Obsolescência programada o que é e como ela impacta o seu mercado?

Obsolescência programada é o fenômeno observado em produtos que apresentam um ciclo de vida útil menor do que a esperada para a sua especificação. Nesses casos, as empresas lançam itens que serão rapidamente descartados para forçar os consumidores a realizar novas compras.

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Muitos já ouviram falar, por pessoas mais velhas, que os objetos costumavam ter durabilidade muito maior antigamente. A obsolescência programada tem muito a ver com isso. 

Provavelmente eles já viviam em uma época em que a obsolescência programada já existia, mas não de forma tão forte quanto atualmente. O consumismo sem freio está tornando a obsolescência programada cada vez mais forte e o ciclo de vida útil dos objetos parece cair mais a cada geração de novos lançamentos.

Por outro lado, a própria obsolescência programada está aumentando o consumismo, resultando em um ciclo vicioso que parece não ter fim. Felizmente, pessoas que não concordam com essa prática se reuniram e algumas iniciativas já estão sendo tomadas para evitar a prática.

Conheça mais sobre a obsolescência programada, percorrendo os pontos:

Boa leitura!

 

O que é obsolescência programada?

A obsolescência programada é a ação deliberada de criar, produzir e ofertar ao mercado um produto que tem um ciclo de vida útil menor do que poderia ter, no intuito de forçar os consumidores a estarem sempre adquirindo novos produtos.

Esses produtos poderiam muito bem ainda serem utilizados por alguns meses ou por alguns anos, mas, por interferência dos fabricantes, param de funcionar antes do prazo que seria considerado normal para a vida útil.

É como se eles se tornassem descartáveis, o que não é verdade. Muito pelo contrário, pois são aparelhos que muitas vezes, por serem eletrônicos, têm tecnologias armazenadas em seus hardwares e, portanto, são poluentes se armazenados de maneira inadequada.

Como é possível que antigamente os produtos duravam mais, enquanto hoje parecem ser cada vez mais frágeis?

A transformação digital, que procura usar a tecnologia para melhorar o desempenho e o alcance para garantir resultados melhores, parece em nada intervir nessa tarefa, pois ao fabricar produtos com novas tecnologias, acabam tornando os de gerações anteriores ultrapassados.

Além do mais, investir em formas de evitar a obsolescência programada parece ser um investimento que não trará retorno, uma vez que o volume de vendas mensal e o faturamento das fábricas inevitavelmente cairá.

 

Como funciona a obsolescência programada na prática?

Para quem acredita que a obsolescência programada é algo muito recente, uma história que exemplifica totalmente o que ela significa está em um produto lançado nos longínquos anos de 1900.

A chamada Lâmpada Centenária, que está acesa desde 1901 e esteve desligada por apenas uma semana, funciona até hoje, ininterruptamente. Apesar de ter algumas modificações em sua estrutura e nos materiais utilizados, é evidente que naquela época os produtos fabricados tinham durabilidade maior, apesar da tecnologia menos avançada. 

Naquele período, pelo fato da energia elétrica se tratar de uma tecnologia que ainda contava com a desconfiança da população, ter lâmpadas que queimassem rapidamente estava fora de cogitação. Era preciso investir na durabilidade delas.  

A aceitação da maior parte da população fez com que tudo isso mudasse nos anos de 1920, no conhecido episódio do cartel Phoebus. Todas as empresas que produziam lâmpadas se reuniram para que propositadamente diminuíssem o tempo de vida útil para 1000 horas.

Maiores detalhes sobre este caso podem ser encontrados no livro de Giles Slade, chamado “Made to Break: Technology and Obsolescence in America”, ainda sem tradução para o português.

De acordo com um estudo publicado, em 2016, pela Agência de Meio Ambiente da Alemanha, a porcentagem de eletrodomésticos que tiveram algum tipo de defeito, e tiveram que ser substituídos em menos de 5 anos de uso, aumentou de 3,5% em 2004 para 8,3% em 2014.

No mesmo estudo, um terço dos consumidores entrevistados responderam que não estão satisfeitos com a vida útil dos seus aparelhos eletrodomésticos. 

Tipos de obsolência programada

Atualmente, as formas com que as empresas possivelmente fazem a obsolescência programada podem ser:

  • funcionais: um documentário chamado Light Bulb Conspiracy mostra o caso de uma impressora com defeito sem razão aparente, cujo motivo descoberto pelo seu proprietário era um chip implantado para causar uma pane que a impedia de continuar imprimindo;
  • operacionais: sistemas operacionais que atualizam e os antigos aparelhos não comportam tal atualização ou o contrário, quando sistemas operacionais que deixam de ser atualizados obrigam a compra de um novo aparelho;
  • mecânicos: alguns eletrônicos, principalmente algumas marcas de impressoras, após um tempo começam a emitir um aviso para troca obrigatória de peças por problemas, quando na verdade ainda estão em pleno funcionamento;
  • restaurativos: quem nunca quebrou a tela de um celular e verificou o que sai mais em conta: comprar um novo ou reformar o antigo.
 

Quais as consequências da obsolescência programada?

A principal consequência da obsolescência programada é o impacto no bolso dos consumidores e dos governos, que precisam lidar com uma causa que já está se tornando humanitária.

Para se ter uma ideia, segundo Benito Muros, presidente da Feniss (Fundación Energía para la Innovación Sostenible Sin Obsolescencia Programada), organização espanhola voltada para o assunto, estima-se que produtos com obsolescência programada gerem prejuízo de 40 a 50 mil euros para uma pessoa durante sua vida.

Benito afirma também que 99% dos produtos tem a obsolescência programada e que alguns produtos que poderiam durar 50 anos já não funcionam entre 2 a 12 anos. 

O consumismo desenfreado já traz problemas sérios de ordem social e ambiental. Países de primeiro mundo enviam seu lixo eletrônico, conhecido como e-waste, para países subdesenvolvidos.

Gana é o principal país que recebe esse entulho, criando um mercado clandestino de venda desses produtos para africanos, além de trazer poluição e doenças para os ganeses. São altos os índices de câncer entre as crianças e contaminação por chumbo entre os trabalhadores que lidam diretamente com a queima do e-waste.

Além disso, há contaminação de metais pesados (chumbo, alumínio e cobre) no ar, no solo e nas águas na região ganesa de Agbogbloshie, conhecida como “lixão do mundo”. Mas o pior de tudo foi a detecção desses mesmos metais no leite materno das mães de Gana

Todos os anos, estima-se que 129 mil toneladas de lixo vindos da Europa e Estados Unidos cheguem somente nessa região, mas o total seria de 215 mil toneladas de lixo chegando no país africano.

 

Como a obsolescência programada interfere no mercado?

Apesar de a obsolescência programada ser comprovada por vários fatos, a versão oficial das empresas é que ela não existe e só passa de uma teoria da conspiração.

Para alguns, existindo ou não, a obsolescência programada em nada interfere no consumismo e no desejo das pessoas por estarem sempre com os aparelhos mais modernos do mercado.

A publicidade acaba sendo responsável por uma parte do consumo inconsequente, que faz algumas pessoas comprarem produtos mais atualizados em pouco espaço de tempo e sem necessidade, tornando objetos com pouco tempo de uso obsoletos.

Por outro lado, a necessidade por criar produtos cada vez mais modernos e inovadores afeta a concorrência, com empresas querendo posicionar seu marketing e seu P&D para que pareçam estar na vanguarda do seu mercado.

Principalmente entre empresas de tecnologia de ponta, que têm lançamentos frequentes de celulares e notebooks, a concorrência inclusive gera episódios de espionagem industrial, que podem causar abandono de projetos inteiros.

Mas apostar em obsolescência programada em alguns setores pode ser um tiro no pé de grandes empresas. Um exemplo disso é o que está acontecendo com fazendeiros no estado da Nebraska, nos Estados Unidos.

Acreditando que também poderiam praticar a obsolescência programada em seus tratores de última geração, que causavam o travamento total de seus veículos, as empresas fabricantes desses produtos tiveram que ver os fazendeiros hackearem seus próprios bens para continuarem usando-os, perdendo o monopólio de manutenção e serviços.

 

Futuro da obsolescência: como combater esse mal?

Uma mudança no sistema de consumo, principalmente de tecnologia, precisa ser feita. Algumas iniciativas neste sentido já estão sendo realizadas, com a união de governos e população, por meio de organizações como a Feniss, de Benito Muros.

A necessidade de mudar o ciclo de consumo é urgente, uma vez que o meio ambiente já é afetado por toda a produção de e-waste que chega em países subdesenvolvidos a todo momento.

Um exemplo de mudança é o conceito que trabalha a ideia de sustentabilidade unindo indústrias e sociedade para o bem do planeta, chamado Triple Bottom Line.

A IBM, em 2016, desenvolveu um método que recicla o lixo eletrônico e o transforma em um novo tipo de plástico que pode ser usado na purificação da água, fibras óticas e até mesmo em equipamentos hospitalares, por sua resistência e força.

Outras iniciativas neste sentido estão sendo realizadas por empresas como Google e Tesla, que contribuem para gerar outra forma de marketing.

Aqui no Brasil, a Proteste, entidade civil que protege os direitos dos consumidores brasileiros, publicou algumas dicas sobre como podemos contribuir para evitar a obsolescência programada, que inclui a preferência por marcas que tenham produtos mais duráveis.

Em 2010, foi criada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que aplica inclusive a logística reversa para responsabilizar fabricantes, distribuidores e outros elementos dessa cadeia de comercialização de produtos que geram resíduos ao meio ambiente.

A mudança só acontecerá com a união de todos os elementos dessa cadeia produtiva, incluindo a sociedade. Para isso, precisamos praticar o consumo consciente. Confira nosso artigo sobre este assunto e aprenda como funciona esta forma de consumir! 

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