Quality Rater Guidelines do Google: entenda as alterações feitas em 2019

Quality Rater Guidelines são diretrizes do Google para pessoas que avaliam os resultados da pesquisa. Sim, o buscador convida avaliadores externos para testar a qualidade do seu trabalho. Recentemente, essas diretrizes passaram por atualizações, que podem impactar o seu trabalho de SEO. Confira quais foram essas mudanças!

Atualizado em: 12/02/2021
Atualizações no Quality Rater Guidelines do Google

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O Google guarda os segredos do seu algoritmo a sete chaves. Por mais que os especialistas em SEO investiguem o que está por trás do mecanismo de busca, os fatores de rankeamento seguem sendo um mistério.

Porém, existe um documento que dá indícios de como o algoritmo funciona: o Quality Rater Guidelines do Google.

Esse documento é uma das referências para quem trabalha com SEO. Produzido pelo próprio Google, ele traz as diretrizes do buscador para que avaliadores externos possam auferir a qualidade dos resultados da busca. E isso pode ser valioso para o seu trabalho, sabia?

Recentemente, em setembro de 2019, esse documento passou por algumas atualizações. Então, juntamos neste artigo as mudanças que são mais relevantes e que podem ajudar a entender o que o Google está pensando sobre a qualidade dos conteúdos da web.

Quer saber mais sobre isso? Neste texto você vai entender:

Boa leitura!

 

O que são Quality Rater Guidelines do Google?

Primeiramente, vamos explicar melhor o que é esse Quality Rater Guidelines. E já vamos começar traduzindo esse nome: em português, significa “diretrizes para o avaliador de qualidade da pesquisa”. Ok, mas o que de fato isso significa?

Trata-se das orientações que o Google publica para os avaliadores da pesquisa entenderem como eles devem analisar a qualidade de uma página da web, de acordo com a visão do buscador sobre o que é um conteúdo bom ou ruim.

Esse documento é público e gratuito. Você pode encontrá-lo aqui: Google Search Quality Rater Guidelines.

Mas esses avaliadores não são robôs, ok? São pessoas mesmo! Como um dos métodos de teste do mecanismo de busca, o Google chama avaliadores externos para monitorar continuamente a qualidade dos resultados da pesquisa.

Esses avaliadores devem classificar as páginas da web manualmente, de maneira que o Google possa verificar se o algoritmo está fazendo seu trabalho automático com eficiência. É para fazer essa classificação manual, então, que existem as diretrizes do avaliador de qualidade.

Mas é preciso esclarecer: essas diretrizes não são fatores de rankeamento, e as classificações dos avaliadores não afetam o algoritmo.

Esse trabalho serve apenas para o Google monitorar a qualidade dos resultados que está entregando aos usuários, bem como os impactos das atualizações do algoritmo. Para isso, ele usa não apenas os avaliadores externos, mas também outros métodos e testes rigorosos.

É importante ressaltar que o Google assumiu a missão de organizar todo o conteúdo da web e oferecer os melhores resultados para o que os usuários procuram.

Então, a adoção desses testes é uma das maneiras de garantir que o algoritmo está fazendo um bom trabalho e que está entregando resultados de alta qualidade. Portanto, perceba que a experiência do usuário é sempre o foco do buscador.

A importância do E-A-T

Expertise, Authoritativeness e Trustworthiness (ou expertise, autoridade e confiabilidade): é isso que representa a sigla E-A-T.

Para o Google, o conceito de E-A-T é o que deve nortear a classificação das páginas da web pelos avaliadores. No documento Quality Rater Guidelines, o buscador elenca uma série de orientações e exemplos específicos, mas, de maneira geral, são essas palavras que os avaliadores devem ter sempre em mente.

Portanto, você também pode entender o E-A-T como um conceito orientador para as suas estratégias de conteúdo e SEO. Para que o Google entenda as suas páginas como bons resultados para o usuário, o conteúdo precisa:

  • ser criado por quem entende do assunto (E);
  • demonstrar autoridade no tema (A);
  • ter informações confiáveis (T).

Um tipo de site que demanda bastante atenção do Google é o YMYL. Essa sigla significa Your Money or Your Life e se refere a sites — geralmente das áreas médica, jurídica ou financeira — que aconselham os usuários a tomarem decisões importantes sobre sua vida.

Porém, eles também podem envolver a venda de produtos online, o que torna o seu conteúdo mais sensível e deixa o Google de olhos bem abertos.

Nesse tipo de site, por exemplo, o E-A-T deve ser uma regra. Afinal, esse conteúdo deve ser produzido por profissionais da área (médicos com CRM, por exemplo), que sejam autoridades no assunto, prestem informações confiáveis e, assim, não coloquem as pessoas em risco.

 

Quais foram as atualizações do Google Quality Rater Guidelines?

Se o Google está sempre empenhado em melhorar o seu sistema de busca, é natural que mudanças nas suas diretrizes aconteçam seguidamente. É isso que acontece, então, com as Quality Rater Guidelines.

Pequenas atualizações são feitas todo ano. Porém, quando mudanças maiores acontecem, elas podem demonstrar uma alteração de visão do Google sobre a qualidade dos conteúdos.

Em 5 de setembro de 2019, aconteceu uma dessas atualizações, com o lançamento de um documento com informações atualizadas. Não há mudanças drásticas em relação às diretrizes anteriores, mas algumas merecem destaque. Selecionamos aqui as principais para você conferir:

Ênfase em tópicos em vez de páginas

Uma das mudanças das Quality Rater Guidelines é sutil. Em muitos trechos do documento, o Google utilizou a palavra “tópico” no lugar (ou logo após) de “página”.

Onde dizia, por exemplo, que “alguns tipos de páginas podem impactar a felicidade, a saúde, a estabilidade financeira e a segurança de uma pessoa”, agora se lê “alguns tipos de páginas e tópicos…”. 

your money your life do google

Essa atualização parece pequena, mas pode representar uma mudança de perspectiva do Google que se reflete nas últimas mudanças do algoritmo. Se antes o buscador valorizava a correspondência exata de palavras-chave para entender os assuntos de uma página, agora ele já sabe analisar a semântica dos conteúdos para identificar os tópicos que eles abrangem.

E isso também mostra que o foco do seu trabalho de SEO não deve ser as palavras-chave propriamente ditas, e sim os tópicos e todo o universo que eles englobam.

Mudanças nas diretrizes sobre YMYL (Seção 2.3)

A atualização que mencionamos anteriormente atingiu também o texto sobre as páginas YMYL. O exemplo que demos acima se referia a elas: na descrição do que seria YMYL, o Google acrescenta a palavra “tópicos” (“alguns tipos de páginas e tópicos podem impactar…”).

Com isso, o buscador está dizendo que um conteúdo YMYL pode ser apenas um tópico, não necessariamente uma página inteira sobre o assunto. Portanto, mesmo que não seja o objetivo central da página, se ela tiver algum conteúdo potencialmente prejudicial às pessoas, ela pode ser vista como YMYL e classificada como conteúdo de má qualidade.

O Google também fez algumas atualizações nos exemplos de tópicos que podem envolver conteúdos YMYL. Foram estas:

  • “Notícias e eventos atuais” foi colocada em primeiro lugar da lista (antes era o 5º);
  • “Civismo, governo e leis” foi separado de “notícias”;
  • “Compras” e “finanças” foram separadas em categorias específicas;
  • “Informações médicas” foi alterado para “saúde e segurança”;
  • “Doenças ou condições específicas” e “saúde mental” foram agrupados em “problemas médicos”.

Essas alterações indicam uma preocupação em especificar melhor, para os avaliadores, quais tópicos podem ter conteúdos YMYL. Fica evidente, assim, que o buscador está cada vez mais focado nesse tipo de conteúdo, que, quando for de má qualidade, pode ser extremamente prejudicial aos usuários.

Critérios de reputação para criadores de conteúdo YMYL (Seção 5.2)

O Google tem uma grande preocupação sobre a reputação de quem publica conteúdos na web. Por isso, para um conteúdo receber as classificações mais altas de qualidade, ele deve ter sido criado por especialistas. E essa preocupação é notável em relação ao YMYL.

Na Seção 5.2, as alterações seguem nesse sentido. Nessa seção, o Google explica o que deve ser considerado uma reputação positiva. Na atualização, o buscador adicionou um parágrafo inteiro sobre essa avaliação de reputação especificamente sobre conteúdos YMYL, que exigem mais atenção.

Para tópicos médicos, por exemplo, o Google sugere que os criadores do conteúdo devem ser especialistas — pessoas ou organizações — que tenham expertise ou acreditação na área.

Já para as páginas de shopping, os especialistas podem ser usuários que já fizeram compras na loja, o que mostra que o Google está atento também ao conteúdo gerado pelo usuário (User Generated Content, ou UGC).

Critérios de reputação para conteúdos jornalísticos (Seção 4.6)

Na Seção 4.6, o Google traz uma série de exemplos de páginas que podem ser classificadas como de alta qualidade (High Quality Content). As mudanças, porém, referem-se especificamente aos conteúdos jornalísticos.

No texto anterior, o documento se referia ao Prêmio Pulitzer como referência para avaliar a reputação de uma página de portal de notícias. No texto atualizado, porém, o Google cita também outras premiações como referências.

Critérios de reputação para conteúdos jornalísticos

Nesse caso, pode haver uma questão política envolvida. Existem críticas, entre grupos conservadores, de que o Prêmio Pulitzer privilegia publicações liberais. Portanto, com essa atualização, o Google provavelmente busca tornar seu posicionamento mais neutro em relação a esse tema.

Definição de conteúdo de altíssima qualidade (Seção 5.1)

Na Seção 5.1, há alterações sobre o que os avaliadores devem classificar como conteúdos de altíssima qualidade (Very High Quality Main Content).

Enquanto o texto anterior trazia uma descrição genérica sobre esse tipo de conteúdo, o novo documento detalha sobre os tópicos de notícias, conteúdo artístico e informativo.

Para sites de notícias, por exemplo, o Google destaca a originalidade e o ineditismo da informação, além do cumprimento dos padrões jornalísticos. Aqui se percebe uma preocupação do Google em valorizar notícias e reportagens bem produzidas, em detrimento das fake news.

Conteúdo artístico, por sua vez, deve ser produzido por artistas e criadores de conteúdo talentosos, enquanto o conteúdo informativo deve ser claro, preciso, compreensível e profissional. Se as páginas oferecerem isso, elas podem ser classificadas como de altíssima qualidade.

Definição de conteúdos que promovem ódio (Seção 7.3)

O Google também fez algumas alterações sutis na definição sobre o que seriam páginas que promovem ódio.

Por exemplo: se antes o documento dizia que “idade” (age) seria um fator para pontuar essas páginas com a menor classificação, agora o documento traz a expressão “condição de veterano” (veteran status). Se antes falava em “gênero”, agora fala em “gênero e identidade de gênero”.

É delicado apontar o motivo para o Google ter feito essas atualizações, mas é provável que sua intenção seja tornar as diretrizes mais inclusivas e precisas.

Identificação de quem produziu o conteúdo (Seção 2.5.2)

Na Seção 2.5, o Google dá orientações sobre como entender o site em que as páginas estão localizadas. Para isso, na Seção 2.5.2, orienta sobre como encontrar o autor do site e do conteúdo da página.

Entre os motivos elencados para um site identificar o seu autor, o Google adicionou um ponto na sua última atualização, que diz assim (em tradução livre): “Os sites querem que os usuários possam distinguir entre o conteúdo criado por eles mesmos e o conteúdo que foi adicionado por outros usuários”.

Esse movimento provavelmente mostra que o Google está preocupado com a identificação de conteúdos que não são de autoria do site. Por isso, é importante mostrar explicitamente quem é o autor dos conteúdos do seu site e, quando usar informações de outros autores ou de conteúdo gerado pelos usuários (UGC), fazer a devida referência.

Identificação de quem produziu o conteúdo
 

Como as mudanças afetam o seu trabalho de SEO?

Mais uma vez ressaltamos: as Quality Rater Guidelines e o trabalho dos avaliadores não afetam o rankeamento.

Portanto, não veja as diretrizes como regras do que você deve fazer, nem entenda que, com elas, você vai automaticamente conquistar as primeiras posições, ok?

As mudanças são indícios de como o Google está avaliando os conteúdos

Você pode entender as Quality Rater Guidelines como indícios de como o Google está pensando. Elas mostram o que o buscador considera importante para uma página ser classificada como de alta ou baixa qualidade.

Então, com esse documento, você pode entender o que as suas páginas devem ter para serem consideradas de alta qualidade pelo Google. E é isso que deve orientar a sua produção de conteúdo.

As mudanças costumam preceder atualizações do algoritmo

Além de orientar o seu trabalho, as Quality Rater Guidelines também acendem um alerta: é provável que uma nova atualização de algoritmo venha em seguida.

Portanto, preste atenção nas mudanças do documento, que podem indicar os próximos movimentos do Google, e prepare o seu site para não perder posições no ranking.

Enfim, entender como o Google funciona não é fácil. O buscador não quer revelar seus segredos, mas quer que os profissionais de conteúdo e SEO ofereçam a melhor experiência aos usuários durante uma pesquisa na web. E é nisso que você deve focar.

Porém, quando temos indícios de como o Google pensa e quais critérios usa para rankear as páginas, é bom prestar atenção! Assim, você consegue conciliar o trabalho de produção de conteúdo e experiência do usuário com a otimização para o buscador. O resultado disso? Ao mesmo tempo, melhores posições na busca e uma melhor experiência para os usuários.

Gostou de entender melhor sobre como funcionam as avaliações de qualidade do Google? Para entender ainda mais sobre o mecanismo de buscas, baixe nosso ebook gratuito e aprenda a dominar o Google!

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