Liderança autocrática: quais as características e quando utilizar

Liderar uma equipe é uma das habilidades mais importantes em uma empresa, mas também das mais difíceis. Um bom líder é capaz de conduzir e motivar os colaboradores, tornando os objetivos estratégicos mais alcançáveis. A liderança autocrática é um dos vários estilos possíveis de ser praticado, a depender de fatores, como a maturidade do grupo.

Assim, apesar de o termo soar negativo, a princípio, é importante ressaltar que, assim como todos os outros estilos, a autocracia tem algumas vantagens.

Por exemplo, imagine que tenham entrado novos funcionários, sem experiência anterior, na agência e todos tenham sido alocados ao seu projeto. Você sentiria segurança de deixar tudo na mão deles?

Bem, estamos falando de prazos, entregas de qualidade e clientes exigentes. Possivelmente, sua resposta tenha sido ‘não’.

Nesse caso, você daria preferência por coordenar todos os processos, de forma mais centralizada, certo? Com isso, começamos a perceber que a liderança autocrática nem sempre resulta em consequências negativas. 

Preparamos este texto, com diversas informações de indispensável conhecimento para todo gestor. É só continuar a leitura!

O que é a liderança autocrática?

A liderança autocrática é uma das várias posturas que um líder pode assumir. Nesse estilo, ele centraliza todas as decisões, não deixando que outros membros da equipe exerçam influência na ação.

Essa unificação de escolhas tende a dar ao líder bastante poder. Nesse sentido, ele pode ser visto como alguém opressor, causando medo nos colaboradores. 

Contudo, é importante esclarecer que é possível praticar esse tipo de liderança e, ao mesmo tempo, não causar uma sensação tão negativa. Para isso, comportamentos como o reconhecimento do sucesso, o cumprimento das promessas e a clareza nas regras podem conquistar a confiança e a estima da equipe.

Quais são as principais características de um líder autocrático?

Para compreender se esse formato de gerenciamento de equipes é adequado para o seu dia a dia, organizamos quais são as principais peculiaridades relacionadas a tal tipo de liderança. Siga em frente e confira!

Centralização do poder da decisão

Como falamos, o líder toma todas as decisões sozinho, sem consultar a equipe. Isso significa que agirá assim, ainda que as situações tenham ocorrido longe dos seus olhos.

Tal comportamento limita as possibilidades de os colaboradores oferecerem sua opinião quanto às soluções que podem ser desenvolvidas e unifica no indivíduo todo o poder de decisão, usando apenas o seu próprio julgamento e ponto de vista.

Sem participação dos subordinados

Os colaboradores não dão opinião a respeito de projetos, até porque o líder não considera interessante saber disso. Isso pode parecer uma postura rígida demais para um bom ambiente de trabalho, mas esse limite de participação pode contribuir para que cada um mantenha o foco em sua área de competência.

Isso significa que os colaboradores se concentram mais em suas funções e não oferecem seu ponto de vista sobre situações sobre as quais não têm expertise. Por meio dessa abordagem, é possível contar com uma equipe mais objetiva e com colaboradores que respeitam os limites de suas atribuições.

Menos delegação de tarefas importantes

Você, provavelmente, já participou de uma reunião que serviu apenas para marcar outra reunião, certo? Nos modelos de gestão em que o processo de decisão é descentralizado, é normal haver demora e incerteza quanto aos próximos passos. Isso faz com que a equipe siga entre diversos encontros sem conseguir definir nada.

Já na abordagem autocrática, por não haver descentralização de decisão, as tarefas importantes também não são delegadas, ficando todas com o líder. Assim, não há demoras quanto às decisões e cada membro do time está focado em cumprir a sua parte dentro desse planejamento.

Maior responsabilização do líder

Ao centralizar em si mesmo todas as etapas importantes do trabalho, o líder se defronta com um grande peso de responsabilidade. Por isso, vale a pena fazer escolhas cuidadosas quanto aos indivíduos que devem assumir essa posição. 

Afinal de contas, cabe a ele todas as responsabilidades, o que tende a exigir mais dedicação de tempo e competência nas suas atribuições.

Qual a diferença entre líder e chefe?

Você sabia que os conceitos de líder e chefe não são equivalentes? Existem características e modos de agir que podem diferenciar esses termos. Por exemplo, a figura do chefe é atrelada ao dono da empresa, que apresenta postura autoritária.

Nesse sentido, ele não tem nenhuma preocupação se o seu time de funcionários está bem, costuma aproveitar do poder que tem, não ouve a opinião de ninguém e entende que está sempre com a razão. Assim, esse indivíduo não é bem-visto e, normalmente, não conta com uma equipe muito engajada.

Já um líder é mais carismático, consegue cativar os que estão a sua volta e extrair o que há de melhor dos que trabalham com ele. Seu estilo é de educar pelo exemplo, e, por isso, conta com o apoio e a dedicação de todos os colaboradores.

Para exercer esse papel, é importante que você se preocupe com o avanço dos membros do seu time. Além disso, compreenda que não sabe tudo e que os funcionários podem auxiliar no crescimento da empresa e ajudar no desempenho de seu trabalho, e sempre reconhecer e encorajar cada uma das pessoas ao seu redor.

Quando ser um líder autocrático?

Como ilustramos na introdução, um líder autocrático se dá muito bem com equipes mais imaturas, ou seja, sem muita experiência de trabalho e com insegurança na execução de tarefas. Em atividades ambíguas, por exemplo, ele esclarece regras e procedimentos.

Isso é importante, porque tais pessoas precisam de alguém que diga passo a passo o que deve ser feito e tome as decisões por elas.

Quais as vantagens da liderança autocrática?

A ideia de uma pessoa autocrática, responsável por todas as decisões, parece desanimador para alguns. Contudo, assim como os outros estilos de liderança, ela tem seu lado positivo!

Decisões rápidas

Como as decisões são tomadas apenas pelo líder, sem necessidade de consultar a equipe, ou de fazer reuniões com o intuito de se chegar a um consenso, o processo ocorre de forma mais rápida.

Raciocínio rápido e processual

Algumas organizações necessitam de decisões cujo raciocínio seja mais rápido, como as das áreas da saúde, pois, caso contrário, riscos e acidentes são piores. Assim, ter uma única pessoa no comando é sinal de ponderações velozes e mais lógicas.

Alívio em situações de estresse

Situações que geram muito estresse demandam decisões de cunho mais racional e menos emocional. O líder autocrático, geralmente, tem habilidade de avaliar cada caso e escolher, usando o bom senso. Nesses contextos, depender de toda a equipe pode gerar um caos.

Aumento da qualificação

No sistema autocrático, é costume haver maior uniformização de tarefas, aumentando o grau de especialidade e qualificação de cada subordinado. Isso pode ser positivo, já que leva ao aumento do controle das tarefas e há menores despesas com treinamento.

Melhor performance em equipes inexperientes

Colaboradores inexperientes apresentam um desempenho mais alto estando sob o comando de um líder autocrático.

Quais as desvantagens da liderança autocrática?

Por outro lado, existem alguns perigos aos quais o gestor deve estar atento!

Criação de conflitos

Um líder autocrático, algumas vezes, pode ser visto como um ditador, fazendo os subordinados se ressentirem por não terem suas opiniões acatadas. Se isso levar à desmotivação, a consequência tende a ser a queda no desempenho.

Desvalorização dos subordinados

A liderança autocrática desvaloriza a equipe, fazendo com que se sintam sem significância para a empresa. A tendência é uma rotatividade mais alta, o que pode atrapalhar o desempenho geral.

Dependência do líder

Também podemos mencionar o fato de a equipe depender muito do líder, para qualquer decisão relativa ao projeto. Na falta dele, a produção tende a ficar comprometida, pois as pessoas se acostumaram a não ter proatividade.

Menor criatividade

Como tem apenas uma pessoa pensando e fazendo as escolhas, os processos tendem a ser mais padronizados. Há falta de inovação, prejudicando a criatividade. Com isso, há o risco de a empresa ficar inerte frente às mudanças ambientais.

Queda da produtividade 

Com o poder centralizado a uma pessoa, que precisará orientar todos os processos e fazer as decisões, ela acumula tarefas. A consequência é a exaustão e a queda na produtividade não só dela, mas de todo o grupo, que precisa aguardar o aval do líder para dar curso a cada etapa do projeto.

Como a liderança autocrática pode ser exercida?

Existem alguns exemplos sobre como um líder autocrático desempenha o seu papel. Ele pode estabelecer quais são os horários que seus liderados devem entrar e sair de suas funções. A partir dessa definição, os colaboradores precisam seguir as ordens dadas.

Outro exemplo de liderança autocrática é pelo conhecimento. Por exemplo, imagine que você disponha de conteúdos mais técnicos, que os seus subordinados não dominem. Assim, é razoável que não busque opiniões sobre o assunto com funcionários que não tenham conhecimento para ajudar.

Portanto, existem situações em que a liderança autocrática pode fazer sentido, já em outras, é possível haver meios mais apropriados para comandar a equipe e obter o potencial máximo dos funcionários.

Quais são os outros tipos de liderança?

Além da liderança autocrática, há outros meios de exercer comando na empresa. Assim, para entender melhor qual é o mais propício a ser adotado, vale a pena conhecer todos eles, não é mesmo? Veja mais sobre cada um deles e defina qual faz sentido para você!

Líder democrático

Uma liderança democrática incentiva a participação de toda a equipe para o bem da empresa. Assim, esse tipo de líder gosta de receber sugestões de todos os que participam e oferece estímulos para isso acontecer.

Outro ponto marcante desse estilo é a preocupação com o bem-estar e com a satisfação que os colaboradores apresentam. Dessa forma, consegue-se ter maior interação com os funcionários, aumenta-se a motivação dos mesmos e todos se sentem parte do crescimento da empresa.

Porém, ao adotar esse tipo de liderança, esteja ciente que alguns problemas podem surgir. Por exemplo, as tomadas de decisões podem ocorrer mais devagar. Se a equipe não tiver uma boa maturidade, é possível que não funcione e é possível perder o controle de algumas tarefas.

Líder liberal

Se você deseja um estilo de liderança que delega mais tarefas, essa pode ser a solução. Isso pode acontecer caso você conte com uma equipe bem madura e que saiba assumir as responsabilidades.

Se você tiver um time com essas características e optar por ser um líder liberal, você consegue maior participação de todos em boas tomadas de decisões, aumenta a motivação dos funcionários, diminui toda a parte burocrática e ainda consegue focar estratégias para melhorar a empresa.

Tem um porém. Se os seus liderados não apresentarem maturidade o suficiente, isso pode gerar prejuízos. Por exemplo, sem ninguém os cobrando, a produtividade pode diminuir, eles podem se sentir desorientados ou perder o respeito pela figura do líder.

Líder situacional

Esse modelo é recomendado para empresas que atuam em setores dinâmicos, ou seja, que mudam a todo instante. Escritórios de investimentos que operam no mercado de ações, por exemplo, precisam de líderes capazes de agir de modo correto em diversos cenários. 

A liderança situacional serve exatamente para esse tipo de atividade. Isso significa que o líder se adapta conforme as circunstâncias exigem, migrando entre um comportamento mais flexível e outro com mais autoridade, alinhando com as necessidades de cada situação.

Líder coach

A liderança desenvolvida com base em coaches está associada ao desenvolvimento do potencial de cada membro da equipe. Os líderes com essa atribuição estão focados em identificar as competências, habilidades e conhecimentos dos membros do time e instigar o seu desenvolvimento.

Tal liderança é eficiente em ambientes de trabalho com um time engajado e realmente interessado em se desenvolver com a corporação. Como é um formato que oferece mais liberdade, também pode gerar margem para indivíduos sem motivação entregarem um trabalho ruim.

Com isso, podemos concluir que o ideal é a liderança autocrática ser usada não de forma preponderante, mas sim situacional, de acordo com as demandas do cenário e necessidades da equipe.

Ao mesmo tempo, essa pessoa precisa ser motivada e sensível o suficiente, para conseguir guiar os subordinados e perceber o momento certo de mudar de postura.

Gostou do artigo? Então, que tal conferir, no próximo artigo, quais as características fundamentais de um bom gestor?