Quando você vai ao shopping, consegue resistir às promoções e aos descontos? Já comprou aquele produto novinho só porque estava com um preço mais em conta?
Ou você é mais controlado e só compra aquilo que realmente tem necessidade, ou seja, aquilo que já tinha planejado antes de visitar a loja?
Esses são, basicamente, os 2 perfis que caracterizam a diferença entre consumismo e consumo.
Apesar de serem termos tão próximos, têm significados bastante distintos e que podem gerar algumas confusões.
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Por isso, preparamos este post buscando eliminar as suas dúvidas sobre o que de fato é o consumismo, além de mostrar qual é o atual panorama do consumismo no Brasil. Confira:
O que é consumo?
Atualmente, o consumo está mais relacionado ao seu sentido econômico: o ato de comprar levando em consideração as nossas necessidades.
Ele remete aos tempos em que as pessoas começaram a se organizar em cidades, quando faziam trocas comerciais para conseguirem abrigo, comida, água, roupas e outros suprimentos dos quais realmente precisavam.
O consumo simplesmente faz parte da nossa sociedade.
Acontece que, com os acontecimentos da Revolução Industrial, tivemos a modernização dos processos de produção, mudanças no transporte e circulação de bens (e pessoas) e a potencialização das vendas em massa.
Foi uma transformação para as relações de consumo.
As economias industriais passaram a se expandir e os salários dos trabalhadores aumentaram gradativamente. Esses trabalhadores agora poderiam acumular renda e consumir bens, ajudando os negócios a prosperarem.
Esse é o ciclo característico do sistema capitalista, e o consumidor é a peça-chave dessa engrenagem. Por esse motivo, é tão comum dizermos que vivemos em uma sociedade do consumo.
Contudo, à medida que os consumidores foram se distanciando dos meios de produção, passaram a se alienar também em relação ao real valor dos bens e à necessidade em adquiri-los.
E foi dessa alienação que o consumismo começou a aparecer.
O que é consumismo?
O consumismo é o hábito de adquirir produtos e serviços sem precisar deles. É a compra pelo desejo, e não pela necessidade.
Geralmente, é marcado pelas compras por impulso e estimuladas pela ansiedade. Em casos mais graves, pode vir a se tornar uma compulsão.
Além disso, o consumismo está ligado à noção de que comprar mais vai trazer sensações de felicidade e prazer momentâneo.
É também resultado da influência de propagandas abusivas, que insistem em relacionar o consumo à felicidade e, muitas vezes, criam uma imposição de necessidades, mostrando como certos produtos ou serviços são capazes de tornar a vida das pessoas melhor.
O maior problema surge quando o consumismo fica tão intenso que evolui para um comportamento compulsivo.
Por exemplo: há quem use as compras como um gatilho para ajudar a melhorar o humor e, por isso, frequentam o shopping sempre que se sentem estressados ou angustiados.
São consumidores que precisam de ajuda, porque muitas vezes se endividam devido à falta de planejamento financeiro e de prioridade de despesas.
Inclusive, o consumismo tem uma outra face — também problemática —, que é o consumismo infantil.
Quando os produtos são associados a brindes, a personagens famosos ou a campanhas de publicidade que focam em despertar a atenção das crianças, os pequenos conseguem facilmente influenciar a decisão dos pais, especialmente em datas comemorativas.
Mas sabemos que não é só no Dia das Crianças e no Natal que os consumidores compram além do necessário.
O Dia das Mães, o Dia dos Pais e o Dia dos Namorados também são exemplos de datas em que as pessoas se sentem induzidas a irem às compras.
Qual é o panorama do consumismo no Brasil?
De acordo com um estudo do SPC e da CNDL, cerca de 3 em cada 10 consumidores no Brasil consideram as compras como o tipo de lazer favorito.
Esse levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas descobriu, ainda, que 40,2% dos entrevistados das classes A e B admitem que comprar é uma forma de reduzir o estresse do cotidiano.
Em um outro estudo, realizado pelas mesmas instituições, revelou-se que as classes C, D e E são as que mais compram sem necessidade, motivadas por promoções.
São números que deixam claro o quanto o consumismo está presente entre os brasileiros e que esse comportamento do consumidor ocorre em todas as classes sociais. Mas por que ele ocorre?
Conforme a nossa sociedade foi criando padrões de comportamento que demonstram o quão bem-sucedido um indivíduo é — padrões esses reforçados pela mídia —, pessoas de todas as classes sociais passaram a ter vontades semelhantes em relação aos “sonhos de consumo”.
Porém, o acesso aos bens de consumo mais caros não é tão simples para os grupos de baixo poder aquisitivo, que acabam gerando despesas superiores ao rendimento quando querem satisfazer esses desejos.
De certa forma, podemos dizer que o consumismo ajuda a acentuar a diferença de classes no nosso país.
Será, então, que existem maneiras para frear o consumismo?
Como reduzir o consumismo?
O gerenciamento das finanças pessoais e o consumo responsável devem ser ensinados desde cedo às crianças.
Pais que não demonstram esses valores ou dão o mau exemplo de comprar sem pensar podem influenciar os filhos a se tornarem consumidores irresponsáveis e com uma educação financeira ruim.
Portanto, antes de qualquer gasto, faça estas perguntas para si mesmo:
- tenho condições financeiras de comprar esse bem?
- eu realmente preciso desse produto/serviço?
- tenho outra compra com prioridade maior que esta?
- posso esperar para realizar essa compra ou ela realmente tem necessidade imediata?
- existe um produto com a mesma função, mas que seja mais durável?
- a empresa da qual estou comprando e o fabricante têm boas práticas no mercado?
- quais serão os impactos da minha compra para mim, para a minha família, para a sociedade e para o meio ambiente?
- a promoção vale a pena ou há outras lojas que vendem a um preço ainda mais barato?
Dessa forma, teremos consumidores mais conscientes e que saibam tomar decisões corretas durante as compras. É melhor não só para a saúde financeira, mas para a sociedade como um todo.
Curtiu o nosso post sobre o consumismo no Brasil? Tirou as dúvidas sobre as diferenças entre consumo e consumismo?
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