É engraçado como muitas pessoas ainda não aceitaram a ideia de que blogs podem ser corporativos.
E faz até um certo sentido. Porque por muito tempo eles foram uma ferramenta de comunicação de pessoas, e não de marcas, como uma espécie de diário.
Porém é importante entender as mudanças que ocorreram nesse canal e em suas plataformas, porque elas dizem muito a respeito do futuro do Marketing Digital e do Marketing de Conteúdo.
Por isso vamos trabalhar aqui com uma máquina do tempo e com duas perspectivas diferentes: uma com o olhar para o passado e como chegamos até aqui, e uma com perspectivas para o futuro, para que você comece a pensar fora da caixa e entenda se:
- Os blogs vão morrer?
- Eu devo ter um blog?
- Eu já devia ter um blog?
- Pra que raios serve isso?
- O que esperar dos blogs em 2030?
Os primeiros blogs
Coincidência ou não, o primeiro blog da internet foi criado por um brasileiro.
Em 1994, o cientista do MIT Media Lab, Claudio Pinhanez, criou um site chamado “Open Diary” — e isso explica muita coisa sobre a nossa percepção atual desse canal — com o objetivo de contar um pouco sobre a sua vida.
Com isso, o conteúdo do blog eram suas viagens, filmes… enfim, coisas que ele considerava relevantes, tornando aquela página um local para expressar sua opinião e documentar a sua vida.
No mesmo ano surgiu o Links.net, criado por um estudante americano chamado Justin Hall, que tinha basicamente o mesmo papel: falar sobre coisas do seu interesse, dos mais diversos temas. Desde dicas de HTML até músicas e conselhos sobre relacionamentos.
A partir daí outras pessoas começaram a fazer a mesma coisa: criar blogs que realmente funcionavam como diários pessoais, com os mais diversos temas e pegadas.
Blogs: diários de vários adolescentes
Depois disso, no início dos anos 2000, com a popularização da internet, especialmente pelo público mais jovem, os blogs passaram a virar uma verdadeira febre.
Como as redes sociais ainda não eram canais tão populares ainda — o My Space só foi criado em 2003, o Orkut em 2004 e o Twitter em 2006 — as pessoas usavam os blogs para contar para outras um pouco sobre suas vidas.
Especialmente no Brasil, um fenômeno tomou conta da internet: os fotologs ou flogões.
Eram blogs que funcionavam como páginas pessoais, altamente personalizáveis, especialmente para a época. E o objetivo era funcionar como um diário online onde as pessoas postavam fotos, textos, músicas… enfim, o que elas quisessem.
O mundo contra os blogs
Logo as pessoas começaram a usar os blogs com outros objetivos, bem mais profissionais: escrever sobre temas específicos, a rotina de sua área de atuação e notícias, por exemplo.
E pela facilidade e acessibilidade desse canal, cada vez mais pessoas usam os blogs como sua fonte de consumo de informações em geral.
Nesse contexto, em 2007, o jornal Estado de São Paulo chegou a fazer uma campanha contra o consumo de conteúdos em blogs.
Na época o jornal afirmava que as pessoas não sabiam quem realmente estava por trás dos blogs, e por isso deveriam tomar cuidado e não consumir qualquer tipo de conteúdo online.
Na prática, dá para entender o que realmente aconteceu: os jornais online estavam perdendo o seu espaço para outros canais que também divulgavam notícias e informações úteis para as pessoas.
Porém, muitas vezes não se tratavam de empresas de comunicação, e sim profissionais ou até mesmo pessoas normais compartilhando conhecimento.
Pouco tempo depois o próprio jornal começou a criar matérias falando sobre a tentativa dos blogs de “consolidar sua credibilidade”, trazendo a discussão para todo mundo: como acreditar em um blog.
E é claro que muitas pessoas ficaram com um pé atrás em relação a esse tipo de conteúdo, mas isso não impediu que mais e mais pessoas criasse e lessem conteúdos de blogs.
História da Internet: origem, quem inventou e tudo sobre o assunto!
Os blogs, as blogueiras e as marcas
Os blogs também começaram a ter uma outra associação: o mundo das blogueiras.
Afinal, houve uma explosão de, em geral mulheres, que começaram a usar o canal como um portal de branding pessoal, onde discutiam sobre assuntos diversos como maquiagem, saúde, beleza e outros assuntos geralmente ligados a um lifestyle.
Aliás, muitas delas nem precisavam ter um blog: um canal no Youtube ou uma página no Instagram para que elas se enquadrassem na categoria.
O curioso nessa história é que as marcas perceberam o poder e a influências que essas blogueiras tinham com o seu público-alvo, e elas passaram a ser as novas queridinhas da publicidade.
Não é incomum acompanhar uma blogueira que recebe muitos “mimos” ou que tenha se tornado a garota propaganda de uma empresa.
Os blogs corporativos como uma estratégia de marca
Talvez esse tenha sido o primeiro pulo para que muitas empresas começassem a considerar ter os seus próprios blogs. Mas não pense que tudo começou nesse momento.
O Marketing de Conteúdo já é uma estratégia bem anterior a isso — começou em 1895, quando a John Deere lançou uma revista para os seus clientes, e em 1900 com o Guia Michelim.
Porém, online, algumas empresas ainda se apegavam mais a estratégias outbound.
Só que enquanto todo mundo estava tentando simplesmente vender os seus produtos na internet, com uma enxurrada de anúncios e pop ups sem fim, os usuários estavam na internet não só para comprar, mas para consumir conteúdo de qualidade.
E, por isso, aumentava o número de Adblockers — bloqueadores de anúncios — que chegou a bater a marca de 500 milhões de downloads em 2016.
Mas os blogs corporativos, na verdade, surgiram junto com os primeiros blogs.
A pioneira foi a Microsoft que criou o Channel 9 em 2004, e logo outras grandes marcas perceberam o poder que essa ferramenta tinha.
Por exemplo a P&G, que lançou em 2008 o “BeingGirl.com”, blog voltado para sua persona adolescente, e que foi considerado 4x mais efetivo que as mídias tradicionais por uma pesquisa feita pela Foster.
Hoje, segundo a Content Trends, maior pesquisa de Marketing de Conteúdo do país, 73% das empresas já adotam Marketing de Conteúdo.
E, embora algumas empresas ainda não consigam entender a necessidade de ter um blog corporativo, é impossível negar os resultados que eles têm gerado para as marcas, inclusive para a gente.
Precisamos falar do blog post que nos deu quase 2 milhões de reais em receita
Basicamente, com um blog post publicado em dezembro de 2014, 31 meses depois, tinha nos gerado 2 milhões de reais.
Não vou me estender muito na conta, porque você pode ler o case completo aqui.
Mas basicamente, criando um conteúdo evergreen e com uma palavra-chave estratégica para o nosso mercado — Marketing Digital —, multiplicamos o lucro gerado por todos os clientes que nós temos hoje e que nos conheceram a partir desse conteúdo, e chegamos a esse número incrível!
Ou seja: nós não podemos negar o retorno que um blog corporativo pode ter para um negócio.
O futuro: o que nos espera
Porém, muitas pessoas acreditam que, em poucos anos, os blogs darão lugar a outra coisa — que ainda ninguém sabe exatamente o que é.
Mas olhando para trás e entendendo as mudanças que têm acontecido na maneira de se consumir e produzir conteúdo hoje, é possível fazer algumas estimativas que fazem total sentido.
E é muito importante que você entenda como será o futuro do seu blog.
Os consumidores também produzem conteúdo
A primeira coisa que precisamos entender é que blogs e a maioria dos canais na internet possuem uma mão dupla que a maioria das empresas ainda não sabem como aproveitar.
Se de um lado da tela você está produzindo conteúdos, do outro os seus potenciais clientes estão lendo, reagindo e respondendo com os seus próprios conteúdos — a sua marca precisa ficar atenta a isso.
E não só para responder o mais rápido possível e agradecer pelas interações, mas para agregar esse tipo de conteúdo nos seus blogs.
Hoje a Comunidade Rock Content, por exemplo, já tem um espaço para que os próprios freelancers — que são o nosso público — produza e tenha o seu conteúdo publicado no blog.
Além disso já existem marcas que possuem blogs criados pelos seus próprios fãs, falando sobre novidades da marca e experiências com os produtos.
A tendência é que cada vez mais as pessoas e as marcas usem os seus canais de comunicação de maneira integrada, de modo a não se separar o que a marca diz e o que os consumidores respondem.
Blog e site: os dois podem ser uma coisa só
A relação entre blogs e sites vai mudar.
Hoje a maioria dos blogs são parte do site ou mesmo um canal separado que leva as pessoas até o site. Porém, muitas empresas estão tornando tudo uma coisa só.
A Redbull por exemplo já faz isso a muito tempo.
Se você acessa redbull.com, você não vai encontrar, no lugar do site da marca, um portal de conteúdos relacionados ao lifestyle da marca.
Nós não estamos dizendo para que você abrir mão de um ou de outro, mas sim pensar em maneiras de integrar os dois, de modo que o seu site também seja uma fonte de conteúdo útil, e o seu blog não seja completamente à parte disso.
E, com o tempo, a tendência é que as duas plataformas acabem se tornando uma extensão mais prática um do outro.
Blog multicanal
Outro ponto importante é não limitar o seu blog ao seu blog. Isso não existe mais.
Enquanto as pessoas leem um conteúdo, elas acessam o Instagram, conversam no Whatsapp, e interagem com outras diversas plataformas e apps.
Por isso você não deve de jeito nenhum limitar o seu blog ao domínio dele, mas pensar em maneiras de levá-lo a outros canais.
A ideia não é apenas compartilhar os conteúdos em outros canais, mas proporcionar experiências diferentes de um mesmo conteúdo nos diferentes canais que as pessoas acessarem.
Não faz sentido, se os recursos são diferentes, tratar suas redes sociais como você trata o seu blog e fazer a mesma coisa com o seu email.
Até mesmo a plataforma impacta na maneira com que consumimos conteúdo — ou você usa o seu computador e o seu smartphone do mesmo jeito?
Se eles são canais diferentes e onde o consumo de conteúdo é totalmente diferente, a tendência é que cada vez mais o conteúdo criado tenha sua própria versão para cada plataforma de consumo.
Interatividade
Além disso, nós precisamos parar de encarar a produção de conteúdo online como uma maneira digital de fazer o mesmo conteúdo que seria produzido offline.
Pense em quantos recursos multimídia a internet nos fornece a tantos anos, e o quanto os nossos conteúdos ainda se parecem com páginas de revista, mas com um design melhor.
Basta pensar em um livro digital: ele é basicamente uma digitalização de um livro normal, porém que precisa de bateria.
Pensando em inteligência artificial, chatbots e nas assistentes pessoais, a ideia é que os conteúdos também acompanhem essa interseção e se tornem ainda mais imersivos e interativos, usando todos os recursos disponíveis — áudio, vídeo, big data, etc.
Automação sem perder a humanização
Mas nós nunca podemos nos esquecer, por mais clichê que possa parecer, que do outro lado da tela nós temos pessoas.
E por isso é importante sempre pensar na personalização, segmentação e pessoalidade dos nossos conteúdos, focando na experiência que o leitor terá.
Então, a automação não vem para substituir o “analógico” da criação dos seus conteúdos, mas sim como um facilitador para tornar a sua relação ainda mais pessoal com cada um dos seus usuários.
Qual o problema desse futuro?
O problema é que muitas empresas sequer tem um blog ainda, ou estão discutindo a importância do “Mobile Friendly”. Só que tudo isso já não é uma pauta, e sim um pré-requisito muito, mas muito básico.
Por isso, se você ainda tem dúvidas, leia a respeito, busque cases de sucesso — que existem aos montes — e saia da estagnação.
Sendo clichê mais uma vez, mas as novas gerações nasceram na era digital e desconhecem um jeito diferente de consumir conteúdo, que não passe pelo online. E eles são os seus potenciais clientes de amanhã.
E se você já tem um blog, chegou a hora de sair do lugar comum e pensar fora da caixa. Mas é fora da caixa mesmo!
Se desafie, teste, faça coisas novas, cometa erros e os corrija rápido o suficiente para aprender, tirar as coisas boas e testar de novo.
É um desafio diário, inclusive para nós, perder o hábito de fazer mais do mesmo, mesmo porque tem dado muito certo!
Porém, existe uma frase que é quase um mantra do nosso time: “O que te trouxe até aqui não é o que vai te levar aonde você quer chegar”. E o blogpost que nos deu 2 milhões possivelmente não vai ser o mesmo que vai nos gerar ainda mais receita em menos tempo ainda.
Se você entende isso e quer sair do lugar comum, eu te aconselho a começar falando com um de nossos consultores.
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