Goste dele ou não, Elon Musk é um dos bilionários mais excêntricos de nossos tempos. Suas decisões financeiras e investimentos dão o que falar. Até mesmo seus próprios tweets podem levar a discussões acaloradas na internet entre grandes empresas. Com certeza, esta não é a primeira vez que Musk fez algo que nos impressionou.
Apenas três semanas depois de comprar 9,2% por cento do Twitter, o proprietário da Tesla e da Space X, assumiu toda a empresa. Uma reviravolta inesperada, já que os diretores estavam apreensivos com a compra da empresa por Elon.
“A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”
Elon Musk
Todos concordamos que a liberdade de expressão é importante. A questão é que não podemos ignorar suas inúmeras polêmicas, incluindo sua própria visão não convencional sobre a liberdade de expressão, que é considerada radical e pode levar o Twitter a ter mais discursos de ódio e notícias falsas, segundo alguns analistas.
E com certeza não podemos esquecer que nós, profissionais de marketing e donos de marcas que estão no Twitter de forma estratégica, também podemos sentir os danos das mudanças que Musk pretende fazer — na verdade, já estamos sentindo isso: depois de apenas um dia após a aquisição, usuários proeminentes na plataforma têm visto grandes oscilações em suas contagens de seguidores.
Então… o que pode realmente mudar no Twitter a partir de agora? Essa “liberdade de expressão” de Musk aumentará o discurso de ódio e a desinformação? E como isso afeta as marcas que estão no Twitter?
Vamos investigar isso a fundo.
Primeiramente, vamos relembrar o comportamento controverso de Elon Musk no Twitter
O novo dono do Twitter tem alguns antecedentes de controvérsias na plataforma. Um deles recebeu muitas críticas por compartilhar notícias falsas sobre o COVID-19 em 2020. De fato, seu polêmico tweet lhe trouxe problemas com suas próprias empresas e colegas.
Musk já reclamou das ferramentas de moderação do Twitter, embora nem mesmo suas postagens antivacinas e “piadas” de mau gosto envolvendo até Hitler não tenham sido deletadas pela plataforma. Uma vez, ele comparou o último CEO do Twitter, Parag Agrawal, a Joseph Stalin devido a essas mesmas ferramentas de moderação.
Por exemplo, em 2018, ele teve alguns problemas por fazer uma piada sobre as ações privadas da Tesla na plataforma de microblogging. Além disso, muitos de seus acionistas demonstraram desconforto por seu comportamento. E a lista continua.
Em outros cenários, o sul-africano é conhecido por suas atitudes no ambiente de trabalho. Ex-colegas o descrevem como um workaholic. Além disso, suas empresas foram processadas por seus empregados por assédio e comportamento inadequado.
Elon Musk, como um dos maiores bilionários do mundo, tem muito poder na bolsa de valores, assim como na economia internacional. Comprar a maior rede social de microblogging do mercado vai impactar a forma como nos comunicamos com nosso público.
Como marcas, teremos que estar atualizados com todas as mudanças que veremos no algoritmo e novas políticas que estão por vir.
Liberdade de expressão?
Como ouvimos repetidamente nos últimos dias, o foco principal de Musk é melhorar a liberdade de expressão no Twitter. Mas o que isso significa para o bilionário? É importante destacar que ele se autodeclarou absolutista da Liberdade de Expressão (apesar de ser duro com funcionários e críticos), então poderemos ver muito disso nos meses seguintes.
O principal problema é que a visão de liberdade de expressão compartilhada por Musk e outros “absolutistas da liberdade de expressão” é controversa e pode abrir espaço para o compartilhamento massivo de notícias falsas e discursos radicais contra minorias, por exemplo. O próprio Musk já fez publicações antivacinas no Twitter. Como um “absolutista”, o discurso de Musk parece mostrar que ser capaz de transmitir informações gratuitas é mais importante do que ter informações seguras e responsáveis.
Claro, Musk não é jornalista. Mas, como profissionais de marketing de conteúdo, a maioria de nós tem formação em jornalismo, e a regra número um de nossa profissão é: sempre verifique as informações antes de publicá-las. Por quê? Não é apenas uma questão de técnicas. Quando você tem um grande público, você tem um grande poder de divulgar notícias importantes, mas também de fazer a população entrar em pânico se você não for responsável.
Por exemplo, os principais meios de comunicação não publicam histórias suicidas. A razão é simples: há pesquisas que mostram que publicar sobre suicídios faz com que mais pessoas o cometam. O mesmo que divulgar fake news sobre vacinas, por exemplo. Você pode deixar as pessoas com medo de se proteger. Estamos falando de mortes. Qualquer um de nós tem uma enorme responsabilidade antes de clicar em qualquer botão “publicar” na internet.
Mas Musk parece não ter esse histórico e pode encontrar barreiras legais em seu caminho. O Congresso dos EUA está atualmente debatendo alguns regulamentos e leis federais para responsabilizar plataformas de mídia social e grandes empresas de tecnologia por informações compartilhadas dentro de seus domínios digitais. Se eles não tiverem uma maneira claramente definida de evitar desinformação e discurso de ódio dentro de suas plataformas, eles podem ter problemas com a lei.
Funcionários em pânico, usuários preocupados. Todos temendo o pior, mas esperando o melhor
E como a notícia foi recebida pelos funcionários do Twitter e usuários da rede social? Como tudo desde que essa história começou, de forma controversa.
Os funcionários do Twitter estão divididos. Alguns veem a propriedade de Musk como uma coisa boa para fazer algumas mudanças reais na plataforma social e “fazer as coisas”. Outros se preocupam com o que pode ser desfeito, principalmente quando se trata de conter o discurso de ódio ou conteúdo semelhante.
Logo após o bilionário comprar a plataforma social, a advogada do Twitter Vijaya Gadde convocou uma reunião virtual e acabou chorando por causa de suas preocupações sobre como a empresa poderia mudar. Adivinha o que aconteceu a seguir? Ela começou a enfrentar abusos em sua conta no Twitter.
Musk criticou publicamente o trabalho dela, mas a Justiça disse que ele está proibido de fazer postagens como essa durante o processo de aquisição do Twitter.
Momentos depois de @elonmusk< /a> criticou publicamente o trabalho da executiva de política do Twitter @vijaya, suas menções estão cheias de tweets de ódio. É assim que ele planeja administrar a empresa?
— Dave Lee (@DaveLeeFT) 26 de abril de 2022
O ex-dono do Twitter, no entanto, parece otimista com a aquisição, depois de dizer em sua conta pessoal que Elon Musk era a “solução singular em que confia”.
— jack⚡️ (@jack) April 26, 2022
O tweet, no entanto, não foi muito bem recebido pelas respostas dos usuários.
De muitas maneiras, o Twitter falhou em cumprir esses valores, pois o crescimento se tornou a força motriz de tudo após o IPO. Sem falar no estilo de gestão “Senhor das Moscas” de certas pessoas. No entanto, pessoas suficientes de fato acreditavam nesses valores a ponto de não querer que a empresa fosse totalmente para o lado do Elon. https://t.co/3vca71wZTG
— Leslie Miley (@shaft) 27 de abril de 2022
Leslie Miley, CTO da Fundação Obama, sobre o caso.
Bem, se tem uma coisa que estamos nos acostumando com essa aquisição são as polêmicas, preocupações e divisão de opiniões.
Mas, em termos práticos, o que Elon Musk realmente pretende fazer com o Twitter?
Então, o que realmente pode mudar a partir de agora?
Pelo tom de alguns discursos do novo dono do Twitter, podemos especular muitas mudanças (e ficar bastante alarmado com algumas, como mencionamos anteriormente).
Mas, na prática, existem algumas informações que já sabemos sobre possíveis mudanças futuras no Twitter, que podem afetar sua marca na rede social.
Vamos conferir algumas dessas atualizações…
Um algoritmo aberto
Para os seguidores de Musk, o algoritmo deveria ser mais aberto. A hipótese é lutar contra a manipulação e a propaganda massiva. Além disso, essa iniciativa permitiria que os usuários soubessem se seu conteúdo foi rebaixado ou promovido.
Ter um algoritmo mais transparente fará com que os anunciantes repensem seu conteúdo e se concentrem mais em seus usuários. O novo desafio é entregar experiências mais imersivas e manter um ambiente seguro.
Verificação de contas reais
Outra ideia de Musk é ter uma autenticação mais alta usando nomes reais e documentação. Se isso pode soar legal para parar fraudes e robôs, alguns usuários têm motivos legítimos para permanecer anônimos.
Embora a verificação de pessoas reais possa ser uma coisa boa, a desvantagem real é a nova falta de moderação. Isso significa para os profissionais de marketing muito conteúdo sem filtros, o que dá espaço para continuar espalhando mais notícias falsas.
Devemos lembrar que o Twitter é uma das redes sociais que possui menos políticas de moderação em comparação com seus concorrentes. Então, a verificação de contas reais garante um ambiente mais seguro e livre de desinformação? Especialistas e profissionais de marketing afirmam que isso pode ser agravado com as mudanças que Elon Musk quer implementar.
E, é claro, um botão de editar
O botão de editar é uma atualização que muitos profissionais de marketing estavam esperando. No entanto, Elon Musk ainda não tem um plano completo sobre como realizar essa mudança. Temos que levar em conta que um botão de edição completa ou para deletar conteúdo pode ser usado para tirar de contexto muitas mensagens depois que elas forem retuitadas.
A edição de tweets abre espaço para a discussão do assédio online na rede, que pode ser facilmente editado após atingir o público-alvo e gerar revolta nos usuários.
Mas, fugindo desse problema, editar tweets pode ser um recurso incrível para quem cria conteúdo na rede social. Afinal, é muito fácil cometer um erro de digitação ou fazer upload de um arquivo incorreto ao lançar uma campanha.
Este ano foi marcado por muitas mudanças nas redes sociais. Enquanto algumas plataformas procuram reduzir notícias falsas e discursos de ódio, a aquisição de Elon Musk pode significar um passo atrás nesses avanços.
É importante lembrar que o fato de termos menos filtros no Twitter não tira nossa responsabilidade como marcas. Procurar a melhor forma de comunicar os nossos serviços deve ser o nosso norte. Fazendo o equilíbrio perfeito entre o que é realmente significativo para o nosso público e superando o algoritmo.
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