A inteligência emocional dos líderes está na berlinda

Empresas prezam pela inteligência emocional dos líderes para melhorar o desenvolvimento dos colaboradores

Atualizado em: 15/04/2021
A inteligência emocional dos líderes precisa de atenção

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Não importa o quão capacitado um líder seja, se ele não tem controle sobre si mesmo, autoconsciência, capacidade de gerenciar suas emoções angustiantes, empatia e relacionamentos eficazes, dificilmente estabelecerá uma carreira longa nessa posição.

Em um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico, que requer inovação, inteligência racional e instinto, a inteligência emocional dos líderes é um grande diferencial para engajar equipes e potencializar resultados em empresas.

De acordo com uma pesquisa realizada pela TalentSmart — uma das consultorias empresariais mais conceituadas do mundo — a inteligência emocional é responsável por 58% do bom desempenho de qualquer profissional. Nesse sentido, desenvolver essa capacidade se tornou uma necessidade urgente e imprescindível no ambiente dos negócios.

Inteligência emocional dos líderes pode fazer toda a diferença para empresas

O antigo escritor chinês Lao-Tsé já dizia: ‘’conhecer os outros é inteligência, conhecer a si próprio é verdadeira sabedoria. Controlar os outros é força, controlar a si próprio é verdadeiro poder’’.

Os líderes que apresentam baixa inteligência emocional, ou seja, não sabem controlar as emoções e utilizá-las ao seu favor, estão propensos a um comportamento passivo-agressivo ou ainda a assediar, gritar e culpar as outras pessoas quando algo sai errado.

Geralmente, eles levam as situações profissionais para o âmbito pessoal, não sendo capazes de seguir planos e projetos sem que isso impacte seu ego. E aí, não tem jeito — o resultado disso é aquela imagem de chefe que todo colaborador detesta e não quer ter por perto.

Desenvolver a inteligência emocional é essencial para que um líder tenha mais facilidade para estimular a colaboração de seus funcionários e mantê-los engajados em todos os seus projetos. Quando quem está no comando não consegue segurar a própria onda e reage de forma inadequada, a tendência é que os colaboradores desistam de contribuir com ideias, uma vez que têm receio de receber uma resposta desagradável.

Um estudo internacional feito pelo site PayScale em 2019 revelou que, apesar de o dinheiro ser uma questão importante, 16% das pessoas entrevistadas apontaram a infelicidade com o emprego e a empresa como motivo para pedir demissão, enquanto 14% disse que pode se demitir para buscar um trabalho que esteja alinhado com seus valores.

Ao ter um bom tato para lidar com as pessoas que estão ao seu redor e saber como explorar o melhor de si, o líder proporciona um ambiente mais seguro, permitindo que os membros da equipe se sintam mais confortáveis para expressar opiniões e assumir riscos calculados.

Com esse cenário positivo, a empresa tem meio caminho andado para alcançar suas metas, além de se transformar em um local em que os empregados têm prazer de estar, o que reduz conflitos internos e desligamentos e gera uma boa reputação no mercado.

Ainda há erros básicos sobre o entendimento acerca da inteligência emocional

Devido ao fato de ser um conceito relativamente novo, muita gente ainda entende de forma incorreta a inteligência emocional. Por exemplo, essa capacidade não diz respeito a apenas controlar as emoções, mas também a saber lidar com as emoções que vêm do outro.

Além disso, ser inteligente emocionalmente não significa ser uma pessoa de aço, que não se abala e não sente nada, visto que consiste em manter a calma para agir de maneira racional. Um líder pode se estressar quando algo não sai como o esperado, mas será que soltar a fúria em cima dos liderados é a melhor alterativa para reverter o quadro desfavorável? Se quem está no comando souber buscar o melhor dentro dessa frustração, certamente os resultados serão mais interessantes.

O que é inteligência emocional de fato?

Esse conceito começou a se popularizar nas empresas nos anos 1990, quando os estudiosos Salovey e Mayer definiram a inteligência emocional como uma coleção de habilidades que são usadas para identificação, compreensão, controle e avaliação das emoções de si e dos outros.

Normalmente, aqueles que desenvolvem essa capacidade em níveis mais avançados sabem bem o que estão sentindo, qual é o significado das suas emoções e como elas podem afetar as demais pessoas.

Segundo Daniel Goleman, um psicólogo dos Estados Unidos que ajudou a popularizar a ideia de inteligência emocional, o conceito é composto por cinco elementos chave.

Autoconsciência

Alguém que é consciente de si mesmo sempre saberá como se sente e como suas emoções e ações podem impactar os indivíduos que fazem parte do seu círculo de relacionamentos. Manter a consciência de si próprio quando se ocupa um cargo de liderança também implica avaliar claramente quais são seus pontos fracos e fortes e comportar-se de forma humilde.

Diante de uma situação de raiva ou emoções fortes, é importante desacelerar e entender qual é o motivo disso. Há que se ter em mente que, independentemente da circunstância, é possível escolher como reagir.

Outro aspecto necessário é praticar a calma. Em meio a um cenário desafiador, vale mais a pena buscar uma solução do que sair gritando com todo mundo.

Autorregulação

Líderes que são inteligentes emocionalmente conseguem se autorregular e, dificilmente, cometem ataques verbais aos outros nem tomam decisões equivocadas no calor do momento, comprometendo valores ou estereotipando pessoas.

Autorregular-se nada mais é do que manter o controle, o que também exige ter flexibilidade e compromisso em agir como um líder com responsabilidade pessoal.

Assim sendo, a melhor forma de melhorar a autorregulação é ser responsável, deixando de culpar os outros pelo que dá errado. Faz parte desse processo admitir erros e enfrentar as consequências da melhor forma possível.

Motivação

Sem motivação, é difícil até mesmo sair de casa para encarar mais um dia de trabalho. Isso porque ela é a capacidade de uma pessoa orientar sua energia para conquistar metas e objetivos.

Deixar que as emoções negativas tomem conta impede as pessoas de conseguirem atingir seu máximo potencial no que tange à automotivação para que seja viável concretizar as intenções propostas todos os dias no ambiente de trabalho.

Quem tem uma educação emocional positiva apresenta mais facilidade para afastar os sentimentos negativos, evitando que eles atrapalhem seu desempenho e evolução profissional. Isso faz com que haja espaço apenas para a motivação, que é o combustível para seguir em frente e aperfeiçoar a inteligência emocional.

Empatia

Esse, sem dúvidas, é um dos elementos mais importantes para um líder que almeja ser bem-sucedido. É, claro, o chefe também sofre pressões e precisa entregar resultados, mas, quando ele faz isso sem a menor empatia, a chance de ser odiado pela equipe é muito grande.

Para ganhar o respeito e a lealdade do time, é substancial mostrar interesse em ser empático, ou seja, estar disposto a colocar-se no lugar do outro. Muitas vezes é fácil apoiar seu ponto de vista, já que ele é seu. Contudo, no papel de líder, é preciso observar as circunstâncias pelas perspectivas dos colaboradores.

Habilidades sociais

Infelizmente, por estar em uma posição superior, muitos líderes não veem o menor problema em chegar carrancudos na empresa, bater a porta da sala e apenas desferir ordens sem se comunicar de forma eficiente com os funcionários.

Invariavelmente, líderes que apresentam habilidades sociais são excelentes comunicadores. Eles se mostram abertos a receber as boas e as más notícias e não medem esforço para persuadir a sua equipe a apoiá-lo em uma nova missão, além de gerenciarem mudanças e resolverem conflitos de maneira empática e diplomática.

Relação entre o time tende a melhorar com evolução da inteligência emocional dos líderes

No livro Inteligência Emocional, que se tornou um best-seller, Daniel Goleman aponta que, com a ajuda da inteligência emocional, os líderes podem estabelecer relações mais saudáveis e estratégicas com os colaboradores, o que influencia, e muito, para que a organização obtenha resultados positivos. 

Profissionais estimulados, que sabem que estão sendo corretamente assistidos e valorizados no ambiente de trabalho, podem executar seus projetos de forma notável, impulsionando o negócio em relação aos demais do mesmo segmento.

Na atualidade, a inteligência emocional é vista como uma condição crucial para planejar atividades empresariais em se tratando de liderança, organização e gestão, visto que somente a partir dela é que os funcionários que compõem a empresa poderão trabalhar cada vez melhor em equipe. Entendendo a si próprio e os colegas, o líder age com empatia, motivando o time constantemente no alcance de resultados incríveis.

Como buscar esse tipo de desenvolvimento

Antes de qualquer coisa, os líderes precisam reconhecer como eles são percebidos por seus colaboradores. As mudanças comportamentais acontecem depois da determinação de um plano de aprendizagem autodirigido, bem como a concessão de permissão para um associado de maneira que traga confiança.

Trabalhar os cinco elementos da inteligência emocional faz com que o líder engaje de forma diferenciada e com maior assertividade. Sem falar que ele passa a receber feedbacks positivos dos colegas, pois age com complacência e empatia.

A construção de um relacionamento com a equipe alicerçado na empatia e no reconhecimento é indispensável para uma jornada de sucesso. Para motivar os profissionais, é necessário estar bem consigo mesmo. Do contrário, os sentimentos ruins e impulsivos acabam atrapalhando as relações e comprometendo o bom andamento das atividades da empresa.

Para ter um desempenho de excelência enquanto líder, é necessário participar frequentemente de treinamentos e técnicas que compreendem o CIEPP coaching, a psicologia positiva e a inteligência emocional. Afinal, os líderes devem saber como tratar consigo mesmo, com os demais, e influenciar de forma direta e indireta quem está ao seu lado, visando fazer a diferença pelos lugares por onde passa.

O CIEPP auxilia a completar o desenvolvimento do líder de maneira global, enquanto a psicologia positiva traz respostas eficazes e explica a importância de ver os fatos com positividade, identificando os pontos de aprendizagem. No desenvolvimento da inteligência emocional, aprendem-se conceitos da psicologia para racionalizar os fatos, e técnicas de coaching para unir os conceitos citados anteriormente e usá-los sistematicamente, gerando técnicas e ferramentas que corroborem para a sua vivificação. 

‘’As nuvens são como chefes… quando desaparecem, o dia fica lindo’’. Essa velha piada quase sempre está relacionada a líderes que são detestados na empresa porque, muitas vezes, agem de um jeito destrutivo e nem um pouco estimulante perante os colaboradores. O desenvolvimento da inteligência emocional dos líderes é capaz de eliminar a ideia de ‘’chefe insuportável’’ e impulsionar a performance dos negócios. 

O investimento em pessoas é a melhor forma de projetar empresas rumo ao sucesso. Os líderes, assim como os colaboradores, são agentes da inovação que podem fazer a diferença nas organizações.

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