Na Rock Content desde 2014, Luiza Drubscky é uma das colaboradoras com mais tempo de casa da maior empresa de Marketing de Conteúdo da América Latina. Aos 25 anos de idade, ela já passou por três times na companhia. Sua carreira como Rocker começou na equipe de Customer Success, seguiu para Planejamento e chegou ao Marketing.
Nesse último time, ela esteve à frente da Rock University e ajudou a desenvolver a nova plataforma de cursos da empresa. Para 2020, Luiza buscará outros desafios, dessa vez no time de Produto.
Ela vai compor um equipe de três pessoas responsáveis por desenvolver uma novidade, por enquanto sigilosa, da Rock Content. Para isso, ela tomou a decisão de deixar o posto de Gerente de Marketing B2C, em que atuou por mais de um ano, e decidiu encarar o dia a dia de uma Gestora de Produto.
Na entrevista concedida ao blog Inteligência Corporativa, Drubscky, como é conhecida no ambiente de trabalho, conta um pouco da sua história como Gerente da Rock Content e o que a motivou a mudar de rumo. Ela fala sobre como a liderança ganhou forma em sua vida profissional e o que espera dessa guinada para o time de Produto.
Qual o primeiro grande desafio como Gerente de Marketing que você se lembra? E como o superou?
Acredito que o maior desafio associado à liderança, para mim, foi o de entender que a minha visão sobre como as coisas deveriam ser feitas não necessariamente deveria ser a única.
Foi compreender até que ponto dar um feedback de correção, ou reajuste, não cruzava a linha do que é minha opinião, ou do que é a minha experiência de que aquele seria o melhor jeito de fazer determinada coisa. O desafio foi justamente essa separação entre as minhas crenças e aquilo que eu realmente acredito ser o melhor caminho para o time seguir.
Para superá-lo, tive que passar por situações que exigiram muito disso, me deparando frequentemente com a dúvida de que “será que sou eu ou será que a pessoa não está entendendo muito bem o que quero dizer?”.
Ao mesmo tempo, contei também com dois pontos que me ajudaram: uma liderança acima de mim, que soube me direcionar, e um time que soube também ser maduro.
As pessoas da minha equipe da Rock University, um dos braços do Marketing, e de outras que gerenciei, sempre se sentiram confortáveis em dizer que algumas das coisas que eu falava eram pelo meu jeito de pensar. Ao mesmo tempo, elas me explicavam como viam determinada situação e pediam para tentar de outra maneira, sem nenhum confronto ou tom de briga. Quem foi liderado por mim sempre soube se posicionar.
Como você analisa o seu primeiro ano como gerente na Rock Content?
Vejo o meu primeiro ano como gerente como algo muito experimental. Foi um momento que, querendo ou não, eu ainda era inexperiente, porque sou muito jovem.
Ter essa oportunidade de ser líder ainda muito jovem com uma carreira relativamente curta, fez eu perceber que minha personalidade profissional ainda estava em construção. Mesmo sem considerar apenas aspectos de liderança, mas também em outros. Por isso, acredito que foi um ano de eu me descobrir enquanto profissional e, ao mesmo tempo, como líder.
Hoje, vejo que eu tinha um certo grau de insegurança. Me sentia insegura para tomar certas decisões, ou de dar um feedback construtivo, mais direto, para algum liderado, por exemplo.
Eu ficava muito hesitante de ter que enfrentar essas e outras situações parecidas. Não sabia muito onde estava pisando. Hoje, no entanto, vejo que tenho um pouco mais de segurança. Olho para trás e sou capaz dar valor às coisas que consegui fazer.
Nesse último ano como gerente, o que te desafiou? Quais experiências foram além desse amadurecimento como profissional e líder?
Tenho uma divisão muito clara desses dois anos na minha mente. É até engraçado, parece que esse primeiro ano foi muito de liderança, mas, em relação minha para com os meus liderados, no sentido de me portar enquanto líder.
Esse último ano, porém, foi mais voltado para aplicar uma visão estratégica. A parte da estratégia e desenvolvimento gerencial do cargo de gerente, no sentido de gestão financeira, organizacional dentro da empresa.
Tive que desenvolver habilidades para entender como o time do Marketing como um todo se comporta, o que pode ser delegado para essas pessoas e o que o Marketing precisa exigir de outros times da empresa.
Nesse meu último ano como Gerente de Marketing, o time expandiu um pouco mais a atuação dentro da organização e, até mesmo, para fora dela. Então, foi um tempo em que eu desenvolvi uma visão mais focada em negócios, enquanto no primeiro ano aprimorei o conceito da liderança para minha vida profissional.
Você fez um Curso de Gestão de Projetos no começo desse ano. Como ele te ajudou?
O curso me ajudou muito a entender processos e formas de atuação. Normalmente sou uma pessoa com a energia muito alta e que empolga com projetos. Se alguém vem com uma ideia muito legal, vou ficar extremamente empolgada.
Vou começar a pensar muito no projeto e aplicar muita energia nele. A questão é que, desse modo, corro o risco de deixar um pouco de lado as coisas que já estavam em andamento, ou errar na falta de priorização. Isso é uma falha minha que já identifiquei e tenho trabalhado para melhorar.
Esse Curso de Gestão ainda tem auxiliado nesse autoconhecimento. Agora, quando surge algo novo, já sei me realocar para organizar a minha linha de prioridade.
Eu posso, gosto e consigo fazer várias coisas ao mesmo tempo, só preciso ter clareza de quais são todos esses deveres que preciso priorizar. Em um cargo de liderança, normalmente não é você que está na parte operacional. Hoje tenho total entendimento de que o líder precisa controlar, garantir que está todo mundo fazendo cada um a sua parte.
Como a liderança acima de você e o seu time te ajudaram nesses desafios do segundo ano?
Nesse ano eu tive uma troca de liderança, ou seja, foi ainda outro aprendizado. O meu líder direto foi uma pessoa nova, então, isso serviu de complemento, porque é uma visão diferente.
Pessoas diferentes contribuem de maneiras diferentes.
Então, o que consegui absorver muito, no caso do [Vitor] Peçanha, foi exatamente a necessidade que vi naquele momento, porque ele já tem muita experiência nessa questão de gestão de negócios, budget, previsão financeira, contratação e tudo mais.
Essa parte eu consegui aprender bastante com ele. A liderança dele me ajudou muito porque ele pôde me oferecer justamente o que mais precisava.
Já na minha equipe, esse ano lidei com pessoas mais velhas e mais maduras profissionalmente também, isso facilitou bastante o meu dia a dia, uma vez que não mudei o meu foco, mas comecei a me dedicar mais a outras coisas, que não envolvem necessariamente a minha relação com os liderados.
Você está em um momento de mudança na carreira em que fará parte do time de Produto da Rock Content e não mais atuará como líder. O que te motivou a fazer essa mudança?
O que me motivou a ir para o time de Produto, prioritariamente, foi o meu gosto em trabalhar por projetos e de construir coisas novas. Conversei muito com o Peçanha até chegar nesse rearranjo da minha vida profissional.
Meus projetos, tanto na Rock quanto fora, sempre foram pautados pela minha vontade de construir — independentemente do que for. Fiz isso várias vezes durante meus anos de Rock, em todos os departamentos em que passei.
Tenho uma visão muito clara de que consegui ajudar a equipe da Rock University a fazer isso esse ano. Ficou óbvio para mim esse papel que eu tinha na Universidade da Rock do ponto de vista de desenvolver um produto.
Como a empresa quer ser uma companhia de múltiplos produtos, e esse foi o foco de 2019 e será o de 2020, esta demanda chegou até mim: “você gostaria de se envolver no desenvolvimento de novos softwares, novas tecnologias?”. Eu topei imediatamente.
Tomei essa decisão pensando exclusivamente em mim, no que eu gosto de fazer. Não que não goste de ser líder, eu adoro, mas o que mais me empolga é botar a minha mão na massa, construir coisas.
Pelas conversas que eu já tive com outras pessoas na empresa, posso voltar a ser líder, porque a estrutura desse novo time de Produto, para onde estou indo, ainda está um pouco nublada, sem determinações.
Uma vez que comecemos a organizar a casa, colocar mais gente para pensar nesses novos produtos, a tendência é que o time se desenvolva. Eu não vejo isso como um problema, não é como se tivesse me cansado de ser líder agora, é apenas a situação do momento.
Não vejo essa minha mudança como o fim de uma missão. Vejo como uma mudança para que possa ajudar a Rock com o que ela precisa de mim agora.
O que espera do relacionamento com o novo time? São pessoas que você já conhece, colaboradores novos?
Por enquanto, sei que eu vou ter uma chefe e um par, isso é o que já tem pré-determinado nessa equipe nova. Sei também que são duas pessoas que já têm bastante experiência de mercado. Como eu já tenho bastante experiência como Rocker, até mesmo sobre gestão de produto e de projetos, acredito que será uma boa junção.
Eles poderão contribuir demais com a gestão de produto porque ambos têm experiência nessa questão. Sabendo o que eu já sei, acredito que eles poderão me ajudar muito com conhecimentos que, até então, para mim, são muito empíricos.
Fui desenvolvendo e descobrindo muita coisa à medida que a roda girava e acredito que posso contar com os dois para mostrarem como os processos realmente devem ser. Muito do que aconteceu comigo enquanto eu ajudava a desenvolver a nova Rock University pode ter sido algum ponto fora da curva, então imagino que agora terei mais capacidade de enxergar o processo de gestão de produtos como um todo.
O que você espera aprender nessa parte mais técnica da gestão de produtos?
Para ser sincera, tenho pouca experiência com essa parte de gestão de produtos. A minha experiência com a Rock University este ano foi a única que tive próxima a isso.
Digo isso porque a Universidade não é pensada como um produto tão independente, ela é um braço do Marketing. Então, foi uma experiência que considero quase como um estágio nessa disciplina específica de Gestão de Produto.
Também tenho estudado bastante desde que fiquei sabendo da mudança e tenho buscado muito esse conhecimento técnico da área: o que significa ser uma gestora um produto, o que é requerido para esse cargo, se é ou não necessário programar, se é preciso ou não saber sobre design, como é a rotina e tudo o mais.
Da sua experiência como Gerente de Marketing, quais lições acredita que poderá aplicar no seu cargo dentro do time de Produto?
Acredito muito que essa parte de Gestão de Projetos que desenvolvi na liderança vai me ajudar com Gestão de Produtos também. Pelo que tenho estudado, o Gestor de Produto é uma pessoa que está na interseção central de um Diagrama de Venn quando pensamos que as outras áreas dizem respeito à design, tecnologia e usabilidade.
É claro que isso varia entre empresas e mercados, mas, de um modo geral, há um consenso em torno dessas três áreas de abrangência. Dessa forma, vou precisar contar bastante com a colaboração de equipe.
Já a questão da Gestão de Projetos, organizar o que é tarefa de cada um, o que cada colaborador tem que contribuir para que tenhamos um todo, isso acredito que terá bastante similaridade com o que eu fazia no Marketing.
Sei que esse novo produto da Rock Content que você vai ajudar a desenvolver é confidencial, mas o que já pode nos contar sobre ele?
De modo geral, a Rock Content tem investido muito na sua missão de transformar os nossos clientes em Rockstars.
Não posso falar sobre o que é o novo produto, mas o que posso afirmar é que a Rock sempre está procurando desenvolver soluções que ajudarão os nossos colaboradores auxiliarem os clientes.
O novo produto é basicamente mais uma forma que criaremos para amparar a nossa persona, que é o Analista/o Gerente de Marketing a conseguir realizar mais tarefas estratégicas em Marketing Digital.
Qual conselho você daria para gerentes que lutam internamente entre perseguir o que gostam e continuar confortáveis em um cargo de liderança?
Muitas vezes, a gente, enquanto Gerente, se perde ou foca mais no desenvolvimento da equipe em função do desenvolvimento próprio. Você cresce como consequência do crescimento da equipe, o que é legal e funciona para muita gente.
Eu acredito que como gestor é importante que você pense realmente em como as pessoas da sua equipe estão, para onde elas estão indo, o que querem fazer, se estão confortáveis fazendo o trabalho atual e se isso se encaixa com a visão que você recebe da diretoria da empresa.
Nesse microuniverso que é o seu time, você é o porta-voz da visão, então o meu conselho é ficar atento também ao seu crescimento pessoal. É importante entender se o seu desenvolvimento como consequência do desenvolvimento do seu time é suficiente para você.
Ainda não sei como será a Gestão de Produto, mas agarrei essa oportunidade porque em um ambiente de startup, a gente sempre é muito motivado a esses testes e estou super empolgada.
Meu conselho para todo gestor é que ele não pode esquecer de também se mapear enquanto pessoa. Procurar saber o que o motiva, o que o impulsiona a crescer.
Nossa seção de Entrevistas traz o que alguns nomes do mercado digital pensam sobre marketing, gestão e outros assuntos. Explore-a e descubra.
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