Por que a contabilidade de custos é tão importante para o seu negócio?

Atualizado em: 12/02/2021

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A contabilidade de custos te ajuda a responder muitas perguntas que aparecem diariamente na sua empresa.

Alguns exemplos: é possível dar aquele desconto para um cliente fiel? Se for, qual o máximo de desconto possível em cada item da venda para que ainda haja lucro?

E mais: quantos itens de um determinado produto você tem que vender mensalmente para que ele seja realmente lucrativo? Há produtos que você deveria deixar de comercializar por serem caros de produzir se comparados com o preço final?

Neste artigo vamos te mostrar a melhor maneira de responder a essas perguntas e ainda ter um controle de custos muito melhor, produzindo e vendendo os produtos certos pelo preço certo. Acompanhe até o final:

O que é contabilidade de custos

A palavra “custo”, no vocabulário das empresas, não quer dizer a mesma coisa que gastos ou despesas.

Toda vez que você ler essa palavra escrita aqui, saiba que nos referimos ao dinheiro que você gasta para produzir aquilo que vende.

Assim, se você é dono de uma fábrica de roupas, por exemplo, você usa máquinas e ferramentas na fabricação e precisa de matéria-prima (tecidos e tinta, entre outros).

As máquinas, por sua vez, gastam energia elétrica para produzir a roupa, então sua conta de luz também é um custo.

Por outro lado, se você tem funcionários para manter um site, alguém que trabalha na parte de marketing, vendas online ou divulgando sua marca nas redes sociais, o valor que paga a eles não é um custo e sim um gasto.

Eles te ajudam a vender o seu produto, mas não atuam na produção dele.

E a contabilidade de custos nada mais é do que uma forma de conhecer e ter controle sobre os custos de produção de cada item que você vende, racionalizando-os e tomando as melhores decisões para ganhar o máximo nas vendas, gastando o mínimo.

Por que fazer

A contabilidade de custos não serve apenas para ter na ponta da língua a resposta para as perguntas que fizemos no início deste texto.

Ela é, também, uma forma importante de acompanhar a evolução contábil do seu negócio.

Afinal, o seu produto é uma espécie de termômetro da empresa como um todo: se o valor que você cobra por ele aumenta e as vendas se mantêm, bom sinal. As pessoas reconhecem a qualidade e acham justo pagar mais.

Ou então, se você tem vendido cada vez mais e, por isso, pode baixar o preço final — o que significa que a produção se tornou relativamente mais barata por causa da quantidade — isso é outro indício de que as coisas vão bem.

Com o passar dos anos, você pode comparar esses números e, a partir deles, ter um diagnóstico preciso da evolução patrimonial, financeira e contábil da sua empresa.

Quais são os tipos de custos

Agora que você já sabe que os custos são o que você gasta na produção daquilo que vende, vamos entender melhor as categorias em que eles podem ser divididos:

Custos diretos

Esses são os mais fáceis de identificar. Na loja de roupas que usamos como exemplo, o tecido e a tinta seriam custos diretos. Isso porque eles têm uma relação direta com o produto.

Quanto mais roupas você produzir, aliás, maior será o seu gasto com esses itens. Por esse motivo, os custos diretos podem ser chamados também de custos variáveis.

Custos indiretos

Os custos indiretos são gastos que você tem com o seu produto, mas que não se relacionam diretamente com ele.

Por exemplo: se você tem um funcionário que supervisiona cada etapa da produção das roupas, o salário dele é um custo indireto.

Mesmo que a produção diminua ou aumente, o pagamento dele permanece o mesmo – claro, se você paga comissão, ela não entra aqui.

Como os custos indiretos não variam com o aumento e diminuição da produção, eles costumam ser chamados também de custos fixos. Outro bom exemplo deste tipo é o aluguel.

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Como fazer essa contabilidade

Prepare papel e caneta, pois agora vamos te ensinar um passo a passo para fazer a sua contabilidade de custos.

Para que tudo fique bastante concreto, vamos realizar esse cálculo utilizando o exemplo da loja de roupas de que falamos anteriormente.

Imagine que você é o proprietário dessa loja e que ela só produz camisas.

É claro que esse exemplo é absurdo, pois lojas de roupas produzem vários itens como calças, meias, luvas, etc. Mas a ideia é simplificar a conta para que você a entenda bem e possa aplicar nos outros itens, numa situação real.

Pois bem: como saber se vale mesmo a pena produzir esse item?

Liste todos os custos

A primeira etapa da contabilidade de custos é saber tudo que você gasta para produzir suas camisas. Seja bem detalhista e não tenha pressa.

Uma dica para não esquecer nada é ficar uma semana ou um mês inteiro com um caderninho na mão, anotando todos os custos que aparecerem. É uma tarefa cansativa, mas que só será feita uma vez.

Suponhamos que esta seja a sua lista:

  • Aluguel: R$2.000
  • Conta de luz: R$1.000
  • Conta de água: R$300
  • Salário do funcionário: R$2.000
  • Matéria-prima (tecidos, tinta, linha de costura etc): R$5.500
  • Depreciação (máquinas que dão defeito pelo uso ou ferramentas que se desgastam e precisam ser trocadas): R$400

Separe os custos diretos

Muito bem. Da sua lista de custos, quantos são diretos? Lembre-se da melhor forma de fazer essa diferenciação: os custos diretos sempre vão aumentar ou diminuir proporcionalmente à quantidade de camisas que você produzir.

No nosso exemplo, são estes:

  • Matéria-prima: R$5.500
  • Conta de luz (quanto mais tempo as máquinas ficarem ligadas, maior a sua produção e maior a conta de luz, por isso esse custo é direto): R$1.000
  • Depreciação: R$400

Custos diretos totais: R$6.900

Compare o custo direto com o preço de venda

Vamos supor que você venda 200 camisas por mês e que cada uma custe R$80. Isso significa que o seu faturamento é de R$16.000 mensais (R$80 x 200 = R$16.000).

Agora, vamos calcular a sua Margem de Contribuição. Ela é simples de calcular e é um dado muito importante para a contabilidade de custos. Sua fórmula é simples:

RECEITA – CUSTO DIRETO = MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Ou seja: R$16.000 – R$6.900 = R$9.100.

Pronto. Agora você sabe que tem uma receita mensal de R$16.000 e o seu custo direto mensal é de R$6.900. E também sabe que a sua margem de contribuição é de R$9.100.

Ou seja, você tem um faturamento maior do que o custo direto para aquele item, o que é ótimo.

Se não fosse assim, esse já seria o primeiro erro constatado na sua contabilidade de custos. Afinal, se o faturamento é baixo e o custo direto alto, significa que a sua margem de lucro é baixa. E ainda nem incluímos os custos indiretos.

É isso que vamos fazer agora:

Custo indireto, custos totais e ponto de equilíbrio

Estes são os seus custos indiretos:

  • Aluguel: R$2.000
  • Conta de água: R$300
  • Salário do funcionário: R$2.000

Custo indireto total: R$4.300.

Somando os custos diretos e indiretos você tem o seu custo total, que é de R$11.200 (R$6.900 + R$4.300 = R$11.200).

O último valor que é interessante saber é o ponto de equilíbrio. O ponto de equilíbrio é quanta mercadoria você deve vender apenas para pagar os seus custos. Ele é calculado assim:

CUSTO INDIRETO / (RECEITA – CUSTO DIRETO) x 100 = PONTO DE EQUILÍBRIO

No nosso exemplo ficaria assim:

R$4.300 / (R$16.000 – R$6.900) x 100

Uma vez que o resultado deve ser uma fração ou uma porcentagem, o valor do seu ponto de equilíbrio seria de 47,25%.

Ou seja, menos da metade das suas 200 camisas (mais precisamente 94,5 camisas ou R$7.560, se fizer questão de precisão absoluta) devem ser vendidas num mês para que você não tenha prejuízo.

Como dissemos, simplificamos ao máximo esse cálculo para que ele ficasse mais fácil de compreender.

A ideia é que você o aplique a cada um dos produtos que vende (use como custo direto apenas aquilo que é gasto para produzir cada produto) e você terá a contabilidade de custos completa da sua empresa.

Conclusão

Calculando assim, você sabe exatamente quanto cada produto representa para a sua empresa em vendas e receita. E é possível evitar aqueles itens cujo preço final é baixo se comparado com o preço de produção.

E também precificar melhor, já que agora entende o valor que deve estar embutido em cada unidade que produz.

Junte esses números durante alguns anos e você vai saber muito bem como a inflação incidiu sobre suas vendas, como o preço da matéria-prima oscilou e se isso influiu negativamente no seu preço final, ao longo do tempo.

Se for detalhista e disciplinado na sua contabilidade de custos sua empresa, ainda que pequena, vai tomar as decisões certas, usar bem os recursos e conquistar um lugar de destaque no segmento em que se insere!

Outro assunto muito importante para a saúde financeira nos negócios é o fluxo de caixa. Confira nossas dicas e veja como montar o fluxo de caixa e mantenha o controle financeiro da sua empresa!

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