 Rockers presentes em mais de 20 países.

Dentro das empresas

Os conceitos de diversidade, equidade e inclusão têm sido construídos no mundo corporativo e nas universidades pelos últimos 30 anos.

A intensificação da globalização deixou claro que as multinacionais precisam lidar com a diversidade não apenas de clientes, mas também da sua força de trabalho em outros países. É aí que o primeiro desafio aparece: “Como posso produzir produtos e serviços para pessoas diferentes de mim?”

As gestões das empresas começaram a olhar para seus times e percebeu que as pessoas se pareciam muito; ou seja, algo precisava ser feito. Além disso, não podemos ignorar os esforços realizados pelos movimentos sociais ao redor do mundo, pois a sociedade começou a entender melhor os efeitos da discriminação também no ambiente corporativo.

Os direitos conquistados por grupos em espaços de poder historicamente sub-representados, assim como o entendimento de que poucas mudanças seriam possíveis sem ações afirmativas, são fatores que viraram a chave nos modelos de negócios e na gestão das empresas.

O verdadeiro valor da diversidade

Você ainda não se convenceu de que as companhias são diretamente afetadas pelas questões sociais e devem se aliar à luta contra as desigualdades? Trouxe elementos que as pessoas que trabalham com diversidade têm percebido, corroborados por números.

Como você viu, além de ser a atitude certa quando falamos de responsabilidade social, trabalhar a diversidade e inclusão é a decisão mais inteligente, uma vez que todos os lados ganham.

A solução não é fazer apenas uma ação ou outra, ou campanhas isoladas: sua marca deve ter um interesse geral e genuíno a respeito da diversidade, equidade e inclusão. É uma mudança de dentro para fora, que precisa ser sentida por todos, desde quem faz estágio na sua empresa até sua clientela mais importante.

Como a Rock Content transformou seu discurso em ações práticas

É verdade que esses conceitos sempre fizeram parte dos valores da Rock Content, desde 2013, quando a empresa foi fundada. No entanto, foi apenas em 2019 que estruturamos oficialmente as nossas áreas de Impacto Social e Diversidade, Equidade e Inclusão.

Assim, você pode notar que isso também é relativamente novo para nós. Como percorremos um longo caminho desde então, podemos compartilhar algumas vitórias e ações, assim como as lições que aprendemos.

Nos últimos 3 anos, temos promovido eventos, palestras e workshops sobre esses temas. Também realizamos atividades voluntárias na educação e empregabilidade, conectando Rockers com o propósito de impactar positivamente o mundo.

Como gerenciamos essas ações? Além do time de Impacto Social e Diversidade, Equidade e Inclusão, contamos com o suporte dos Rocker Network Groups. Esses são grupos focados em 5 pilares: igualdade de gênero (Women Rock and Parents at Rock); igualdade racial (AfroRock); acessibilidade (Inclusion Rock), com foco em pessoas com deficiência; identidade (Roqueer), com foco na comunidade LGBTQIAP+; retribuição (Rock.org), com foco em trabalho voluntário.

Por meio desses grupos, que foram criados de forma orgânica por Rockers, conseguimos melhorar a representatividade e envolver lideranças e outras pessoas nas práticas de inclusão. De uma forma descentralizada e conectada, nossa proposta é que os próprios times revejam seus processos. Um exemplo é a equipe de Talent Acquisition (TA), que está revendo os processos de atração e recrutamento para trazer mais diversidade para dentro da companhia.

O primeiro passo foi treinar a equipe para recrutar e trabalhar com um pipeline diversificado. Além disso, realizamos, recentemente, um treinamento sobre pessoas com deficiência com o time de TA, abordando as melhores práticas de contratação e atração. Também fizemos uma revisão sobre a acessibilidade da metodologia dos nossos testes técnicos, avaliando se eles são flexíveis e acessíveis para pessoas neurodiversas, por exemplo.

Por fim, estruturamos posições de trabalho afirmativas. Hoje, temos um processo de abertura de cargos que abrange a criação do anúncio da vaga (com uma comunicação inclusiva), a sensibilização das lideranças e a experiência plena de quem se candidata, entre outros aspectos.

É importante lembrar que isso beneficia todas as pessoas, e não apenas as que são consideradas como parte de grupos sub-representados. Estamos falando de um processo de contratação mais humanizado de modo geral.

Outro ponto é que a Rock Content está movimentando as estruturas. Um exemplo é a recente atualização da política de licença-parental, que considera todos os tipos de família. Agora, ela permite que seja solicitada uma licença de 120 dias, independentemente da orientação afetivo-sexual ou da identidade de gênero, e isso para qualquer país ou local em que a pessoa estiver.

Estamos chegando ao final do nosso artigo, mas o assunto ainda não está encerrado. Percebo a necessidade de compartilhar algumas palavras finais com você. Sei que o desafio pode parecer assustador. 

Fato é que o medo de falhar — ou de não conquistar os resultados esperados — não pode ser maior que o medo de não oferecer um ambiente saudável e acolhedor a todas as pessoas que estão envolvidas com a sua empresa, isto é, força de trabalho, clientes, stakeholders e demais parcerias.

Como Larry Hirst disse no prefácio do livro Inclusive Leadership: “Realizamos um longo caminho, mas não avançamos o suficiente, e o ritmo das mudanças deve ser mais rápido. Precisamos aprender e avaliar continuamente o que funciona ou não, engajar e colaborar com colegas em todos os níveis da organização, assim como é necessário transformar as nossas belas palavras em ações impactantes e concretas.”

Sejamos a mudança!

Este artigo também está na nova edição da Rock Content Magazine, lançada agora em agosto. Neste número trazemos conteúdos incríveis sobre diversidade, inclusão e acessibilidade, tema extremamente importante para marcas e para a sociedade hoje. Você pode baixar a revista aqui, é totalmente gratuita! Boa leitura!