A presença nas redes sociais já é quase unanimidade entre as pessoas, principalmente se considerarmos o público jovem, na faixa etária de 14 aos 25. Como o volume de conteúdo e de tempo gasto pelos usuários nessas plataformas só tende a aumentar, são cada vez mais evidentes, e preocupantes, as consequências deste exposição.
O Instagram surgiu há menos de 10 anos, mas já impactou profundamente as relações interpessoais, dentro e fora da internet.
Considerando o alto volume de contas na plataforma, que em 2018 alcançou a marca de 1 bilhão de usuários ativos, e a faixa etária predominante no aplicativo, que fica entre 18 e 24 anos (75% dos usuários), é possível começar a entender o grau de relevância que a rede tem na vida dos jovens.
A plataforma, que no princípio apostava no compartilhamento de fotos como principal forma de comunicação, hoje permite que os usuários se expressem por meio dos mais diferentes formatos.
A manutenção de uma identidade virtual se tornou um grande desafio e uma cobrança para os jovens que integram a rede. Agora, além das fotos que retratam o cotidiano, também é possível utilizar os stories para registrar, ainda mais, quase todos os momentos da rotina.
Consequências que podem surgir dessa exposição em excesso (tanto de si mesmo quanto aos posts de outros usuários) comumente citadas são ansiedade, depressão e insatisfação com o corpo, fatores recorrentes não só no instagram, mas também em outras redes.
Neste conteúdo, vamos entender como o Instagram pode ser prejudicial aos usuários e o que a empresa está fazendo para contornar essa situação e minimizar danos.
A complexidade do tema
Antes de tudo é importante entender que o tema saúde mental na Era Digital é algo muito complexo e amplo. Os quadros de ansiedade, depressão e outras doenças são muito variados e é quase impossível traçar uma linha de causa e efeito direto entre Instagram e essas condições.
O intuito deste texto é, portanto, tentar entender padrões de comportamento identificados por meio de pesquisas que dizem sobre o consumo online dos jovens. Além de indicar que situações podem ser potencializadas utilizando estas plataformas.
O lado negativo do Instagram
Um estudo do RSPH (Royal Society for Public Health) buscou entender quais são as redes sociais mais prejudiciais para os usuários e em quais aspectos elas causam danos. O Instagram foi a plataforma com menor avaliação positiva, ocupando a 5ª posição.
O ranking segue a ordem de rede menos prejudicial até a mais nociva e resultou em:
- Youtube
- Snapchat
Entre os principais elementos causadores de danos foram observados a interferência na qualidade do sono, resultado de fatores que vão desde notificações de ação, que compelem o usuário a voltar ao aplicativo até o feed de rolagem infinita, que causa a sensação de conteúdo inesgotável.
Uma outra questão latente no Instagram diz respeito a insatisfação com a imagem que as pessoas têm do próprio o corpo. O grande agravante da rede é a potência que o audiovisual, o principal motor no Instagram, tem sobre a construção de um ideal de “vida perfeita”.
Esse tipo de visão da auto imagem é resultado de uma soma de elementos que não são originados dentro do Instagram.
Mas se pensarmos na infinidade de perfis de personalidades que se encaixam no biotipo desejado e de pessoas do próprio cotidiano que compartilham constantemente conteúdo que podem reforçar um certo tipo de padrão de corpo como correto e/ou mais bonito podemos entender de onde vem esse tópico relacionado a autoaceitação.
Um dado alarmante diz respeito ao fato de que 9 entre 10 mulheres não estão satisfeitas com o corpo que tem. Com a possibilidade de editar fotos e aplicar filtros, fica ainda mais difícil combater a busca por corpos inalcançáveis.
Outro fenômeno que está sendo cada vez mais discutido na Era Digital é o FOMO (Fear of Missing Out ou medo de perder algo) que denomina uma condição de ansiedade resultante da sensação de que usuário está perdendo tempo ou que deveria estar em outro local fazendo alguma atividade.
Além destes, o Bullying, que é um assunto que entrou em pauta há algum tempo, infelizmente, é um comportamento comum não só dentro do Instagram, mas em outras plataformas online.
A sensação de anonimato e segurança desses canais incita usuários mal intencionados a compartilharem constantemente mensagens desrespeitosas.
Não é preciso reforçar o quanto esse tipo de comportamento pode afetar a saúde mental dos usuários (ainda mais quando se considera a faixa etária principal dessa rede). E casos como este são muito corriqueiros. Aposto que você conhece alguém que já passou por algo do tipo, certo?
O que o Instagram está fazendo sobre isso
Apesar de ser importante reconhecer e entender quais são os pontos em que as redes sociais podem ser prejudiciais, é interessante reconhecer e olhar para os impactos positivos que esses canais podem trazer no cotidiano dos jovens.
Na mesma pesquisa que mostrou o lado sombrio da rede, também foi possível identificar alguns pontos que podem favorecer a experiência dos jovens dentro e fora do aplicativo. Inclusive servindo como forma de combater alguns dos aspectos negativos.
A possibilidade de se expressar e construir uma identidade foram pontos de destaque, uma vez que o Instagram permite que os usuários consigam retratar parte de quem eles são e compartilhar isso com outras pessoas, criando relações a partir de identificação.
Esse é um dos princípios que guiam a interação não só no Instagram, mas em outras redes sociais.
A possibilidade que mencionamos acima também está diretamente relacionado com a criação de comunidades. Desde agrupamento de pessoas que se interessam por debater determinado assunto ou tema, até a existência de perfis que se tornam referência em atualizações e informação sobre assuntos que vão de culinária até pets.
Outro fator relevante que foi destaque positivo no relatório foi a existência de suporte emocional. Apesar da existência de cyberbullying, é comum que as pessoas que compartilham situações de vulnerabilidade encontrem conforto e auxílio dentro da plataforma.
No momento em que um usuário posta sobre uma experiência de saúde mental, o alcance dessa publicação também pode surtir um efeito positivo em seus seguidores. Dividir experiências e aprendizados sobre esse tipo de questão pode influenciar quem precisa a buscar ajuda.
Esse tópico foi uma das inspirações da empresa para criar medidas que visam combater a proliferação de conteúdos nocivos.
Quais as ações do Instagram para combater os problemas
Uma das medidas mais comentadas dos últimos tempos foi o fim dos likes na plataforma. Sabemos que a rede tem um grande número de motivos para ocultar essa informação dos usuários que passam desde prejuízo com perfis que compram curtidas até questões relacionadas a saúde mental (que foram bastante frisadas pela plataforma em suas justificativas).
Seja qual forem as motivações por trás dessa ação, uma coisa é certa: ocultar os likes dificulta a comparação entre perfis. Isso pode ser um primeiro passo para aliviar a obsessão em conquistar curtidas como forma de aprovação do sucesso ou garantia de qualidade de conteúdo.
A ideia do feed perfeito já não atrai mais tanto quanto antes e a autenticidade é uma característica cada vez mais valorizada em uma plataforma que já está saturada de retratos de vidas idealizadas.
Não exibir o número de curtidas alivia, de certa forma, essa pressão de evitar compartilhamento de certos conteúdos pela possibilidade de não serem tão populares quanto uma selfie ou o retrato de uma refeição fotogênica.
Uma outra medida implantada pela rede social em 2018 foi a função que permite que o usuário saiba quanto tempo ele passou utilizando o app. Essa iniciativa busca conscientizar e dar mais poder ao usuário sobre a plataforma.
Dessa forma, é possível ajustar avisos que notificam o usuário quando exceder tempo de uso da rede (configurados por quem usa a rede).
Uma outra medida da rede que nem todos os usuários conhecem é a oferta de ajuda a usuários que buscam pelos termos “ansiedade” ou “depressão”.
No momento em que você busca algum dos termos o Instagram exibe de maneira automática a seguinte mensagem:
No momento em que usuário opta por receber apoio, a plataforma oferece três opções. A primeira é o contato com algum amigo, a segunda é falar com um voluntário de apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV — 144) e a terceira função são dicas do próprio app de como buscar ajuda.
Caminhando para um diálogo aberto
Atualmente já se fala muita mais sobre questões relacionadas a saúde mental em relação ao passado. Esse entendimento também se reflete na Era Digital que, apesar de apresentar aspectos que podem afetar diretamente o internauta, também pode ser fonte de informação e local de ajuda.
Sendo assim, é importante que essas plataformas continuem reconhecendo e se atualizando para possibilitar, cada dia mais, uma navegação sadia para seu público. As medidas que citamos são um começo de um diálogo maior que diz respeito a como a internet pode ser um lugar mais amigável e menos hostil.
Levando em consideração todas as mudanças de comportamento apresentadas na rede, influenciadores também estão buscando mudar a forma de ofertar conteúdo ao público, adaptando-se melhor aos novos interesses da audiência. Veja mais como isso tem sido feito em nosso post!
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